quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

31 DE DEZEMBRO - MBAH GOTHO

EFEMÉRIDE - Mbah Gotho, de seu verdadeiro nome Saparman Sodimejo, super-centenário indonésio, que afirmava ser o humano mais longevo da história, nasceu em Sragen no dia 31 de Dezembro de 1870. Morreu em Java Central, em 30 de Abril de 2017.

Gotho não entrou no “Guinness Book”, porque a Indonésia só passou a ter documentos oficiais em 1900. Sendo assim, a, sua idade não era confirmada oficialmente.  O recorde de longevidade oficial é da francesa Jeanne Calment, que viveu 122 anos.

Em 1992, ele próprio construiu a sua lápide. Nessa época, já estava a preparar-se para a morte. Nos últimos anos de vida, Mbah desejava morrer.

Foi internado num hospital em 12 de Abril de 2017, mas insistia com os médicos para que o deixassem voltar para sua casa e assim passar os últimos dias de vida com a sua família. Faleceu 18 dias depois, com a idade provável de 146 anos.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

30 DE DEZEMBRO - DANIEL BARRY

EFEMÉRIDE - Daniel Thomas Barry, astronauta e cientista norte-americano, nasceu em Norwalk no dia 30 de Dezembro de 1953.

Entre 1975 e 1980, formou-se e fez o mestrado e o doutorado em Engenharia Eléctrica, nas Universidades de Cornell e de Princeton. Em 1982, recebeu o doutorado em Medicina da Universidade de Miami. Nos anos 1980, leccionou e fez pesquisas em medicina, em diversos laboratórios e universidades dos Estados Unidos.

Em 1992, Barry foi seleccionado pela NASA e fez treinos durante um ano, para o corpo de astronautas no Centro Espacial Lyndon B. Johnson, em Houston, qualificando-se como especialista de missão para vôos do ónibus espacial.

A sua primeira missão no espaço foi em Janeiro de 1996, na STS-72 Endeavour, onde fez seis horas de actividades extra-veiculares, como preparação para as futuras missões de construção da Estação Espacial Internacional e foi, juntamente com o japonês Koichi Wakata, o primeiro homem a jogar Go no espaço.

Em Maio de 1999, Barry voltou ao espaço na STS-96 Discovery, a primeira missão norte-americana a acoplar com a Estação Espacial e onde Barry acumulou mais sete horas fora da nave.

A sua terceira e última missão foi na STS-105, em Agosto de 2001, que levou a Expedição 3 até à estação orbital, instalou o módulo italiano Leonardo na estrutura. Barry acumulou assim mais onze horas em actividade extra-veicular.

Na sua carreira como astronauta, acumulou um total de 734 horas no espaço e 25 horas fora da nave.

Em 2006, Daniel Barry participou no programa Survivor, na CBS TV.

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

29 DE DEZEMBRO - PATRICIA CLARKSON

EFEMÉRIDE - Patricia Davies Clarkson, actriz norte-americana, nasceu em Nova Orleães no dia 29 de Dezembro de 1959. Foi nomeada para um Oscar e venceu um Emmy e um Globo de Ouro, entre outros prémios.   

Depois de estudar teatro na Costa Leste, Patricia lançou-se na carreira de actriz em 1985 (actuando como convidada, em “Spenser: For Hire”). Passou a trabalhar com frequência no cinema e na televisão.  Interpretou o papel principal em filmes como “The Untouchables”, “The Green Mile”, “Far from Heaven”, “Shutter Island”, “Good Night”, “Vicky Cristina Barcelona” e “Cairo Time”.

Patricia era, filha de uma vereadora da sua cidade natal, e de um administrador da Universidade de Medicina Estadual de Louisiana. O bisavô era natural de Barcelona, Espanha, e a bisavó era da Lituânia.

Patricia estudou Teatro na Universidade de Fordham, onde se formou, e fez o seu mestrado na Yale School of Drama. Fez papéis secundários numa série de filmes notáveis, no início da sua carreira.

O seu primeiro papel de destaque foi em “High Art” (1998). Em 2002, actuou como Sarah O'Connor (Tia Sarah) em “Six Feet Under”. Com este papel, venceu o Emmy Award de Melhor Actriz.

Em 2003, ganhou a aclamação da crítica e um Prémio Especial do Júri com o seu desempenho em quatro filmes que estreou no Festival Sundance de Cinema. No final do ano, foi nomeada para o Oscar de Melhor Actriz coadjuvante, pelo seu papel em “Pieces of April”.

Em 2006, interpretou Sadie Burke, em “All the King's Men”, filmado na sua cidade natal, Nova Orleães. Em 2008, trabalhou em papéis secundários em “Elegy”, fazendo de namorada de um mulherengo, e em “Vicky Cristina Barcelona”, em que interpreta uma dona de casa infeliz no seu casamento.

No Verão de 2008, o produtor Gerald Peary convidou-a para narrar um documentário, o “For the Love of Movies: The Story of American Film Criticism”.

Patricia Clarkson participou na quarta temporada da série americana da NBC, “Parks and Recreation”.  

Continuou activa, no cinema e na televisão, pelo menos até 2018.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

28 DE DEZEMBRO - DENZEL WASHINGTON

EFEMÉRIDE - Denzel Hayes Washington, actor e produtor norte-americano, nasceu em Mount Vernon no dia 28 de Dezembro de 1954. Denzel já recebeu dois Oscars: o de Melhor Actor coadjuvante por “Glory” (1990) e o de Melhor Actor com “Training Day” (2002); um Prémio Tony; um SAG Award; dois Globos de Ouro e um outro pelo conjunto da sua carreira.

Filho de um pastor protestante e de uma esteticista, foi baptizado com o nome Denzel em homenagem ao médico homónimo que o fez nascer.

Denzel Washington entrou na Universidade de Fordham para seguir o curso de Jornalismo, que deixou inacabado, acabando por se formar em Teatro pela mesma Universidade, para seguir a carreira de actor. Estreou-se em telefilmes e obteve sucesso na telenovela “St. Elsewhere” de 1982.

A sua primeira grande oportunidade cinematográfica foi fornecida pelo realizador Richard Attenborough, que o convidou para desempenhar o papel do activista sul-africano Steve Biko em “Um Grito de Liberdade” em 1987 e, dois anos depois, conquistou o Óscar de Melhor Actor coadjuvante pelo seu desempenho de soldado num batalhão inteiramente negro, durante a guerra civil americana, em “Tempo de Glória”.

Voltaria a repetir uma nomeação desta vez para Melhor Actor (principal), pelo seu retrato do líder revolucionário Malcolm X de 1992. A sua carreira solidificou-se com êxitos de bilheteira, como “Pelican Brief”, ao lado de Julia Roberts, “Filadélfia”, co-estrelado por Tom Hanks - que ganhou o seu primeiro Oscar neste filme, o thriller “Crimson Tide”, de 1995, com Gene Hackman, e o filme de guerra, “Coragem Sob Fogo”, em 1996.

Depois de protagonizar mais um thriller, “The Bone Collector” em 1999, obteve mais uma nomeação para Melhor Actor pelo filme “The Hurricane”, baseado na história verídica do pugilista Rubin ‘Hurricane’ Carter, acusado injustamente de ter participado num duplo assassinato e encarcerado durante vinte anos até que um jovem fã, ao ler a sua autobiografia, tenta limpar o seu nome.

Washington voltaria à cerimónia dos Oscars em 2001, mas como vencedor, pelo seu desempenho no policial “Dia de Treinamento” interpretando Alonzo Harris, um agente do departamento de narcóticos que, ao acolher um agente noviço (Ethan Hawke), acaba por demonstrar a sua faceta de corrupto.

Ao aceitar o prémio, Denzel dedicou-o ao actor Sidney Poitier, homenageado pelo conjunto da sua carreira nessa mesma noite única, que entrou para a história do cinema e da Academia como a noite em que dois actores negros, Denzel Washington e Halle Berry, venceram as categorias de Melhor Actor e de Melhor Actriz.

Consagrado como uma das principais estrelas de Hollywood, continuou a apostar nos registos dramáticos: em “John Q” de 2002, foi um pai desesperado que decide manter como refém todo um hospital como protesto por não procederem a um transplante de coração ao seu filho, e estrelou em 2004, ao lado de Meryl Streep, “Sob o Domínio do Mal”, sinistra e competente refilmagem do sucesso dos anos 1960, com Denzel no papel que pertenceu a Frank Sinatra.

O actor é casado com Pauletta Washington, desde Junho de 1983, com quem tem quatro filhos.

Washington é um cristão devoto. Em 1995, doou 2,5 milhões de dólares para ajudar projectos de construção da pentecostal norte-americana Igreja de Deus em Cristo.

domingo, 27 de dezembro de 2020

27 DE DEZEMBRO - GÉRARD DEPARDIEU

EFEMÉRIDE - Gérard Xavier Marcel Depardieu, actor, cantor, realizador e produtor de cinema, de origem francesa, naturalizado russo, nasceu em Châteauroux no dia 27 de Dezembro de 1948.

Com origens humildes, é filho de um operário metalúrgico. Antes de ser considerado «o presente francês para o cinema»", ou ainda, «o Robert De Niro francês», o terceiro dos seis filhos de um pobre operário, abandonou a escola aos 12 anos, fugiu de casa e viveu com prostitutas. A vida delinquente e vândala de Depardieu estendeu-se até aos 16 anos de idade, quando foi incentivado por uma assistente social a sair das ruas e investir numa carreira artística. Desde então, começou a marcar presença nos palcos de teatros parisienses e daí a começar a participar em filmes foi mera questão de tempo. A sua carreira de actor conta já com um total de 163 filmes. Ao optar pelos palcos, Depardieu transformou-se no actor carismático que, hoje, é famoso em todo o mundo.

A sua carreira de actor teve início quando pôs os pés no Théâtre National Populaire (TNP), em Paris. Depois de fazer alguns testes e mostrar talento suficiente para continuar a actuar, começou a participar em pequenas peças num café-teatro chamado Café de la Gare, ao lado do actor Patrick Dewaere e da actriz Miou-Miou. Depardieu trabalhou no teatro em mais de quinze peças, entre as quais algumas produções de Marguerite Duras, Peter Handke, David Strey, Israel Horowitz, Moliere e Nathalie Sarraute. Mas foi no cinema que conseguiu, realmente, o reconhecimento para o seu talento.

Estreou-se no cinema, ainda adolescente, com a curta-metragem “Le Beatnik et le Minet” (1965) Depois de actuar em pequenos papéis, populariza-se com “Os Corações Loucos” (1974). Na década de 1980, consolidou-se como um importante actor francês, com as suas performances nos filmes “Cyrano” (1990) e “Le dernier métro”. Este último valeu-lhe igualmente um prémio de Melhor Actor. Depardieu ganhou o César (o Oscar francês) de Melhor Actor, além de hoje ser dono de um dos maiores títulos franceses, que é o de Chevalier de la Légion d’Honneur (Cavaleiro da Legião da Honra). O seu porte favorecia igualmente a sua interpretação do herói de BD  Obélix, em “Astérix e Obélix Contra César”, adaptação para o cinema da obra de Goscinny e Uderzo. O filme foi um enorme sucesso em França e no mundo, sendo continuado, em 2002, com Astérix & Obélix: Missão Cleópatra”.

Nos anos 1980 e 1990, Depardieu consolidava-se como um dos maiores actores de todo o mundo. Em 1976, Bernardo Bertolucci deu-lhe um papel especial no filme “1900”, a partir do qual surgiram mais convites de realizadores famosos, como André Téchiné (“Barocco”, 1976), Marguerite Duras (“Le Camion”, 1977) e Bertrand Blier (“Préparez vos Mouchoirs”, 1978). Em 1980, foi nomeado para o César de Melhor Actor pelo filme “O Último Metro”, dirigido por François Truffaut, onde contracenou com a actriz Catherine Deneuve.

Em 1981, Gérard Depardieu participou no filme “La Chèvre”, dirigido por Francis Veber (guionista da segunda versão do filme “A Gaiola das Loucas”, e realizador da comédia “O Closet”, de 2002, da qual Depardieu também fez parte). Esta comédia deu origem à trilogia composta pelos outros filmes, “Les Compères” (1983) e “Les Fugitives” (1986), ambos também dirigidos por Veber. A década de 1990 pode ser considerada uma época dourada na carreira do actor, que continuou a trabalhar com os mais famosos realizadores europeus.

De entre muitos personagens de destaque, Depardieu interpretou, em 1982, o revolucionário Danton, no filme com o mesmo nome, dirigido por um dos maiores realizadores polacos, Andrzej Wajda. Tornou-se conhecido do público americano com os filmes “The Return of Martin Guerre” (1982), “Jean de Florette” (1986) e “Camille Claudel” (1988). Em 1990, protagonizou a comédia romântica “GreenCard”, de Peter Weir, ao lado de Andie MacDowell, papel que o fez conquistar de vez o público norte-americano.

Em 1990, um escândalo envolveu o nome do actor que, até então, estava acostumado apenas a actuar no círculo de cinema europeu. Neste ano, protagonizou o filme “Cyrano” (Cyrano de Bergerac), drama dirigido pelo realizador francês Jean-Paul Rappeneau, que lhe valeu uma nomeação para o Oscar de Melhor Actor. Depardieu era apontado como favorito a levar o prémio, mas um terrível engano na publicação de uma declaração sua, afastou-o do favoritismo. Num artigo publicado pela revista norte-americana “Time”, o actor declarava que havia presenciado um estupro, o que foi erroneamente traduzido para o inglês como «eu participei num estupro». O equívoco afastou o actor do merecido prémio, como também de outras produções - tudo devido ao facto de a revista “Time” não ter reparado o erro.

Ainda por “Cyrano”, o actor recebeu a sua segunda nomeação para o César. Outros dos seus memoráveis filmes são “1492 - A Conquista do Paraíso” (1992), lançado pela Paramount para celebrar os 500 anos do descobrimento da América pelo navegador italiano Cristóvão Colombo, “Os Miseráveis” (2000) e “102 Dálmatas” (2000), grandes sucessos junto do público.

O actor já ganhou um Leão de Ouro pelo conjunto da sua carreira (em 1997) e continua com grandes projectos em mente. A sua participação no filme “Astérix e Obélix contra César” (1999), como o gordo Obélix, fez tanto sucesso que ele voltou a participar na continuação do mesmo, “Astérix e Obélix: Missão Cleópatra” (2002).

Entre 1970 a 1996, Depardieu foi casado com a actriz Élisabeth Depardieu. O apelido foi revertido para o nome de solteira, Élisabeth Guignot, após o divórcio em 1996. Do casamento, nasceram dois filhos, Guillaume e Julie, também actores. Depardieu tem mais uma filha, chamada Roxane, nascido em Janeiro de 1992. A mãe, Karine Silla, foi uma ligação extraconjugal de Depardieu. Em 1998, ele casou-se com a bem conhecida actriz Carole Bouquet, uma amiga de longa data. Este casamento também terminou em divórcio em 2005. De três mulheres, Depardieu tem agora quatro filhos.

Em 2012 renunciou formalmente à sua cidadania francesa, devido a discordâncias ideológicas com o governo socialista de François Hollande. Em Janeiro de 2013, foi-lhe atribuída a cidadania russa pelo presidente Vladimir Putin.

 Numa entrevista que concedeu em Novembro de 2015, Depardieu admitiu ter problemas com o alcoolismo. 

sábado, 26 de dezembro de 2020

26 DE DEZEMBRO - JEAN FERRAT

EFEMÉRIDE - Jean Ferrat, de seu verdadeiro nome Jean Tenenbaum, cantor, compositor e poeta francês, nasceu em Vaucresson, Hauts-de-Seine, em 26 de Dezembro de 1930. Morreu em Aubenas no dia 13 de Março de 2010.

Arquétipo do artista engajado, admirador do poeta Louis Aragon, era próximo das ideias comunistas, embora crítico do Partido Comunista Francês e da URSS. Estava pouco presente nos órgãos de informação. Apesar de ter abandonado as suas apresentações públicas em 1973, tinha muito sucesso tanto comercial como entre os críticos.

Era o mais novo dos quatro filhos de uma modesta família judia, que se mudou para Versailles em 1935. O pai era russo e, durante a Segunda Guerra Mundial, foi deportado para Auschwitz, onde morreu. Ferrat deixou a escola para ajudar a família.

Começou a sua carreira no início dos anos 1950, num cabaré parisiense. Em 1956, musicou um poema de Louis Aragon, “Les yeux d’Elsa” (“Os olhos de Elsa”), cuja interpretação, por André Claveau, trouxe a Ferrat algum reconhecimento como compositor.

O seu primeiro disco, um single de 45 RPM, foi lançado em 1958, sem grande sucesso.

Somente em 1959, com o editor Gérard Meys, que também se tornou seu amigo e sócio, a sua carreira começou a desabrochar. Assinou um contrato com a Decca e lançou o seu segundo single, “Ma Môme”, em 1960, sob a direcção musical de Meys.

Em 1961, casou com a cantora Christine Sèvres, que cantava algumas das suas canções. Também conheceu Alain Goraguer, que se tornou arranjador das suas canções. O seu primeiro álbum, “Deux Enfants du Soleil”, foi lançado naquele ano.

Nuit et Brouillard”, lançado em 1963, recebeu o Grand Prix du Disque da Academia Charles Cros.

Jean Ferrat parou de se apresentar nos palcos em 1973. Em 1990, recebeu um prémio da Sociedade dos Autores, Compositores e Editores de Música de França.

Faleceu em 2010, após uma longa enfermidade. Tinha 79 anos.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

25 DE DEZEMBRO - JOAN MIRÓ

EFEMÉRIDE - Joan Miró i Ferrà, escultor, pintor, gravurista e ceramista surrealista espanhol, morreu em Palma de Maiorca no dia 25 de Dezembro de 1983. Nascera em Barcelona, em 20 de Abril de 1893.

Quando jovem, frequentou a Reial Academia Catalana de Belles Arts de Sant Jordi da Barcelona e a Academia de Gali. Em 1919, depois de completar os seus estudos, esteve em Paris, onde conheceu Pablo Picasso e entrou em conato com as tendências modernistas como o fauvismo e o dadaísmo.

No início da década de 1920, conheceu o fundador do movimento surrealista André Breton, entre outros artistas. A pintura “O Carnaval de Arlequim”, 1924-1925, e “Maternidade”, 1924, inauguraram uma linguagem cujos símbolos remetem a uma fantasia, sem as profundezas das questões psicanalistas surrealistas. Participou na primeira exposição surrealista em 1925.

Em 1928, foi para Holanda, tendo pintado as duas obras “Interiores holandeses I” e “Interiores holandeses II”. Em 1937, trabalhou em pinturas-mural e, anos depois, em 1941, concebeu a sua mais conhecida e radiante obra: “Números e constelações em amor com uma mulher”. Mais tarde, em 1944, iniciou-se em cerâmica e escultura. Nas suas obras, principalmente nas esculturas, utiliza materiais surpreendentes, como a sucata.

Vários anos depois, rumou pela primeira vez aos Estados Unidos e, nos anos seguintes; durante um período muito produtivo, trabalhou entre Paris e Barcelona.

No fim da sua vida, reduziu os elementos da sua linguagem artística a pontos, linhas, alguns símbolos e reduziu a cor, passando a usar basicamente o branco e o preto. Algumas obras revelam grande espontaneidade, enquanto noutras se percebe a técnica feita com muito cuidado, e esse contraste também aparece nas suas esculturas. Miró tornou-se mundialmente famoso e expôs os seus trabalhos, inclusive ilustrações feitas para livros, em vários países.

Ainda que alguns leigos do mundo da arte rechacem o nível da técnica das pinturas de Miró, os grandes conhecedores da obra do artista reconhecem que «se há uma sensação de cliché no efeito de recepção da obra de Miró, isso resulta de quem vê - o artista não tem culpa». Miró atribuía, para cada elemento da realidade um símbolo, uma “tradução poética”, um signo que se repete em cada um dos seus quadros. O signo é muito mais metáfora do que imagem. Esses signos eram inseridos dentro de um vazio, e essa combinação entre vazio e signos é o que define esteticamente a obra de Joan Miró.

Em 1954, ganhou o prémio de gravura da Bienal de Veneza e, quatro anos mais tarde, o mural que realizou para o edifício da UNESCO em Paris ganhou o Prémio Internacional da Fundação Guggenheim. Em 1963, o Museu Nacional de Arte Moderna de Paris realizou uma exposição de toda a sua obra.

Em 1978, recebeu a Medalha de Ouro da Generalidade da Catalunha e o Prémio Antonio Feltrinelli.

O maior conjunto de obras a nível mundial de Joan Miró está em Portugal, no Porto, na Fundação de Serralves. Trata-se de um conjunto de 85 obras, nas quais se encontram desenhos, pinturas em vários suportes, seis tapeçarias de 1973, uma escultura, colagens, uma obra de um total de cinco da série “Telas queimadas” (criada para a grande retrospectiva de Miró no Grand Palais de Paris, em 1974) e várias pinturas murais, que abrangem seis décadas da carreira do artista, mais precisamente de 1924 a 1981.

Estas obras ficaram na posse do Estado Português depois da nacionalização do BPN - Banco Português de Negócios, a quem pertenciam. 

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

JEAN FERRAT -"La montagne"

24 DE DEZEMBRO - JOSÉ RIBEIRO E CASTRO

EFEMÉRIDE - José Duarte de Almeida Ribeiro e Castro, advogado e político português, nasceu em Lisboa no dia 24 de Dezembro de 1953.

Advogado de profissão, é licenciado em Direito, pela Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa, tendo tido também um percurso na comunicação social. Foi, nomeadamente, director de informação, director-geral e administrador da TVI (no período em que esta estação era controlada pelo Grupo Renascença e outras entidades ligadas à Igreja Católica). Foi vogal do Conselho de Opinião e presidente da Comissão de Fiscalização da RTP, e membro do Conselho Editorial da revista “Sábado”.

Militante destacado do CDS, participou na criação da Juventude Centrista e da Fundação dos Trabalhadores Democratas-Cristãos. Viria a liderar o CDS – Partido Popular, após a demissão de Paulo Portas, em 2005, num congresso realizado em Lisboa, em que derrotou a ala “portista” reunida em torno de Telmo Correia. Portas regressaria em 2007, derrotando Ribeiro e Castro em eleições directas.

Foi deputado à Assembleia da República, eleito nas legislaturas iniciadas em 1976, 1980, 1999, 2009 e 2011. Entre 2009 e 2011, presidiu à Comissão Parlamentar de Negócios Estrangeiros e, entre 2011 e 2013, foi presidente da Comissão de Educação, Ciência e Cultura. No final dessa legislatura, decidiu não voltar a apresentar-se a eleições e abandonou o Parlamento.

Foi secretário de estado      adjunto do vice-primeiro-ministro Freitas do Amaral, nos governos da Aliança Democrática, chefiados por Sá Carneiro e Pinto Balsemão, respectivamente em 1980 e de 1981 a 1983. Nesses períodos, teve a tutela do Gabinete de Macau, sendo o membro do Governo responsável pelas relações com o Território de Macau e a sua Administração.

Em 1986, foi director da campanha de Freitas do Amaral nas eleições presidenciais.

Foi adjunto do ministro da Educação Roberto Carneiro, sendo primeiro-ministro Cavaco Silva.

Em finais de 1999, assumiu o lugar de deputado ao Parlamento Europeu, em substituição de Paulo Portas, vindo a ser reeleito em 2004, para novo mandato, que terminou em 2009. No Parlamento Europeu, exerceu várias funções, nomeadamente as de vice-presidente da Comissão do Emprego e dos Assuntos Sociais e vice-presidente do Intergrupal Família e Direitos da Criança.

A nível autárquico, foi deputado na Assembleia Municipal de Odemira, eleito em 1982 e novamente em 2013, e presidente da Assembleia Municipal de Sintra, em 2001.

Foi vice-presidente da Direcção do SL Benfica, entre 1997 e 1998 e comentador desportivo de futebol.

Teve uma participação no cinema, ao interpretar o antigo ministro da Defesa Amaro da Costa no filme “Camarate” (em 2001), sobre o acidente de aviação com o mesmo nome e que vitimou Sá Carneiro e Amaro da Costa.

Em 2016, tornou-se membro-conselheiro do movimento de cidadania Melhor Alentejo.

Foi condecorado pelo Chile e pelo Luxemburgo, sendo também grande-oficial da Ordem do Infante D. Henrique (2017).

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

23 DE DEZEMBRO - DAVE MURRAY

EFEMÉRIDE - David Michael Dave Murray, músico britânico, guitarrista da banda britânica de heavy metal, Iron Maiden, nasceu em Londres no dia 23 de Dezembro de 1956.

Junto com o baixista e líder da banda Steve Harris, Murray é o único integrante a tocar em todos os álbuns do grupo. Dave está no Iron Maiden desde 1976, tendo saído por um breve período em 1977. Porém, na Primavera do ano seguinte, foi convidado a juntar-se novamente ao grupo, no qual permanece até hoje. É amplamente considerado um dos melhores e mais influentes guitarristas da história do heavy metal.

Dave, assim chamado pelos seus fãs, tem duas irmãs, Pauline (seis anos mais velha) e Janet (três anos mais nova). O apelido Murray tem origem na mistura de sangue irlandês e escocês da família do pai de Dave.

Frustração e pobreza levavam os pais de Dave a frequentes brigas. Quando isso ocorria, a mãe de Dave levava as crianças para o depósito do Exército da Salvação mais próximo, onde costumavam passar semanas, protegidos dos ocasionais ataques de fúria do pai.

O jovem Dave cedo se interessou por música, chegando mesmo a fazer uma guitarra de cartolina para fazer mímica com os discos dos Beatles das irmãs. Também arriscava brincar com o piano de um bar, que ficava próximo.

Em 1970, a sua família finalmente arranjou uma moradia mais certa, em Clapton. E assim como o seu futuro companheiro Steve Harris e muitos outros adolescentes do East End, durante um tempo Dave tornou-se um skinhead. Ao contrário de Steve, no entanto, ele adoptou o corte de cabelo típico da época.

Durante quase dois anos, Dave viveu a movimentada vida de turbulência urbana, antes de ir para o extremo oposto. Nesta época, Dave ouvia muito reggae, com a sua turma de skinheads.

O momento que mudou completamente a vida de Dave e que o levou a ter uma carreira que parecia impossível na sua época de coturnos e cabeça raspada, ocorreu aos 15 anos, quando ouviu pela primeira vez a música “'Voodoo Child (Slight Return)”de Jimi Hendrix, na rádio.

O amor de Dave pelo rock abrangeu tudo o que se referia à chamada “cultura do assunto”. Dave deixou o seu cabelo crescer muito (o que lhe trouxe muitas chacotas dos seus antigos colegas skinheads), adoptou roupas hippies e passou a ler a bíblia do rock da época, o jornal “Melody Maker”.

Começou também a assistir a shows e a sair com um novo grupo de amigos, sendo que o mais chegado a ele era Adrian Smith. Na época em que deixou a escola, Dave já tinha descartado a ideia de encontrar “um trabalho normal”. Ao invés disso, queria uma carreira como guitarrista, sonhando com o sucesso.

O seu primeiro grupo foi um trio chamado Stone Free, que ele e Adrian formaram com um outro colega de escola. Dave e Adrian continuaram a tocar juntos em vários conjuntos, mais ou menos improvisados, até ao final da adolescência, escrevendo algumas canções de vez em quando e conversando muito sobre o que fariam se conseguissem sucesso. Mas havia uma diferença: Adrian era mais voltado para a composição e queria ter a sua própria banda. Dave, ao contrário, vivia fazendo testes para outras bandas, ansioso por alcançar o seu objectivo de viver da música. Dave recebeu convite para entrar numa banda chamada Electric Gas.

Logo depois, entrou para os The Secret. Com eles, gravou a primeira música, chamada “Café De Dance” e saiu um compacto através de uma editora independente. Dave deixou os The Secret pouco depois.

Ia começar a sua carreira nos Iron Maiden que, na ocasião, atravessava um mau momento, com mudanças constantes. A situação, porém, estabilizou-se.

Lançaram um single que vendeu mais de três milhões de exemplares e despertou o interesse da gravadora EMI. Assinaram um contrato, tendo havido a edição de algumas colectâneas e mais um sigle, “"Running Free”.

Continuaram a haver mudanças na banda, mas Dave manteve.se sempre e a consagração do público é evidente.

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

22 DE DEZEMBRO - PEGGY ASHCROFT

EFEMÉRIDE - Peggy Ashcroft, de seu verdadeiro nome Edith Margaret Emily Ashcroft, actriz britânica, nasceu em Londres no dia 22 de Dezembro de 1907. Morreu na mesma cidade em 14 de Junho de 1991.

Peggy começou a sua carreira, interpretando variados papéis do repertório shakespeariano, nos teatros londrinos. Com uma voz suave, logo se destacou entre o público e a crítica, mas fez questão de não ficar conhecida apenas por interpretar um repertório clássico.

Depois de protagonizar todas as grandes personagens femininas criadas por Shakespeare, resolveu aceitar um papel numa peça bem comercial, a comédia “Edward, My Son”, que obteve um estrondoso sucesso popular.

No cinema, estreou com “39 Degraus”, um dos primeiros filmes de Hitchcock, em 1935, mas só veio a chamar a atenção da crítica em 1959, quando fez o papel de uma freira, que dava conselhos à personagem de Audrey Hepburn, em “Uma Cruz à Beira do Abismo”.

Fez ainda filmes importantes como “Cerimónia Secreta” (1968) e “Domingo Maldito” (1971), mas foi no papel de Mrs. Moore, uma velha senhora inglesa, em “Passagem para a Índia”, de David Lean, que ela conquistou o mundo e recebeu o Oscar de Melhor Actriz coadjuvante de 1984.

Peggy coleccionou quase todos os prémios que podem ser dados a uma actriz nos palcos ingleses, o último deles foi recebido pouco antes de sofrer a embolia cerebral que a matou, aos 83 anos de idade. Está sepultada na Abadia de Westminster.

Em 1951, recebeu o título de Comandante do Império Britânico. Em 1986, foi distinguida com a Coipa Volpi de Melhor Interpretação Feminina. 

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

21 DE DEZEMBRO - SAMUEL JACKSON

EFEMÉRIDE - Samuel Leroy Jackson, actor norte-americano, nasceu em Washington no dia 21 de Dezembro de 1948. Alcançou a fama no início da década de 1990.

Recebeu diversos prémios pelas suas actuações, tendo sido protagonista em muitos filmes no cinema,  em  séries de televisão e em videogames.

Jackson é um dos actores mais prolíficos da história do cinema. Com os filmes em que participou, lucrou mais de 7 biliões de dólares, só nos Estados Unidos.  Mundialmente, com os filmes em que actuou, ganhou cerca de 17 biliões.

Embora tendo nascido na capital americana, cresceu como filho único em Chattanooga, no Tennessee, com a sua mãe. O pai viveu longe da família, em Kansas City (Missouri), onde morreu vítima do alcoolismo. Samuel viu o pai somente três vezes na vida.

Em Chattanooga, estudou na Riverside High (actualmente denominada Chattanooga School for the Arts and Sciences), uma escola segregada onde, durante alguns anos, tocou trompa e trompete na orquestra escolar. Fez a faculdade no Morehouse College, de Atlanta, onde co-fundou um grupo chamado Just Us Theater. Formou-se em 1972.

Depois do assassinato, em 1968, do líder pacifista pela igualdade racial nos Estados Unidos, Martin Luther King Jr., Jackson participou no funeral como um dos recepcionistas. Dali, voou para Memphis, para participar na marcha pela igualdade.

Jackson casou-se com a actriz Latanya Richardson, que conhecera ainda nos tempos do Morehouse College. O casal, que vive em Los Angeles, tem uma filha - Zoe - nascida em 1982. Jackson é um fã do futebol americano e torce pelos Atlanta Falcons, e de basquetebol, tendo especial predilecção pelas equipas do Toronto Raptors e dos Harlem Globetrotters. Apesar de o futebol não ser muito popular nos Estados Unidos, é adepto do Liverpool FC, equipa que conheceu durante as filmagens de “The 51st State”, na cidade inglesa de Liverpool.

É um entusiasta jogador de golfe, desporto que aprendeu a jogar e a apreciar. Declarou, numa entrevista, que os seus contratos têm sempre uma cláusula que lhe permite jogar golfe duas vezes por semana.

Jackson é calvo na vida real, embora goste de usar perucas pouco vulgares nos seus filmes. Para o filme “Black Snake Moan”, permitiram mesmo que ele escolhesse o penteado para o seu personagem. É fã de bandas desenhadas. 

domingo, 20 de dezembro de 2020

20 DE DEZEMBRO - PETER CRISS

EFEMÉRIDE - Peter Criss, de seu nome completo George Peter John Criscuola, vocalista e baterista norte-americano, nasceu em Brooklyn no dia 20 de Dezembro de 1945. Foi o baterista original da banda americana de hard rock Kiss, entre 1973 a 1980, 1996 a 2001 e, e novamente, entre 2002 e 2004.

Era o mais velho de uma família de cinco irmãos.  Aos 9 anos, descobriu o seu interesse pela bateria e começou a praticar. Mais tarde, formou várias bandas, como Os Barracudas, mas a sua ambição era sempre crescente.

Aos 19 anos, conheceu Lydia Di Leonardo, com quem se casou em 1970. Enquanto trabalhava como ajudante de açougueiro, Peter colocou um anúncio na revista “Rolling Stone”, oferecendo-se como baterista e logo foi procurado por Gene e Paul e entusiasmou com o esquema.

Ingressou assim nos Kiss e logo que começaram a fazer sucesso, a sua vida tornou-se um paraíso. Estavam ricos e frequentemente em tournées, em que levava Lydia, ou gravavam um novo álbum. Compôs a canção “Beth” (que se iria chamar “Beck”), que é um dos maiores sucessos dos Kiss, até hoje. Paralelamente, o seu casamento ia pouco a pouco deteriorando-se. E ele ia se afundava em drogas.

Em 1979, Peter separou-se de Lydia e sofreu um acidente de automóvel. Nesse mesmo ano, casou-se com a modelo americana Debra Jensen. Um seu álbum a solo lançado simultaneamente com os dos outros integrantes dos Kiss, em 1978, não obteve bons resultados nas paradas de sucesso. Mas o processo era irreversível e, a pouco a pouco, ia perdendo o interesse pelos Kiss. Então, com alguma mágoa, deixa a banda.

Rapidamente lançou o disco solo, “Out of Control”, em 1980. Dois anos depois, lançou “Let Me Rock You”. Em 1989, fez uma participação especial no disco do guitarrista Ace Frehley, chamado “Trouble Walkin”, na música “Hide Your Heart”.

Em 1994, lançou “Criss Cat”, que contou com a participação do seu amigo Ace Frehley, em três músicas. Peter teve também um projecto com a participação de Mark St. John, que foi guitarrista dos Kiss nos anos 1980.

Quinze anos depois, Peter levou a sua filha Jenilee a uma convenção de fãs dos Kiss, onde se encontrou com um dos ex-colegas (Gene). Foi convidado e participou no acústico dos Kiss em 1995. No ano seguinte (1996), Peter estava de volta aos Kiss. Peter casou-se novamente em 1997, então com Gigi Criss, e - em 2001 - saiu dos Kiss mais uma vez.

No final do ano de 2001 participou em dois episódios da série “OZ”.

Peter Criss voltou para os Kiss e tocou num show com a Orquestra Sinfónica de Melbourne, na Austrália, no dia 28 de Fevereiro de 2003, o que rendeu um álbum, (“Symphony: Alive IV”).

Tocou com os Kiss também em três shows no Japão. em Março, e numa apresentação em Las Vegas, igualmentye em Março de 2003. Participou ainda numa tournée dos Aerosmith em 2003.

Actualmente, Peter Criss não está nos Kiss. No seu lugar, está o baterista Eric Singer (ex-Black Sabbath e ex-Badlands).

sábado, 19 de dezembro de 2020

19 DE DEZEMBRO - AMÉRICO RAPOSO

EFEMÉRIDE - Américo Figueiredo Raposo, ciclista português, de estrada e de pista, e gravador-medalhista, nasceu em Lajeosa do Dão no dia 19 de Dezembro de 1932.

Em 1947, com apenas 15 anos de idade, venceu 3 circuitos (Circuito Amador de Lajes de Silgueiros, Circuito Amador de Tondela e Circuito Amador de Lajeosa do Dão) para iniciados, na sua terra natal.

Em 1948, foi campeão das escolas de ciclismo do Sporting CP para iniciados na modalidade. Começou a sua carreira no ano de 1949, finalizando-a em 1960, sempre ao serviço do Sporting.

Filho do ciclista Joaquim Raposo e irmão de outros três praticantes da modalidade (Júlio, Alberto e Rui), o jovem Américo - desde muito novo - apaixonou-se pelas bicicletas e, enquanto ouvia as histórias do seu pai e assistia às corridas do seu irmão Alberto, sonhava vir a ser um ciclista famoso.

Com 16 anos de idade, veio para Lisboa e logo decidiu que a sua profissão seria mecânico de bicicletas. Assim, arranjou emprego na Velocipédica Leonina, situada ao pé do Campo do Sporting e que tinha como proprietários António Germano, um grande “leão”, e Júlio Mourão.

Entrou então para a Escola de Ciclismo do Sporting, onde inicialmente foi orientado por João Lourenço, mas foi do “Mestre” Eduardo Lopes (como o apelidava), que recebeu os ensinamentos que o tornaram num dos melhores sprinters de sempre em Portugal, quase imbatível em pista, formando - com Pedro Polainas - uma temível dupla.

Foi necessária uma autorização especial para que começasse a competir oficialmente e ganhou logo algumas corridas, sagrando-se Campeão Regional de Velocidade em 1950.

1951 foi o ano da sua afirmação, em que - depois de se sagrar Campeão Regional de Fundo na categoria de Amadores e de participar no Campeonato do Mundo de Pista em Milão (Velódromo Vigorelli) - foi promovido à categoria de Independentes, sagrando-se logo Campeão Regional e Nacional de Velocidade. Ao todo, viria a somar 28 títulos de Campeão de Velocidade e de Fundo.

Estreou-se na Volta a Portugal em 1952 e vestiu logo a Camisola Amarela ao vencer brilhantemente o Circuito da Pista do Lima no Porto. A excitação do feito não o deixou dormir nessa noite e, no dia seguinte, não resistiu ao Marão, mas no final da Volta foi o melhor elemento do Sporting terminando no 10º lugar da Geral, tendo ainda ganho mais uma etapa.

Defrontou na sua carreira vedetas como Anquetil, Bobet, Bahamontes, Muller, Kubler e Poblet, entre outros. Em 1954, ganhou a clássica corrida Porto-Lisboa.

Após terminar a carreira de ciclista, foi treinador do Sporting, altura em que descobriu João Roque. Em 1961, sob o seu comando técnico, a equipa do Sporting venceu colectivamente a Volta a Portugal, facto que não acontecia há 20 anos.

Depois de deixar definitivamente o ciclismo, dedica-se a tempo inteiro à sua profissão de gravador-medalhista, tornando-se num dos maiores de sempre, senão mesmo o maior de Portugal, colaborando com os mais renomados escultores portugueses, como o Prof. Esc. Fernando Conduto, Prof. Esc. Domingos Soares Branco, D. Thomaz de Mello, Luz Correia, José João de Brito e Rui Chafes, entre outros. Foi homenageado pela Câmara Municipal de Tondela, em 1990 e 2001. 

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

PETER CRISS - "Don’t You Let Me Down"

18 DE DEZEMBRO - LYNN BARI

EFEMÉRIDE - Lynn Bari, de seu verdadeiro nome Margaret Schuyler Fisher, actriz norte-americana que actuou em cerca de 150 filmes da 20th Century Fox do início dos anos 1930 até aos anos 1940, reconhecida pelo seu corpo escultural e actuações sensuais, nasceu em Roanoke no dia 18 de Dezembro de 1913. Morreu em Santa Monica, em 20 de Novembro de 1989.

Bari cresceu em Lynchburg e mudou-se para Los Angeles, com sua família, durante a adolescência.

Na maioria dos seus primeiros filmes, Bari tinha papéis não creditados, actuando como recepcionista ou rapariga do coral. Lutou para ser estrela nos filmes, mas aceitava qualquer papel que lhe aparecesse. Teve, no começo, poucos papéis principais, como em “China Girl” (1942), “Hello, Frisco, Hello” (1943) e “The Spiritualist” (1948). Nos filmes B, Lynn normalmente actuava como vilã, nomeadamente em “Shock” e “Nocturne” (ambos de 1946). Uma excepção foi em “The Bridge of San Luis Rey” (1944). Durante a Segunda Guerra Mundial, de acordo com uma pesquisa feita entre os soldados, Bari era a segunda mais popular garota pin-up, depois da muito mais conhecida Betty Grable.

A carreira cinematográfica de Bari declinou no começo dos anos 1950, próximo ao seu aniversário dos40 anos, embora ela continuasse a trabalhar, num ritmo mais lento, nas duas décadas seguintes, então a actuar em papéis mais maternais do que sedutores. Retratou a mãe de um adolescente suicida num drama de 1951, “On the Loose”, e teve muitos outros papéis coadjuvantes.

A última aparição de Bari num filme foi como mãe do adolescente rebelde Patty McCormack, em “The Young Runaways” (1968) e apareceu ainda em alguns episódios de séries televisivas.  

Em 1955, Bari apareceu no episódio “The Beautiful Miss X” da série de TV “City Detective” de Rod Cameron. Em 1960, interpretou a criminosa Belle Starr, no episódio da estreia de “Perilous Passage” da série de western da NBCOverland Trail” estrelado por William Bendix e Doug McClure e tendo como actor convidado Robert J. Wilke.

De Julho a Setembro de 1952, Bari estrelou a sua própria sitcom, “Boss Lady”, uma atracção que substituiu, durante o Verão, a série “Fireside Theater” da NBC. Ela interpretou Gwen F. Allen, a linda executiva de uma construtora. No papel, o maior dos seus problemas era ser capaz de contratar um gerente-geral que não se apaixonasse por ela.

Bari foi casada com o actor Walter Kane, com o produtor Sidney Luft e com o psicanalista Nathan Rickles.  Divorciou-se deste último em 1972.

Nos anos 1960, Bari participou na tournée da peça teatral “Barefoot in the Park”. Depois de se aposentar como actriz, Bari mudou-se para Santa Monic. Nos seus últimos anos, sofreu problemas crescentes de artrite.

Foi encontrada morta na sua casa, vítima de de um aparente ataque cardíaco. Foi cremada e as suas cinzas lançadas ao mar.  

Em 2010, o historiador de cinema Jeff Gordon publicou a sua biografia, com o título “Foxy Lady”, escrita a partir de entrevistas completadas pouco antes da morte de Bari.

Lynn Bari tem duas estrelas na Calçada da Fama no Hollywood Boulevard, uma pelos seus filmes no cinema e outra pelos seus trabalhos na televisão.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

17 DE DEZEMBRO - SÉBASTIEN OGIER

EFEMÉRIDE - Sébastien Ogier, piloto de ralis francês, várias vezes campeão mundial, nasceu em Gap no dia 17 de Dezembro de 1983.

Ogier venceu a categoria mundial júnior de 2008 e, no mesmo ano, estreou-se na categoria principal, onde participa desde então. O seu co-piloto é Julien Ingrassia, com o qual conquistou as edições de 2013, 2014, 2015, 2016, 2017, 2018 e 2020 do Mundial de Ralis, após nove anos de hegemonia de Sébastien Loeb.

Depois de vencer a Copa Peugeot 206, em 2007, estreou-se no ano seguinte no Campeonato Mundial de Ralis Júnior, em que terminou como campeão, mesmo não disputando uma etapa, após conseguir três vitórias e um segundo lugar. No mesmo ano, também se estrearia na categoria principal, no Rali do México, terminando em oitavo.

No mundial seguinte, correndo pela equipa satélite da Citroën, a Citroën Júnior Team, conquistou o seu primeiro pódio, um segundo lugar no Rali da Acrópole. No final do campeonato, terminou na oitava posição, com 24 pontos.

Na sua terceira temporada no campeonato, conseguiria a primeira vitória, na etapa de Portugal. Ainda conquistaria mais uma vitória, no Rali do Japão. Já na temporada seguinte (2011), obteria duas vitórias consecutivas.

Ogier tornou-se, em 2013, o primeiro corredor a conquistar o Mundial de Ralis após os nove anos de hegemonia do seu conterrâneo Sébastien Loeb. Isto aconteceu devido à aposentadoria de Loeb, apesar do mesmo ter disputado quatro corridas durante a temporada. Ogier terminou o Mundial com 290 pontos, 114 pontos à frente do belga Thierry Neuville, tendo conquistado a vitória em nove das treze corridas da temporada. Chegou em segundo lugar em duas oportunidades (ambas atrás de Loeb) e não pontuou apenas na etapa da Alemanha, quando terminou a corrida apenas em décimo sétimo lugar.

Em 2017, depois da Volkswagen Motorsport anunciar a sua saída do Mundial, Ogier assinou com a equipe privada M-Sport World Rally Team, a qual utiliza o Ford Fiesta WRC. Ogier conquistou o seu quinto título, após terminar em terceiro lugar no Rali do País de Gales.

Em 2018, no seu segundo e último ano com a M-Sport World Rally Team, Ogier conquistou o seu sexto título e revelou também que tinha assinado com a Citroën Total World Rally Team para 2019/2020. 

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

16 DE DEZEMBRO - FILOMENA CAUTELA

EFEMÉRIDE - Filomena José Dias Fernandes Cautela, actriz e apresentadora portuguesa, nasceu em Lisboa no dia 16 de Dezembro de 1984. Tem no currículo a participação em diversas telenovelas portuguesas e a apresentação de programas de relevo na MTV Portugal e nos canais da RTP.

Iniciou a sua carreira em 2001 com a peça “Antígona”, encenação do professor Paulo Vaz (Externato Marista de Lisboa), encenador que - em 2002 - voltou a dirigi-la em “Se o Amor For Outra Coisa”, de Pedro Paixão. Integrou de seguida “A Noite dos Assassinos”, encenada por António Pires, “Agosto em Osage”, encenada por Fernanda Lapa, “Janis e a Tartaruga” e “Mil Olhos de Vidro”, de Luísa Pinto, entre outras. Em 2003, participou na série infantil/juvenil “Morangos com Açúcar”.

No cinema, participou em “Viúva Rica Solteira Não Fica”, uma longa-metragem de José Fonseca e Costa, e em curtas-metragens como “Night Shop” e “O Destino do Sr. Sousa” de João Constâncio, entre outras.

Na televisão, participou em “Bocage”, “Mundo Meu”, “A Vingança”, “Conta-me Como Foi” e “Cidade Despida”, entre muitas outras.

Em 2005, venceu o projecto “MTV VJ Casting”, lançado em Junho com o objectivo de escolher o novo apresentador português da MTV Portugal.

Em 2010, participou na peça “O Dia dos Prodígios”, de Lídia Jorge e encenada por Cucha Carvalheiro, onde contracenou com grandes nomes do teatro como Elisa Lisboa, José Martins, Luís Lucas ou Maria Emília Correia.

Em 2011, fez, para a RTP2, o programa “Fá-las Curtas”. Também em 2011, foi anunciado que terminaria a sua participação como apresentadora do “5 Para a Meia-Noite”.

Em 2013, fez parte do elenco residente do “Vale Tudo” com João Ricardo, César Mourão, Inês Castel-Branco, Rui Unas, Joaquim Horta, Custódia Gallego e Luciana Abreu.

Em 2017, co-apresentou a final do Festival RTP da Canção, com Catarina Furtado e Sílvia Alberto. Ainda em 2017, foi a porta-voz do “Festival Eurovisão da Canção”,' onde revelou os votos de Portugal a nível do júri nacional.

Em 2018, apresentou, juntamente com Pedro Fernandes, a final do Festival RTP da Canção, na RTP. No mesmo ano, apresentou o Festival Eurovisão da Canção, juntamente com Catarina Furtado, Daniela Ruah e Sílvia Alberto.

Em 2019, apresentou, juntamente com Vasco Palmeirim, a final do Festival RTP da Canção, na RTP.

Apresentou, novamente, o talk-show da RTP1,5 Para a Meia-Noite”, de 2015 a 2020.

Em Março de 2020, co-apresentou a final do Festival RTP da Canção, com Vasco Palmeirim na RTP. Ainda neste ano, apresentou na RTP1 o concurso “Quem Quer Ser Milionário? - Alta Pressão”.

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

15 DE DEZEMBRO - JOHANNES VERMEER

EFEMÉRIDE - Johannes Vermeer, pintor holandês, morreu em Delft no dia 15 de Dezembro de 1675. Nascera na mesma localidade em 31 de Outubro de 1632 Vermeer viveu toda a sua vida na terra natal, onde está sepultado na Igreja Velha de Delft.

É o pintor holandês mais famoso e importante do século XVII (um período que é conhecido por Idade de Ouro Holandesa, devido às espantosas conquistas culturais e artísticas do país nessa época). Os seus quadros são admirados pelas suas cores transparentes, composições inteligentes e brilhante com o uso da luz.

Pouco se sabe da sua vida. Casou-se em 1653 com Catharina Bolenes e teve 15 filhos, dos quais morreram 4 em tenra idade. No mesmo ano, juntou-se à guilda de pintores de Saint Lucas. Mais tarde, em 1662 e 1669, foi escolhido para presidir a guilda.

Sabe-se que vivia com magros rendimentos, como comerciante de arte e não pela venda dos seus quadros. Por vezes, até foi obrigado a pagar com quadros dívidas contraídas nas lojas de comida locais.

Morreu muito pobre, em 1675. A sua viúva teve de ceder todos os quadros que ainda estavam na sua posse ao conselho municipal, em troca de uma pequena pensão (uma fonte diz que foi só um quadro: a última obra de Vermeer, intitulada “Clio”).

Depois da sua morte, Vermeer foi esquecido. Por vezes, os seus quadros foram vendidos com a assinatura de outro pintor para lhes aumentar o valor. Foi só muito recentemente que a grandeza de Vermeer foi reconhecida: em 1866, o historiador de arte Théophile Thoré (pseudónimo de W. Bürger) fez uma declaração nesse sentido, atribuindo 76 pinturas a Vermeer, número esse que foi em breve reduzido por outros estudiosos. No princípio do século XX, havia muitos rumores de que ainda existiriam quadros de Vermeer por descobrir.

Conhecem-se hoje muito poucos quadros de Vermeer. Só sobrevivem 35 a 40 trabalhos atribuídos ao pintor holandês. Há também opiniões contraditórias quanto à autenticidade de algumas obras.

A vida do pintor é contracenada no filme “Girl with a Pearl Earring” (2003) do realizador Peter Webber.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

14 DE DEZEMBRO - CATHERINE COLEMAN

EFEMÉRIDE - Catherine “Cady” Grace Coleman, astronauta norte-americana com três missões espaciais, nasceu em Charleston no dia 14 de Dezembro de 1960.

Estudante de intercâmbio na Noruega, na adolescência, formou-se em Química no Instituto de Tecnologia de Massachusetts em 1983, como membro do Corpo de Treinos dos Oficiais da Reserva da Força Aérea dos Estados Unidos, juntando-se a esta força como segundo-tenente, enquanto fazia o mestrado, entrando no serviço militar activo em 1988, como química pesquisadora.

Em 1992 entrou para a NASA e qualificou-se, após treinos, como especialista de missão. Foi ao espaço pela primeira vez em Outubro de 1995 na STS-73 Columbia, uma missão que realizou estudos científicos que incluíram biotecnologia, ciência de combustão e física de fluidos.

Voltou ao espaço em Julho de 1999, na STS-93 também na Columbia, a primeira missão de um ónibus espacial comandada por uma mulher, a astronauta Eileen Collins, que colocou em órbita o Observatório de Raios-X Chandra, na qual foi a responsável por colocar o satélite na órbita apropriada, operando o braço robótico Canadarm, da nave.

Depois da missão, Coleman continuou a trabalhar na NASA, como chefe de operações e treino do braço robótico para todas as missões ónibus espacial e da Estação Espacial Internacional, até 15 de Dezembro de 2010, quando foi lançada do Cosmódromo de Baikonur, para uma missão de longa duração na ISS, integrando a tripulação da Soyuz TMA-20, que levou os novos tripulantes da Expedição 26, da qual ela fazia parte, à Estação Espacial Internacional. Coleman permaneceu até 2011 na estação, integrando também a tripulação permanente da Expedição 27.

Após quase seis meses em órbita, regressou à Terra com a tripulação da TMA-20, Dmitri Kondratyev e Paolo Nespoli, pousando perto de Dzhezkazgan, no Cazaquistão, em 24 Maio de 2011.

Casada com um artista plástico, Coleman é flautista e levou várias flautas nas as suas missões à ISS, incluindo duas dadas por integrantes da banda irlandesa The Chieftains e uma presenteada por Ian Anderson, líder e flautista do Jethro Tull, e seu ídolo. Em Abril de 2011, tocou em dueto directo do espaço com Anderson, para celebrar os 50 anos da viagem pioneira de Iuri Gagarin. No mesmo mês, também tocou directo da ISS em videoconferência para a plateia do show do Tull em Moscovo, em outra das comemorações dos 50 anos do primeiro homem no espaço.

Coleman formou um grupo musical chamado Bandella, junto com os astronautas Chris Hadfield, Stephen Robinson e a esposa do astronauta Donald Pettit, Micky. Em Maio de 2014, participou noutro concerto Terra-espaço junto com um coral de estudantes do Texas e músicos no Centro Espacial Lyndon B. Johnson, e o astronauta japonês Koichi Wakata, comandante da Expedição 39 da ISS, em órbita no espaço.

Catherine Colmam reformou-se de astronauta em Julho de 2015.

domingo, 13 de dezembro de 2020

13 DE DEZEMBRO - VICENTE ALEIXANDRE

EFEMÉRIDE - Vicente Pío Marcelino Cirilo Aleixandre y Merlo, poeta espanhol da Geração de 27, morreu em Madrid no dia 13 de Dezembro de 1984. Nascera em Sevilha, em 26 de Abril de 1898. O seu primeiro livro, “Âmbito”, foi publicado em 1928. Recebeu o Nobel de Literatura de 1977.

Filho de uma família da burguesia espanhola, o pai era engenheiro dos caminhos-de-ferro. Nasceu em Sevilha, mas passou a sua infância em Málaga, onde foi colega de escola do futuro escritor Emilio Prados.

Mudou-se depois para Madrid, onde cursou Direito e Comércio. Em 1919, licenciou-se em Direito e obteve o título de intendente mercantil. Exerceu funções de professor de Direito Mercantil a partir de 1920 até 1922, na Escola de Comércio.

Em 1917, conheceu Dámaso Alonso em Las Navas del Marqués, onde veraneava, e através deste contacto descobriu Rubén Darío, Antonio Machado e Juan Ramón Jiménez. Iniciou deste modo uma profunda paixão pela poesia.

A sua saúde começou a deteriorar-se em 1922. Em 1925, diagnosticam-lhe uma nefrite tuberculosa, que terminou com a extirpação de um rim, operação realizada em 1932.

Publicou os seus primeiros poemas na “Revista de Occidente” em 1926. Conheceu e relacionou-se com Cernuda, Altolaguirre, Alberti e García Lorca.

Recebeu o Prémio Nacional de Poesia em 1934 e foi membro da Academia Real Espanhola desde 1949.

Depois da Guerra Civil não se exilou, apesar das suas ideias esquerdistas. Permaneceu na Espanha e tornou-se num dos mestres e exemplos para os poetas jovens.

Publicou 27 obras de poesia. Faleceu aos 86 anos de idade, sendo sepultado no Cemitério de La Almudena.

sábado, 12 de dezembro de 2020

12 DE DEZEMBRO - MAYIM BIALIK

EFEMÉRIDE - Mayim Hoya Bialik, actriz e neurocientista norte-americana, nasceu em San Diego no dia12 de Dezembro de 1975. Actriz popular pelas suas interpretações nos filmes “Beaches”, “Blossom” e “The Big Bang Theory”.

Mayim é judia ortodoxa-moderna. O seu primeiro nome significa “água” em hebraico. Foi aceite nas Universidades de Harvard e Yale, mas recusou para entrar na UCLA, onde recebeu o doutoramento em Neurociência em 2008.

Os seus avós eram refugiados europeus do Holocausto, imigrantes da Polónia e Checoslováquia / Hungria. Bialik foi criada no judaísmo reformista.

De acordo com uma entrevista de 2009, o, seu bisavô era sobrinho de Chaim Nachman Bialik, um poeta russo, que se mudou para Telavive em 1920 e que hoje é considerado o poeta nacional de Israel.

Ficou conhecida por interpretar Blossom Russo na série “Blossom”, produzida pela NBC na década de 1990. Após terminar esta série, afastou-se dos holofotes e dedicou-se à sua carreira pessoal. Tornou-se Ph.D. em Neurociências pela UCLA.

Ela não deixou, porém, de actuar desde que se formou, mas nada tão expressivo como Blossom. Uma das aparições mais recentes foi na série “Fat Actress” com Kristie Alley, interpretando a vizinha da própria Kristie. Mayim foi também escolhida para fazer uma transformação no programa da TV americano “What Not to Wear” (“Esquadrão da Moda”).

Mayim participou em “The Big Bang Theory”, interpretando Amy Farrah Fowler, desde a quarta temporada, trabalho pelo qual foi nomeada para o Emmy de Melhor Actriz coadjuvante.

Em 2012, sofreu um grave acidente automobilístico, no qual quase perdeu um dos dedos da mão direita. Poucos dias depois, Mayim postou no seu Twitter que já estava a recuperar e não tinha de amputar nenhum dos seus dedos da mão. A actriz também declarou ter recebido muito carinho do elenco de “The Big Bang Theory”.

Foi casada com Michael Stone e teve dois filhos. Divorciaram-se em Novembro de 2012, alegando diferenças irreconciliáveis.

Mayim toca piano, trompete e contrabaixo, assim como harpa, que aprendeu a tocar para “The Big Bang Theory”. É ainda dançarina, tendo tido aulas nos intervalos das filmagens de “Blossom” (1990).  

É defensora dos direitos dos animais. Adoptou uma baleia, um lobo e um peixe-boi. Segue uma dieta vegana (sem produtos de origem animal de qualquer espécie).

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

11 DE DEZEMBRO - MANUEL CARDOSO

EFEMÉRIDE - Manuel Cardoso, organista e compositor português, nasceu em Fronteira do Alentejo no dia 11 de Dezembro de 1566 (data provável). Morreu em Lisboa, em 24 de Novembro de 1650.

Participou no Colégio dos Moços do Coro, associado à Sé Catedral de Évora, estudando com Manuel Mendes e Cosme Delgado.

Em 1588, ingressou na Ordem Carmelita e fez os seus votos em 1589, no Convento do Carmo, em Lisboa.

No início dos anos 1620, residiu no Paço Ducal de Vila Viçosa, onde se tornou amigo do duque de Barcelos (mais tarde rei D. João IV de Portugal). Terminou a sua carreira como organista e compositor residente no Convento do Carmo em Lisboa.

Muitas das suas obras, provavelmente as mais progressistas, foram destruídas no Terramoto de 1755.

Foi, juntamente com Duarte Lobo, Filipe de Magalhães, e João IV de Portugal, um dos maiores representantes da “era dourada” da Polifonia portuguesa.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

10 DE DEZEMBRO - ALBERTO FERREIRA

EFEMÉRIDE - Alberto Ferreira, professor, jornalista, escritor e militante político português. morreu em Lisboa no dia 10 de Dezembro de 2000. Nascera na mesma cidade em 5 de Outubro de 1920.  

Diplomado pela Escola de Regentes Agrícolas de Santarém, Alberto Ferreira percorreu o país no exercício da sua profissão de técnico agrário.

Posteriormente, licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Professor do ensino secundário a partir de 1974, passou a leccionar Cultura Portuguesa na Faculdade onde estudou, a partir de 1977.

Colaborou activamente nas revistas “Vértice” e “Seara Nova”, chegando a ser director desta última. Publicou diversos ensaios e obras de ficção.

Foi um resistente antifascista lúcido e íntegro. A sua obra representou a voz da oposição contra a repressão salazarista. Com o seu afecto e a sua cultura marcou várias gerações de alunos.

Era militante do PCP desde 1942 e foi uma voz da referência na década de 1960. Tornou-se principalmente conhecido do grande público pela publicação da monumental obra, em quatro volumes, “Bom senso e bom gosto (Questão coimbrã)” em colaboração com a esposa, Maria José Marinho, e do romance-ensaio “Diário de Édipo”, publicado em 1965, com três edições, que representou, durante algum tempo, a voz da oposição contra a repressão do Estado-Novo.

Pertenceu também a uma equipa pedagógica que ministrava, em horário pós-laboral, na Cooperativa dos Trabalhadores de Portugal, um curso para adultos politizados ou em vias de politização com “aulas livres” sobre os períodos históricos. As aulas eram um misto de aprendizagem das ferramentas históricas e de sessões de demarcação do regime fascista.

Em Outubro de 1963, foi preso e levado para o Aljube onde, durante seis meses, foi sujeito a várias torturas como a tortura do sono. Depois da sua libertação, continuou a perseguição política e foi proibido de leccionar no ensino público. Só reiniciou a carreira de professor após a Revolução do 25 de Abril.

Já bastante doente (sofria da doença de Parkinson), ainda publicou dois romances. Faleceu aos 80 anos, deixando um vasto acervo de documentação, que foi doado à Biblioteca Nacional.

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