EFEMÉRIDE - Raymond Alexander “Ray”
Kroc, empresário norte-americano e comprador da rede de fast-food
McDonald’s em 1955, nasceu em Oak Park, Illinois, no dia 5 de Outubro de
1902. Morreu em San Diego, em 14 de Janeiro de 1984.
Os
seus pais Rosemary (Hrach) e Louis Kroc eram de origem checa. O pai era da
aldeia de Břasy perto de Plzeň, Boémia (actual República Checa). Cresceu e
passou a maior parte da sua vida na sua cidade natal.
Durante
a Primeira Guerra Mundial, mentiu sobre a sua idade e tornou-se um
motorista de ambulância da Cruz Vermelha aos 15 anos, embora a guerra
tenha terminado e ao contrário de Walt Disney, que serviu um ano em França, ele
não foi enviado para o exterior.
Entre
o final da guerra e o início dos anos 1950, tentou a sua sorte em uma
variedade de negócios, incluindo vendedor de copo de papel, pianista, músico de
jazz, membro de uma banda e DJ na estação de rádio WGES em Oak Park. Ao
mesmo tempo, trabalhou para um alojamento de alimentação num dos restaurantes Ray
Dambaugh na região centro-oeste para aprender o negócio de restaurantes.
Mais tarde, tornou-se um vendedor ambulante de equipamentos para a fabricante
de processamento de alimentos Prince Castle, vendendo máquinas de milk-shake
multi-mixer.
Em
1954, intrigado pelo volume de pedidos que recebera de uma lanchonete em San
Bernardino, no estado da Califórnia, Ray resolveu visitá-la. «Percebi que
algo estava acontecendo ali», disse anos depois. O restaurante, onde os
irmãos Maurice e Richard McDonald serviam refeições rápidas, vivia lotado. No
mesmo dia em que viu o lugar, Kroc começou a imaginar uma cadeia de lanchonetes
identificada por arcos dourados. Logo percebeu que os irmãos McDonald estavam
insatisfeitos. Tiravam pouco dinheiro do negócio e tinham obtido resultados
pífios em duas experiências com franquias. De tanto insistir, Kroc conseguiu um
acordo. Venderia franquias da marca a USD 950 cada. Ficaria com 1,4% dos
resultados e 0,5% iria para a conta dos irmãos.
A
rede imaginada por Kroc nasceu com uma lanchonete nas imediações de Chicago, em
1955. A loja, uma cópia perfeita da máquina de fazer sanduíches de San
Bernardino, vendeu USD 366 no primeiro dia de funcionamento e logo se tornou
lucrativa. O McDonald’s não era a única cadeia de restaurantes desse
tipo que começava a surgir nos Estados Unidos.
Com
a concorrência apertando, Kroc tornou-se obsessivo com o controlo de qualidade,
a limpeza e o serviço nas lojas. Cada hambúrguer deveria ter exactamente a
mesma quantidade de carne e as mesmas duas rodelas de picles. Num esquema que
até hoje é posto em prática, a rede começou a comprar terrenos e alugá-los para
os franqueados.
Para
aumentar a rentabilidade do negócio, Kroc comprou o terreno onde se situava a
sede dos fundadores da rede, os irmãos McDonald, obtendo controlo sobre o
estabelecimento, o que acabou praticamente deixando-os sem saída e forçando-os
a vender a marca a Kroc.
Sem
ter nenhuma prova, os irmãos alegam que Kroc os traiu, pois jurou que pagaria
um por cento de todo o lucro da rede a eles, mas que não poderia colocar isso
no contrato por questões legais, deixando a promessa apenas verbal. Kroc não
cumpriu o combinado e ainda obrigou os irmãos a não utilizarem o nome Mc Donald’s
na própria lanchonete que fundaram.
Com
o domínio total da cadeia de lanchonetes, investiu na expansão da rede. Nos
anos 1970, Kroc despejou milhões em propaganda. Em 1972, as suas 2,2 mil
lojas vendiam mais de USD 1 bilhão e Kroc achou que era hora de expandir os
negócios no exterior.
Em
menos de uma década, a rede McDonald’s já se tinha tornado uma marca
reconhecida no mundo inteiro, que lhe garante um facturamento anual de quase USD
40 bilhões.
Como
incentivo ao empreendedorismo, Ray deixou um ditado: «Cuide do cliente e o
negócio cuidará de si mesmo».
A
sua fundação apoiou a pesquisa e tratamento do alcoolismo, diabetes e outras
doenças. Estabeleceu a fundação Ronald McDonald House. Foi um dos
principais doadores da Dartmouth Medical School.
Em
1978, aos 76 anos de idade, sofreu um acidente vascular cerebral. Foi obrigado
pelos médicos a tomar medicação para a sua condição, e uma vez que não poderia
ser utilizado com álcool, ele teve que entrar em reabilitação nos Alcoólicos
Anónimos.
Morreu
de insuficiência cardíaca num hospital em San Diego, Califórnia, com 81 anos.
Deixou
uma viúva, Joan. Os seus casamentos anteriores, com Ethel Fleming (1922/1961) e
Jane Dobbins Green (1963/1968), terminaram em divórcio. Foi sepultado no El Camino Memorial Park, San Diego.
Em
2016, a sua trajectória foi levada aos ecrãs em “The Founder - Fome de Poder”,
dirigido por John Lee Hancock e com Michael Keaton no papel de Ray Kroc.