Humberto Fonseca era um dos
sete filhos de Torquato Gomes Fonseca e Leopoldina Duarte Fonseca. Tendo
terminado os estudos liceais, foi convidado para docente do Liceu Gil Eanes
em São Vicente, durante uns anos, tendo então ingressado na Faculdade de
Ciências da Universidade de Lisboa, onde obteve três graus de
licenciatura, todos com nota máxima e distinção: Matemáticas, Geofísica
e Engenharia Geográfica.
Apesar das excelentes
qualificações, a tentativa de encetar uma carreira académica depois de se
formar em 1946 foi frustrada, devido ao facto do seu nome ter sido vetado por
questões políticas, resultado das suas actividades como líder da organização
estudantil Casa dos Estudantes do Império.
Foi casado com Maria Adélia
de Barros Fonseca, com quem teve três filhos, Ana Maria, José Pedro e João
Filipe.
Em 1948, entrou para o Serviço
Meteorológico Nacional e foi colocado, dois anos mais tarde, na sua cidade
natal, Mindelo, onde dirigiu o Observatório Meteorológico local. Outros
destacamentos levaram-no a Angola, à Ilha do Sal em Cabo Verde, e a Lisboa.
Foi bolseiro da Junta de
Investigação do Ultramar e da Fundação Calouste Gulbenkian. Foi chefe
do Serviço Meteorológico de Cabo Verde, subdirector do Serviço
Meteorológico de Angola, director do Serviço de Geofísica do Instituto
Nacional de Meteorologia e Geofísica português.
Exerceu, entre outras, as
seguintes funções: presidente da Associação Académica da Faculdade de
Ciências de Lisboa e da Casa dos Estudantes do Império, chefe da
expedição científica ao Iona, em Angola, membro da expedição científica à
erupção do Pico do Fogo, em Cabo Verde, delegado de Portugal em Comissões
Meteorológicas Internacionais, presidente da Associação Portuguesa de
Criatividade, director da “Revista Inventiva”, membro do Júri
Internacional do Salão Internacional de Invenções e Técnicas Novas de Genebra,
na Suíça, membro convidado do Júri Internacional do Salão
Internacional de Invenções de Bruxelas e presidente do Júri
Internacional do Salão Mundial de Invenções e Investigação Industrial de
Bruxelas.
Para além da carreira
profissional, Humberto Fonseca desenvolveu considerável actividade no âmbito da
inovação, actividade inventiva, investigação e criatividade em Angola e
Portugal, tendo registado mais de uma dezena de patentes que lhe valeram
diversos e destacados prémios internacionais.
Fundou em 1970, a Associação
Portuguesa de Criatividade, que promoveu a participação de inventores em
certames internacionais.
Foi eleito membro do Júri do Salão
Internacional de Inventores de Genebra, presidente do Júri internacional do
Salão Mundial de Invenções e Investigação Industrial de Bruxelas, e
distinguido com o título de cidadão honorário de Bruxelas pelas suas
realizações e apoio aos inventores.
Recebeu a título póstumo a Medalha
de Ouro da cidade de Lisboa. No décimo aniversário da sua morte,
realizou-se em Cabo Verde um Seminário dedicado à sua vida e obra e foi
homenageado pela Câmara do Mindelo, tendo sido atribuído o seu nome a
uma rua e a uma escola da sua cidade natal.
Das suas pesquisas, dedicou
especial atenção aos problemas ambientais das Ilhas de Cabo Verde, levantando
questões científicas muito à frente do seu tempo, no âmbito das energias do
vento e das ondas.
Em 2006, foi criado em Cabo
Verde o Observatório Atmosférico de Cabo Verde Humberto Duarte
Fonseca, numa iniciativa bilateral da Alemanha e do Reino Unido.
Em 2011, a Ordem dos
Engenheiros de Cabo Verde realizou uma homenagem, a título póstumo, com a
exibição de um filme sobre a sua vida e obra.