
Em 1920, fundou no Rio de Janeiro a Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher. A partir de 1921, já a viver em São Paulo, colaborou activamente na imprensa, sobretudo operária, e fundou a Federação Internacional Feminina, em São Paulo e em Santos. Entre 1928 e 37, viveu em Guararema, numa comunidade agrícola autogestionária, constituída por objectores de consciência. O governo de Getúlio Vargas viria a forçar o seu desmantelamento e Maria Lacerda de Moura voltou ao Rio de Janeiro, onde foi trabalhar para uma Rádio, lendo horóscopos.
Fez parte da Maçonaria e da Rosa Cruz, desligando-se desta última quando soube que a respectiva sede, em Berlim, tinha sido cedida aos nazis. Escreveu muitos livros sobre Educação, Pedagogia e Linguística, sobre a Mulher e o Feminismo e sobre o Fascismo e a Religião.
Entre os temas abordados na sua obra, assinala-se a educação sexual dos jovens, a virgindade, o amor livre, o direito ao prazer sexual, o divórcio, a maternidade consciente e a prostituição, de onde se pode imaginar facilmente quanto estava avançada em relação à época em que viveu. Os seus escritos tiveram eco na imprensa brasileira, uruguaia, argentina e espanhola.
Muito independente, a sua vida esteve cheia de rompimentos. Com a família, com as feministas, com os comunistas e com os anarquistas. Sócrates, Gandhi e Tolstoi eram os seus heróis.
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