quarta-feira, 30 de abril de 2025

30 DE ABRIL - CLARA MARQUES MENDES

EFEMÉRIDE - Maria Clara Gonçalves Marques Mendes, advogada e política portuguesa, nasceu em Fafe no dia 30 de Abril de 1970.

Actualmente, desempenha as funções de secretária de Estado da Acção Social e da Inclusão da República Portuguesa, do XXIV Governo, desde 5 de Abril de 2024.

É filha de António Marques Mendes, que foi advogado e dirigente do PSD, e de sua esposa Maria Isabel Gonçalves. É também irmã de Luís Marques Mendes. Licenciada em Direito, é advogada.

Foi deputada municipal na Assembleia Municipal de Fafe.

Foi deputada pelo Partido Social Democrata durante a XII Legislatura (de 20 de Junho de 2011 a 22 de Outubro de 2015) e a XIII Legislatura (de 23 de Outubro de 2015 a 24 de Outubro de 2019), cargo que ocupa também desde o início da XIV Legislatura, a 25 de Outubro de 2019.

Foi sempre eleita pelo Círculo Eleitoral de Braga. Fez parte das Comissões Parlamentares de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias como suplente, de Defesa Nacional, de Trabalho e Segurança Social e eventual para o Reforço da Transparência no Exercício de Funções Públicas, e aos Grupos de Trabalho de Audição de Peticionantes, como coordenadora, e de Alteração da Composição do CES, igualmente como coordenadora.

terça-feira, 29 de abril de 2025

29 DE ABRIL - NUNO JÚDICE

EFEMÉRIDE - Nuno Manuel Gonçalves Júdice Glória, ensaísta, poeta, ficcionista e professor universitário português, nasceu em Portimão, Mexilhoeira Grande, no dia29 de Abril de 1949. Morreu em Lisboa, em 17 de Março de 2024.

Licenciou-se em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e obteve o grau de Doutor pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, com uma dissertação sobre Literatura Medieval.

Professor do ensino secundário, desde 1992 até 1997, foi professor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, até à sua aposentação, como professor associado, em 2015.

Foi director da revista literária “Tabacaria” (1996/2009), editada pela Casa Fernando Pessoa e comissário para a área da Literatura da representação portuguesa à 49ª Feira do Livro de Frankfurt. Foi também conselheiro Cultural da Embaixada de Portugal (1997/2004) e director do Instituto Camões em Paris. Organizou a Semana Europeia da Poesia, no âmbito da Lisboa '94 - Capital Europeia da Cultura. Foi director da revista “Colóquio-Letras” da Fundação Calouste Gulbenkian.

Poeta e ficcionista, a sua estreia literária deu-se com “A Noção de Poema” (1972). Em 1985, receberia o Prémio Pen Clube e o Prémio D. Dinis da Casa de Mateus, em 1990. Em 1994, a Associação Portuguesa de Escritores distinguiu-o pela publicação de “Meditação sobre Ruínas”, finalista do Prémio Europeu de Literatura Aristeion. Assinou ainda obras para teatro e traduziu autores como Corneille e Emily Dickinson.

A sua obra inclui antologias, edições de crítica literária, estudos sobre Teoria da Literatura e Literatura Portuguesa. Mantinha colaboração regular na imprensa. Lançou, em 1993, a antologia sobre literatura portuguesa do século XX, “Voyage dans un siècle de Littérature Portugaise”.

Tem obras traduzidas em Espanha, Itália, Venezuela, Inglaterra, França, México, Irão, China, Albânia, Suécia, Dinamarca, Grécia, Marrocos, Líbano, Colômbia, Canadá e República Checa.

Morreu em 2024, no Hospital da Luz, em Lisboa, onde se encontrava internado.

A 10 de Junho de 1992, foi agraciado com o grau de Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada e, em 7 de Junho de 2013, foi elevado a Grande-Oficial da mesma Ordem.

Entre muitos prémios que recebeu, destacam-se: Prémio de Poesia Pablo Neruda, (1975);  Prémio Literário Eça de Queiroz da cidade de Lisboa, (1995); Prémio Bordalo da Casa da Imprensa, (1999);  Prémio Review 2000 da Associação Internacional de Críticos Literários (2000); Prémio de Poesia Ana Hatherly, Funchal, (2003); Prémio Fernando Namora (2004);  Prémio Ibero-Americano Rainha Sofia de Espanha (2013); Prémio Internacional de poesia Argana da Maison de la poésie du Marroc (2014); Prémio Literário António Gedeão (2016); e Prémio Internacional de Poesia Camaiore, Itália (2017).

segunda-feira, 28 de abril de 2025

28 DE ABRIL - DAMIÃO VAZ D’ALMEIDA

EFEMÉRIDE - Damião Vaz d’Almeida, que foi primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, nasceu na Ilha do Príncipe em 28 de Abril de 1951.

Assumiu a chefia do governo pelo partido MLSTP-PSD no dia 18 de Setembro de 2004.

Demitiu-se do cargo em Junho de 2005, após vários conflitos com o presidente Fradique de Menezes.

Antes de se tornar primeiro-ministro, já tinha ocupado diversos cargos políticos no seu país, principalmente o de ministro do Trabalho, da Solidariedade e do Emprego e também foi presidente do Governo Regional do Príncipe, entre 29 de Abril de 1995 e 12 de Abril de 2002.

domingo, 27 de abril de 2025

27 DE ABRIL - ANA RENTE

EFEMÉRIDE - Ana Patrícia Robert de Oliveira Rente, ginasta portuguesa de reconhecido mérito na ginástica de trampolim, nasceu em Coimbra no dia 27 de Abril de 1988.

Estudante de Medicina, Ana Rente obteve a medalha de bronze na final individual feminina da Taça do Mundo de trampolim em 2004, que decorreu em São Petersburgo, na Rússia.

A ginasta portuguesa, que tinha alcançado a sétima posição nas qualificações, conseguiu um lugar no pódio, ficando atrás de duas ginastas chinesas, segundo informação da Federação de Ginástica de Portugal. Este resultado assegurou a subida da atleta ao nível 2 do projecto olímpico de Londres 2012.

Ana participou nos Jogos Olímpicos de 2008, em Pequim, na prova dos trampolins, estabelecendo-se em 16º lugar no trampolim feminino, e noutros quatro Campeonatos do Mundo.

Em 2012, foi apurada para competir nos Jogos Olímpicos de Londres.

sábado, 26 de abril de 2025

26 DE ABRIL - ODETE SANTOS

EFEMÉRIDE - Maria Odete Santos, advogada, actriz e política portuguesa, nasceu na Guarda, Pega, em 26 de Abril de 1941. Morreu em Lisboa no dia 27 de Dezembro de 2023.

Filha de José e Adélia dos Santos, professores primários, mudou-se aos 10 anos para a cidade de Setúbal, porque os pais pretendiam que ela frequentasse o ensino secundário naquela cidade. Estudou, por isso, no liceu de Setúbal.

Licenciou-se em Direito, pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e tornou-se advogada em 1968.

Em 1974, tornou-se membro do Partido Comunista Português.

Foi deputada à Assembleia da República em nove legislaturas - II, III, IV, V, VI, VII, VIII, IX e X -, pelo Partido Comunista Português, de Novembro de 1980 até Abril de 2007, perfazendo um total de 27 anos nessa função.

A nível autárquico, Odete Santos integrou a 1ª Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Setúbal, como vereadora da Cultura, de 1974 até às eleições autárquicas de 1976.

Foi membro da Assembleia Municipal de Setúbal de 1979 até 2009, tendo sido presidente deste órgão autárquico entre 2001 e 2009.

Em 1980, integrou o Movimento Democrático de Mulheres, como membro do Conselho Nacional.

Em 6 de Março de 1998, foi agraciada pelo então presidente da República, Jorge Sampaio, com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique. No ano seguinte, em 26 de Agosto, foi galardoada com a Medalha de Honra da Cidade de Setúbal.

Foi membro da Direcção de Organização Regional de Setúbal e do Comité Central do Partido Comunista Português, de 2000 a 2012. Na sua despedida do Comité Central, em 30 de Novembro de 2012, citou Almeida Garrett, concluindo o seu discurso com a questão «Quantos pobres são necessários para se produzir um rico?».

Foi um dos membros fundadores da Associação «Fronteiras», fundada em 2007.

Foi actriz amadora, tendo representado Gil Vicente, Edward Albee e Molière, entre outros.

Foi autora de várias obras literárias, nas quais se contam “Em Maio há Cerejas”, publicada em 2003, e “A Bruxa Hipátia - o cérebro tem sexo?”, publicada em 2010. Em 2002, também publicou uma antologia de poesia escolhida, sob o título “Argamassa dos poemas”, a qual foi comercializada acompanhada de um CD com a gravação áudio dos poemas declamados por si.

sexta-feira, 25 de abril de 2025

25 DE ABRIL - BERTRAND TAVERNIER

EFEMÉRIDE - Bertrand Tavernier, cineasta, guionista e produtor francês, nasceu em Lyon no dia 25 de Abril de 1941. Morreu em Sainte-Maxime, em 25 de Março de 2021.

Filho do escritor e resistente nascido em Lyon, René Tavernier (autor de escritos clandestinos sobre grandes escritores, como Aragon), Bertrand Tavernier começou sua carreira cinematográfica como assistente de Jean-Pierre Melville, realizando em seguida pequenos documentários, antes de ser encarregado das relações com a imprensa e começar o seu trabalho de historiador do cinema. Essas actividades influenciaram profundamente o seu estilo.

Crítico cinematográfico, colaborou com várias revistas nos anos 1960: “Les Cahiers du cinéma”, “Cinéma”, “Positif”, “Présence du cinéma”, etc.

Nos últimos anos da década de 1950, distinguiu-se novamente dos directores de cinema da sua geração, restabelecendo o lugar da narração, que caíra no esquecimento. Também deu novas oportunidades a grandes guionistas e escritores de diálogos (Jean Aurenche e Pierre Bost), bem como ao cineasta Claude Autant-Lara, banidos, vítimas da intransigência do cineasta François Truffaut.

Grande cinéfilo, Tavernier suscitou a redescoberta de escritores como Jean-Devaivre, de quem adaptou a autobiografia no seu filme “Laissez-passer”. Se o prazer o levou às vezes a fazer «filmes do costume», nunca se distanciou das preocupações do nosso tempo, a sua arte restando profundamente enraizada na nossa época.

Tavernier exprimiu nos seus filmes, a sua aversão às injustiças, o seu engajamento contra a guerra, contra o racismo e os estragos do colonialismo, contra a pena de morte e as desordens, até mesmo as suas consequências para as nossas sociedades contemporâneas: delinquência, violência, desemprego, misérias físicas e afectivas, drogas, AIDS, etc.

Algunas longas-metragens mais tranquilas ou nostálgicas, como “Sonho de Domingo”, são muitas vezes impregnadas pela figura paterna, pelo tempo que passou e que não se pode reter.

Bertrand Tavernier é pai de Nils Tavernier, também cineasta e actor. Ele conheceu na escola Volker Schlöndorff, que é o padrinho do seu filho.

Faleceu em 2021, aos 79 anos de idade. Recebeu imensos prémios ao longo da sua carreira, nos vários sectores da sua actividade.

quinta-feira, 24 de abril de 2025

24 DE ABRIL - JOÃO TORRES

EFEMÉRIDE - João Veloso da Silva Torres, engenheiro civil e político português, nasceu na Maia, Gueifães, no dia 24 de Abril de 1986.

Actualmente, assume as funções de deputado na Assembleia da República e vice-presidente do grupo parlamentar do PS. Anteriormente, foi secretário-geral da Juventude Socialista, secretário de Estado da Defesa do Consumidor no XXI Governo Constitucional e, foi no XXIII Governo Constitucional, secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor.

No Partido Socialista, assumiu, na liderança de António Costa, as funções de secretário-geral-adjunto e é vice-presidente da Internacional Socialista.

Concluiu o Mestrado Integrado em Engenharia Civil na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, em 2010.

Exerceu responsabilidades no âmbito de direcção de obra numa empresa do sector da construção civil e é membro da Ordem dos Engenheiros.

Foi eleito deputado na Assembleia da República nas Eleições Legislativas de 2015, pelo círculo eleitoral do Porto, integrando, à data da sua nomeação, a Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação, a Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto e a Comissão Eventual para o Reforço da Transparência no Exercício de Funções Públicas.

Desempenhou funções como vice-presidente do Grupo Parlamentar do Partido Socialista de Janeiro de 2017 a Outubro de 2018.

Entre Novembro de 2012 e Dezembro 2016, foi secretário-geral da Juventude Socialista.

Entre Outubro de 2018 e Outubro de 2019, exerceu o cargo de secretário de Estado da Defesa do Consumidor no XXI Governo Constitucional.

Desempenhou o cargo de secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor no XXII Governo Constitucional.

Nas eleições legislativas de 2022, voltou a ser eleito deputado à Assembleia da República, ocupando novamente, no grupo parlamentar, o cargo de vice-presidente. No Partido Socialista foi eleito secretário-geral adjunto, sucedendo ao ministro José Luís Carneiro.

É desde 2022 vice-presidente da Internacional Socialista. 

quarta-feira, 23 de abril de 2025

23 DE ABRIL - BADARÓ

EFEMÉRIDE - Manlio Hedair Badaró, actor e comediante de origem brasileira naturalizado português, nasceu em São Paulo no dia 23 de Abril de 1933. Morreu em Lisboa, em 1 de Novembro de 2008.

Ficou conhecido por personagens como ‘Chinesinho Limpopó’ e pelo bordão «Oh Abreu, dá cá o meu»».

Teve uma popular carreira na televisão, nos anos 1970/1980.

No teatro, nos anos 1960/1970, foi um comediante muito apreciado, com espectáculos nos teatros ABC, Avenida, Vasco Santana, Monumental, Maria Vitória e Villaret.

Faleceu aos 75 anos, vítima de cancro no estômago.

terça-feira, 22 de abril de 2025

22 DE ABRIL - RICHIE HAVENS

EFEMÉRIDE - Richie Havens, cantor norte-americano de música folk, morreu em Jersey City no dia 22 de Abril de 2013. Nascera em Brooklyn, em 21 de Janeiro de 1941.

Havens começou a ficar famoso com o surgimento do movimento folk de Greenwich Village (que também catapultou as carreiras de Joan Baez e Bob Dylan).

Em 1969, Havens abriu o Festival de Woodstock. Foi aclamado pela multidão e foi tocando até ficar sem músicas, decidindo improvisar uma versão de “Motherless Child”, à qual acrescentou um verso com a palavra «freedom» repetida várias vezes. Esta versão transformar-se-ia num sucesso internacional com o lançamento do documentário “Woodstock”, em 1970.

Havens tocou na cerimónia de posse do presidente americano Bill Clinton em 1993. Ele continuou a gravar e a viajar em tournées, embora raramente escrevesse as suas próprias músicas, preferindo interpretar trabalhos de autores como Dylan e Beatles.

Havens tinha uma técnica peculiar para tocar o violão que lhe dava um estilo único. Ele usava uma afinação em que lhe permitia fazer muitos acordes usando principalmente o dedo polegar, ao contrário das técnicas mais comuns de violão que priorizam o uso dos outros dedos sem usar o polegar.

Morreu em Abril de 2013, na sua casa em Jersey City, Nova Jersey, vítima de um ataque cardíaco aos 72 anos.

segunda-feira, 21 de abril de 2025

21 DE ABRIL - VÍTOR GAMITO

EFEMÉRIDE - Vítor Manuel Gamito Gomes, ciclista português, profissional entre 1992 e 2004, nasceu em Lisboa no dia    21 de Abril de 1970.

Foi Campeão de Portugal do contra-relógio em 1999 e 2000. A sua maior vitória foi na Volta a Portugal, que ganhou em 2000 após ter fracassado quatro vezes com o 2º lugar (1993, 1994, 1997 e 1999).

Considerado um dos melhores especialistas portugueses em contra-relógio, Vítor Gamito foi tema de uma reportagem de televisão - “Raio de Sorte”, em 2001, e de um livro - “Vítor Gamito - As Voltas de uma carreira”, que teve a sua 1ª edição em Agosto de 2006.

Fora obrigado a interromper a sua carreira no ciclismo em Maio de 2004, por ter um problema cardíaco.

Foi depois director desportivo de uma equipa durante dois anos (a formação Riberalves-GoldNutrition) e director da comunicação de outra. Pouco andou de bicicleta durante os três ou quatro primeiros anos.

Depois, sob a influência de amigos, começou a fazer BTT, de uma maneira discreta primeiramente, depois o vírus da competição retomou-o, de uma maneira bem mais intensiva, disputando provas como a TransPortugal, a Titan Desert ou a Brasil Arruga. Competições de outro modo mais difíceis fisicamente que a Volta a Portugal. Sentia-se pronto para enfrentar este repto.

Esperava convencer uma equipa a inscrevê-lo. Desejava dizer depois o seu ades dignamente ao ciclismo de estrada, o que lhe tinha sido proibido durante nove anos.

Mas o destino assim não quis. Continua, porém, a seguir com interesse tudo o que se refere ao ciclismo. Completa hoje 55 anos de idade.

domingo, 20 de abril de 2025

20 DE ABRIL - ADÍLIA LOPES

EFEMÉRIDE - Adília Lopes, pseudónimo literário de Maria José da Silva Viana Fidalgo de Oliveira, poetisa, cronista e tradutora portuguesa, nasceu em Lisboa no dia 20 de Abril de 1960. Morreu na mesma cidade em 30 de Dezembro de 2024.

Filha de uma bióloga assistente de Botânica na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e de um professor do ensino secundário, Adília Lopes estudou na licenciatura de Física da Universidade de Lisboa, curso que abandonou quase  no final, devido a uma psicose esquizo-afectiva, doença da qual sempre falou abertamente, fosse na sua poesia, crónicas, conferências ou entrevistas a meios de comunicação social. Deixou de estudar por conselho médico e começou a escrever com o intuito de publicar.

Concorre em 1983 a um Prémio de Prosa da Associação Portuguesa de Escritores, para o qual um amigo lhe sugeriu o pseudónimo por que ficará conhecida, e envia poemas para a editora Assírio & Alvim, que remete dois deles para o seu Anuário de Poetas não Publicados de 1984.

Começa uma nova licenciatura, de Literatura e Linguística Portuguesa e Francesa (1983/1988), na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e publica o seu primeiro livro de poemas em edição de autor, “Um jogo bastante perigoso” (1985).

Ao longo do curso, Adília Lopes publicou outros quatro livros de poesia, entre os quais “O Poeta de Pondichéry” (1986) - a sua obra mais traduzida, baseada numa enigmática personagem de Jacques le fataliste, romance de Diderot - e “O decote da dama de espadas” (1988), reunião de poemas redigidos entre 1983 e 1987, louvado por vários críticos. Terminada a licenciatura, foi bolseira do Instituto Nacional de Investigação Científica (1989/1992), tendo trabalhado no Centro de Linguística da Universidade de Lisboa, no projecto de antroponímia de países de línguas românicas PatRom.

Não escreveu no período de 1987 a 1991 e, de certa forma, inicia nesse ano um novo ciclo, novamente em edição de autor, com “Os 5 Livros de Versos Salvaram o Tio”, 250 exemplares para distribuição gratuita.

Entre 1992 e 1997, faz publicar cinco livros de poesia, um dos quais em prosa (“A bela acordada”), e especializa-se em Ciências Documentais (1995) na Faculdade de Letras de Lisboa. Trabalhou nos espólios de Fernando Pessoa, Vitorino Nemésio e José Blanc de Portugal, este último padrinho de crisma da autora.

Trabalhou para o teatro em 1999, tendo a companhia de teatro Sensurround, de Lúcia Sigalho, interpretado um espectáculo baseado em textos seus, intitulado “A Birra da Viva”.

No ano seguinte, foi publicado “Obra”, reunião dos quinze livros de poesia de Adília Lopes, com ilustrações de Paula Rego. A pintora, surpreendida, havia encontrado nos poemas um impressionante paralelo com o seu próprio imaginário: «fizeram-me logo lembrar a minha juventude, com as criadas, as bonecas, as mães ultraprotectoras. Adília Lopes é de um grande romantismo e ao mesmo tempo de um grotesco e de um cómico transbordantes.». Em resposta à cortesia, Adília traduziu para português “Nursery Rhymes” (“Rimas de Berço”), um álbum de gravuras de Paula Rego baseadas nas clássicas rimas infantis inglesas.

Após a publicação de “Obra”, Adília Lopes conheceu um relativo sucesso mediático, tendo participado em vários programas de televisão e recebido uma reforçada atenção de muitos críticos literários, embora desde 1998 já incluísse nos seus livros posfácios da autoria de académicos (Osvaldo M. Silvestre, Américo Lindeza Diogo, Manuel Sumares, aos quais se seguiram Elfriede Engelmayer e Valter Hugo Mãe). É frequentemente inquirida sobre Adília Lopes ser uma personagem ou a própria Maria José.

As principais influências literárias assumidas por Adília Lopes são Sophia de Mello Breyner Andresen e Ruy Belo, mas também a Condessa de Ségur, Emily Brontë, Enid Blyton, Roland Barthes ou Nuno Bragança.

O estilo da poetisa, aparentemente coloquial e naïf, está repleto de jogos fonéticos, associações livres, rimas infantis e idiomas estrangeiros. Os temas do quotidiano, principalmente femininos e domésticos, são tratados com humor e auto-ironia, candura e crueza, inteligência e intencionalidade: «há sempre uma grande carga de violência, de dor, de seriedade e de santidade naquilo que escrevo».

É Adília, católica praticante que por vezes transporta uma profunda religiosidade para o que escreve, que se define a si própria como «tímida desenrascada» ou «freira poetisa barroca».

Colaborou com poemas, artigos ou poemas traduzidos, em diversos jornais e revistas, nacionais e estrangeiros.

Morreu em 2024, no Hospital de São José, Lisboa, onde estava internada.

Fora homenageada pela Companhia Nacional de Bailado, em 2016.

Em 2023, foi lançado o Prémio Literário Adília Lopes, no ColóquioIr à escola com a Adília’, que decorreu na Biblioteca Nacional de Portugal.

Aquando da sua morte, a ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, emitiu uma nota de pesar, e o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, homenageou-a no site da Presidência da República.

sábado, 19 de abril de 2025

19 DE ABRIL - KANE TANAKA

EFEMÉRIDE - Kane Tanaka, supercentenária japonesa, morreu em Fukuoka no dia 19 de Abril de 2022. Nascera em Vilarejo de Wajiro, em 2 de Janeiro de 1903.

Foi a pessoa viva mais velha do mundo desde a morte de Chiyo Miyako verificada pelo Gerontology Research Group; detém também o título de segunda mais velha da história (superada por Jeanne Calment); e também a mais velha da Ásia.

Ela residia na Prefeitura de Fukuoka, local da sua morte.

O seu marido era Hideo Tanaka. Na década de 1970, Tanaka visitou os Estados Unidos, onde tinha vários sobrinhos e sobrinhas.

Ficou viúva após um casamento que durou 71 anos, de 1922 a 1993. Kane Tanaka converteu-se ao cristianismo por influência de missionários americanos.

Quando Kane já tinha 107 anos, o seu filho escreveu um livro sobre ela. O livro fala sobre a sua vida e a sua longevidade.

Kane Tanaka usava um andador e vivia numa casa de repouso. Ela adorava escrever poesia e relembrar-se das suas viagens aos Estados Unidos.

Gostava de jogar Othello e resolver problemas de aritmética. Ela atribuiu a sua longevidade à sua família e esperança.

Ela foi convocada para levar a tocha olímpica em Maio de 2021, em Shime, Fukuoka. Se tivesse cumprido essa tarefa, o que não aconteceu devido a receios relacionados com a pandemia de COVID-19 no Japão, teria sido a pessoa mais velha de sempre a fazer parte desse percurso simbólico, pois nessa altura, Tanaka tinha 118 anos e quatro meses de idade.

Em 2 de Janeiro de 2021, Kane Tanaka tornou-se a primeira supercentenária válida do século XXI a completar 118 anos; e em 2 de Janeiro de 2022, a primeira a completar 119 anos. Ela faleceu com 119 anos e 107 dias de idade.

sexta-feira, 18 de abril de 2025

18 DE ABRIL - ANTERO DE QUENTAL

EFEMÉRIDE - Antero Tarquínio de Quental, escritor e poeta português do século XIX, que teve um papel importante no movimento da Geração de 70, nasceu em Ponta Delgada no dia18 de Abril de 1842. Morreu no mesmo local em 11 de Setembro de 1891.

Nascido na Ilha de São Miguel (Açores, era filho do combatente liberal Fernando de Quental Solar do Ramalho e de sua esposa Ana Guilhermina da Maia. O casal teve sete filhos, sendo Antero o quarto, numa família onde proliferavam as mortes prematuras e a loucura.

Durante a sua vida, Antero de Quental dedicou-se à poesia, à filosofia e à política. Deu início aos seus estudos na cidade natal, mudando-se para Coimbra aos 16 anos, ali estudando Direito e manifestando as primeiras ideias socialistas. Fundou em Coimbra a Sociedade do Raio, que pretendia renovar o país pela literatura.

Em 1861, publicou os seus primeiros sonetos. Quatro anos depois, publicou as “Odes Modernas”, influenciadas pelo socialismo experimental de Proudhon, enaltecendo a revolução.

Nesse mesmo ano, iniciou a “Questão Coimbrã”, em que Antero e outros poetas foram atacados por António Feliciano de Castilho, por instigarem a revolução intelectual. Como resposta, Antero publicou os opúsculos “Bom Senso e Bom Gosto”, carta ao Exmo. Sr. António Feliciano de Castilho, e “A Dignidade das Letras e as Literaturas Oficiais”.

Ainda em 1866, mudou-se para Lisboa, onde experimentou a vida de operário, trabalhando como tipógrafo, profissão que exerceu também em Paris, entre Janeiro e Fevereiro de 1867.

Em 1868, regressou a Lisboa, onde formou o Cenáculo, de que fizeram parte, entre outros, Eça de Queirós, Abílio Guerra Junqueiro e Ramalho Ortigão.

Foi um dos fundadores do Partido Socialista Português.

De 1869, data a sua viagem à América, com partida do Porto, a bordo do patacho Carolina, do seu amigo algarvio Joaquim de Almeida Negrão; sabe-se que visitou primeiro Halifax, no Canadá, e depois Nova Iorque, onde permaneceu cerca de um mês. Desta viagem, que terá sido atribulada, não ficou nenhum testemunho da autoria de Antero, mas apenas os relatos feitos anos depois por Joaquim Negrão, que alguns hoje consideram parcialmente desmemoriados ou fantasistas.

Em 1870, fundou em Lisboa o jornal “A República - Jornal da Democracia Portuguesa”, com Oliveira Martins.

Em 1871, encontramo-lo a reunir-se em Lisboa com delegados da Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT) para apresentar as ideias anarquistas. Os primeiros contactos com os emissários espanhóis da Internacional são feitos através de José Fontana, Antero de Quental e Jaime Batalha Reis. Este último escreve nas suas memórias que os encontros políticos permitiram a entrada de Portugal na Primeira Internacional. José Fontana, desconfiado que a polícia estava a observar os seus movimentos, acabou por propor que as futuras reuniões fossem realizadas na privacidade de um barco no rio Tejo.

Nessa altura, em Maio do mesmo ano, igualmente participa numa conferência Iberista e aí apresenta um polémico discurso em que tenta explicar as razões do atraso português, e do espanhol, desde o século XVII.

Nos finais de 1871, vai elaborar o panfleto “O que é a Internacional?” que é alvo de uma tradução para o castelhano pela Comissão de Propaganda do Conselho Local da Federação Madrilena e publicada em 1872 em Espanha.

Antero de Quental, juntamente com José Fontana, em 1872, passou a editar o jornal socialista “O Pensamento Social”.

Colaborou igualmente em diversas outras publicações periódicas, nomeadamente: “A Esperança” (1865/1866), “Renascença” (1878/1879) e “O Pantheon” (1880/1881). A título póstumo, encontramos textos de Antero de Quental, publicados em “Branco e Negro” (1896/1898), “Contemporânea” (1915/1926), “A imprensa” (1885/1891), “O Thalassa” (1913/1915), no periódico “O Azeitonense” (1919/1920).

Em 1873, herdou uma quantia considerável de dinheiro, o que lhe permitiu viver dos rendimentos dessa fortuna. Em 1874, com tuberculose, descansou por um ano, mas em 1875, fez a reedição das “Odes Modernas”.

Em 1879, mudou-se para o Porto e, em 1886, publicou aquela que é considerada pelos críticos como a sua melhor obra poética, “Sonetos Completos”, com características autobiográficas e simbolistas.

Em 1880, adoptou as duas filhas do seu amigo Germano Meireles, que falecera em 1877.

Em Setembro de 1881 foi, por razões de saúde e a conselho do seu médico, viver em Vila do Conde, onde residiu até Maio de 1891, com pequenos intervalos nos Açores e em Lisboa. O período em Vila do Conde foi considerado pelo poeta o melhor da sua vida: «Aqui as praias são amplas e belas, e por elas me passeio ou me estendo ao sol com a voluptuosidade que só conhecem os poetas e os lagartos adoradores da luz».

Em 1886, foram publicados os “Sonetos Completos”, coligidos e prefaciados por Oliveira Martins.

Entre Março e Outubro de 1887, permaneceu nos Açores, voltando depois a Vila do Conde. Devido a essa sua estadia, foi fundado nesta cidade, em 1995, o Centro de Estudos Anterianos.

Em 1890, devido à reacção nacional contra o ultimato inglês, de 11 de Janeiro, aceitou presidir à Liga Patriótica do Norte, mas a existência da Liga foi efémera. Quando regressou a Lisboa, em Maio de 1891, instalou-se em casa da irmã, Ana de Quental. Portador de distúrbio bipolar, nesse momento o seu estado de depressão era permanente. Após um mês, em Junho de 1891, regressou a Ponta Delgada, cometendo suicídio no dia 11 de Setembro de 1891, com dois tiros, num banco de jardim junto ao Convento de Nossa Senhora da Esperança, onde está na parede a palavra «Esperança», no Campo de São Francisco, cerca das 20h00.

Os seus restos mortais encontram-se sepultados no Cemitério de São Joaquim, em Ponta Delgada.

Foi impressa uma nota de Portugal com a sua imagem.

quinta-feira, 17 de abril de 2025

17 DE ABRIL - CHAIM HERZOG

EFEMÉRIDE - Chaim Herzog, político, diplomata, oficial, advogado, escritor e presidente de Israel entre 1983 e 1993, morreu em Telavive no dia 17 de Abril de 1997. Nascera em Belfast, em 17 de Setembro de 1918.

Nascido na Irlanda do Norte, filho do célebre rabino Yitzhak HaLevi Herzog e de Sara Hillman.

O seu pai foi rabino-chefe da Irlanda (1919/1937) e, mais tarde, da Palestina e de Israel.

Chaim Herzog teve uma notável carreira tanto no Exército britânico como nas Forças de Defesa de Israel. Foi chefe do Serviço militar de inteligência em Israel (1954/1962) e comentarista radiofónico, famoso pelas suas análises militares e políticas.

Em 1975, foi embaixador de Israel na Organização das Nações Unidas e, em 1981, membro do Knesset (Parlamento israelita), pelo Partido Trabalhista.

quarta-feira, 16 de abril de 2025

16 DE ABRIL - DIOGO DÓRIA

EFEMÉRIDE - Diogo de França Neto Dória, actor e encenador português, nasceu em Lisboa no dia 16 de Abril de 1953.

Estudou na Escola Superior de Teatro e Cinema e na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde se licenciou em Filosofia.

Estreou-se como actor em 1975, tendo trabalhado com encenadores como Osório Mateus, Filipe La Féria, Solveig Nordlund, Miguel Guilherme, Jorge Silva Melo ou Luís Miguel Cintra.

Com uma extensa filmografia, foi dirigido pelos realizadores José Fonseca e Costa, Vítor Gonçalves, João Mário Grilo, João Botelho, João Canijo, Edgar Pêra, Jorge Silva Melo, Raoul Ruiz e Wim Wenders.

Representou diversos personagens em filmes de Manoel de Oliveira, nomeadamente “Francisca” (1981), “Le Soulier de Satin” (1985), “Os Canibais” (1988), “Non ou a Vã Glória de Mandar” (1990), “A Divina Comédia” (1991), “Vale Abraão” (1993), “A Caixa” (1994), “Inquietude” (1998) e “Espelho Mágico” (2006).

Diogo Dória foi fundador e encenador de A Cantina Velha, onde concebeu vários espectáculos, a partir de textos de autores como Samuel Beckett, Nathalie Sarraute, Robert Pinget e Almeida Faria.

terça-feira, 15 de abril de 2025

15 DE ABRIL - ALBERTO ROMÃO MADRUGA DA COSTA

EFEMÉRIDE - Alberto Romão Madruga da Costa, político português, nasceu na cidade da Horta em 15 de Abril de 1940. Morreu na Ilha do Faial em 14 de Novembro de 2014.

Militante do PSD, foi deputado à Assembleia Regional dos Açores e secretário regional dos Transportes e Turismo no I e no II Governo Regional dos Açores, tendo ocupado ainda por duas vezes a presidência do parlamento açoriano, entre 1978 e 1979 e de 1991 a 1995.

Nascido na Horta, realizou os estudos básicos e secundários nessa cidade e, depois, em Ponta Delgada. Ingressou na Universidade de Lisboa, transferindo-se depois para a Universidade de Coimbra, onde fez o 4º ano de Filologia Germânica.

Regressado aos Açores, ingressou nos quadros do Banco Português do Atlântico, desenvolvendo uma carreira como bancário na cidade da Horta.

Após a Revolução de 25 de Abril de 1974 foi militante do PPD/PSD, ingressando na vida política como deputado regional, pelo círculo da ilha do Faial, cargo que exerceu durante seis legislaturas consecutivas (24 anos), entre 1976 e 2000.

Entre 1978 e 1995, foi eleito, em três períodos, presidente da Assembleia Legislativa dos Açores, tendo também assumido o cargo de vice-presidente daquele Parlamento e de líder da bancada do PSD.

No âmbito partidário, desempenhou vários cargos, nomeadamente presidente da Comissão Política do Faial, de vice-presidente da Comissão Política Regional e de presidente da Mesa do Congresso em diversas ocasiões.

Foi secretário regional dos Transportes e Turismo no I e no II Governo Regional e presidente do Governo Regional dos Açores, na sequência da demissão de Mota Amaral, de 20 de Outubro de 1995 a 9 de Novembro de 1996. Durante este período, distinguiu-se por um perfil discreto e pouco interventivo.

Em Junho de 1995, foi agraciado pelo presidente da República, com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito.

Em Maio de 2006, a Assembleia Regional atribuiu-lhe a Insígnia Autonómica de Valor.

Em Janeiro de 2010, foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.

Afastado da vida política activa na sequência das eleições legislativas de 1996, teve uma breve incursão na comunicação social, como director, durante cerca de um ano, do jornal “Correio da Horta”, propriedade da Diocese de Angra e, entretanto, extinto.

Foi nomeado administrador não executivo da EDA - Empresa de Electricidade dos Açores.

segunda-feira, 14 de abril de 2025

14 DE ABRIL - FRANÇOIS DUVALIER

EFEMÉRIDE - François Duvalier, político e médico haitiano que serviu como presidente do Haiti de 1957 a 1971, nasceu em Porto Príncipe no dia 14 de Abril de 1907. Morreu no mesmo local em 21 de Abril de 1971.

Também conhecido como “Papa Doc”, foi eleito chefe de Estado da sua nação com uma plataforma populista e de nacionalismo negro.

Após deter um golpe militar em 1958, o seu regime tomou um caracter totalitário e despótico. Entre um dos seus actos mais notórios foi a formação de um esquadrão da morte, conhecido como Tonton Macoute, cujo principal propósito era assassinar opositores do governo; o Tonton Macoute foi tão eficiente nas suas actividades clandestinas de caçar e matar dissidentes, que a população geral haitiana ficava extremamente receosa de expressar qualquer forma de descontentamento com o governo, mesmo que em privado.

Duvalier buscou consolidar o seu poder, ao incorporar elementos da mitologia haitiana no culto à personalidade que foi erguido à sua volta.

O seu governo foi marcado por prisões arbitrárias, tortura e morte de opositores, corrupção e nepotismo. No âmbito externo, de início manteve-se alinhado com os Estados Unidos, mas quando o seu regime começou a ficar cada vez mais opressor, os americanos foram lentamente cortando os seus laços com ele.

Em 1962, Papa Doc anunciou que o seu país rejeitaria qualquer ajuda monetária vinda do governo americano. Ele então se apropriou de toda a ajuda externa que vinha ao Haiti, desviando milhões de dólares para contas pessoais.

Com o passar dos anos, o seu regime foi-se tornando cada vez mais repressivo. Bens privados eram apropriados pelo governo e toda a oposição era silenciada. Fome e má-nutrição tornaram-se epidémicas. Por causa destas atrocidades, Duvalier era chamado “Diabo do Haiti”.

Durante o seu regime, a economia do Haiti sofreu, enquanto ele acumulava uma enorme fortuna pessoal. A repressão política e a falta de oportunidades fizeram com que houvesse uma enorme fuga de cérebros do país, com a elite intelectual haitiana fugindo em grandes números para o exterior. Ainda assim, a sua popularidade permaneceu alta durante boa parte do seu governo, sustentada pela população maioritariamente rural, que dependia de subsídios do governo para se manter relevante economicamente. A sua fala de nacionalismo negro também ressoava com a classe média-baixa.

Antes de se tornar presidente, Duvalier foi um médico de certo prestígio. O seu profissionalismo e conhecimento da área renderam-lhe a alcunha de “Papa Doc”. Uma vez no poder, foi reeleito, em 1961, numa eleição conturbada, onde ele foi o único candidato nas cédulas eleitorais. Em seguida, continuou a consolidar o seu poder até o ponto onde, em 1964, se proclamou président à vie (presidente vitalício) após outra eleição fraudulenta, mantendo-se no poder até à sua morte, em Abril de 1971.

Ele foi sucedido pelo seu filho, JeanClaude, que foi apelidado de “Baby Doc”.

domingo, 13 de abril de 2025

13 DE ABRIL - LILIANA RODRIGUES

EFEMÉRIDE - Liliana Maria Gonçalves Rodrigues de Góis, investigadora e professora universitária portuguesa, nasceu no Funchal, Madeira, em 13 de Abril de 1973. Foi eurodeputada pela Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas entre 2014 e 2019.

Terminou a licenciatura em Filosofia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa em 1996. Em 1998, obteve uma pós-licenciatura no ramo de formação educacional de filosofia pela mesma faculdade.

Em 2003, concluiu o mestrado em Educação e, em 2008, o doutoramento na mesma área, ambos pela Universidade da Madeira (UMa).

Foi professora de Filosofia, Psicologia e Sociologia no ensino secundário entre 1998 e 2004.

De 2000 a 2007, foi assistente no Departamento de Ciências da Educação (DCE) da UMa.

Entre 2002 e 2004, foi professora do ensino profissional. Entre 2004 e 2008, foi investigadora na Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). Desde 2004, é investigadora integrada no Centro de Investigação em Educação da UMa e, desde 2014, professora auxiliar com nomeação definitiva do Centro de Competência de Ciências Sociais do DCE da UMa. Ensina Filosofia e teorias críticas da educação na UMa.

Presidiu ao think tank Laboratório de Ideias da Madeira, associado à secção madeirense do Partido Socialista (PS), desde a sua criação em 2011 até 2015.

Foi secretária da assembleia geral da associação Madeira Animal Welfare e membro da organização Presença Feminina.

Foi eleita deputada ao Parlamento Europeu em 2014, como independente na lista do PS. Completou o mandato em 2019 e não concorreu à reeleição.

sábado, 12 de abril de 2025

12 DE ABRIL - ABBIE HOFFMAN

EFEMÉRIDE - Abbot Howard “Abbie Hoffman,  activista social e político norte-americano, anarquista e auto-proclamado revolucionário, morreu em Solebury TownshipPensilvânia,  no dia 12 de Abril de 1989. Nascera em Worcester (Massachusetts), em 30 de Novembro de 1936.

Foi co-fundador do Partido Internacional da Juventude (Youth International Party - “Yippies”).

Ele foi preso e julgado por conspiração e incitar a revolta, como resultado da sua função em protestos que levaram a violentos confrontos com a polícia durante a Convenção Nacional Democrata de 1968, juntamente com Jerry Rubin, David Dellinger, Tom Hayden, Rennie Davis, John Froines, Lee Weiner e Bobby Seale.

O grupo ficou conhecido colectivamente como os “Oito de Chicago”; quando a acusação de Seale foi separada da dos outros, tornaram-se conhecidos como os “Sete de Chicago”. Enquanto os réus foram inicialmente condenados por intenção de incitar um motim, as sentenças foram anuladas por recurso.

Hoffman continuou sua militância na década de 1970, e continuou a ser um ícone do movimento antiguerra e da era da contracultura.

Hoffman nasceu numa família judia. Ele formou-se em 1959 na Universidade Brandeis, onde teve aulas com o teórico Herbert Marcuse.

Casou-se com Sheila Karklin em 1960 e teve dois filhos com ela. Ele divorciou-se em 1966 e casou-se com Anita Kushner, com quem teve um filho. Ele divorciou-se novamente em 1980.

Antes de se envolver no movimento Yippie, Hoffman era também actuante no Student Nonviolent Coordinating Committee. Ele também organizou a Liberty House, que vendia itens para apoiar o movimento dos direitos civis no sul dos Estados Unidos.

Durante a Guerra do Vietname, ele muitas vezes usou humor e comédia em manifestações. Por exemplo, ele e mais 50 mil manifestantes foram ao Pentágono e fizeram uma demonstração, onde tentavam fazer o edifício levitar usando energia psíquica. Ele também conseguiu mobilizar e politizar muitos hippies.

Uma das façanhas de Hoffman foi, em 24 de Agosto de 1967, onde apareceu com um grupo de activistas na galeria da Bolsa de Valores de Nova Iorque. De lá, ele atirou dinheiro sobre as pessoas que estavam em baixo, que lutaram para o apanhar. Desde então, foram instaladas barreiras nesta área para evitar o mesmo tipo de evento.

Hoffman foi preso por conspiração e incitar um motim para o papel que desempenhou durante a Convenção Nacional Democrata de 1968 em Chicago. É parte do grupo conhecido como os “Sete de Chicago”, incluindo Jerry Rubin e outros activistas radicais, incluindo o futuro senador da Califórnia, Tom Hayden. Durante o julgamento, Abbie Hoffman teria aconselhado ao juiz o uso de LSD.

No Festival de Woodstock em 1969, ele lembra-se da sua interrupção durante o show dos The Who. Hoffman subiu ao palco e interrompeu Pete Townshend protestando contra a prisão de John Sinclair, um activista anarquista.

Em 1973, a polícia acusou-o de tráfico de cocaína. Ele foi para a clandestinidade e morava nas Thousand Islands no norte do estado de Nova Iorque, com a sua namorada Johanna Lawrenson, onde usou o nome “Barry Freed” e era um activista ambiental, até que em 1980 se revelou e se rendeu às autoridades.

Hoffman foi encontrado morto em sua casa em 12 de Abril de 1989 de uma overdose de drogas, um suicídio.

sexta-feira, 11 de abril de 2025

11 DE ABRIL - AHMED BEN BELLA

EFEMÉRIDE - Mohamed Ahmed Ben Bella, político argelino, morreu em Argel no dia 11 de Abril de 2012. Nascera em Maghnia, em 25 de Dezembro de 1916.

Foi o primeiro presidente da Argélia e o principal líder da guerra da Argélia pela independência em relação à França. Teve uma breve passagem, como futebolista no Olympique de Marseille entre os anos 1939 e 1940 e também pelo IRB Maghnia.

O processo político decisivo para a independência do país teve início em 1954, embora Ben Bella e outros já se encontrassem empenhados nesse objectivo desde vários anos antes.

Naquela data, Ben Bella e os líderes nacionalistas argelinos residentes no Egipto encontraram-se secretamente na Suíça, onde criaram o movimento Frente de Libertação Nacional e decidiram realizar uma insurreição contra os colonos e militares franceses.

Em 1956, Ben Bella foi preso pelas autoridades militares francesas, depois de ter escapado com vida, nesse mesmo ano, a dois atentados, um no Cairo e outro em Trípoli.

Foi posto em liberdade em 1962, ano da independência. Em 1963, o país encontrava-se numa situação grave e Ben Bella foi eleito, sem oposição, para a presidência da Argélia, com uma imensa maioria. Restabeleceu a ordem no território, operou um conjunto de nacionalizações e implementou uma reforma agrária, encaminhando o país para uma economia socialista. Ben Bella foi o primeiro chefe de Governo e o primeiro presidente eleito (1963-1965) da República da Argélia.

Em política externa, Ahmed Ben Bella colocou à disposição do CNA campos de treinamento e deu apoio financeiro aos militantes anti-apartheid.

Em 1965, foi deposto, na sequência de um golpe de Estado. Passou dez anos no exílio e regressou ao seu país em 1990.

Ben Bella conseguiu o apoio de seis partidos políticos e, um ano depois, convocou eleições. Mesmo com a realização de comícios, o seu partido não conseguiu triunfar perdendo as eleições de 1991 para a Frente de Salvação Islâmica.

Ahmed Ben Bella faleceu em Abril de 2012, com 95 anos de idade.

quinta-feira, 10 de abril de 2025

10 DE ABRIL - ISSAM SARTAWI

EFEMÉRIDE - Issam Sartawi, político da Palestina, activista da OLP, foi assassinado em Albufeira no dia 10 de Abril de 1983. Nascera em Acre, em 1935.

Issam Sartawi fez um curso na universidade em Bagdad, graduando-se em Medicina, antes de se especializar em Cardiologia e obter o seu MD nos Estados Unidos.

Em Fevereiro de 1983, o líder socialista português Mário Soares convidou formalmente a OLP a enviar um observador ao congresso de Abril de 1983 da Internacional Socialista em Sydney.

O fervorosamente pró-israelita primeiro-ministro trabalhista da Austrália, Bob Hawke, objectou fortemente ao convite da OLP; e o congresso da SI foi apressadamente transferido para Albufeira, em Portugal. Sartawi foi seleccionado pela OLP como seu representante nesta reunião em Portugal. Como o SI contava tanto o Partido Trabalhista de Israel quanto a OLP como membros, esperava-se que tal encontro pudesse promover o processo de paz no Médio Oriente.

Em 10 de Abril de 1983, Sartawi foi baleado e morto no saguão do Hotel Montechoro, em Albufeira, Portugal. O atirador escapou.

O assassinato de Sartawi (mais tarde reivindicado pela Organização Abu Nidal) foi testemunhado pelo secretário-geral da SI, Bernt Carlsson, e foi assumido como tendo sido realizado para frustrar os esforços de paz de Carlsson.

quarta-feira, 9 de abril de 2025

9 DE ABRIL - ELLIOT HANDLER


EFEMÉRIDE - Elliot Handler, co-fundador da Mattel, nasceu em Chicago no dia 9 de Abril de 1916. Morreu em Los Angeles, em 21 de Julho de 2011.

Criou o nome da boneca Barbie, em homenagem à sua filha Barbara. A boneca fora criada por sua esposa Ruth Handler. O boneco Ken foi inspirado noutro filho do casal, Kenneth, falecido em 1994, de tumor cerebral.

A Mattel recebeu o seu nome dos parceiros de negócios Harold “Matt” Matson e El liot Handler, em 1945. A esposa de Elliot, Ruth, assumiu o papel de Matson quando os Handlers compraram a sua parte no final dos anos 1940.

Handler detém o crédito pelo desenvolvimento da primeira boneca falante Chatty Cathy, usando um mecanismo de fala de puxar à corda, revolucionando a indústria de brinquedos.

A Mattel continuou a desenvolver uma série de brinquedos falantes, incluindo Chatty Baby, Tiny Chatty Baby e Charmin’ Chatty.

Os brinquedos foram feitos para os favoritos dos desenhos animados, como Bugs Bunny e Porky Pig, e para personagens de televisão, como Herman Munster e Mr. Ed.

Quando a filha de Handler, Barbara, se casou com Allan Segal, eles criaram Allan, amigo de Ken. A boneca falante de 1965, Baby Cheryl, recebeu o nome do primeiro neto dos Handlers, e a boneca Todd da linha Barbie recebeu o nome do outro neto.

Handler foi o principal responsável por duas linhas adicionais de produtos da Mattel. Em 1966, a Mattel lançou bonecas menores chamadas Liddle Kiddles. Handler afirmou que queria que eles se parecessem com crianças em bairros da América. Eles foram esculpidos pela artista de bonecas Martha Armstrong-Hand. Kiddles foi um grande sucesso e continuou a ser produzido em diferentes versões até ao início dos anos 1970.

Outra linha de produtos foi a Hot Wheels, lançada em 1968, que deu origem a 10 000 modelos diferentes.

Chamada inicialmente Mattel Creations, a empresa tornou-se a maior fabricante de brinquedos do mundo em termos de receita.

Em Abril de 2008, a Mattel homenageou Handler com uma festa de aniversário dos 90 anos, na sua sede em El Segundo, Califórnia. Entre os convidados estava a sua filha Barbara Segal, homónima da boneca Barbie.

Handler faleceu de insuficiência cardíaca, na madrugada de 21 de Julho de 2011. 

terça-feira, 8 de abril de 2025

8 DE ABRIL - ROBERT BÁRÁNY

EFEMÉRIDE - Robert Bárány, cirurgião austríaco, morreu em Uppsala no dia 8 de Abril de 1936. Nascera em Viena, em 22 de Abril de 1876.

Foi agraciado com o Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1914, pelo seu trabalho de investigação da fisiologia e patologia do aparelho vestibular do ouvido.

Bárány era o mais velho de seis filhos de Maria (nascida Hock), filha de um cientista, e de Ignác Bárány, nascido em 1842 em Várpalota, que era bancário e gestor imobiliário. O seu pai era um judeu húngaro.

Frequentou a escola de medicina na Universidade de Viena, graduando-se em 1900.

Como médico em Viena, Bárány estava injectando fluido no canal auditivo externo de um paciente para aliviar as tonturas. O paciente apresentou vertigem e nistagmo (movimento involuntário dos olhos) quando Bárány injectou líquido muito frio. Em resposta, Bárány aqueceu o fluido para o paciente e o paciente apresentou nistagmo na direcção oposta. Bárány teorizado que a endolinfa foi afundar quando era fresca e subindo quando estava quente e, portanto, o sentido do fluxo da endolinfa foi fornecendo o próprio ceptivosinal para o órgão vestibular.

Ele deu sequência a essa observação com uma série de experiências sobre o que chamou de reacção calórica.

A pesquisa resultante das suas observações possibilitou o tratamento cirúrgico das doenças dos órgãos vestibulares. Bárány também investigou outros aspectos do controlo do equilíbrio, incluindo a função do cerebelo. Diz-se que a vertigem posicional paroxística benigna foi descrita pela primeira vez em textos médicos de Bárány.

Ele serviu no Exército Austro-Húngaro durante a Primeira Guerra Mundial como cirurgião civil e foi capturado pelo Exército Imperial Russo.

Quando o seu Prémio Nobel foi concedido em 1914, Bárány estava num campo de prisioneiros de guerra russo. Em resposta ao recebimento do prémio, Sigmund Freud escreveu em 1915: «A concessão do Prémio Nobel a Bárány, que me recusei a aceitar como aluno há alguns anos porque parecia ser muito anormal, despertou pensamentos tristes sobre o quão desamparado o objectivo de um indivíduo é ganhar o respeito da multidão».

Bárány foi libertado do acampamento de guerra em 1916, após negociações diplomáticas com a Rússia conduzidas pelo príncipe Carl da Suécia e a Cruz Vermelha. Ele então pôde comparecer à cerimónia de entrega do Prémio Nobel em 1916, onde recebeu o seu prémio. Praticamente, assim que recebeu o Nobel, em Janeiro de 1917, com a qualificação automática para fazer tais propostas que vem sendo um Vencedor do Prémio, propôs ao Comité Nobel de Fisiologia ou Medicina que Sigmund Freud recebesse o Prémio. De 1917 até à sua morte, ele foi professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Uppsala.

Bárány faleceu pouco antes de seu sexagésimo aniversário. Ele era o pai do médico e membro da Real Academia Sueca de Ciências Ernst Bárány (1910/1991) e avô do físico Anders Bárány, ex-secretário do Comité Nobel de Física.

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