terça-feira, 7 de junho de 2005

UM POETA DE VEZ EM QUANDO

Joaquim Pessoa

SONETO ANTI-COLONIALISTA


Ah Diogo! Ah Cão! Em que desaire
Pretendes colocar o teu padrão?
El-rei morreu. As naus de clarear
São agora de um povo nosso irmão.

Dispensámos as balas e os escravos
E mais para diante navegamos.
Negreiros não. Dissemos sim aos cravos.
O mar não dói. E a terra não tem amos.

Ah Diogo! Ah Cão! Que resultado
Esperavas deste povo a ver morrer
O seu corpo na farda de soldado?

Esta nau do futuro há-de vencer!
Mas há cães que só ladram o passado
Porque o presente é duro de roer!

Posted by Hello

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