
Aos 8 anos de idade já participava em festas carnavalescas de rua, tendo ido morar no morro da Mangueira aos onze anos.
Era um dos sambistas que compunham a velha-guarda da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, sendo considerado o responsável tanto pela escolha do nome, como pelas cores adoptadas (verde e rosa).
Cartola compôs, sozinho ou com parceiros, mais de quinhentas canções. Apesar da beleza das suas poesias e da quantidade que produziu, Cartola apenas tinha a instrução primária. Nunca conseguiu integrar-se no mercado de trabalho e passou a vida a fazer biscates. Foi pedreiro, pintor de paredes, lavador de carros, vigia de prédio e contínuo de repartição pública.
Foi dos seus tempos de pedreiro que lhe veio o apelido "Cartola". Quando trabalhava com cimento estava sempre a sujar os cabelos, o que o aborrecia bastante pois era muito vaidoso. Passou então a usar um chapéu para protecção e os seus amigos começaram a chamá-lo de Cartola.
Foi na década de 1920 que os blocos de Carnaval resolveram organizar-se em sociedades permanentes. Em 28 de Abril de 1928, Cartola e mais seis amigos reuniram os blocos carnavalescos do morro e fundaram a Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira. No primeiro desfile, com o samba enredo "Chega de Demanda" de Cartola, a Mangueira ganhou o seu primeiro prémio de Carnaval.
E assim continuou vida fora, entre sambas, empregos precários e doenças. Só em 1964, aos 65 anos, é que gravou o seu primeiro disco. Apesar do grande sucesso dos seus sambas, Cartola morreu pobre. As grandes homenagens vieram depois da sua morte pelas vozes de, entre outros, Alcione, Chico Buarque, Gal Costa e Marisa Monte.
Sem comentários:
Enviar um comentário