
Alfabetizado por sua mãe, estudou depois em colégios presbiterianos, em Caetité e depois em Salvador, para onde se mudara em 1947. Tendo começado a escrever e a actuar em peças teatrais, o seu talento e vocação em breve se tornaram notados, sendo convidado para participar em programas de rádio e em grupos de teatro e de cinema.
Iniciou a sua carreira cinematográfica em 1959, ingressando simultaneamente na Faculdade de Direito da Bahia, para cursar Direito - curso que, no entanto, abandonou para iniciar uma breve carreira jornalística, especializada em assuntos de cinema. Em 1962, fez a sua primeira longa-metragem e, ao mesmo tempo, dedicou-se ao cine clubismo, tendo fundado também uma produtora. Em breve começaria a ser referenciado, pela ditadura instalada no Brasil em 1964, como um elemento perigoso, porque subversivo. Em 1971, com a radicalização do regime, partiu para o exílio, de onde nunca voltou totalmente.
Existiu sempre muita controvérsia acerca da sua obra e foi um incompreendido na sua época, tanto pela direita como pela esquerda brasileiras.
O seu filme Barravento foi premiado no Festival Internacional de Cinema da Checoslováquia em 1963. Em 1964, com “Deus e o diabo na terra do sol”, conquistou o Grande Prémio no Festival de Cinema Livre da Itália e o Prémio da Crítica no Festival Internacional de Cinema de Acapulco. Seria, no entanto, com “Terra em transe” que se tornaria mais conhecido, ao conquistar o Prémio da Crítica do Festival de Cannes, o Prémio Luis Buñuel em Espanha e o Golfinho de Ouro de melhor filme do ano, no Rio de Janeiro. Outro filme premiado foi “O dragão da maldade contra o santo guerreiro” com o Prémio de Melhor Direcção no Festival de Cannes e, de novo, o Prémio Luiz Buñuel em Espanha. Cineasta muito eclético, realizou 16 filmes, foi cenógrafo em doze, produtor em dez, actor em seis, montou dois e fez composições para um.
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