
Compôs a sua primeira música com catorze anos de idade e aos 21 já era organista e compositor da Sé Patriarcal de Lisboa. Em 1785, foi nomeado mestre do “Teatro do Salitre”, para o qual escreveu farsas e entremezes, além de “modinhas”. Muitas das suas melodias tornaram-se populares, sendo também do agrado da corte portuguesa, que lhe encomendou obras religiosas para o Palácio Real de Queluz e outras capelas utilizadas pela Família Real.
Graças ao apoio dado pela Corte, esteve em Itália durante largos períodos entre 1792 e 1800. Ali compôs mais de vinte óperas em estilo italiano, muito bem recebidas pela crítica e pelo público e encenadas em vários teatros do país.
Regressado a Portugal, foi nomeado mestre de música do Seminário da Patriarcal e maestro do Teatro de São Carlos de Lisboa, para o qual compôs várias óperas. Em 1807, com a chegada das tropas de Napoleão, a Família Real Portuguesa foi para o Rio de Janeiro, mas Marcos Portugal ficou em Lisboa.
Só em 1811 viajou para o Rio de Janeiro a pedido do Príncipe Regente, sendo recebido como uma celebridade e nomeado Compositor Oficial da Corte e Mestre de Música dos Infantes. Em 1813 foi inaugurado no Rio de Janeiro o Teatro Real de São João, construído à imagem do Teatro de São Carlos de Lisboa, para o qual Marcos Portugal compôs diversas obras e onde foram encenadas várias das suas óperas. Tinha uma posição privilegiada na corte, sendo professor de música do príncipe Pedro, futuro Pedro I do Brasil e Pedro IV de Portugal.
Tendo já sido vítima de dois ataques apoplécticos, Marcos Portugal não acompanhou D. João VI quando a corte voltou a Portugal em 1821. Morreu pobre e esquecido no Rio de Janeiro. O Teatro de S. João ardeu em 1823, sendo depois reconstruído com o nome de Teatro de S. Pedro de Alcântara.
Marcos Portugal foi um dos mais produtivos compositores portugueses de todos os tempos e a sua extensa obra encontra-se dispersa por vários arquivos em Portugal, Brasil, Itália, França, Inglaterra, Espanha, Bélgica e Estados Unidos da América.
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