Em
Outubro de 2010, a Autoridade Palestina prendeu-o sob a alegação de
blasfemar contra o Islão no Facebook e em blogues; a sua prisão atraiu a
atenção internacional. Mais tarde, ele escapou para França, onde solicitou
asilo com êxito.
Em
2013, fundou o Conselho dos Ex-Muçulmanos de França (CEMF).
Al-Husseini
é o autor de uma autobiografia, “Blasphémateur! : les prisons d’Allah”,
publicadas por Grasset em 2015, bem como de vários artigos no “Le
Monde”, “A Regra do Jogo” ou “Libération”, e um segundo
livro, “Une trahison française: Les collaborationnistes de l’islam radical
devoilés”, denunciando os «colaboracionistas do islamismo radical».
Nascido
na Cisjordânia, Waleed Al-Husseini estudava ciência da computação.
Estando desempregado, ele ajudava, algumas horas por dia, o pai na sua
barbearia. Alguns conhecidos descreveram-no como um «sujeito comum» que
regularmente rezava na mesquita às sextas-feiras.
Por
volta dos 20 anos, Al Husseini passava muito tempo conectado à Internet.
Quando a sua mãe encontrou artigos seus sobre o ateísmo no seu computador, ela
cancelou a assinatura da Internet, esperando que ele desistisse. Em vez
disso, ele começou a frequentar o cyber café local, onde passava até sete horas
por dia, isolado num canto.
Em
Outubro de 2010, Waleed foi preso pela Autoridade Palestiniana, acusado
de blasfémia contra o Islão. Além das suas páginas no Facebook, que
agora foram apagadas, também publicou ensaios em árabe num blogue chamado “Noor
al-Aqel” (“Iluminação da Razão”) e em língua inglesa no Proud
Atheist (“o ateu orgulhoso”), identificando-se como «um ateu de
Jerusalém - Palestina». Entre outros argumentos, descrevia Alá como «um
deus primitivo, beduíno e antropomórfico», e Maomé como um «maníaco
sexual».
Muitos
muçulmanos de Calquília acreditam que ele deve ser executado, e membros da sua
própria família consideram que deveria passar o resto da vida na prisão.
Al-Husseini
sublinhou que não estava a insinuar que o cristianismo ou o judaísmo eram
melhores que o islamismo, e que, em sua opinião, todas as religiões eram «um
amontoado de lendas incríveis e uma pilha de disparates que competem entre si
em estupidez». Hussein rejeitou as alegações de que o Islã era uma religião
de tolerância, paz, igualdade e justiça. Ele também criticou o tratamento dado
pelo Islã às mulheres, a supressão da criatividade humana e as alegações de que
o Alcorão contém milagres científicos.
Os
grupos do Facebook que ele alegadamente criou suscitaram centenas de
comentários zangados, ameaças de morte e a formação de mais de uma dúzia de
grupos do Facebook contra ele. No seu auge, o “blog” em língua
árabe de Hussein teve mais de 70 000 visitantes.
Após
dez meses de prisão, Al-Husseini foi libertado sob fiança, mas foi várias vezes
preso e detido pela Polícia de Segurança durante vários dias de cada
vez. Alegou ter sido torturado nas instalações da polícia. A Autoridade
Palestiniana destruiu os seus dois computadores e ordenou-lhe que deixasse
de publicar as suas opiniões na Internet.
Após
obter asilo político em França, aí fundou, em Julho de 2013, com outros
ex-muçulmanos, o Conselho dos Ex-Muçulmanos de França.
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