quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

29 DE FEVEREIRO - ALBERTO RIBEIRO

EFEMÉRIDEAlberto Dias Ribeiro, cantor e actor português, nasceu em Ermesinde no dia 29 de Fevereiro de 1920. Morreu no Porto em 26 de Junho de 2000.

Foi muito popular, sobretudo na década de 40 e inícios dos anos 50 do século XX. Nasceu no concelho de Valongo, distrito do Porto.

Oriundo de uma família de artistas, tinha um irmão e uma irmã que também cantavam, mas que não foram muito conhecidos. Ficou famoso pela sua voz extensa, a sua facilidade em utilizar os agudos e pelo seu timbre quente.

Obteve grande popularidade, surgindo como um dos intérpretes principais da película “Capas Negras” (1947), onde contracenou com a fadista Amália Rodrigues, continuando no período que se lhe seguiu como vedeta de cinema em vários filmes nacionais.

Em 1946, foi estreada no Parque Mayer a peça “Sala Júlia Mendes”, na qual Alberto Ribeiro foi um dos principais intérpretes, juntamente com Amália.

Participou em várias operetas porque, quer pela sua figura, quer pelo seu cantar, era o intérprete ideal, para um espectáculo muito popular na época.

Na década de 1960, voltou ao palco no âmbito da comemoração dos 25 anos da opereta “Nazaré”, na qual interpretava, entre outras canções, “Maria da Nazaré” de sua autoria, em parceria com o poeta António Vilar da Costa, e que tinha sido um estrondoso êxito na década de 1940.

Refira-se ainda que foi ele o criador do tema “Cartas de Amor”, mais tarde muito popularizado por Tony de Matos. No citado filme, que co-protagonizava com Amália, interpretou “Coimbra”, canção que a fadista tornaria internacionalmente conhecida.

Foi intérprete de “Marianita”, “Senhora da Nazaré”, “Soldados de Portugal”, “O Porto É Assim” ou “Eu Já Não Sei”, este último retomado por outros cantores como “Florência”.

Passado pouco tempo, retirou-se novamente de cena, sem que ninguém o compreendesse, remetendo-se a um silêncio que ninguém conseguiu quebrar. Apesar disso, os seus admiradores não o esqueceram, tendo surgido várias reedições dos seus discos.

Alberto Ribeiro faleceu aos 80 anos. Na sua terra natal, existe uma rua com o seu nome.

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

28 DE FVEREIRO - BUGSY SIEGEL

EFEMÉRIDE - Benjamin “Bugsy Siegel, gangster norte-americano aliado à Família Genovese, nasceu em Williamsburg no dia 28 de Fevereiro de 1906. Morreu em Beverly Hills, em 20 de Junho de 1947.

Apelidado de “Bugsy” (o Insecto), Siegel era conhecido por ser implacável para com os associados mafiosos que a Cosa Nostra considerava traidores e adquiriu notoriedade como um dos gangsters mais famosos e temidos da sua época.

Descrito como bonitão e carismático, tornou-se num dos primeiros gangsters a ganhar celebridade, podendo-se considerá-lo como o impulsionador do desenvolvimento da chamada “Las Vegas Strip”.

Siegel foi um dos fundadores e líder da Murder Incorporated e um dos principais contrabandistas de bebidas durante a Lei Seca.

Quando a Lei Seca foi revogada em 1933, os seus interesses criminosos voltaram-se para o jogo. Em 1936, por ordem de Charlie Luciano, deixou Nova Iorque e mudou-se para a Califórnia, mais exactamente para dirigir as actividades da Máfia em Hollywood.

Em 1939, suspeito da autoria do assassinato do colega mafioso Harry Greenberg, foi preso e julgado, mas acabou por ser absolvido em 1942, por falta de provas.

Entretanto, aproveitando-se do seu temível estatuto, frequentava a alta roda artística e convivia com os mais famosos actores cinematográficos: Gary Cooper e George Raft abriram-lhe dezenas de portas e o dobro de camas de actrizes e de pin-ups em voga. Mas não só: Dorothy Taylor, filha de negociantes milionários, casada com o conde italiano Di Frasso, fascista convicto, também deitava o famoso bandido na sua cama.

Conta-se que, em viagem a Itália, Siegel ficou instalado na Villa Madama, em Roma, propriedade dos condes Frasso.

Benjamin Siegel nasceu numa família judia pobre imigrada de Letychiv, Podólia Governorate, no Império Russo, actual Ucrânia. No entanto, outras fontes afirmam que a sua família era oriunda da Áustria. Os seus pais, Max e Jennie Siegel, alimentavam a imensa mole humana de trabalhadores braçais que faziam não importa o quê por baixos salários. Siegel, o segundo de cinco filhos, prometeu-lhes que subiria na vida e dar-lhes-ia uma vida melhor.

Ainda menino, Siegel abandonou a escola e juntou-se a um gangue da Lafayette Street, no Lower East Side de Manhattan.

Cometia essencialmente pequenos roubos, até que conheceu Sedway Moe. Com Sedway, Siegel desenvolveu um esquema de protecção em que comerciantes eram obrigados a pagar-lhes um dólar contra a ameaça de incineração das suas mercadorias.

A ficha criminal de Siegel incluía assaltos à mão armada, estupro e assassinatos, numa espiral de crimes que remontava à sua adolescência.

No decorrer da juventude, fez amizade com Meyer Lansky, especializando-se nos negócios de jogo e roubo de carros. Em 1930, o seu gangue juntou-se com o de Charles Luciano para formar a Murder Inc., na qual ele era o terceiro membro. Siegel teria liquidado o adversário Joe “The Boss” Masseria o que coincidiu com o final da guerra dos gangues.

Siegel continuou a levar a cabo assassinatos para Luciano e, por volta de 1937, havia um grande número de contratos de Siegel, nomeadamente a eliminação violenta de membros de outros gangues, o que lhe granjeou bastante ódio por parte de muitos chefes da Máfia.

Para o proteger, Lansky e Luciano persuadiram-no a mudar-se para a Califórnia. Na Califórnia, Siegel era o homem chave no gangue de Luciano e Lansky e extorquia dinheiro aos proprietários dos estúdios de filmes. Mais tarde, Siegel pediu 5 milhões de dólares ao sindicato do crime para construir o primeiro super casino/hotel em Las Vegas, o Flamingo Las Vegas.

Devido a diversos factores, mas principalmente por má gestão, o Flamingo Las Vegas tornou-se num fiasco e num desastre financeiro.

Luciano exigiu o pagamento da dívida, mas Siegel, julgando-se mais poderoso do que o “capo di tutti capi”, recusou. Luciano, então, ordenou a sua morte. Embora Siegel tenha sido avisado por Lansky deste plano, continuou a recusar-se a pagar, o que lhe foi fatal.

Em 20 de Junho de 1947, um mafioso, a mando de Charlie “Lucky” Luciano, entrou por uma janela aberta no apartamento da namorada de Bugsy (a qual, avisada a tempo, saíra «para arejar»), matou-o com sete tiros de uma pistola calibre .30, a que acrescentou uma rajada de metralhadora.

No filme “The Godfather”, de Francis Ford Coppola, o personagem de Moe Greene foi baseado em Bugsy Siegel.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

27 DE FEVEREIRO - JOHN STEINBECK

EFEMÉRIDE - John Ernst Steinbeck,, Jr., escritor norte-americano, nasceu em    Salinas no dia 27 de Fevereiro de 1902.   Morreu em Nova Iorque, em 20 de Dezembro de 1968.

As suas obras principais são “A Leste do Paraíso” e “As Vinhas da Ira” (“The Grapes of Wrath”, 1939).

Foi membro da Ordem DeMolay. Recebeu o Nobel de Literatura de 1962.

Ainda muito jovem, por influência dos pais, leu Dostoiévski, Milton, Flaubert e George Eliot. Terminou o curso secundário na Salinas High School, em 1919. No ano seguinte, ingressou na Universidade de Stanford, exercendo várias profissões para custear os estudos.

Em 1925, empregou-se no jornal “American” de Nova Iorque, e vasculhou a cidade em busca de um editor para os seus livros ainda não escritos.

Estreou-se na literatura com “A Taça de Ouro” (1929), biografia romanceada do bucaneiro Henry Morgan, já marcada pelo seu característico estilo alegórico.

Publicou em seguida “Pastagens do céu” (1932) e “A Um Deus Desconhecido” (1933). Esses primeiros livros não lhe asseguraram a profissionalização como escritor.

Em 1935, firmou-se como autor de prestígio com “Boémios Errantes”, que recebeu a medalha de ouro do Commonwealth Club de São Francisco, como melhor livro californiano do ano.

Os três mais importantes romances de Steinbeck foram escritos entre 1936 e 1938: “Luta Incerta” (1936) descreve uma greve de trabalhadores agrícolas na Califórnia; “Ratos e Homens” (1937), que seria adaptado para o cinema e teatro, analisa as complexas relações entre dois trabalhadores migrantes; “As Vinhas da Ira” (1939), considerado a sua obra-prima, conta a exploração a que são submetidos os trabalhadores itinerantes e sazonais, através da história da família Joad, que migra para a Califórnia, atraída pela ilusória fartura da região. Essa trágica odisseia recebeu o Prémio Pulitzer de Ficção e foi levada ao cinema por John Ford em 1940.

A obra de Steinbeck inclui ainda “Caravana de Destinos” (1944), “A Pérola” (1945/1947), “O Destino Viaja de Ónibus” (1947), “Doce Quinta-feira” (1954), “O Inverno da Nossa Descontentamento” (1961) e “Viagens com Charley” (1962).

Steinbeck teve 17 das suas obras adaptadas para cinema por Hollywood.

Alcançou também grande sucesso como escritor para filmes, tendo sido nomeado em 1944 para o Óscar de melhor história (Categoria descontinuada em 1957, sendo substituída pela de melhor guião original) pelo filme “Um Barco e Nove Destinos” (“Lifeboat”) de Alfred Hitchcock.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

HARRY BELAFONTE - Banana Boat Song (live) 1997

26 DE FEVEREIRO - NELSON SAÚTE

EFEMÉRIDE - Nelson Saúte, escritor, comentador político e professor de Ciências da Comunicação moçambicano, nasceu em Lourenço Marques, actual Maputo, em 26 de Fevereiro de 1967.

No início da sua vida profissional, em Moçambique, trabalhou na revista “Tempo”, no jornal “Notícias”, na Rádio Moçambique e na Televisão de Moçambique.

Em Portugal, onde se licenciou em Ciências da Comunicação, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, foi redactor do “Jornal de Letras” e do “Público”.

É mestre em Sociologia pela Universidade de São Paulo.

Publicou volumes de poesia, de ficção e de entrevistas, compilou e organizou antologias de poesia e de contos.

Os seus livros estão publicados em Moçambique, Portugal, Brasil, Itália e Cabo Verde.

É, actualmente, editor da Editora Marimbique e curador do Museu dos Caminhos de Ferro de Moçambique.

domingo, 25 de fevereiro de 2024

25 DE FEVEREIRO - LEE EVANS

EFEMÉRIDE - Lee Edward Evans, atleta bicampeão olímpico norte-americano, especialista na prova dos 400 m planos s, nasceu em Madera (EUA) no dia 25 de Fevereiro de 1947. Morreu na Nigéria em 19 de Maio de 2021.

Velocista desde a adolescência, Evans foi imbatível nas provas de 400 m e 440 jardas na escola e na San Jose State University de 1964 a 1966. O seu único rival na altura e o único a derrota-lo nesta época, foi o seu companheiro Tommie Smith, futuro campeão olímpico dos 200 m planos. A competitividade entre os dois era tão grande que o técnico Bud Winter os impedia de treinarem um contra o outro.

Evans conquistou o seu primeiro recorde mundial em 1966, integrando a estafeta 4X400 m dos Estados Unidos numa prova em Los Angeles, a primeira vez em que a prova foi completada em menos de 3 min (2min59s6).

Em 1967, venceu os 400 m nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, com um tempo de 44s95, a primeira vez que o tempo da prova baixava de 45s com cronometragem electrónica na era da cronometragem manual.

Em 1968, venceu as selectivas americanas para os Jogos, fixando novo recorde mundial (44s) e, na Cidade do México, na final olímpica, conquistou o ouro batendo mais uma vez a sua própria marca, estabelecendo novo recorde olímpico e mundial (43s85) que, até hoje, é a sétima melhor marca para a prova e perdurou por vinte anos. Ainda nos mesmos Jogos na altitude mexicana, ganhou mais uma medalha de ouro fechando a estafeta 4x400 m dos EUA, com novo recorde mundial (2:56.16), tempo que permaneceu imbatível durante 24 anos.

Durante a cerimónia de premiação desta prova, Evans e o seu companheiro Ron Freeman receberam as suas medalhas de ouro usando boinas negras ao estilo dos Panteras Negras. Durante a mesma cerimónia da prova dos 200 m, realizada anteriormente, o seu ex-rival de treino Tommie Smith, campeão olímpico dos 200 m e John Carlos, o medalha de bronze, também receberam as suas medalhas de boinas e luvas negras com saudações para o alto, o que lhes valeu a suspensão em competições futuras pelo presidente do COI, o norte-americano branco Avery Brundage.

Depois de se tornar campeão nacional da AAU (Amateur Athletic Union) em 1969 e 1972, Evans conseguiu apenas o quinto lugar nas selectivas para os Jogos de Munique em 1972, o que lhe garantiu um lugar de reserva na estafeta 4X400 m, para disputar as preliminares. Entretanto, com a suspensão de dois integrantes da equipa, Vince Matthews e Wayne Collett, ouro e prata na prova individual dos 400 m, pela mesma demonstração no pódio que a anteriormente feita pelos velocistas negros na Cidade do México 1968, e a contusão de outro atleta, John Smith, os Estados Unidos ficaram sem homens suficientes para formar a estafeta e ele não pôde competir nestes Jogos.

Lee Evans foi toda a vida um defensor dos direitos dos negros, fundador do OPHR (Olympic Project for Human Rights), trabalhou por mais de quatro décadas como director de programas de atletismo nacionais em seis diferentes nações de África, além de técnico das equipas de atletismo de pista e de cross-country da University of South Alabama.

Em Dezembro de 2011, foi diagnosticado com um tumor no cérebro e apesar de todo o seu passado como atleta e técnico, sem ter um plano de saúde e condições de tratamento, uma campanha de arrecadação de fundos para ajudá-lo foi lançada pelo seu companheiro de equipa em 1968, John Carlos.

Evans faleceu em Maio de 2021, aos 74 anos de idade, após sofrer um derrame. Ele encontrava-se na Nigéria, a sua família chegou a abrir uma companha virtual para angariar dinheiro para levar Evans de volta aos Estados Unidos, mas ele morreu antes que fosse possível atingir o valor necessário.

sábado, 24 de fevereiro de 2024

24 DE FEVEREIRO - BENEDITA BARATA DA ROCHA

EFEMÉRIDE - Benedita Barata da Rocha, imunologista portuguesa, condecorada com a Ordem Nacional da Legião de Honra atribuída pelo governo francês, nasceu em Lisboa no dia24 de Fevereiro de 1949. Morreu na mesma cidade em 2 de Outubro de 2021.

Em 2021, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior português, distinguiu-a com a Medalha de Mérito Científico.

Licenciada em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa em 1972, doutorou-se em Imunologia pela Universidade de Glasgow (Escócia), em 1978.

Foi directora de investigação do Centro Nacional de Investigação Científica Francês e dirigiu uma unidade de investigação do Institut National de la Santé et de la Recherche Médicale no Instituto Necker, em Paris.

Tem contribuições científicas importantes no estudo da biologia dos linfócitos T e da memória imunológica. Foi a primeira a demonstrar que a sobrevivência dos linfócitos T8 é um processo activo que exige o reconhecimento pelo TCR de moléculas de complexo principal de histocompatibilidade do próprio.

Ganhou o primeiro Prémio Pfizer de Investigação em 1983 com António A. Freitas, pela investigação “Subpopulações de linfócitos T no murganho”.

Em 1987, recebeu o Prémio Gulbenkian de Ciência, conjuntamente com os professores António Freitas e António Coutinho.

Em 2007, foi-lhe atribuída a Medalha de Prata do CNRS como reconhecimento pela sua carreira científica.

Em 2009, foi-lhe atribuída uma European Research Council advanced grant.

O governo francês distinguiu-a com a Ordem Nacional da Legião de Honra, em 2008.

Em 2021, foi distinguida com a Medalha de Mérito Científico do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior português.

Era sócia honorária da Sociedade Portuguesa de Imunologia.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

23 DE FEVEREIRO - FEMKE BOL

EFEMÉRIDE - Femke Bol, atleta holandesa, campeã mundial e medalhada olímpica, especializada nos 400 metros barreiras e nos 400 metros planos, nasceu em Amersfoort no dia 23 de Fevereiro de 2000.

Em 2019, foi campeã europeia júnior dos 400 m barreiras no Campeonato Europeu Sub-20 de Atletismo, em Borås, na Suécia.

Sem disputar provas em 2020, todos cancelados por causa da pandemia de Covid-19, em Março de 2021 foi bicampeã mundial nos 400 e m na estafeta 4x400 m no Campeonato Europeu de Atletismo em Pista Coberta, disputado na Polónia.

Os seus resultados mais expressivos na carreira, em termos de marcas, vieram no mesmo ano nos 400 m barreiras, quando venceu seis provas desta modalidade na Diamond League, uma delas em Estocolmo, onde se tornou a quarta atleta mais rápida da história, com a marca de 52.37.

Ainda no primeiro semestre de 2021, bateu por 12 vezes o recorde nacional holandês nos 400 m, nos 400 m barreiras e na estafeta 4x400 m, em provas disputadas em pista coberta e ao ar livre.

Em Tóquio 2020, conquistou a medalha de bronze olímpica com a marca de 52.03, recorde europeu e então quarta melhor marca da história dos 400 metros com barreiras, numa prova em que a americana Sydney McLaughlin bateu o recorde mundial.

Em 2022, durante o primeiro semestre, ela dominou a prova na Diamond League com vitórias nas etapas de Roma, Oslo e Estocolmo, e chegou a Eugene, EUA, para o Campeonato Mundial de Atletismo, novamente como principal desafiante das americanas que a tinham vencido em Tóquio: McLaughlin - recordista mundial e campeã olímpica vigente - e Dalilah Muhammad - ex-recordista mundial, campeã mundial em Doha 2019 e campeã olímpica no Rio de Janeiro - as duas correndo no seu país. Competiu primeiro na estafeta 4x400 da Holanda, onde ajudou a conquistar a medalha de prata, no primeiro dia de provas pós-Covid 19. Bol correu como última integrante da equipa, recebendo o testemunho em terceiro lugar a mais de 30 metros das líderes americana e dominicana, e chegou em segundo ultrapassando a corredora americana quase na linha de chegada, tinha menos de 1 metro atrás da vencedora da República Dominicana.

Uma semana depois, viu da pista, correndo, a americana Laughlin bater novamente o recorde mundial dos 400 m barreiras, mas desta chegou em segundo lugar, conquistando a medalha de prata e derrotando Muhammad, terceira colocada, fazendo a marca de 52.27.

Em Agosto do mesmo ano, Bol tornou-se a primeira mulher a vencer os 400 m e os 400 m barreiras durante o Campeonato Europeu de Atletismo em Munique.

Em Budapeste 2023, conquistou o seu primeiro título mundial na prova com barreiras, com o tempo de 51.70, depois de uma decepção no primeiro dia, quando caiu a poucos metros da chegada quando liderava a estafeta 4x400 m misto da Holanda. No último dia do Mundial, ganhou uma segunda medalha de ouro como última corredora da estafeta 4x400 m feminino holandês, vencendo praticamente sobre a linha de chegada depois de entrar na recta final em terceiro lugar, quase vinte metros atrás das líderes.

Após os campeonatos mundiais, Bol venceu as corridas de 400 metros barreiras na Galà dei Castelli em Bellinzona, no Memorial Van Damme em Bruxelas e no Prefontaine Classic em Eugene, estabelecendo recordes do meeting em todas as três ocasiões e tornando-se a campeã da Diamond League de 2023 em 17 de Setembro.

Em Fevereiro de 2024, estabeleceu novo recorde mundial para os 400 m planos indoor, ao vencer a prova no Campeonato Holandês de Atletismo em Pista Coberta com 49.24.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

22 DE FEVEREIRO - OLAVE BADEN-POWELL

EFEMÉRIDEOlave Baden-Powell St. Clair Soames, a primeira guia de escotismo da Grã-Bretanha, nasceu em Chesterfield no dia 22 de Fevereiro de 1889. Morreu em Bramley, em 25 de Junho de 1977.

O pai, Harold Soames, e a mãe, Katherine Hill, tiveram mais dois filhos, um menino chamado Arthur e uma outra menina chamada Auriol. Quando nasceu Olave, puseram-lhe este nome porque esperavam um filho que se chamaria Olaf.

Mulher do fundador do Movimento Escoteiro (fundado em 1907) e do Movimento Bandeirante (fundado em 1908), o militar Robert Baden-Powell, 32 anos mais velho.

No ano de 1914, Lady Baden-Powell passou a dedicar os seus esforços ao Movimento Bandeirante, conhecida pela sua simpatia e carisma.

No ano de 1916, foi nomeada comissária chefe e, apenas dois anos depois, foi nomeada chefe Bandeirante da Grã-Bretanha. No mesmo ano, 1918, Olave recebeu o Gold Fish, medalha concedida exclusivamente a ela, sendo mais importante que o próprio Silver Fish, a mais alta condecoração do Bandeirantismo Inglês.

Olave havia tomado como propósito expandir o Bandeirantismo ao mundo, para que mais meninas tivessem a oportunidade de fazer parte do Movimento. Então, dedicou-se a escrever cartas a conhecidos residentes de outros países para que estes iniciassem actividades bandeirantes com as meninas das suas localidades.

No ano de 1919, Lady BP enviou uma carta para o Brasil, propondo a fundação do Movimento das Girl Guides no país.

O seu amigo Barclay responsabilizou-se pela entrega da correspondência na sua viagem ao Rio de Janeiro, entregando-a nas mãos da família Lynch.

Mais tarde, foi necessária a criação de um comité específico para tratar da expansão do bandeirantismo e da comunicação permanente entre todos os países.

Lady Olave foi convidada a tornar-se presidente deste Comité, o que aceitou prontamente, criando os moldes necessários para a futura WAGGGS (World Association of Girl Guides and Girl Scouts - Associação Mundial de Guias e Escoteiras).

Olave faleceu em Junho de 1977, rodeada dos seus entes queridos e, em sua memória, foi oferecido um serviço religioso extraordinário na Capela de Westminster, com assistência de membros da nobreza, corpo diplomático e oficiais da Inglaterra e os mais altos executivos das Associações de Bandeirantes e Escoteiros do mundo. A sua solicitação tinha sido de não enviar flores nem presentes na hora da sua morte. Gostaria de receber a alegria de que «semeassem» o fundo especial, cuja finalidade era a construção da sede da WAGGGS, em Londres. Esta obra foi terminada e o nome escolhido foi Centro Olave, do qual o Pax Lodge (um dos cinco centros mundiais do bandeirantismo) faz parte.

Foi sepultada ao lado do seu marido e na sua lápide, como homenagem aos seus feitos, foram colocados os símbolos dos movimentos a que dedicaram as suas vidas, ao lado de um sinal de pista que significa: «Voltamos ao ponto de reunião».

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

21 DE FEVEREIRO - - RAYMOND QUENEAU

EFEMÉRIDE - Raymond Queneau, escritor francês, nasceu no Havre em 21 de Fevereiro de 1903. Morreu em Neuilly-sur-Seine no dia 25 de Outubro de 1976.

Nascido na Normandia, Queneau foi o único filho de Auguste Queneau e Joséphine Mignot.

Ele formou-se em 1919 em Latim e Grego e, depois, em 1920 em Filosofia. Estudou na Sorbonne (1921/1923).

Queneau fez o seu serviço militar na Argélia e em Marrocos nos anos de 1925/1926.

Teve os seus trabalhos editados pela Gallimard, editora dos vanguardistas franceses, onde começou como leitor em 1938 e, depois, secretário geral. Trabalhou também na Enciclopédia la Pléiade em 1956.

Entra no grupo surrealista Collège de ‘Pataphysique em 1950, onde se torna satrap e foi eleito para a Académie Goncourt, em 1951, e Academia do Humor, em 1952. Foi também júri do Festival de Cinema de Cannes 1955/1957.

Como autor, Queneau destacou-se em França com a publicação de seu romance de 1959 “Zazie dans le métro” e com a sua adaptação para o cinema em filme dirigido por Louis Malle em 1960, um dos expoentes da Nouvelle Vague. Zazie explora a linguagem coloquial opondo-se ao linguajar do francês escrito na época.

Si tu t’imagines” é uma canção composta por Queneau e tornada popular na versão de Juliette Greco.

Um dos seus mais importantes trabalhos é “Exercícios de Estilo”, que conta a simples história de um homem que narra a sua experiência vendo um estranho duas vezes no mesmo dia. O que torna esta narrativa singular é que ela é contada de noventa e nove formas diferentes, demonstrando uma enorme variedade de estilos na qual a narração de história pode ser feita.

Queneau foi sepultado com os seus pais em Juvisy-sur-Orge, em Essonne nas cercanias de Paris.

Em 1924, Queneau junta-se aos Surrealistas, mas não adopta os seus métodos de escrita automática ou as suas posições políticas. Como muitos surrealistas, ele fez psicanálise, mas não para estimular a sua criatividade.

Queneau questionou o apoio que os surrealistas deram ao estado soviético em 1926.

Em 11 de Março de 1929, Queneau foi secretário de um encontro dos surrealistas onde se discutiu Trotsky e, em 1930, junto com Crevel, Paul Éluard, Louis Aragon e André Breton, tornou-se membro do Partido Comunista Francês, como parte da oposição de esquerda internacional.

Queneau também participou em Un cadavre em 1930, um veemente panfleto anti-Breton escrito junto com Bataille, Leiris, Jacques Prévert, Alejo Carpentier, Jacques Baron, J.-A. Boiffard, Robert Desnos, Georges Limbour, Max Morise, Georges Ribemont-Dessaignes, e Roger Vitrac.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

20 DE FEVEREIRO - RENÉ CASSIN

EFEMÉRIDE - René Samuel Cassin, jurista francês, morreu em Paris no dia 20 de Fevereiro de 1976. Nascera em Baiona, em 5 de Outubro de 1887.

Filho de um comerciante francês judeu, serviu como soldado na Primeira Guerra Mundial e, mais tarde, passou a formar a Union Fédérale, uma veterana organização esquerdista, pacifista.

Recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1968 pelo seu trabalho na elaboração da Declaração Universal dos Direitos Humanos, adoptada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de Dezembro de 1948.

Nesse mesmo ano, também foi premiado com um dos próprios prémios de Direitos Humanos da ONU. René Cassin fundou o Instituto Francês de Ciências Administrativas (IFSA), que foi reconhecido como associação de utilidade pública.

Foi laureado com o Nobel da Paz em 1968 e presidente do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos entre 1965 e 1968.

René Cassin foi o principal autor da Declaração Universal dos Direitos do Homem, proclamada em 1948 na Assembleia Geral das Nações Unidas.

Humanista desde muito novo, René Cassin licencia-se em Estudos Humanísticos e Direito na Universidade de Aix-en-Provence e na Université Lille Nord de France.

Em 1914, obteve um doutoramento em Ciências Jurídicas, Económicas e Políticas. Participou na Grande Guerra, onde foi gravemente ferido.

Advogado e professor, Cassin leccionou Direito Fiscal e Civil na Universidade de Paris, até 1960. Como professor, promoveu o ensino e o direito pela Europa, África e Médio Oriente e Extremo Oriente, presidindo diversas organizações.

Aos 81 anos, em 1968, René Cassin recebeu o Nobel da Paz.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

19 DE FEVEREIRO - JANET BLAIR

EFEMÉRIDE - Janet Blair, nome artístico de Martha Jane Lafferty, actriz norte-americana, morreu em Santa Mónica, Califórnia, no dia 19 de Fevereiro de 2007. Nascera em Altoona, Pensilvânia, em 23 de Abril de 1921.

Iniciou a sua carreira actuando num filme de 1942. Ela abandonou as filmagens anos depois, quando o estúdio a demitiu, a Columbia Films, por não gostar dos papéis que lhe eram oferecidos.

O seu último trabalho na televisão foi em 1991, num episódio de “Murder, She Wrote”, protagonizado por Angela Lansbury.

Janert faleceu aos 85 anos devido a complicações decorrentes de uma pneumonia, no St. John’s Health Center, em Santa Mónica.

Ao longo da sua carreira (1942/1991), protagonizou mais de 500 filmes de cinema e trabalhos televisivos.

domingo, 18 de fevereiro de 2024

18 DE FEVEREIRO - JEAN ROUCH

EFEMÉRIDE - Jean Rouch, realizador e etnólogo francês, morreu em Níger no dia 18 de Fevereiro de 2004. Nascera em Paris, em 31 de Maio de 1917.

É um dos representantes e teóricos do cinema directo. Como cineasta e etnólogo, explora o documentário puro e a docuficção, criando um subgénero: a etnoficção.

Um fã de Rouch, Jean-Luc Godard, faz esta pergunta: «Jean Rouch não usurpou o título do seu cartão de visita: responsável pela investigação no Museu do Homem. Será que existe uma definição mais bonita do cineasta?».

Jean Rouch era filho de Jules Rouch, meteorologista, explorador e director do Museu Oceanográfico de Mónaco. Companheiro de Jean-Baptiste Charcot, Jules Rouch participou numa das expedições polares francesas à Antárctida entre 1908 e 1910. Ao desembarcar do navio Pourquoi pas?, trava conhecimento com Luce Gain, que vinha receber o seu irmão Louis, especialista em pinguins-imperadores. Da união de Jules e Luce nasceram Geneviève e Jean Rouch.

Depois de se formar em Engenharia Civil, juntamente com dois colegas, Jean Sauvy e Pierre Ponty, Rouch resolve ir trabalhar como engenheiro de obras públicas em África. É destacado para o Níger, onde constrói estradas e pontes. Ao assistir à morte de operários atingidos por uma faísca durante as obras, descobre os mistérios da religião e da magia songai e decide estudar etnologia. Expulso da colónia francesa do Níger, organiza em Dakar campanhas militares de libertação, lutando contra a ocupação da França. Junta-se depois à 1ª Divisão Blindada do General Leclerc e entra em Berlim com os exércitos aliados, no ano de 1945.

De regresso a França, frequenta os cursos de Marcel Mauss e de Marcel Griaule. Regressa a África com Jean Sauvy e Pierre Ponty para descer em piroga os 4 200 km do Rio Níger, desde a nascente até ao oceano. Depois desse feito, faz outras missões e defende tese com o mestre Marcel Griaulle, ele também pioneiro do filme etnográfico.

Investigador do CNRS (Centre National de la Recherche Scientifique), cria em Paris, em 1953, com Henri Langlois, Enrico Fulchignoni, Marcel Griaule, André Leroi-Gourhan e Claude Lévi-Strauss, o Comité do Filme Etnográfico, com sede no Museu do Homem.

Certo dia do ano de 1954, de que Rouch por vezes falava, perante jovens africanos e intelectuais amantes do cinema e da etnografia, Marcel Griaulle pediu-lhe que destruísse - por o considerar cientificamente incorrecto - o documentário “Les Maîtres Fous” “(Os Mestres Loucos”), filme sobre um ritual de possessão de uma seita religiosa, pretensão que provocou acesa polémica e levou Rouch a afirmar que não se limitava a filmar documentos anónimos, feitos para arquivo e destinados a especialistas, mas sim e sobretudo que pretendia com os seus filmes dar a ver ao mundo costumes e práticas desconhecidas do Homem e ainda o modo como as sociedades e as culturas tradicionais africanas se transformam devido a agentes externos, neste caso o colonialismo inglês.

Em 1978, as autoridades da jovem república de Moçambique pedem a cineastas conhecidos, entre os quais Jean-Luc Godard e Ruy Guerra (moçambicano, brasileiro e português), que se empenhem na criação de uma política cinematográfica e televisiva inovadora. No que lhe toca, Jean Rouch aposta numa experiência baseada na formação de futuros cineastas locais. Com Jacques d’Arthuys, adido cultural da Embaixada Francesa na cidade do Porto, constitui um atelier de formação na área do filme documentário, em película de Super 8, com recurso a uma pedagogia simples, assente na prática: «filmar de manhã, revelar ao meio-dia, projectar à tarde». No seguimento dessa experiência, serão criados em Paris, no ano de 1981, os Ateliers Varan.

Exercendo um olhar analítico sobre os costumes, tradições e rituais dos povos locais e, de um modo inovador, usando câmaras leves de 16 mm, Jean Rouch, com uma grande liberdade de estilo perante os cânones tradicionais da prática etnográfica, alternando entre documentário e ficção, obteve o reconhecimento internacional de cineastas e de especialistas da sua área. É um dos fundadores e um dos primeiros teóricos da antropologia visual.

Durante toda a sua carreira, Rouch, reputado pela sua agilidade intelectual e pelo dom da palavra, ensina incansavelmente a fazer cinema, em África e nos Estados Unidos, e realiza cerca de 120 filmes, suscitando múltiplas vocações de cineastas pelo mundo fora.

Influenciado por Dziga Vertov e Robert Flaherty, Jean Rouch é um dos pais fundadores do cinema-verdade. Foi fonte de inspiração e constante referência para os realizadores da Nouvelle Vague. Presidente da Cinemateca Francesa durante cinco anos (1986 a 1991), é laureado com o Prémio Internacional da Paz. A sua obra, coroada com várias recompensas de prestígio, inscreve-se na história universal do cinema.

Na sua derradeira missão ao Níger, na estrada de Tahoua, a leste do país, é vítima de um acidente mortal de automóvel, ocorrido a 15 de Fevereiro de 2004, ao cair da noite, a 16 km da cidade de Birni N’Konni.

sábado, 17 de fevereiro de 2024

17 DE FEVEREIRO - FRANCUSCO DE OLIVEIRA DIAS

EFEMÉRIDE Francisco Manuel Lopes Vieira de Oliveira Dias, médico e político português, nasceu em Leiria no dia 17 de Fevereiro de 1930. Morreu em Lisboa, em 14 de Janeiro de 2019.

Era filho de Francisco António do Amaral Dias, médico, e de sua mulher Maria Isabel Charters Lopes Vieira da Câmara de Oliveira, de ascendência inglesa e parente do 1º visconde de São Sebastião.

Médico de profissão, participou na fundação do Partido do Centro Democrático Social, onde exerceu funções dirigentes.

Casou com Maria das Mercês Coelho da Silva Gil, filha de Adelino da Silva Gil e de Deolinda Duarte Coelho, da qual teve onze filhos.

Em 1975, foi eleito deputado à Assembleia Constituinte e, em 1976, deputado à Assembleia da Repúblicareeleito sucessivamente até 1983.

Foi o 4º presidente da Assembleia da República, de 22 de Outubro de 1981 a 2 de Novembro de 1982.

Em 1982, depois da revisão constitucional desse ano, foi membro do Conselho de Estado.

Integrou ainda a Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa e a sua Comissão de Educação e Cultura.

Recebeu as seguintes condecorações: Grã-Cruz da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo (3 de Agosto de 1983); estrangeiras - cavaleiro de Grã-Cruz da Ordem do Mérito da República Italiana (25 de Novembro de 1982); Grã-Cruz da Ordem do Mérito da República da Hungria (25 de Novembro de 1982); Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito de França (20 de Dezembro de 1982); e Grã-Cruz da Ordem Nacional da Legião de Honra de França (20 de Dezembro de 1982).

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

16 DE FEVEREIRO - JEAN BEHRA

EFEMÉRIDE - Jean Marie Behra, automobilista francês que competiu na Fórmula 1 de 1952 a 1959, nasceu em Nice no dia 16 de Fevereiro de 1921. Morreu em Berlim, em 1 de Agosto de 1959.

Jean Behra começou a sua carreira nas motos com uma Moto Guzzi, com a qual se sagrou campeão francês de 1948 a 1951.

Estreou-se no automobilismo em 1950, disputando uma prova de subida de montanha em Mont Ventoux, ao volante de um Maserati, em que obteve o 1º lugar.

Após esta experiência, disputou outras provas durante o ano, entre as quais o Rali de Monte Carlo, onde terminou em 3º lugar a bordo de um Simca, e as 24 Horas de Le Mans, com um Simca Gordini, que abandonou.

No fim do ano, foi procurado por Amédée Gordini, que o convidou para integrar a sua equipe em 1951, ao lado dos mais renomados pilotos franceses da época, como Maurice Trintignant, Robert Manzon e André Simon.

Nesse ano, com um Fórmula 2, obteve o 2º lugar no Grand Prix des Sables-d’Olonne, fazendo ainda a volta mais rápida, e o 3º lugar no Grand Prix de Cadours. Existe uma controvérsia sobre uma eventual participação do francês no Grande Prémio da Itália de 1951, em Monza; segundo o jornalista especializado suíço, Gérard Crombac, Behra teria substituído Trintignant, que no dia da corrida teria sofrido um desarranjo intestinal, embora sem ter sido inscrito junto da organização da prova. Precisamente por conta da inexistência de registos específicos sobre o facto, esse grande prémio não é computado na sua carreira na F1.

Em 1952, Behra finalmente estreou-se no Campeonato Mundial de Fórmula 1, com um Gordini, somente dois anos após o seu início no automobilismo; na sua primeira corrida, o Grande Prémio da Suíça, obteve o 3º lugar. A pouca confiabilidade mecânica do carro, contudo, impediu-o de obter outras posições de destaque, restando-lhe apenas um 5º lugar no Grande Prémio da Alemanha, em Nurburgring.

Na Fórmula 2, venceu em Reims, batendo os Ferrari de Alberto Ascari e Giuseppe Farina, e em Aix-des-Bains, e chegou em 3º lugar no Grand Prix de Pau. No final do ano, sofreu um sério acidente quando liderava a Carrera Panamericana, no México, ao volante de um Simca Gordini, com 7 costelas partidas e várias contusões.

Em 1953, obteve o 3º lugar em Cadours na F 2, ao passo que na F 1 teve como melhor resultado um 6º lugar no Grande Prémio da Argentina, terminando a temporada sem pontuar.

No ano seguinte, novamente o seu melhor resultado não passou de um 6º lugar, desta vez no Grande Prémio de França, em Reims. No Grande Prémio da Grã-Bretanha, contudo, estabeleceu a melhor volta da prova; todavia, como esse tempo foi igualado por outros seis pilotos, Behra recebeu apenas 0,14 ponto pelo evento. Entretanto, na prova extracampeonato de F 1 disputada em Pau, Behra venceu de forma espectacular, precedendo o Ferrari de Maurice Trintignant por apenas 2 décimos de segundo, após ultrapassá-lo nas voltas finais da corrida, depois de uma grande recuperação. À falta de competitividade dos Gordini somou-se a diminuição das actividades da equipa, razão pela qual Behra assinou contrato com a Maserati em 1955.

Com o novo carro, a temporada foi bem melhor. Behra venceu novamente em Pau e em Bordéus, provas extracampeonato de F 1. Na F 1, obteve o 3º lugar no Mónaco, dividindo o carro com Cesare Perdisa, o 4º lugar em Itália e o 5º lugar na Bélgica, em dupla com Roberto Mieres; terminou o ano na 9ª posição no campeonato. No Mundial de Marcas, venceu o Gran Premio Supercortemaggiore, em Monza, em dupla com Luigi Musso. No Tourist Trophy, porém, sofreu um grave acidente, que o afastou das pistas no resto da temporada.

Em 1956, já recuperado do acidente no Tourist Trophy, Behra disputou a sua melhor temporada na F 1. Ao volante do Maserati, conseguiu o 2º lugar na Argentina e o 3º lugar no Mónaco, em França, na Inglaterra e na Alemanha. Apesar de não ter vencido nenhuma prova no Mundial, a sua regularidade fez com que chegasse a Itália, na última prova da temporada, com chances de ser campeão mundial; uma quebra do sistema de ignição do seu carro, contudo, forçou-o a abandonar a corrida, deixando-o na 4ª posição no final do campeonato.

No Mundial de Marcas, obteve o 3º lugar nos 1000km de Buenos Aires, correndo com José Froilán González. Na temporada seguinte, Behra dividiu-se entre a BRM e a Maserati; novamente, fez uma boa sessão. No Mundial de F 1, chegou em 2º lugar na Argentina; porém, venceu as provas extracampeonato de Pau, Caen, Silverstone, Modena e Marrocos, além de terminar em 2º lugar em Reims. No Mundial de Marcas, venceu as 12 Horas de Sebring, em dupla com Juan Manuel Fangio, e o GP Sverige, com Stirling Moss, e foi 2º colocado nos 1000 km de Buenos Aires, com o argentino Carlos Menditeguy. Sofreu novo acidente, desta vez sem gravidade, testando um Maserati para a Mille Miglia.

Em 1958. chegou em 5º lugar na Argentina, com a Maserati; a partir daí, correu com a BRM nas demais provas do Mundial da F 1, obtendo um 3º lugar na Holanda e um 4º lugar em Portugal.

No Mundial de Marcas, passou a correr pela Porsche: foi 2º colocado na Targa Florio, com Giorgio Scarlatti, 3º colocado em Buenos Aires, com Moss, e nas 24 Horas de Le Mans, com Hans Hermann. E na F 2, venceu em Reims e em Avus. Venceu também a subida de Mont Ventoux.

Para a temporada de 1959, a Ferrari havia perdido os seus pilotos; Mike Hawthorn, campeão de 1958, havia abandonado as pistas, ao passo que Peter Collins e Luigi Musso haviam morrido num acidente em Nürburgring e Reims, respectivamente. Por isso, a renovação da equipa veio com a contratação de Behra e do inglês Tony Brooks, que havia se destacado no ano anterior com um Vanwall.

Em Aintree, prova extracampeonato de F 1, Behra venceu pela primeira vez com o carro italiano, chegando 10 segundos à frente de Brooks. No Mónaco, largou em 2º lugar e liderou a prova em 21 voltas, até abandonar com problemas mecânicos.

Na Holanda, porém, marcou os seus primeiros pontos, com um 5º lugar. No Mundial de Marcas, conseguiu o 2º lugar em Sebring, correndo com Cliff Allison. A próxima etapa da F 1 válida pelo Mundial foi disputada em França; em Reims, Behra superou a marca de 51 grandes prémios disputados por Fangio, tornando-se o piloto com maior número de participações em grandes prémios até então. Correndo diante da sua torcida, teve uma má partida, mas recuperou de forma extraordinária, a ponto de disputar a 2ª posição com Phil Hill, quando o motor do seu Ferrari explodiu. Ao chegar às boxes, Behra teve uma violenta discussão com o director desportivo da equipa, Romolo Tavoni, que o acusou de ter forçado deliberadamente o carro, causando o abandono; o piloto, por sua vez, acusou a equipa de lhe fornecer equipamento inferior ao dos seus colegas. A discussão terminou com um soco do francês no italiano. Tomando conhecimento do ocorrido, Enzo Ferrari demitiu Behra no mesmo dia. Depois da saída da equipa italiana, Behra, após tentar, sem sucesso, adquirir um Ferrari para prosseguir no Mundial como piloto privado, voltou para a Porsche, com quem estava desenvolvendo um protótipo próprio, o Behra-Porsche, para correr na categoria desportiva.

O carro foi apresentado para disputar uma corrida dessa categoria, realizada como preliminar do Grande Prémio da Alemanha, em Avus, no dia 1 de Agosto. Na 4ª volta, porém, quando corria em 3º lugar, atrás de Wolfgang Von Trips e de Joakim Bonnier, o francês derrapou na pista húmida e chocou contra um poste; o choque matou-o instantaneamente.

O funeral de Behra, em Nice, foi acompanhado por mais de três mil pessoas. A sua morte interrompeu a renovação que o próprio Behra havia iniciado no automobilismo francês, deixando apenas o veterano Trintignant, já no final da sua carreira, como representante gaulês nas principais pistas do mundo. Levaria quase dez anos para uma nova geração de pilotos franceses surgir no cenário internacional, tendo em Jean-Pierre Beltoise, Henri Pescarolo, Johnny Servoz-Gavin e François Cevert os principais nomes.

Behra deixou um filho, Jean-Paul, que correu na Fórmula 3 francesa e em provas de turismo.

O circuito de Magny-Cours, um dos palcos do Grande Prémio de França, teve o nome de Jean Behra entre 1961 e 1989.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

15 DE FEVEREIRO - RITA JEPTOO

EFEMÉRIDE - Rita Jeptoo, corredora de fundo queniana, nasceu em Eldoret no dia 15 de Fevereiro de 1981.

Estreou-se nas maratonas em 2004, vencendo a Maratona de Estocolmo.

Venceu três vezes a Maratona de Boston, em 2006, 2013 e 2014, quando se tornou a primeira mulher a correr esta maratona em menos de 2:20, fazendo a sua melhor marca pessoal - 2:18.57 - e duas vezes a Maratona de Chicago, em 2013 com 2:19.57 e em 2014 com 2:24.35, tornando-se bicampeã desta prova.

As suas vitórias em Boston e Chicago foram, porém, posteriormente anuladas após Jeptoo ter testado positivo para EPO em Setembro de 2014 e ter sofrido uma suspensão de quatro anos por doping pela IAAF.

Duas semanas após a vitória em Chicago, foi anunciado que Jeptoo testara positivo para EPO na urina numa amostra A durante um controlo de surpresa feito no Quénia pela WADA e divulgada pela Federação Queniana de Atletismo e pela IAAF. A revelação, que provocou choque em todo o país e na comunidade internacional desportiva, impediu que a queniana recebesse o prémio de 500 000 dólares da World Marathon Majors como melhor maratonista de 2014, que lhe seria entregue durante a Maratona de Nova Iorque e teve a entrega adiada.

Pelas regras do desporto, a maratonista teve ainda direito a solicitar um reexame numa amostra B antes de ser anunciada qualquer suspensão ou punição; com o anúncio do doping confirmado pela amostra B em Dezembro, ela foi suspensa pela IAAF e teve que devolver o dinheiro ganho em premiações, assim como não recebeu o prémio da WMM.

Em Janeiro de 2015, a Athletics Kenya, a federação de atletismo queniana, também a suspendeu por dois anos, retroactivamente, fazendo com que Jeptoo só pudesse voltar a competir em Outubro de 2016, ficando fora dos Jogos Olímpicos da Rio 2016.

Em Outubro do mesmo ano, entretanto, ela foi suspensa das competições por quatro anos, após uma apelação da IAAF por entender que a pena da federação queniana era muito pequena e leniente com a atleta e o Tribunal Arbitral do Desporto manteve esta punição por este período. As suas vitórias nas Maratonas de Boston e de Chicago em 2014 também foram anuladas.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

14 DE FEVEREIRO- ALAN PARKER

EFEMÉRIDE - Alan William Parker, realizador de cinema britânico, nasceu em Islington no dia 14 de Fevereiro de 1944. Morreu em Londres, em 31 de Julho de 2020. Foi membro fundador do Director’s Guild of Great Britain.

Parker começou como publicitário nos anos 1960 e 1970 e começou a escrever os seus próprios guiões para comerciais de televisão. Em associação com o produtor David Puttnam, escreveu o argumento para “Melody”.

Em 1978, realizou “Midnight Express” (“O Expresso da Meia-Noite”), filme muito elogiado pela crítica e que lhe rendeu algumas nomeações para os Oscars de Hollywood, incluindo o de Melhor Filme e o de Melhor Realizador. Foi também nomeado para Melhor Realizador com o filme “Mississippi Burning” (“Mississíppi em Chamas”), em 1988.

Parker realizou uma série de filmes relacionados com a música, entre os quais: “Fame”, em 1980; “Pink Floyd - The Wall”, em 1982; “The Commitments”, em 1991; e “Evita”, em 1996.

Morreu aos 76 anos, após lutar durante um longo período come uma doença não informada.

Ao longo da sua carreira, além das nomeações para os Oscars, foi nomeado também para três Globos de Outro de Melhor Realizador. Recebeu, em 1984, o Grande Prémio do Juru no Festival de Cannes e várias nomeações para os BAFTA (Reino Unido). Era condecorado com o grau de cavaleiro da Ordem do Império Britânico.

 

terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

13 DE FEVEREIRO - ANA MOREIRA

EFEMÉRIDE - Ana Moreira, actriz portuguesa, nasceu em Lisboa no dia 13 de Fevereiro de 1980.

Estreou-se como actriz na curta-metragem “Primavera”, de João Tuna (1997).

No ano seguinte, participou em “Os Mutantes” de Teresa Villaverde (1998), cineasta que a viria a dirigir novamente em “Água e Sal” (2001).

Recebeu os Prémios de Melhor Actriz nos Festivais Internacionais de Cinema de Bastia e Taormina. Foi nomeada, em 1999, pelo European Film Promotion para a Shooting Stars.

Ainda no cinema, trabalhou em “Tarde Demais” (2000) de José Nascimento, em “Rasganço” (2002) de Raquel Freire e em “O Fascínio” (2003) de José Fonseca e Costa.

Para a televisão, gravou a série “Pedro e Inês” (RTP, 2005) interpretando o papel de Inês de Castro.

Em 2005, foi a protagonista do filme “Adriana” de Margarida Gil. Por este filme recebeu, em 2006, o Globo de Ouro para a Melhor Actriz em Cinema.

Volta a trabalhar com Teresa Villaverde no filme “Transe” de 2006. Entrou nos filmes “O Capacete Dourado” (2006) de Jorge Cramez e em “Histórias de Alice” (2007) de Oswaldo Caldeira.

Em 2008, foi uma das protagonistas da novela “Olhos nos Olhos” da TVI. Em Março de 2010, foi capa da revista masculina “Urban Man”.

Participou no filme “Quinze Pontos na Alma” (2011), de Vicente Alves do Ó e em “Tabu” (2012), de Miguel Gomes. Voltou a colaborar com Jorge Cramez em “Amor Amor” (2017) e protagonizou “Sombra” (2021) de Bruno Gascon.

Em 2021, vence o Prémio Autores na categoria de Melhor Actriz em Teatro pela sua interpretação em “Fora de Campo”.

Em 2022, recebeu o Prémio Sophia da Academia Portuguesa de Cinema, de Melhor Actriz Principal com a sua interpretação no filme “Sombra”, de Bruno Gascon.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

12 DE FVEREIRO - FRANCISCO COELHO MADURO DIAS

EFEMÉRIDE - Francisco Coelho Maduro Dias, escritor, pintor, desenhador, professor, cenógrafo e homem do teatro, nasceu em Angra do Heroísmo no dia 12 de Fevereiro de 1904.  Morreu na mesma cidade em 21 de Dezembro de 1986.

Fez parte dos membros fundadores e colaboradores do Instituto Histórico da Ilha Terceira (1942) e do Rádio Clube de Angra (1946), tendo um papel relevante no panorama cultural açoriano da primeira metade do século XX.

Desde cedo, foi colaborador assíduo nos jornais, publicando, com 17 anos (1921), o seu primeiro livro de poemas.

Enquanto estudava Belas-Artes em Lisboa (a partir de 1927), teve oportunidade de contactar com artistas de renome: Armando de Lucena (seu mestre), Abel Manta, Jorge Barradas, Diogo de Macedo e Rui Gameiro, entre outros.

Ainda em Lisboa, colaborou no Pavilhão Português para a Exposição de Sevilhaonde colheu «proveitosos conhecimentos através dos quais beberia os princípios da forma em que assentariam as suas futuras criações estéticas».

O empedrado da Praça Velha é, provavelmente, um dos trabalhos mais marcantes da sua vida. Nessa altura, estava a regressar dos estudos em Lisboa e imediatamente fez por se ligar a todas as manifestações artísticasTerminado em 1930 e inspirado no desenho de uma manta regional terceirense, a solução artística desse empedrado, «dado o arrojo da concepção modernista, seria motivo de acesas polémicas».

Uma das amizades que teve oportunidade de fazer ao longo da sua vida foi com António Dacosta. Ambos tiveram a oportunidade de criar retratos um do outro, como é o caso do “Retrato de Maduro Dias” documentado pela Fundação Calouste Gulbenkian.

Desde o regresso de Lisboa que a sua presença artística ecléctica e organização de exposições foram marcando a Ilha Terceira. Alguns exemplos dessas intervenções são: a encenação da opereta Água Corrente” (estreia em 1928); a organização da exposição, em 1934, no Palácio do Governo Civil (actual Palácio dos Capitães-Generais);  da Exposição do Esforço do Emigrante Açoriano, em 1940, na Junta Geral de Angra do Heroísmo; o Cruzeiro alusivo à Restauração de 1640 (1940), no Pico Matias Simão; livros de poemas como “Melodia Íntima” e “Poemas de Eiramá “(1985); quadros como “Sonho do Infante”; capas de livros; e trabalhos de ornamentação nas Sanjoaninas.

Desde 1961 até ao começo de 1985, «foi convidado a desenvolver ensino artístico no destacamento americano da Base das Lajes (Clube de Oficiais, onde se realizaram várias exposições), o que denota a sua vocação para um certo magistério artístico que nunca o abandonou».

Faleceu na sua cidade natal, em 1986, e Augusto Gomes, em artigo biográfico na revista “Ilha Terceira” desse mês de Dezembro, recorda-o assim: «Como prosador, Maduro Dias deu-nos as mais belas páginas da literatura açórica, numa realização estética, das mais seguras e acabadas, tal como nas outras manifestações artísticas a que se entregava de alma e coração».

Maduro Dias foi feito cavaleiro da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, em 14 de Junho de 1950. Ganhou vários prémios literários em Jogos Florais e foi homenageado com a Medalha de Honra do Município.

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