
Korda começara a sua carreira, fotografando casamentos, festas e baptizados. Depois, abriu um estúdio e dedicou-se à publicidade e à moda. Aderiu à revolução de Fidel Castro e fotografou Che Guevara para o jornal cubano “Revolución”. Apenas duas fotos, uma na horizontal e outra na vertical. Mal sabia ele que uma delas se tornaria numa das fotografias mais reproduzidas no mundo inteiro e um verdadeiro ícone de todos os movimentos de esquerda. Um italiano aproveitou uma delas, precisamente a horizontal, cortou-lhe os lados, fez posters e espalhou-os por todo o lado, depois de Che Guevara ter sido assassinado na Bolívia. Mais tarde, um artista escocês criou uma estampa e colocou-a no domínio público.
Alberto Korda nunca recebeu qualquer remuneração ou direitos de autor por aquela foto e nada fez por isso. Dizia ele que “sendo partidário dos ideais pelos quais Guevara tinha morrido, não se podia opor à reprodução da fotografia, por todos os que quisessem propagar a sua memória e as suas causas de justiça social”. Apresentou queixa sim, em 2000, contra a marca de vodka “Smirnoff”, que utilizara a fotografia, mas para efeitos publicitários. Ganhou em tribunal e recebeu 50 000 dólares de indemnização, que entregou aos “Serviços Médicos Cubanos”. “Se Che Guevara fosse vivo, teria feito a mesma coisa” - afirmou.
Foi fotógrafo da Revolução durante dez anos. Depois, de 1968 a 1978, dedicou-se à fotografia submarina, tendo visto as suas fotografias expostas no Japão. Era admirado em todo o mundo. Estava justamente em Paris, para apresentar a sua obra, quando a morte o surpreendeu.
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