Dedica-se
esporadicamente a outras actividades, como a realização de programas de
televisão sobre música.
Filho
do conhecido advogado lisboeta António Victorino de Lacerda Fernandes e Almeida
e de sua esposa Maria Amélia de Loureiro de Macedo Goulart de Medeiros.
De
uma família da alta burguesia, com raízes na aristocracia açoriana, foi marcado
pelas referências culturais que o ambiente familiar lhe proporcionou - o seu
avô paterno, Achilles d’Almeida, era músico amador, poeta, autor e encenador de
peças de teatro; a mãe, Maria Amélia Goulart de Medeiros, de origem açoriana,
fizera uma breve carreira de cantora lírica. A sua primeira sogra, Odette de
Saint-Maurice, foi escritora e locutora de rádio. O pai, o advogado Victorino d’Almeida,
incentivou António, filho único, a desenvolver o seu gosto pela música.
Com
tais ascendentes artísticos, o jovem António Vitorino d’Almeida começou desde
muito cedo a aprender música e cedo também se revelou o seu talento
extraordinário - aos cinco anos, compôs a primeira obra. Com sete anos deu a
primeira audição e interpretou obras de Mozart e Beethoven, para além de duas
peças de sua autoria. Uma crítica da época, no “Século Ilustrado”,
baptiza o pequeno prodígio de “Antonito” e considera «maravilhoso o
seu poder de interpretação». Uma notícia do “Diário Popular”, de 16
de Abril de 1955, refere o seu primeiro concerto no Conservatório Nacional.
O
maestro diria que, apesar da precocidade do seu desempenho artístico, teve uma
infância «normal». Victorino d’Almeida frequentou o liceu em
simultaneidade com o Curso Superior de Piano no Conservatório
Nacional de Lisboa. Campos Coelho terá sido o professor de música que mais
o influenciou. Concluiu o curso com 19 valores e obteve uma bolsa de estudo do Instituto
de Alta Cultura para estudar composição em Viena, na Academia de Música.
Foi aluno do professor austríaco Karl Schiske e concluiu esta pós-graduação com
a mais alta classificação dada por aquela escola: a distinção por unanimidade
do júri e consequente prémio especial do Ministério da Cultura da Áustria.
Fixou residência em Viena, onde viveu durante duas décadas sem contudo deixar
de fazer visitas regulares ao seu país.
Durante
sete anos (1974/1981), foi adido cultural da Embaixada Portuguesa em
Viena, cargo que lhe valeu uma condecoração atribuída pelo presidente da
República da Áustria. Em 1989, decidiu entrar na arena política e apresentou a
sua candidatura ao Parlamento Europeu como cabeça de lista pelo MDP/CDE,
não tendo sido eleito. Victorino d’Almeida leccionou ainda cursos de
musicologia na Universidade do Porto e em Tavira.
A
sua carreira como concertista entrou algumas vezes em conflito com a actividade
de composição e ambas sofrem da dispersão por áreas aparentemente tão distintas
como o cinema, a televisão, a escrita e a rádio. Apesar de ter sempre o tempo
muito ocupado, privilegia a música, pois considera ser essencialmente um
compositor e argumenta que a música é o elo que dá consistência a tudo o que
faz. A sua obra é muito vasta, e abrange os mais variados géneros musicais,
desde a música a solo, para piano e outros instrumentos, à música de câmara, à
música sinfónica e coral-sinfónica, ao Lied ou à ópera, além de muita
música para cinema ou para teatro e fado, sendo sem dúvida um dos compositores
portugueses que mais obra produziu.
Tem
a sua música publicada na AvA Musical Editions.
Em
9 de Junho de 2005, foi feito Grã-Cruz da Ordem do Infante D.
Henrique.
Em
Maio de 2014, foi condecorado com o grau de Cavaleiro da Ordem das
Artes e das Letras de França.
Casou
perla primeira vez com a jornalista Maria Armanda de Saint-Maurice Ferreira
Esteves, filha de Odette de Saint-Maurice, autora juvenil e locutora de rádio,
de quem tem duas filhas, as actrizes Maria de Medeiros e Inês de Medeiros. Inês
estreou-se com dez anos no filme que o pai realizou (1980 – “A Culpa””).
Casou
segunda vez com Sybil Harlé, de quem tem uma filha, a violinista e compositora
Anne Victorino de Almeida.
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