
Estudou Filosofia e chegou a entrar no Seminário de Beja, porque a mãe queria que ele fosse sacerdote. Abandonou porém os estudos e, em 1904, fixou-se em Lisboa. Conviveu nos meios revolucionários que se propunham derrubar a monarquia, colaborando em várias publicações como jornalista.
Iniciou a sua vida literária em 1907, escrevendo um folhetim, em que difamava o rei D. Carlos I. Em 1908, entrou para a Maçonaria e, tempos depois, o rei foi assassinado. Aquilino fugiu para Paris e o Presidente francês não concedeu a extradição pedida por Lisboa. Em Paris frequentou os meios mais radicais, onde conheceu Lenine .
Estudou na Faculdade de Letras da Sorbonne e veio a Portugal depois da implantação da República (1910), voltando depois para Paris. Residiu alguns meses na Alemanha, em 1912. Regressou a Portugal quando começou 1ª Guerra Mundial, sem ter completado a licenciatura. Continuou sempre a escrever e foi colocado no Liceu Camões como professor, entre 1915 e 1918. Em 1918, escreveu o seu primeiro romance “A Via Sinuosa”. Escrevia com bastante regularidade, obtendo êxito tanto junto do público como da crítica.
Entrou para a Biblioteca Nacional, onde esteve de 1919 a 1927, e integrou a direcção da revista Seara Nova, que ajudara a fundar. Participou numa revolta em 1927 e exilou-se de novo em Paris. Em 1931, foi viver para a Galiza, voltando a Portugal clandestinamente, beneficiando mais tarde de uma amnistia.
Em 1933, ganhou o Prémio Ricardo Malheiros da Academia das Ciências de Lisboa, com o seu livro As Três Mulheres de Sansão.
Continuou com uma produção muito fecunda e em 1952 fez uma viagem ao Brasil, onde foi homenageado por escritores e artistas na Academia Brasileira. Foi um dos fundadores da Sociedade Portuguesa de Escritores à qual presidiu. Em 1960, foi proposto para o Prémio Nobel por grandes nomes da intelectualidade de língua portuguesa. Em 1963, foi homenageado em vários pontos do país pelos seus 50 anos de vida literária. Quando morreu, estava a Censura a comunicar precisamente aos jornais que não seria mais permitido falar naquelas homenagens.
Recentemente, a Assembleia da República prestou-lhe homenagem e concedeu aos seus restos mortais o direito a repousarem no Panteão Nacional.
Ao longo da sua vida, Aquilino Ribeiro escreveu romances, biografias, crónicas, ensaios históricos e literários e textos polémicos, tendo traduzido também textos importantes da literatura mundial. Como escritor, ele não pode ser enquadrado em nenhuma das escolas e tendências da sua época, tendo na literatura portuguesa um lugar ímpar.
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