terça-feira, 3 de maio de 2011


«Do que sei nada aprendi
Por ninguém fui ensinado,
Desde a hora em que nasci
Tinha o destino marcado.»
António Francisco Bonito

DESTINO
(décimas)

1
Fazemos planos futuros
Com vontade e com paixão,
Mas eles fogem da mão,
Põem-se atrás de muros
Em locais muito escuros.
Recordo tudo o que li,
Lembro aquilo que vivi,
Surpresas por todo o lado,
Diferentes do esperado:
Do que sei nada aprendi.

2
Está tudo ordenado
No corpo que habitamos.
Às vezes nós agarramos
Um momento desejado
(Que logo é transformado).
Tanto sonho inacabado
Sem levar a nenhum lado!
Vamos nascendo e morrendo,
Coisas vão acontecendo,
Por ninguém fui ensinado.

3
Já viemos programados
Para o Mal e para o Bem
(E para a Morte também).
Nascemos predestinados,
Vamos sendo orientados
E tudo o que eu senti,
Todas as dores que sofri,
Constavam em longa lista,
Ampliada e revista,
Desde a hora em que nasci.

4
Antes da vida acabar,
Terei a confirmação
De ser pura ilusão
Nossa ideia de lutar.
Não há nada p’ra mudar,
O caminho está traçado
(Nem sempre o desejado)
E quando ao fim chegar
Só poderei afirmar:
Tinha o destino marcado!

Gabriel de Sousa

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