terça-feira, 3 de maio de 2005

COISAS DA VIDA

Em cada 100 euros que o patrão paga pela força de trabalho, o Estado, e muito bem, tira-me 20 euros para o IRS e 11 euros para a Segurança Social.
O meu patrão, por cada 100 euros que paga pela minha força de trabalho, é obrigado a dar ao Estado, e muito bem, mais 23,75 euros para a Segurança Social.
E por cada 100 euros de riqueza que eu produzo, o Estado, e muito bem, retira ao meu patrão outros 33 euros.
Cada vez que eu, no supermercado, gasto os 100 euros que o meu patrão me pagou, o Estado, e muito bem, fica com 19 euros para si.
Em resumo:
- Quando ganho 100 euros, o Estado fica quase com 55.
- Quando gasto 100 euros, o Estado, no mínimo, cobra 19.
- Quando lucro 100 euros, o Estado enriquece 33.
- Quando compro um carro, uma casa, herdo um quadro, registo os meus negócios ou peço uma certidão, o Estado, e muito bem, fica com quase metade das verbas envolvidas no caso.
Eu pago e acho muito bem, portanto exijo:
- Um sistema de ensino que garanta cultura, civismo e futuro para os meus filhos.
- Serviços de saúde exemplares.
- Um hospital bem equipado a menos de 20 km da minha casa.
- Estradas largas, sem buracos e bem sinalizadas em todo o país.
- Auto-estradas sem portagens. Pontes que não caiam.
- Tribunais com capacidade para decidir processos em menos de um ano.
- Uma máquina fiscal que cubra igualitariamente os impostos.

Eu pago, e por isso quero ter, quando lá chegar:
- A reforma garantida e jardins públicos e espaços verdes bem tratados e seguros.
- Polícia eficiente e equipada.
- Os monumentos do meu País bem conservados e abertos ao público.
- Uma orquestra sinfónica.
- Filmes criados em Portugal.
- E, no mínimo, que não haja um único caso de fome e miséria nesta terra.

Na pior das hipóteses, cada 300 euros em circulação em Portugal garantem ao Estado 100 euros de receita.
Portanto governem-se com o dinheiro que eu dou, mas quero e tenho direito a tudo o que referi.

Assinado: Um português contribuinte.

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