quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

JULIO SOSA - "Mano a mano"


31 DE JANEIRO - REVOLTA DE 1891


EFEMÉRIDE - A Revolta de 31 de Janeiro de 1891 foi o primeiro movimento revolucionário que teve por objectivo a implantação do regime republicano em Portugal. Em 31 de Janeiro de 1891, registou-se no Porto um levantamento militar contra as cedências do Governo (e da Coroa) ao ultimato britânico de 1890, por causa do Mapa Cor-de-Rosa, que pretendia ligar, por terra, Angola a Moçambique.
Em 1 de Janeiro de 1891 reunira-se o Partido Republicano em congresso, de onde saiu um directório eleito, constituído por Teófilo Braga, Manuel de Arriaga, Homem Cristo, Jacinto Nunes, Azevedo e Silva, Bernardino Pinheiro e Magalhães Lima.
Estes homens apresentaram um plano de acção política a longo prazo, que não incluía a revolta que veio a acontecer.  A sua supremacia não era reconhecida por todos os republicanos, principalmente por aqueles que defendiam uma acção imediata. Estes, além de revoltados pelo desfecho do episódio do Ultimato, entusiasmaram-se com a recente proclamação da República no Brasil, em 15 de Novembro de 1889.
As figuras cimeiras da Revolta do Porto (sendo um movimento de descontentes grassando sobretudo entre sargentos e praças, careceu do apoio de qualquer oficial de alta patente) foram o capitão António Amaral Leitão, o alferes Rodolfo Malheiro e o tenente Coelho, além dos civis, dr. Alves da Veiga, actor Miguel Verdial e Santos Cardoso, além de vultos eminentes da cultura como João Chagas, Aurélio da Paz dos Reis, Sampaio Bruno e Basílio Teles, entre outros.
A revolta teve início na madrugada do dia 31 de Janeiro, quando o Batalhão de Caçadores nº 9, liderado por sargentos, se dirigiu para o Campo de Santo Ovídio, hoje Praça da República, onde se encontrava o Regimento de Infantaria 18. Ainda antes de chegarem, juntou-se ao grupo: o alferes Malheiro, perto da Cadeia da Relação; o Regimento de Infantaria 10, liderado pelo tenente Coelho; e uma companhia da Guarda Fiscal. Embora revoltado, o R.I. 18 ficou retido pelo coronel Meneses de Lencastre, que - assim - quis demonstrar a sua neutralidade no movimento revolucionário.
Os revoltosos desceram a Rua do Almada, até à Praça de D. Pedro (hoje Praça da Liberdade), onde - em frente ao antigo edifício da Câmara Municipal do Porto - ouviram Alves da Veiga proclamar da varanda a Implantação da República. Acompanhavam-no Felizardo Lima, o advogado António Claro, o dr. Pais Pinto, o abade de São Nicolau, o actor Verdial, o chapeleiro Santos Silva e outras figuras. Verdial leu a lista de nomes que comporiam o governo provisório da República e que incluíam: Rodrigues de Freitas, professor; Joaquim Bernardo Soares, desembargador; José Maria Correia da Silva, general de divisão; Joaquim d'Azevedo e Albuquerque, lente da Academia; Morais e Caldas, professor; Pinto Leite, banqueiro; e José Ventura Santos Reis, médico.
Foi hasteada uma bandeira verde e vermelha pertencente a um Centro Democrático Federal. Com fanfarra, foguetes e vivas à República, a multidão decidiu subir a Rua de Santo António, em direcção à Praça da Batalha, com o objectivo de tomar a estação de Correios e Telégrafos.
No entanto, o festivo cortejo foi barrado por um forte destacamento da Guarda Municipal, posicionado na escadaria da Igreja de Santo Ildefonso, no topo da rua. O capitão Leitão, que acompanhava os revoltosos e esperava convencer a guarda a juntar-se-lhes, viu-se ultrapassado pelos acontecimentos. Em resposta a dois tiros que se crê terem partido da multidão, a Guarda soltou uma cerrada descarga de fuzilaria, vitimando indistintamente militares revoltosos e simpatizantes civis. A multidão civil entrou em debandada e, com ela, alguns soldados.
Os mais bravos tentaram ainda resistir. Cerca de trezentos barricaram-se na Câmara Municipal, mas por fim, a Guarda, ajudada por artilharia da serra do Pilar, por Cavalaria e pelo Regimento de Infantaria 18, sob as ordens do chefe do Estado Maior do Porto, general Fernando de Magalhães e Menezes, forçou-os à rendição às dez da manhã. Terão sido mortos 12 revoltosos e feridos 40.
Alguns dos implicados conseguiram fugir para o estrangeiro: Alves da Veiga iludiu a vigilância e foi viver para Paris; o jornalista Sampaio Bruno e o advogado António Claro alcançaram a Espanha, assim como o alferes Augusto Malheiro, que dali emigrou para o Brasil.
Os nomeados para o Governo Provisório trataram de esclarecer que não tinham dado autorização para o uso dos seus nomes.
A reacção oficial seria, como era de esperar, implacável, tendo os revoltosos sido julgados por Conselhos de Guerra, a bordo de navios, ao largo de Leixões: o paquete Moçambique, o transporte Índia e a corveta Bartolomeu Dias. Para além de civis, foram julgados 505 militares. Seriam condenados a penas entre 18 meses e 15 anos de degredo em África cerca de duzentas e cinquenta pessoas. Em 1893, alguns seriam libertados, em virtude da amnistia decretada para os então considerados «criminosos políticos da classe civil».
Em memória desta revolta, logo que a República foi implantada em Portugal, a então designada Rua de Santo António foi rebaptizada para Rua 31 de Janeiro, passando a data a ser celebrada, dado que se tratava da primeira de três revoltas de cariz republicano efectuadas contra a monarquia constitucional.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

30 DE JANEIRO - MARCELO BONFÁ


EFEMÉRIDE - Marcelo Augusto Bonfá, baterista brasileiro, célebre por ter sido membro fundador da banda de rock alternativo Legião Urbana, nasceu em Itapira no dia 30 de Janeiro de 1965.
Viveu em Itapira até 1977, ano em que se mudou para Brasília após o pai, funcionário do Banco do Brasil, ter sido transferido para a capital brasileira. Bonfá não demorou a ambientar-se. Apesar de ser de uma cidade do interior paulista e a maioria dos jovens de Brasília que moravam no seu bairro terem vindo do Rio de Janeiro, conseguiu fazer amizades rapidamente. Tornou-se amigo de Fê Lemos, que o deixava brincar com a sua bateria. A sua primeira bateria foi um presente do seu pai, quando estava de férias em São Paulo.
Bonfá formou uma banda com André Müller (futuro membro da banda punk Plebe Rude). Chamava-se Metralhaz, mas teve curta duração. Também tocou na banda Dado e o Reino Animal, do seu amigo Dado Villa-Lobos. Em 1982, foi chamado por Renato Russo para, juntos, iniciarem um grupo, chamado Legião Urbana. Bonfá permaneceu na Legião até ao seu fim, anunciado oficialmente em Outubro de 1996, após a morte de Renato Russo.
No ano de 2000, Marcelo Bonfá lançou o seu primeiro trabalho a solo, “O Barco Além do Sol”, através da gravadora Trama, tendo tido vendas superiores a 30 mil cópias. O tema “Depois da Chuva” foi um dos mais tocados nas rádios do Brasil.
Em 2004, lançou o seu segundo trabalho a solo intitulado “Bonfá + Videotracks”, distribuído pela EMI. O último álbum a solo chamou-se “Mobile” e foi lançado em 2007 no formato digital. Em todos estes seus discos, Bonfá contou com a parceria do letrista Gian Fabra.
Actualmente, Bonfá tem uma banda chamada Bonfá e os Corações Perfeitos, em que o seu filho João Pedro toca a guitarra. Na sua carreira a solo, já vendeu mais de cem mil cópias dos seus três álbuns.
Marcelo Bonfá, juntamente com o parceiro da extinta Legião Urbana, Dado Villa-Lobos, participou - entre 2011 e 2012 - em alguns shows da banda Jota Quest durante a tournée deste grupo mineiro. No mesmo ano, participou no Rock in Rio em homenagem à Legião Urbana, contando com participações de Toni Platão, Herbert Vianna, Pitty, Dinho Ouro Preto e Rogério Flausino. Em 2012, participou no tributo MTV à Legião Urbana, ao lado de Dado e Wagner Moura.
Tem dois filhos: Tiago Bonfá (nascido em 1991), fruto do relacionamento com Simone Bonfá, e João Pedro Bonfá (nascido em 1988), também músico, fruto da sua relação com a actriz Isabela Garcia, membro da sua banda a solo. A primeira neta, Luísa, filha de João Pedro e Ana Glória, nasceu em Outubro de 2011.
Produz a Cachaça Perfeição, na sua Fazenda Vistalinda, em Santo António do Rio Grande, Minas Gerais. A cachaça é orgânica, sem uso de agro-tóxicos nem químicos.

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

29 DE JANEIRO - MARGARET TRUMAN


EFEMÉRIDE - Mary Margaret Truman Daniel, escritora norte-americana, morreu em Chicago no dia 29 de Janeiro de 2008. Nascera em Independence, no Missouri, em 17 de Fevereiro de 1924. Foi a única filha de Harry S. Truman, 33º presidente dos Estados Unidos, e de sua esposa Bess Truman.
Margaret Truman foi autora de biografias, de livros sobre a Casa Branca e de vários romances que foram best-sellers.
Em 1944, baptizou o navio de guerra USS Missouri, com o nome do seu Estado natal.
Consorciou-se. em 1956, com Clifton Daniel, repórter e depois redactor do “New York Times”. Desta união, nasceram quatro filhos.
Margaret tinha um lugar no conselho de administração do Harry S. Truman Presidential Library and Museum e também no Franklin and Eleanor Roosevelt Institute.
Enviuvou em 2000 e faleceu aos 83 anos, no seguimento de uma doença que a obrigava a viver com assistência respiratória. Em Fevereiro de 2008, as suas cinzas e as do marido foram colocadas junto dos restos mortais de seus pais, numa cerimónia íntima. Repousam no Truman Library and Museum, em Independence.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

28 DE JANEIRO - RUI NOVA


EFEMÉRIDE - Rui Nova, cantor português, nasceu na Póvoa de Varzim em 28 de Janeiro de 1964.
Iniciou a sua carreira artística em 1985. Animador de radio, teve como grandes influências António Sala, Olga Cardoso e Luís Arriaga. Rui Nova começou a cantar com o apoio de dois grandes amigos: José Cid e Carlos Paião.
Iniciou-se na Rádio Onda Verde - uma rádio livre (pirata), na Póvoa de Varzim, que marcou o panorama da rádio em Portugal, tendo sido motivo de reportagens de vários jornais e rádios nacionais.
O primeiro disco surgiu em 1989 (“Lá Fora a Cidade Dorme”), com produção de Luís Filipe e canções assinadas por José Cid.
O LP “Fundamental” apareceu em 1993, com produção e arranjos de José Cid. “Deixa-me ao menos dar-te um beijo” chegaria ao top de diversas rádios, incluindo em França e no Brasil. O álbum incluía uma versão de “Rock Rural”, produzida pelo próprio José Cid, trinta anos depois de a ter gravado originalmente.
O terceiro disco, “Moças do Meu País”, foi editado em 1997. A produção e arranjos foram do maestro José Marinho e a gravação feita no estúdio de Paco Bandeira. O tema principal foi mais um grande sucesso nacional.
Rui Nova entrou em diversos programas de rádio e de televisão. Nomeado para o Grande Prémio do Disco da Rádio Renascença, participou em “Despertar ao Vivo” de António Sala e Olga Cardoso.
Em 1997, criou o seu próprio estúdio e editora, onde passou a gravar os seus discos e a produzir outros artistas. 1998 marcou a edição de “Eu quero ver o pôr-do-sol contigo” na colectânea Póvoa Cidade. Em 2001, editou o álbum “Vivó Varzim”, de apoio ao Varzim Sport Club.
No ano seguinte, gravou o CD-Single “É por causa de ti” com produção de José Cid, contando com a participação especial de Mike Sergeant.
Rui Nova lançou, em 2006, o álbum “Sempre no AR” - a antologia de 20 anos de carreira, onde incluiu o tema “Amigos do Futebol”, que foi um dos hinos adoptados para apoio à Selecção Nacional de Portugal no decorrer do Mundial de Futebol (2006), na Alemanha.
Em 2007, e através do Youtube, chegou mais um sucesso e ficou conhecido como o  Mika Português - a versão portuguesa de “Grace Kelly” de Mika, com o título “É o que tenho pra dar”.
Em 2010, foi seleccionado para o Festival RTP da Canção, sendo um dos candidatos a representar Portugal no Festival da Eurovisão. Rui Nova concorreu com o tema “Uma Canção à Cid (o sol e as estrelas)”, tendo chegado à final.
Rui Nova tem levado o seu show de norte a sul de Portugal, mas também à Suíça, França e Canadá. Como locutor de rádio, começou em 1985 na Rádio Onda Viva da Póvoa de Varzim. Passou pela Rádio Foz do Ave (Vila do Conde), Rádio Mar (Póvoa de Varzim) e, actualmente, pode ser ouvido na Rádio Barcelos.
Rui Nova foi ainda o fundador da Norte Litoral Tv (uma webtv, que serve os concelhos da Póvoa de Varzim e Vila do Conde), que inclui ainda a Norte Litoral Radio, a emitir 24 horas por dia, numa emissão paralela à webtv.

domingo, 27 de janeiro de 2019

27 DE JANEIRO - ADRIANA DE OLIVEIRA


EFEMÉRIDE - Adriana de Oliveira, modelo brasileira, morreu em Ouro Fino no dia 27 de Janeiro de 1990. Nascera em Santo André, em 11 de Agosto de 1969.  Tornou-se conhecida ao vencer a etapa nacional do concurso Supermodel of the World 1989 e foi uma das modelos de maior sucesso no Brasil do fim da década de 1980. Foi capa e assunto de editoriais nas mais cotadas revistas da época, como “Nova, Manequim”, “Moda Brasil” e “Cláudia”, chegando a figurar na lista das Dez Mulheres Mais Lindas do Planeta em 1989, após a sua classificação na final mundial do Supermodel of the World em Los Angeles.
Adriana morreu após ingerir, juntamente com amigos, um cocktail de drogas, álcool e tranquilizantes, num local no interior de Minas Gerais - um dos casos de maior repercussão mediática ocorridos no Brasil, envolvendo o uso de drogas. Apesar da comoção em torno do caso, ninguém foi responsabilizado ou condenado pois, segundo a justiça, não houve vontade dos três envolvidos em perpetrar a morte da modelo.
Filha de uma dona de casa e de um metalúrgico aposentado da Mercedes Benz, pertencia à classe média paulista.  Adriana cresceu com o único irmão, dois anos mais velho.
Tida como meiga e muito estudiosa, durante a infância e a adolescência, praticou natação e teve aulas particulares de piano durante cinco anos. Caseira, costumava ajudar a mãe nas tarefas domésticas e era fã das bandas Ira e Legião Urbana, bem como do cantor Cazuza. Adriana também gostava de praticar desportos, como body boarding e full contact, este último aconselhado pelo namorado, que conheceu nos tempos de escola. Antes de se tornar modelo conhecida, formou-se como técnica em Processamento de Dados, em 1987.
Em 1985, aos quinze anos, Adriana foi sorteada numa festa de bairro e recebeu como prémio um curso de manequim. Embora não se empolgasse demasiado com esta carreira, incentivada pelo irmão, procurou uma agência de modelos um ano depois e posou para as suas primeiras fotos. A partir daí, começou a ser chamada para fazer pequenos desfiles e catálogos de moda, incluindo uma campanha de Natal para as lojas Mesbla e a capa da revista “Carícia”.
Aos dezoito anos e com perfil de modelo fotográfico e de passerelle, em virtude de ter corpo e rosto fotogénicos, a “Cinderela de Santo André”, como viria a ser conhecida, foi convidada para fazer parte do casting da agência de modelos Class, em São Paulo, uma das mais conhecidas de então no Brasil. Em pouco tempo, já tinha uma média de vinte e cinco contratos por mês, tornando-se a modelo mais requisitada da agência. O sucesso repentino logo a levaria a passar uma temporada no Japão.
A sua carreira consolidou-se em Junho de 1989, ao derrotar sete mil concorrentes e vencer em primeiro lugar a etapa brasileira do concurso Supermodel of the World. Em Agosto do mesmo ano, disputou a final mundial em Los Angeles e ficou entre as dez finalistas. Os convites para participar em desfiles, ensaios fotográficos e comerciais multiplicaram-se. Adriana passou também a figurar nas páginas das revistas mais conhecidas da época.
Foi assim que Adriana de Oliveira chegou à agência Class, que viu nela um enorme potencial e resolveu investir.  Tornou-se a modelo mais requisitada da agência, sendo considerada o «rosto dos anos 90».
No fim de 1989, com apenas dois anos de trabalho, foi elevada à categoria de top-model, sendo incluída na lista das dez modelos de maior sucesso no mundo, naquele ano. Semanas antes de falecer, em Janeiro de 1990, tinha viagem marcada para a Alemanha e posou para quatro revistas internacionais.
No sábado, 27 de Janeiro de 1990, pela manhã, ela, o namorado e um casal amigo beberam álcool e usaram drogas. Por volta das 15 h, Adriana sentiu-se mal, quanfo admirava a paisagem através de um binóculo, e caiu no chão começando a contorcer-se com dores e a gritar com convulsões. Perdeu os sentidos.  Para não a levarem ao hospital, tentaram reanimá-la, com respiração boca-a-boca e um jacto de água fria no rosto. Com a ajuda de um vizinho, que também tentou ajudar, levaram-na então ao hospital, mas já era tarde demais para a salvar.
Segundo a certidão de óbito, tinha havido uma combinação fatal de várias substâncias, como cocaína, maconha, álcool e um tranquilizante (Diazepam). A carreira de Adriana acabava prematuramente, quando muito havia a esperar dela. Tinha apenas 20 anos.

sábado, 26 de janeiro de 2019

26 DE JANEIRO - JULES FEIFFER


EFEMÉRIDE - Jules Feiffer, autor norte-americano de bandas desenhadas, escritor e cenógrafo de cinema e teatro, nasceu em Nova Iorque no dia 26 de Janeiro de 1929.
Em Junho de 2000, reformou-se de desenhador de imprensa, depois de 43 anos de carreira neste domínio.
Os seus desenhos e bandas desenhadas, publicados em “The New Yorker”, “Playboy”, “Esquire” ou “The Nation”, foram compilados em 19 livros. Eles foram influenciando ao longo dos tempos numerosos autores, tanto em França como nos Estados Unidos.
Jules e as suas duas irmãs foram educados pelos pais segundo as regras do judaísmo.  O pai era vendedor, mas - em virtude da Grande Depressão - ficava frequentemente desempregado. Jules começou a desenhar a partir dos 3 anos, encorajado pela mãe, que era estilista de moda.
Com 13 anos, recebeu da mãe a sua primeira mesa de desenho. Ela  inscreveu-o igualmente na Art Students League of New York, para estudar desenho anatómico. Passou o exame final na James Monroe High School (Nova Iorque), aos 16 anos.
Feiffer interessou-se desde a juventude por cartoons, pois achava que não tinha talento suficiente para se tornar escritor ou artista visual. Tentou conjugar os seus conhecimentos pára elaborar ume obra pessoal, inspirado pelas suas leituras de infância. Analisava também o estilo de diversos autores.
Depois de sair da escola, Feiffer procurou desesperadamente um emprego. Apresentou-se espontaneamente em casa de um dos seus autores preferidos, Will Eisner. Este, que tinha conhecido uma situação comparável no começo da sua vida, perguntou-lhe quais eram as suas aptidões e desejos.
Apesar de Eisner não ter ficado muito convencido das competências artísticas do candidato, admitiu-o por simpatia e porque Feiffer manifestava grande entusiasmo. Passados tempos, Jules pediu uma promoção, que não lhe foi dada. Como compensação, Eisner reservou-lhe uma página para as suas publicações em “The Spirit”. Por outro lado, a colaboração entre os dois era positiva, trocando ideias sobre os seus argumentos e chegando muitas vezes a acordo sobre alterações.
Em 1947, Feiffer inscreveu-se durante um ano no Pratt Institute, para melhorar o seu grafismo. A sua carreira estava pronta para ‘disparar’…
Entre numerosos prémios recebidos, salientam-se dois:  o Oscar de Melhor Curta-metragem de Animação (1961) e o Prémio Pulitzer de Desenho de Imprensa (1986).  Em 1995, foi eleito para a Academia Americana das Artes e das Letras.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

25 DE JANEIRO - POLICARPO SANZ


EFEMÉRIDE - José Policarpo Sanz Souto, empresário e mecenas galego, nasceu em Marín, Pontevedra, no dia 25 de Janeiro de 1841. Morreu em Nova Iorque, em 1889.
Como emigrante nos Estados Unidos da América, Policarpo Sanz construiu um importante grupo industrial, ajudado também pelo seu casamento com uma endinheirada herdeira de origem cubana.
Após a morte de Policarpo Sanz, e dando cumprimento à sua vontade, a imensa colecção de obras de arte que possuía foi doada ao Museu Municipal de Vigo, cidade onde Sanz passara a sua infância. Nessa colecção, contam-se importantes quadros de pintores flamengos, franceses, italianos e espanhóis.
Em sua homenagem, o concelho de Vigo baptizou uma das suas principais ruas com o seu nome. Nesta artéria, estão situadas sedes de instituições bancárias, teatros e centros culturais.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

24 DE JANEIRO - GIANNI AGNELLI


EFEMÉRIDE - Giovanni “GianniAgnelli, industrial e homem de negócios italiano, co-proprietário e dirigente da Fiat, morreu em Turim no dia 24 de Janeiro de 2003. Nascera na mesma cidade em 12 de Março de 1921. Chamavam-lhe ‘o Advogado’. Era fã incondicional da Juventus.
Neto de Giovanni Agnelli, de quem herdou em 1966 a direcção da empresa familiar Fiat, depois de um período de “regência” de Vittorio Valletta. Foi justamente Valletta, um dos últimos sobreviventes do núcleo fundador, que formou o jovem Gianni para uma sucessão difícil e estratégica. Iniciou-o também, particularmente, nas relações com o mundo da política.
Gianni Agnelli soube fazer da Fiat a maior empresa italiana e um dos principais construtores de automóveis na Europa. Paralelamente, desenvolveu também as outras empresas do grupo, que incluíam sociedades presentes nos sectores militares e estratégicos.
Durante a Segunda Guerra Mundial, seguiu formação militar numa Escola de Aplicação de Cavalaria nos arredores de Turim e licenciou-se em Direito na universidade da capital piemontesa. Foi mobilizado para a guerra, num regimento de carros de combate, e enviado para a frente russa e depois para o Norte de África, onde foi ferido. Depois do armistício, serviu como oficial de ligação com as tropas aliadas.
Regressado à vida civil, abriu várias fábricas Fiat pelo mundo fora, da URSS à América do Sul, e teceu uma rede apertada de alianças e de co-empresas. Nos anos 1970, durante a crise petrolífera, cedeu a uma sociedade líbia, ligada ao coronel Kadhafi, 10% das acções Fiat, que recuperou alguns anos depois.
Entre 1974 e 1976, foi presidente da Confindustria. As suas relações com a esquerda italiana representaram a essência das relações da indústria com as forças políticas e com os sindicatos.
Gianni Agnelli foi nomeado senador em 1991, em representação do Gruppo per le Autonomie e participou na Comissão de defesa do Senado.
No começo dos anos 2000, abriu o capital da Fiat unicamente aos americanos da General Motors, com os quais fez um acordo que o tornou o principal accionista da GM.
A crise económica da actividade automóvel no grupo Fiat surgiu quando Agnelli já lutava contra um cancro que o mataria em Janeiro de 2003 e o impediu de participar activamente nos acontecimentos.
Agnelli foi o personagem mais importante e prestigiado da economia italiana e um símbolo do capitalismo da segunda metade do século XX.
Homem culto, dotado de um sentido de humor sui generis, ele terá sido - na sua época - o italiano mais conhecido no estrangeiro, mantendo relações com banqueiros e políticos a nível internacional.
Em 2002, legou à cidade de Turim um imenso património de quadros, pondo assim à disposição dos seus concidadãos a sua extraordinária pinacoteca.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

23 DE JANEIRO - LEOPOLDO PIRELLI


EFEMÉRIDE - Leopoldo Pirelli, industrial italiano, morreu em Portofino no dia 23 de Janeiro de 2007. Nascera em Usmate Velate, em 27 de Agosto de 1925.
Leopoldo Pirelli era filho de Alberto Pirelli e neto do senador Giovanni Battista Pirelli, fundador em 1872, da empresa Pirelli & Co, que viria a tornar-se num gigante do sector dos pneus. Definindo-se como calvinista, era um defensor da privacidade e um amante da vela.
Leopoldo cresceu na sua localidade natal, próximo de Varese. Licenciou-se aos 25 anos em Engenharia Mecânica, começando - em seguida - a trabalhar na empresa da família.
Tornou-se vice-presidente do grupo em 1956 e assumiu a presidência em 1965, na qual se manteve até 1996, ano em que foi substituído pelo genro, o empresário Marco Tronchetti Provera. Manteve-se desde então, e até à data da sua morte, como presidente de honra da fabricante italiana.
Além de ser uma das mais importantes empresas do sector de pneus a nível mundial, a Pirelli também está presente nos sectores imobiliário e de componentes para telecomunicações.
Em 1974, foi também nomeado vice-presidente da Confindustria, uma associação de industriais, da qual foi um dos principais renovadores, a par de Gianni Agnelli.
No fim da década de 1980, tentou a entrada na norte-americana Firestone e, em Setembro de 1990, na italiana Continental.
Exerceu durante anos a função de conselheiro de várias empresas e institutos, tais como a Comit, a RAS e a Mediobanca.
Foi nomeado Cavaliere del lavoro em 1977. Gostava de defender a tese de que, no âmbito do trabalho, é melhor ter uma ocupação - nem que seja parcial e qualquer que seja a forma contratual que a regule - do que estar desocupado.
Faleceu aos 81 anos, na sua casa de Portofino (norte de Itália). Deixou dois filhos.

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

22 DE JANEIRO - FREDRIK BAJER


EFEMÉRIDE - Fredrik Bajer, professor, tradutor, escritor, político e pacifista dinamarquês, morreu em Copenhaga no dia 22 de Janeiro de 1922. Nascera em Næstved, em 21 de Abril de 1837.  Recebeu o Nobel da Paz em 1908 e era presidente honorário do Secretariado Internacional da Paz.
Filho do pastor Alfred Beyer, Fredrik serviu como oficial do exército dinamarquês, lutando na Guerra dos Ducados. em 1864, contra Prússia e a Áustria, sendo promovido ao posto de primeiro-tenente. Foi desmobilizado em 1865 e mudou-se para Copenhaga, onde se tornou professor, tradutor e escritor.
Entrou para o Parlamento dinamarquês em 1872, como membro do Folketinget, onde se manteve durante 23 anos.  Como parlamentar, trabalhou no uso da arbitragem internacional para resolver conflitos entre as nações e foi devido aos seus esforços que as relações estrangeiras se tornaram parte do trabalho do Parlamento dinamarquês. A Dinamarca participou no início da União Interparlamentar e ganhou uma posição de destaque entre os seus membros.
Fredrik Bajer apoiou muitas organizações pacifistas, tanto na Dinamarca como em toda a Europa, e ajudou a orientar a aprovação de uma lei para alcançar acordos de arbitragem com a Suécia e a Noruega.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

21 DE JANEIRO - GEORGE MOORE


EFEMÉRIDE - George Augustus Moore, romancista, poeta, crítico de arte, memorialista e dramaturgo irlandês, morreu em Londres no dia 21 de Janeiro de 1933.  Nascera em Moore Hall, em 24 de Fevereiro de 1852.
Pertencia a uma família católica, dona de terras, que vivia em Moore Hall, no Condado de Mayo. Originalmente, queria ser pintor e estudou Artes em Paris, durante a década de 1870. Ali se tornou amigo de muitos dos principais artistas franceses da época. Édouard Manet pintou mesmo o seu retrato em 1879.
Acabou por se dedicar à literatura. Como autor naturalista, foi um dos primeiros escritores de língua inglesa a absorver as técnicas do realismo francês, tendo sido influenciado particularmente pelas obras de Émile Zola. De acordo com o crítico literário e biógrafo Richard Ellmann, os seus trabalhos - por sua vez - influenciaram James Joyce. Embora a obra de Moore seja vista, por vezes, como secundária em relação às literaturas irlandesa e britânica, ele foi frequentemente citado como o primeiro grande romancista moderno irlandês.
Frequentou o salão literário de Geneviève Halévy, onde se cruzava com Rejane, Lucien Guitry, Paul Bourget e o pintor Edgar Degas, entre outros.

domingo, 20 de janeiro de 2019

20 DE JANEIRO - LUPIMANSO


EFEMÉRIDE - Lupimanso, de seu nome completo Ruy Lupi Manso, pintor e desenhador português, morreu em Lisboa no dia 20 de Janeiro de 2000. Nascera em Lourenço Marques (agora Maputo), em 30 de Abril de 1921.
Foi um dos pioneiros da banda desenhada portuguesa, tendo publicado diversos desenhos em jornais infantis como “O Mosquito”.
Trabalhou em publicidade em Lisboa e Madrid e, posteriormente, em serigrafia com o seu amigo e pintor António Inverno, que realizou todas as edições em serigrafia das suas obras.
Dono de um traço inconfundível, realizou algumas obras a aguarela, mas seria a óleo que iria conseguir trabalhos de maior relevo. Com mais de duas dezenas de quadros expostos em diversas galerias de Lisboa e outras tantas edições em serigrafia, Lupimanso foi um artista que deixou, nas suas pinturas, uma marca bem característica de Lisboa e do Alentejo.
Da sua obra, fazem parte quadros como “A Janela”, “Cacilheiro”, “Baía de Cascais”, “Vila Viçosa” e “Casa do Menino de Deus”, cujas edições em serigrafia se encontram esgotadas.
NB - Apesar de numerosas pesquizas, não nos foi possível encontrar uma fotografia deste biografado.

sábado, 19 de janeiro de 2019

19 DE JANEIRO - WILLIAM CONGREVE


EFEMÉRIDE - William Congreve, poeta e dramaturgo neoclássico britânico, morreu em Londres no dia 19 de Janeiro de 1729. Nascera em Bardsey, perto de Leeds, em 24 de Janeiro de 1670.
Licenciou-se em Direito, no Trinity College de Dublin, onde encontrou Jonathan Swift, do qual ficaria amigo durante toda a vida. 
Exerceu a advocacia em Londres. Era protegido do Lorde Halifax, que lhe conseguiu diversos empregos, em que podia mesmo assim dedicar-se às letras, a sua paixão. Foi um fervoroso discípulo de John Dryden.
Autor de comédias de costumes espirituosas, cínicas e frequentemente licenciosas, foi considerado o mais célebre dramaturgo da Restauração Inglesa. Entre os seus mais importantes trabalhos estão “The Double Dealer” de 1694, a sua obra-prima, e “The Way of the World” de 1700.
A sua carreira, no entanto, terminou tão depressa como havia começado. Depois de ter escrito cinco peças, cessou toda a actividade visto constatar a evolução do gosto do público, que se tornara menos favorável aos temas das suas comédias. Foi igualmente atacado ferozmente pelo bispo Jeremy Collier, no panfleto “Short View of the Immorality and Profaneness of the English Stage”. William Congreve ainda redigiu uma longa resposta, intitulada “Amendments of Mr. Collier's False and Imperfect Citations”.
Dedicou-se depois à política, ocupando algumas funções menores. Sofrendo de gota, retirou-se definitivamente das actividades teatrais e viveu o resto da sua vida com dificuldades financeiras, valendo-se o que lhe sobrara da edição das suas primeiras peças. Ocasionalmente, escreveu poemas e fez traduções, nomeadamente de “Monsieur de Pourceaugnac” de Molière.
Acabou por falecer vítima de um acidente de fiacre, sento sepultado no Canto dos Poetas, na Abadia de Westminster.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

18 DE JANEIRO - JOÃO PEDRO BANDEIRA


EFEMÉRIDE - João Pedro Bandeira, locutor, radialista, jornalista e autor português, nasceu em Lisboa no dia 18 de Janeiro de 1965. É licenciado em Comunicação Social.
Actualmente, tem um programa de rádio diário na RDP Internacional e faz a narração de documentários exibidos pela RTP.
Deu a voz a documentários da TVI24, a magazines desportivos emitidos na Sport Tv e fez dobragens na SIC, na série “O Encantador de Cães”.
Entre Janeiro de 2009 e Dezembro de 2010, foi locutor/realizador da Antena 1, espaço 05h00/07h00 e programa “Música e Letra”.
Em Novembro de 2010, estreou-se na escrita com “BÍBLIA DOS ANOS 80 - Os melhores anos das nossas vidas”, depois de - em Maio de 2008 - ter feito a edição de texto e a selecção de comentários do livro “Catedral” de Salvador Vaz da Silva. Em Dezembro de 2010, edita um segundo livro, da mesma colecção: “BÍBLIA DO FC PORTO”. Desde então, já colaborou em dezenas de livros, nomeadamente na pesquisa, actualização de dados, escrita e revisão de textos, casos de “Bíblia do Sporting” e “Bíblia do Benfica”, “Bíblia do Torcedor”, “Bíblia do Real Madrid”, “Missão Cumprida - Luís Filipe Vieira”, “Livro de Fãs de Messi” e “Livro de Fãs de Ronaldo”.
Foi co-autor, com Luís Miguel Pereira, de “Neymar Total”, “Bíblia de Cristiano” (em espanhol) e “Bíblia de Messi” (igualmente em castelhano).
Em 2015, coordenou a edição de “E o Sporting é o nosso Grande Amor”, com 110 testemunhos nos 110 anos do clube, e escreveu o livro de Pedro Henriques, “Árbitro de Bancada”.
Começou a sua carreira nos anos 1980, com um estágio na RTP – Informação e RTP - Desporto (programa “Domingo Desportivo”); no semanário “Se7e” e no “Correio da Manhã Rádio”, onde foi jornalista, animador, autor de programas e produtor; responsável pela playlist; pivot de emissões desportivas e grandes eventos musicais (Michael Jackson em Munique, Tribute To Freddie Mercury em Londres, etc.);  colaboração em Especiais, entrevistas, etc.
Seguiu-se a Rádio Comercial, onde foi animador/realizador/locutor e produtor de vários programas, autor de peças, entrevistas e várias reportagens de concertos (Bruce Springsteen, Heineken Night Of The Proms em Madrid, U2, Prince, Rolling Stones, Bob Dylan em Madrid, festivais de Verão, Festival de Glastonbury, Robbie Williams em Paris e Gabriel O Pensador no Brasil).
Mais tarde, pertenceu à Rádio Nacional e foi product manager assistant e chefe de redacção e de produção de um site musical e de rádios e canais online.
Foi ainda voz-off e autor de várias reportagens e entrevistas do magazine de informação de espectáculos “Radar” da RTP, apresentado por Margarida Pinto Correia. Colaborou com várias peças jornalísticas no magazine musical “Feedback” da TVI, apresentado por Nélson Pereira, sendo autor e apresentador em estúdio da rubrica “dbs” sobre o ‘outro lado’ do mundo da música e dos artistas. Foi locutor de continuidade, durante aproximadamente 2 anos, da RTP 1 e 2; locutor de variados documentários transmitidos na TV Cabo, gravados na produtora Ideias e Letras e nos Estúdios Goya, como por exemplo “Hollywood, Odisseia”, “História, Travel” etc.
Da sua vasta experiência no mundo da comunicação, destacam-se ainda, entre outros:  redactor do semanário “Se7e”; jornalista do “Diário Popular”;  colaborador do semanário “Blitz”; colaborações regulares ou esporádicas em vários órgãos de comunicação social, caso das revistas “Valor” (com uma rubrica permanente sobre música) e “Marie Claire”; guionista de televisão da produtora D&D de concursos apresentados por Júlio César e Rogério Samora para a TVI; colaboração com as Produções Fictícias; autor dos guiões da gala “Boa Sorte, Portugal”, no CCB, com apresentação de Júlio Magalhães e Isabel Angelino, e do festival “Sons da Fala”, ambos emitidos na RTP.

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