
Mudou-se para Porto Alegre com onze anos, já órfão de pai, para continuar os estudos. Anos mais tarde, concorreu ao Magistério Público, que passou a exercer em 1851.
Em 1857, foi para Alegrete, fundando um colégio, adquirindo respeitabilidade como figura pública, escrevendo para jornais e ocupando mesmo alguns cargos políticos.
Em 1861, de regresso a Porto Alegre, enveredou pela carreira de professor e começou a escrever “Ensiqlopédia ou seis mezes de huma enfermidade”. Manifestaram-se, nesta época, os primeiros sinais de transtornos psíquicos. Foi afastado do ensino e interditado judicialmente a pedido da própria família. Qorpo Santo não aceitou este enquadramento psiquiátrico e recorreu a especialistas do Rio de Janeiro, que não confirmaram o diagnóstico anterior. O estigma, no entanto, estava lançado e ele passou a sentir-se cada vez mais isolado. Escrevia febrilmente, sem quase parar, e constituiu uma tipografia própria para publicar os seus livros.
A obra de Qorpo Santo só foi redescoberta em 1960. Alguns críticos consideraram-no então como um percursor das modernas tendências teatrais. Outros consideraram-no como autor surrealista. Outros ainda limitaram-se a considerá-lo como um louco.
A sua ortografia escandalizava os leitores, que ficavam sempre na dúvida se ele escrevia tantos erros propositadamente, por desconhecimento, por provocação ou simplesmente por loucura.
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