
Filha de um rico banqueiro judeu, foi educada por uma governanta francesa, que fez praticamente do francês a sua língua materna.
Em 1913 a família obteve autorização para se instalar em São Petersburgo. Cinco anos depois, porém, mudaram-se para a Finlândia, para fugir da Revolução Russa. Em 1919, fixaram-se em França, depois de uma curta estadia em Estocolmo.
Irène passou o bacharelato em 1919 e começou a dedicar-se à literatura desde a idade de dezoito anos colaborando no semanário “Fantasio”. Em 1923, escreveu a sua primeira novela, que só seria publicada em 1927. Retomou os estudos e licenciou-se em Letras na Sorbonne.
Em 1926, publicou o seu primeiro romance “O Mal-entendido”. No mesmo ano casou-se com o engenheiro russo Michel Epstein, de quem viria a ter duas filhas.
Tornou-se célebre em 1929 ao publicar o segundo romance “David Golder”, que foi adaptado ao teatro e ao cinema no ano seguinte. Cada romance dela foi um êxito e “Le Bal” foi igualmente adaptado ao cinema.
Em virtude das leis anti-semitas promulgadas em 1940 pelo governo colaboracionista de Vichy, foi recusada a autorização de trabalho a Michel Epstein e Irene foi proibida de publicar mais livros.
Némirovsky continuou a escrever e, sendo judia, teve de ostentar a “estrela amarela”, continuando a ser-lhe negada qualquer publicação. Em 13 de Julho de 1942 foi presa. Dias mais tarde foi deportada para o campo de concentração de Auschwitz, onde morreu no mês seguinte, vítima de tifo. Michel Epstein tentara tudo para a libertar, mas ele próprio acabaria por ser preso e morto numa câmara de gás, em Novembro de 1942.
As duas filhas ficaram sob a tutela dos editores da escritora (Albin Michel e Robert Esmenard) até à maioridade. Conseguiram salvaguardar os manuscritos inéditos de sua mãe e um destes romances recebeu mesmo o Prémio Renaudot a título póstumo, única excepção à regra de apenas serem recompensados com aquele prémio escritores ainda vivos.
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