Ficou
um mais conhecido pelo seu trabalho no baixo com a banda de rock The Who.
Foi considerado o melhor baixista de todos os tempos pela revista “Rolling
Stone”. A sua sonoridade agressiva no instrumento influenciou várias
gerações de baixistas, levando-o a ser definido como «o maior baixista da
história do rock» por publicações como “Greenwich Time” e “The
Ledger”.
A
pegada base do seu instrumento era alcançada através da utilização de linhas
pentatónicas e um som agudo pouco comum, alcançado através da utilização de
cordas de aço RotoSound. Entwistle possuía uma colecção de mais de 200
instrumentos, reflectindo as diferentes marcas que utilizou durante a sua
carreira: baixos Fender e Rickenbacker nos anos 1960, Gibson
e Alembic nos anos 1970, Warwick nos anos 1980 e
baixos Status de fibra de carbono nos anos 1990.
Entwistle
nasceu em Chiswick, subúrbio de Londres. No começo dos anos 1960, ele
passou a apresentar-se em vários grupos de jazz e dixieland com o seu
colega de escola Pete Townshend. Posteriormente, entrou para a banda The
Detours, de Roger Daltrey. Estava formado o núcleo do que seria mais tarde
o The Who.
O
grupo começara com Daltrey e Townshend dividindo os acordes de guitarra, até
que Roger desistiu do instrumento. A mudança para uma única guitarra foi
essencial para Entwistle (apelidado de “The Ox”), que passou a tocar
acordes extremamente altos e intrincados para compensar a falta de uma guitarra
rítmica - o resultado foi, dos primeiros singles dos Who até ao seu
último sucesso, a transformação do trabalho do baixo de Entwistle num dos mais
complexos e audíveis do rock. Mais do que isso, ele tendia a aparecer
justamente por não aparecer.
Além
do seu trabalho no baixo, Entwistle revelou um talento peculiar como
compositor. As suas canções demonstravam um senso de humor sombrio,
incompatível com o trabalho mais introspectivo de Townshend. Embora
contribuísse numa proporção de 2 músicas por álbum, a frustração de ter o seu
material relegado pelos The Who levou-o a lançar “Smash Your Head
Against The Wall” em 1971, sendo o primeiro integrante da banda a gravar um
disco a solo.
Entwistle
desenvolveu o que ele chamava de estilo «dactilógrafo» de tocar baixo.
Consistia em posicionar a mão direita sobre as cordas para que os quatro dedos
pudessem ser usados para bater percussivamente nas mesmas, fazendo com que elas
atingissem o braço com um distinto som agudo. Isso dá ao músico a habilidade de
tocar três ou quatro cordas de uma só vez, ou de usar diversos dedos numa só
corda, além de permitir a criação de passagens bastante percussivas e
melódicas. Ele usava esta técnica para imitar os preenchimentos usados pelos
bateristas, às vezes antes mesmo que os bateristas tivessem a oportunidade de
fazê-los.
John
identificava as suas influências como uma combinação do seu treino formal ao
trompete, trompa e piano, o que dava aos seus dedos uma força e flexibilidade
ímpares. Juntamente com os guitarristas de rock Duane Eddy e Gene Vincent, e
baixistas de soul e R&B como James Jamerson, ele é considerado um
pioneiro nas técnicas de baixo. Entwistle foi a influência primordial de
gerações de baixistas e continua a aparecer em referências sobre os «melhores
baixistas» em revistas musicais. Em 2000, a revista “Guitar” nomeou
John Entwistle o «Baixista do Milénio» após inquérito entre os seus
leitores.
Próximo
do fim da sua carreira, ele formou a “The John Entwistle Band” com o seu
amigo de longa data e baterista Steve Luongo e o guitarrista e vocalista
Godfrey Townsend. Em 1996, ele deu início à tournée “Left for Dead”,
fazendo no mesmo ano a tournée de “Quadrophenia” com os The Who.
No final de 1998, John retomou a sua banda a solo e embarcou na “Left for
Dead - the Sequel”, após o qual foi lançado um álbum com os melhores
momentos da tournée, chamado “Left for Live”.
Em
1999 e 2000, John voltou aos The Who, tocando em shows de caridade e em
mais uma tournée.
Em
2001, participou no show organizado por Alan Parsons em tributo aos Beatles,
“A Walk Down Abbey Road”. Além de John e Alan, o show contou com Ann
Wilson, Todd Rundgren, David Pack, Godfrey Townsend, Steve Luongo e John Beck.
Durante
Janeiro e Fevereiro de 2002, John fez as suas últimas apresentações com os The
Who na Inglaterra, a última delas em 8 de Fevereiro no Royal Albert Hall
em Londres.
John
Entwistle faleceu em 27 de Junho de 2002, um dia antes do início de mais uma
tournée norte-americana dos The Who.
O
relatório médico determinou que a sua morte foi devido a um ataque cardíaco
provocado por uma quantidade não determinada de cocaína. Embora a quantidade no
seu sangue fosse mínima, a droga fez com que as suas artérias coronárias - já
prejudicadas por um problema cardíaco não tratado - se contraíssem, o que levou
ao ataque cardíaco fatal. Entwistle, assim como Townshend, lutou contra o vício
de álcool e drogas durante a maior parte da sua vida adulta.
A
gigantesca colecção de guitarras e baixos de Entwistle foi a leilão no Sotheby’s
em Londres por iniciativa do seu filho Christopher, para o pagamento de dívidas
e impostos. No leilão, Christopher chegou a dizer que o seu pai odiaria ver
tantos estranhos colocando as mãos nos seus pertences. A sua enorme mansão em
Stow-On-The-Wold, em Costwolds, além de inúmeros objectos pessoais, também
foram vendidos para arcar com as cobranças do Imposto de Renda.
Ironicamente, John chegou a ser funcionário do I. de R., só deixando o
emprego quando os “The Who” começaram a fazer sucesso.
O
funeral de John foi realizado na Igreja de Saint Edward em
Stow-On-The-Wold, Gloucester, Inglaterra, no dia 10 de Julho. Ele foi cremado e
as suas cinzas espalhadas em local privado. Um serviço memorial foi organizado
em 24 de Outubro em St. Martin-in-the-Fields, Trafalgar Square, Londres.