sexta-feira, 30 de setembro de 2022

30 DE SETEMBRO - VÍTOR ALVES

EFEMÉRIDE - Vítor Manuel Rodrigues Alves, militar português, nasceu em Mafra no dia 30 de Setembro de 1935. Morreu em Lisboa, em 9 de Janeiro de 2011.

Filho de Eduardo Manuel da Silva Alves (1913/1969) e de sua mulher Maria Palmira Rodrigues (1915/2014).

Casado em Lourenço Marques (actual Maputo) em 29 de Março de 1962, com Maria Teresa Gomes Ferreira de Almeida.

Assentou praça na Escola do Exército, em 1954, na arma de Infantaria. Tornou-se alferes em 1958, tenente em 1960, capitão em 1963 e major em 1972.

Fez várias comissões na Guerra do Ultramar, em Angola e Moçambique. Capitão de Abril, foi membro da Comissão Coordenadora do Movimento das Forças Armadas e um dos redactores do seu programa, que negociou com a Junta de Salvação Nacional. No mesmo ano, seria empossado como ministro sem pasta dos II e III Governos Provisórios, de Vasco Gonçalves.

Enquanto titular das pastas da Defesa Nacional e da Comunicação Social, viu aprovada, por sua iniciativa, a primeira lei de imprensa pós-25 de Abril, que vigorou até 1999.

Voltou ao governo, como ministro da Educação e Investigação Científica do VI Governo Provisório, chefiado por Pinheiro de Azevedo, até 1976. Nessa qualidade, foi o responsável pela criação das universidades dos Açores e da Madeira, bem como da Universidade Aberta e pela criação do cargo de coordenador-geral do ensino de português, junto das embaixadas de Portugal em França e na República Federal da Alemanha.

Ainda em 1975, foi nomeado para o Conselho dos Vinte e para o Conselho da Revolução, do qual foi porta-voz, entre 1979 e 1982. Esteve entre os subscritores do Documento dos Nove, contra a Aliança Povo/MFA.

Em 1983, recebeu a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade (24 de Setembro).

Foi candidato independente pelo Partido Renovador Democrático às eleições legislativas de 1985, à presidência da Câmara Municipal de Lisboa, em 1986, e às eleições europeias de 1989.

Vítor Alves faleceu em 2011, em Lisboa.

quinta-feira, 29 de setembro de 2022

29 DE SETEMBRO - NGUYỄN VĂN THIỆU

EFEMÉRIDE - Nguyn Văn Thiu, político e militar sul-vietnamita, presidente do Vietname do Sul entre 1965 e 1975, durante a Guerra do Vietname, e último presidente do país antes da unificação entre o Norte e o Sul, morreu em Newton no dia 29 de Setembro de 2001. Nascera em Ninh Thun, em 5 de Abril de 1923.  

Filho de um pequeno proprietário rural, como todo adolescente patriota dos anos 1050 na Indochina, juntou-se ao Viet Minh liderado por Ho Chi Minh para lutar pela libertação do Vietname da dominação colonialista francesa, abandonando o movimento alguns anos depois, quando a frente de libertação de Ho se voltou para a esfera de influência soviética e abraçou o comunismo.

Em 1949, aos 26 anos, completou o curso da escola militar em Hué, a capital imperial do país, e graduou-se como segundo-tenente no primeiro curso de oficiais do recém-criado Exército Nacional do Vietname. Seis anos depois, em 1955, quando a República do Vietname foi fundada e recuperou a sua soberania completa após a saída dos franceses do país, ele já era tenente-coronel do exército.

Entre 1965 e 1967, Thiu exerceu a função de presidente e chefe de estado do Vietname do Sul, no governo do primeiro-ministro e chefe de governo de facto Nguyen Cao Ky. Em 1967, com a nova legislação que transformava o presidente da República em chefe executivo de governo, venceu as eleições com 38% dos votos e exerceu o cargo durante oito anos até as semanas anteriores à queda de Saigão, capital do país, em Abril de 1975.

O regime de Van Thiu foi acusado de ser muito mais corrupto que o do seu antecessor Cao Ky. Ao contrário deste, ele criou um partido e centralizou em si mesmo o poder político ao invés de dividi-lo com o Congresso. Aliados próximos foram colocados em cargos chaves dos poderes civil e militar, de maneira a impedir qualquer tentativa de ameaças à liderança presidencial na política do país.

Em Janeiro de 1975, após a saída das tropas americanas acontecida dois anos antes, o Vietname do Norte invadiu o Vietname do Sul pela cidade de Da Nang. Van Thiu informou o presidente dos Estados Unidos, Gerald Ford, que os norte-vietnamitas estavam quebrando o contrato estabelecido nos Acordos de Paz de Paris de 1973 e solicitou um auxílio de 300 milhões de dólares para defesa, mas o Congresso americano não ratificou a liberação de fundos. Raivoso, ele declarou: «Os Estados Unidos não mantiveram a sua promessa de nos ajudar a lutar pela liberdade, a mesma luta na qual este país perdeu 50 mil dos seus jovens filhos no Vietname».

O Vietname do Norte, liderado por Giap e Le Duan, chamou a esta última e decisiva ofensiva da Guerra do Vietnam de “Campanha Ho-Chi-Minh”. Toda a resistência desmoronou sob o avanço das forças comunistas e as condições no exército do Sul se deterioraram rapidamente. As últimas tropas organizadas tentaram defender a cidade de Xuan-loc, última chance de impedir a chegada dos atacantes a Saigão e, de acordo com estes, elas lutaram muito bem e corajosamente, mas mesmo assim não foi o suficiente para impedir a invasão.

Pouco antes da vitória comunista, o presidente Nguyn Văn Thiu renunciou ao cargo passando o poder a seu vice-presidente e abandonou o país, indo para Taiwan, de onde assistiu à rendição total do Vietname do Sul ao Vietname do Norte em 30 de Abril de 1975.

Após a sua passagem por Taiwan, ele estabeleceu-se por algum tempo em Surrey, na Grã-Bretanha, até se mudar definitivamente para os Estados Unidos, onde viveu no ostracismo na pequena cidade de Newton, em Massachussets, até à sua morte em Setembro de 2001, aos 78 anos de idade.

quarta-feira, 28 de setembro de 2022

28 DE SETEMBRO - JENNIFER RUSH

EFEMÉRIDE - Jennifer Rush, de seu verdadeiro nome Heidi Stern, cantora norte-americana de pop rock, nasceu em Queens no dia 28 de Setembro de 1960.

É uma cantora que ficou mais conhecida pelo single “The Power of Love”, lançado em 1985, que entrou para o “Guinness Book” como o single de uma cantora a solo mais vendido na história da indústria musical britânica, embora fosse praticamente desconhecida nos Estados Unidos.

Rush nasceu em Nova Iorque como Heidi Stern, filha de pai cantor de ópera e mãe pianista. A família mudou-se para a Alemanha, quando ela tinha nove anos.

Quando adolescente, voltou aos EUA, mas retornou com o pai para o país europeu onde iniciou a carreira como cantora em contrato com a CBS/Columbia e mudou o nome para Jennifer Rush, usando a sua poderosa voz e arranjos dance-rock.

As canções que então lançou no mercado europeu fizeram-na atingir o estrelato, com sucessos como “Into My Dreams”, “25 Lovers” e “Ring of Ice”, entre outras, culminando com o grande sucesso de “Power of Love” de 1985 do qual é co-autora. A canção fez parte de seu álbum de estreia nos EUA, sendo previamente lançado como single - mas atingiu ali apenas a 57ª posição nas paradas, falhando naquele mercado.

O sucesso norte-americano da canção veio, finalmente, na voz duas outras cantoras, na década de 1990: Céline Dion e Laura Branigan, cujas versões atingiram o Top 40 (Dion atingiu o primeiro lugar num mês, em 1994). Ssomente após a sua terceira tentativa de lançar-se no país natal é que ela conseguiu colocar uma canção no Top 40 com seu álbum “Heart Over Mind”, graças ao dueto com Elton John em “Flames of Paradise” (37ª posição, em 1987).

É na Europa, contudo, que a cantora manteve um grande público nos anos 1980 e 1990, em parcerias com compositores como Desmond Child e Diane Warren e artistas como Michael Bolton. A maioria de seus discos não foram sequer lançados nos Estados Unidos.

terça-feira, 27 de setembro de 2022

27 DE SETEMBRO - ANA PLÁCIDO

EFEMÉRIDE - Ana Augusta Vieira Plácido, escritora portuguesa e grande paixão do escritor Camilo Castelo Branco, nasceu no Porto em 27 de Setembro de 1831. Morreu em São Miguel de Seide no dia 20 de Setembro de 1895. Era viscondessa de Correia Botelho.

Ana Plácido era filha de António José Plácido Braga e de Ana Augusta Vieira. Quando contava 19 anos, o pai obrigou-a a casar-se com o comerciante Manuel Pinheiro Alves, de 43 anos, que estivera emigrado no Brasil e onde fizera fortuna. Estabeleceram residência na Rua do Almada, no Porto.

Em 1856, Ana Plácido, que não era fisicamente bonita, mas que possuía uma personalidade forte e atraente, insatisfeita com o seu casamento, iniciou uma ligação adulterina com Camilo Castelo Branco.

Em 1858, teve um filho, Manuel Plácido, reconhecido como sendo seu pelo marido Pinheiro Alves, mas que muitos autores especulam ter sido filho de Camilo. Após queixa do marido contra o par de adúlteros, Ana Plácido foi presa em 6 de Junho de 1860 e Camilo fugiu à justiça durante algum tempo, mas acaba por se entregar a 1 de Outubro. Ambos ficaram detidos na Cadeia da Relação, no Porto, aguardando o julgamento.

Depois de julgados e absolvidos do crime de adultério, em 16 de Outubro de 1861, Camilo e Ana Plácido passaram a viver juntos, tendo tido dois filhos, Jorge Camilo, nascido em 1863 e Nuno Plácido, nascido em 1864.

Com a morte do primeiro marido em 1863, Manuel Plácido, o alegado legítimo filho de Pinheiro Alves, recebeu avultada herança do pai, tendo Ana Plácido sido a administradora dos bens.

Camilo, Ana Plácido e os três filhos passaram então a residir na casa de campo de Pinheiro Alves em São Miguel de Seide, que mais tarde ficaria conhecida como Casa de Camilo Castelo Branco. Camilo tinha então 38 anos de idade e Ana 32. Foi nessa casa que Camilo escreveu grande parte da sua obra, enquanto Ana Plácido administrava a propriedade.

Em 9 de Março de 1888, finalmente, Camilo e Ana casaram-se. Camilo Castelo Branco, atormentado pela cegueira e paralisia resultantes da sífilis de que sofria havia anos, suicidou-se em 1890. Ana Plácido morreria anos mais tarde, subitamente, na noite de 20 de Setembro de 1895. Os filhos não tardariam a segui-la (Manuel morrera em 1877) - Nuno morreu em 1896 e Jorge em 1900.

Ana Plácido colaborou em diversas publicações, nomeadamente na “Revista Contemporânea de Portugal e Brasil” (1859/1865) e na “Gazeta Literária do Porto” (1868). Fez traduções, ajudou Camilo em alguns textos e também se dedicou à poesia. No decurso da sua carreira literária, assinou algumas vezes com pseudónimos, sendo os mais conhecidos “Gastão Vidal de Negreiros” e “Lopo de Souza”.

segunda-feira, 26 de setembro de 2022

26 DE SETEMBRO - WINNIE MANDELA

EFEMÉRIDE - Winnie Madikizela-Mandela, de seu verdadeiro nome Nomzamo Winifred Zanyiwe Madikizela, activista e política sul-africana e a segunda esposa de Nelson Mandela, nasceu em Bizana no dia 26 de Setembro de 1936. Morreu em Joanesburgo, em 2 de Abril de 2018.

Foi membro do Parlamento de 1994 a 2003 e de 2009 até à sua morte, tendo sido vice-ministra de Artes e Cultura de 1994 a 1996. Membro do Congresso Nacional Africano (ANC) como membro do Comité Executivo Nacional do ANC e chefiou a Liga das Mulheres. Winnie era conhecida pelos seus apoiantes como a “Mãe da Nação”.

Ficou mundialmente conhecida como esposa de Nelson Mandela durante o período da prisão do líder sul-africano. Com a libertação deste, escândalos do seu envolvimento em crimes e de infidelidade causaram a separação do casal e uma consequente perda de prestígio.

Fez os estudos elementares em Bizana e dali, ingressou na Shawbury High School. Em 1953, mudou-se para Joanesburgo onde foi admitida na Jan Hofmeyr School of Social Work, onde se formou dois anos depois, ocasião em que recusa uma bolsa dos EUA, optando, todavia, por trabalhar num hospital para negros da capital.

Durante o seu trabalho, realizou uma pesquisa de mortalidade infantil no subúrbio de Alexandra, o que a levou a interessar-se pela política, envolvendo-se com o Congresso Nacional Africano; ali, em 1957, conheceu Nelson Mandela, que então respondia a um Julgamento por Traição, e casaram em 19 de Junho de 1958, passando ambos a morar no subúrbio pobre de Soweto.

Teve as suas filhas Zenani (1959) e Zinzi (1960) e, em 1961, Mandela foi absolvido. Contudo, a sua actividade política levou-o a sucessivas prisões, sendo que a última delas foi passada a maior parte do tempo na Ilha de Robben, durou vinte e seis anos; ali, ela podia visitá-lo, mas sem maiores contactos.

Winnie sofreu acções persecutórias do regime racista do Apartheid, a partir de 1962: ordens judiciais de restrição que a impediam de trabalhar e de lutar em causas sociais e a mantinham restrita ao distrito de Orlando, em Soweto. Tudo isso a levou a trabalhar clandestinamente no CNA. Após enviar as duas filhas para um internato na Suazilândia, visando privá-las das perseguições que seus pais sofriam, foi detida em 1969 sob auspícios da Lei Anti-terrorismo, passando dezassete meses na cadeia e, a partir de 1970, em prisão domiciliar - período em que foi alvo de vários processos.

Em 1976, durante as revoltas juvenis, criou a Federação das Mulheres Negras e a Associação dos Pais Negros, ambas afiliadas ao Movimento da Consciência Negra - organização que rejeitava todos os valores brancos e adoptava uma visão positiva da cultura negra; este envolvimento levou-a a nova prisão, em 1977, e o seu banimento para o Estado Livre de Orange. Retornando em 1986, a sua oposição ao regime passou a incluir métodos de castigo aos dissidentes, como o uso do “colar bárbaro”, que consistia em colocar um pneu ao pescoço da vítima e, com gasolina, atear fogo. Criou, ainda, uma milícia particular, travestida de equipa de futebol (o Mandela United Football Club), o que aumentou o seu distanciamento dos demais militantes anti-apartheid, em 1988.

Quando da libertação de Mandela, em 11 de Fevereiro de 1990, Winnie ainda apareceu ao seu lado, como a “mama” da luta contra o regime - mas, dois anos depois. divorciaram-se.

Após isto, ela transformou a sua casa em Orlando num museu, e adoptou o sobrenome de Madikizela-Mandela. Desde 1991, a sua vida enfrentou diversas polémicas, sendo então banida do CNA e doutras instituições, quando foi acusada da morte de um jovem militante, que suspeitava ser informante da polícia. Condenada no ano seguinte, teve a pena de prisão comutada em multa; apesar disso, em 1993 voltou ao cenário político, sendo eleita presidenta da Liga das Mulheres do CNA, cargo que ocupou até 2003. Durante o governo do ex-marido, Winnie ocupou o cargo de ministra das Artes, Cultura, Ciência e Tecnologia (1994), mas foi demitida sob alegação de malversação financeira, em 1994.

Em 2001, foi acusada de dezenas de crimes, sendo considerada culpada por 43 acusações de fraude e 25 de roubo, condenada a cinco anos de prisão; recorrendo, em 2004 foi absolvida das acusações de roubo, mas não das de fraude, e teve suspensa a pena de três anos e seis meses de cadeia.

Em 2003, renunciou à presidência da Liga das Mulheres, mas foi eleita para o Comité Executivo Nacional do CNA, na sua 52ª Conferência (2009).

Faleceu em 2018, após doença prolongada.

Em 1985, o cantor e compositor brasileiro Milton Nascimento, em parceria com Marco Antônio Guimarães, compôs a música “Lágrima do Sul” dedicada a Winnie. A música integrou o disco “Encontros e Despedidas”.

domingo, 25 de setembro de 2022

25 DE SETEMBRO - ADOLFO SUÁREZ

EFEMÉRIDE - Adolfo Suárez González, político espanhol, nasceu em Cebreros, Ávila, no dia25 de Setembro de 1932. Morreu em Madrid, em 23 de Março de 2014. Ocupou o lugar de presidente do Governo de 1976 a 1981, sendo o primeiro presidente democrático após a ditadura do general Franco.

Foi-lhe concedido pelo rei Juan Carlos I de Espanha o título de “duque de Suárez” em 1981, com grandeza da Espanha, e foi cavaleiro da Ordem do Tosão de Ouro.

Licenciado em Direito pela Universidade de Salamanca, desempenhou diferentes cargos no regime franquista da mão de Fernando Herrero Tejedor, um falangista ligado à Opus Dei, que foi o seu protector desde que o conheceu, quando era governador civil de Ávila. Desta forma, em 1958, passa a fazer parte da Secretaría General del Movimiento ascendendo, em 1961, a chefe do Gabinete Técnico do vice-secretário Geral, procurador nas Cortes por Ávila em 1967 e governador civil de Segóvia em 1968. Em 1969, foi designado director geral de Radiotelevisión Española, onde já desempenhara outros cargos entre 1964 e 1968; permaneceu neste cargo até 1973.

Em Abril de 1975, novamente da mão de Herrero Tejedor, foi nomeado vice-secretário Geral do Movimiento, cargo que ostentaria até à morte do seu mentor em 13 de Junho desse ano.

Em 11 de Dezembro de 1975, entrou no primeiro gabinete de Carlos Arias Navarro, formado após a morte de Franco; por sugestão de Torcuato Fernández Miranda, Adolfo Suárez foi nomeado ministro secretário geral do Movimiento.

A sua projecção para a titularidade da Presidência do Governo aumentou consideravelmente graças ao apoio da Coroa e ao apoio popular às suas políticas reformistas. Em 9 de Junho de 1976, num discurso sobre a Lei de Associações Políticas nas Cortes, antes da sua escolha, citou uns versos de Antonio Machado (exilado devido ao avanço das tropas franquistas durante a Guerra Civil).

Quando em Julho de 1976 o rei Juan Carlos I lhe encomendou a formação do segundo governo do seu reinado e a conseguinte desmontagem das estruturas franquistas, Suárez era um desconhecido para uma maioria do povo espanhol. Porém, nos seus 43 anos, com dificuldades, foi capaz de aglutinar um grupo de políticos da sua geração que chegaram às convicções democráticas por diversos caminhos.

Soube reunir falangistas «convertidos» como ele, social-democratas, liberais, democratas-cristãos, etc. e, entre 1976 e 1979, desmontar o regime franquista com a cumplicidade das forças antifranquistas, como o PSOE e, especialmente, do Partido Comunista de Espanha e do seu líder, Santiago Carrillo, que denominou Suárez como um «anticomunista inteligente».

Nesta tarefa, contou com a ajuda de Torcuato Fernández Miranda, entre outros, que conseguiu a autoliquidação das Cortes franquistas e avançar no Projecto de Reforma Política diante duma receosa oposição democrática e com a colaboração do tenente-general Manuel Gutiérrez Mellado, encarregado de tranquilizar e controlar, no possível, as altas esferas militares, compostas na sua maior parte por militares que ganharam a guerra civil e, portanto, proclives ao regime franquista.

Em 15 de Junho de 1977, pela primeira vez na Espanha desde 1936, realizaram-se eleições gerais livres. Adolfo Suárez alçava-se como vencedor das mesmas, à frente de um conglomerado de formações de centro-direita, aglutinadas sob as siglas UCD (União de Centro Democrático). As Cortes saídas daquelas eleições, convertidas em constituintes, aprovaram a Constituição, que o povo espanhol referendou em 6 de Dezembro de 1978.

Em 20 de Agosto de 1978, foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo de Portugal.

Em 3 de Março de 1979, Adolfo Suárez ganhava pela segunda vez umas eleições e iniciou o seu terceiro mandato como presidente do Governo. Talvez o seu primeiro erro neste período tivesse sido o de evitar a apresentação do seu programa de governo perante o Congresso, o que pôs contra alguns grupos, como o Partido Socialista Andaluz. Por outro lado, o triunfo nas eleições gerais ficou muito em segundo plano depois do acesso da esquerda aos principais municípios do país, após as primeiras eleições municipais de Abril. O acordo entre o PSOE e o PCE permitiu às grandes cidades espanholas serem governadas por prefeitos de partidos da oposição.

Foi uma etapa de governo cheia de dificuldades políticas, sociais e económicas. Em 1980, o PSOE apresentou uma moção de censura que, embora derrotada de antemão, deteriorou ainda mais a imagem de um Suárez desprovido de apoios no seu próprio partido. Finalmente, a falta de sintonia com o rei Juan Carlos e as tensões crescentes no seu próprio partido, levaram a apresentar a sua demissão em 29 de Janeiro de 1981. Na sua mensagem ao país afirmou: «Eu não quero que o sistema democrático de convivência seja, uma vez mais, um parêntese na História da Espanha».

A suposição de que renunciava pela pressão dos militares pareceu confirmada pela tentativa de golpe de estado que aconteceu durante a investidura de Leopoldo Calvo-Sotelo. Contudo, alguns autores, Javier Tusell e Charles Powell entre eles, insistem no cansaço e na falta de apoio da Coroa como principais factores para a sua demissão.

Em 1981, o rei concedeu-lhe o título de “duque de Suárez” pelo seu papel no processo da transição espanhola.

Pouco depois da sua demissão, criou juntamente com outros ex-dirigentes da UCD o partido Centro Democrático e Social (CDS), com o qual se apresentou às eleições de 28 de Outubro de 1982, sendo eleito deputado por Madrid. Revalidou a sua cadeira em 1986 e 1989, mas - em 1991- demitiu-se do cargo de presidente do CDS após os maus resultados da sua formação nas eleições municipais e abandonou definitivamente a política.

Em 22 de Fevereiro de 1996, foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade de Portugal. Em 1996, foi-lhe concedido o Prémio Príncipe de Astúrias da Concórdia pela sua importante contribuição para a transição espanhola para a democracia, da qual é considerado um dos grandes artífices.

Tanto a sua esposa, Amparo Illana Elórtegui, como a sua filha maior, Marian Suárez Illana, padeceram e faleceram de cancro (Amparo em 2001 e a sua filha em 2004). A sua filha Sonsoles Suárez, apresentadora de televisão, também sofreu de cancro. Suárez tem outros três filhos.

Foi o seu filho Adolfo que, no decurso de uma entrevista para o programa “Las cerezas” da Televisão Espanhola emitido em31 de Maio de 2005, revelou que o ex presidente Suárez padecia de Alzheimer, havia dois anos, e nem sequer se lembrava de ter sido presidente do Governo, não reconhecia ninguém, respondendo unicamente a estímulos afectivos.

Em 8 de Junho de 2007 e por ocasião do trigésimo aniversário das primeiras eleições democráticas, o rei Juan Carlos nomeou-o cavaleiro da insigne Ordem do Tosão de Ouro pela sua importantíssima actuação na Transição espanhola, o qual lhe foi entregue a 16 de Julho de 2008.

Faleceu em 2014, aos 81 anos de idade.

sábado, 24 de setembro de 2022

JENNIFER RUSH - '"The Power of Love"

24 DE SETEMBRO - JOHN YOUNG

EFEMÉRIDE - John Watts Young, astronauta norte-americano e o 9º homem a pisar a Lua, em 1972, no comando da missão Apollo 16, nasceu em São Francisco no dia 24 de Setembro de 1930. Morreu em Houston, em 5 de Janeiro de 2018.

Young foi um dos mais experientes astronautas dos Estados Unidos, tendo ido ao espaço seis vezes e comandando missões nos Projectos Gemini, Apollo e no programa do ónibus espacial, único astronauta a realizar este feito, o que o torna uma verdadeira lenda da exploração humana do espaço. Por ter ido à Lua duas vezes (numa ocasião, sem pousar na sua superfície, na missão Apollo X), era chamado «o homem que conhece a Lua de todos os ângulos».

Seleccionado como astronauta pela NASA em 1962, como parte do segundo grupo de pilotos admitidos pela agência, Young foi ao espaço pela primeira vez em 1965, na primeira das missões do Projecto Gemini, a Gemini III, junto com o comandante Virgil Grisson, um veterano do Projecto Mercury. Por esconder uma sanduíche de rosbife num bolso de seu fato espacial, para comê-lo no espaço, ele chegou a ser descartado do grupo de astronautas, pela direcção da NASA; mas o falecimento, num acidente aéreo, de dois tripulantes envolvidos no projecto Gemini (Elliot See e Charles Bassett), criou uma lacuna no corpo de astronautas que o levou de volta ao activo, no comando da Gemini X.

Em 1969, fez parte da tripulação da Apollo 10, que testou, sem pousar, o Módulo Lunar na órbita do satélite e, em 1972, tornou-se comandante da Apollo 16, a penúltima missão à Lua, sendo o 9º homem a pisar o solo lunar.

Após o fim do Programa Apollo, Young continuou activo na NASA e, em 1981, aos 50 anos, foi o primeiro astronauta a comandar uma missão de um ónibus espacial, o Columbia na STS-1, ocasião em que se tornou o ser humano mais velho a participar numa missão espacial. Em 1983, voltou ao espaço na missão inaugural do Spacelab, a STS-9. Também seria o primeiro homem a ir ao espaço sete vezes, no comando da missão STS-61-J, que colocaria o telescópio espacial Hubble em órbita. A missão estava agendada para descolar em 27 de Outubro de 1986, contudo, foi cancelada após o desastre do Challenger, em 28 de Janeiro de 1986, na missão STS-51-L. O Hubble só seria lançado em Abril de 1990, na STS-31, mas com outro comandante (o astronauta Loren Shriver).

Após 42 anos de serviços ininterruptos na NASA, John Young aposentou-se em Dezembro de 2004 (de modo que foi o homem que mais tempo permaneceu no cargo de astronauta), aos 74 anos de idade; entretanto comparecia ao encontro matinal das segundas-feiras, no Departamento de Astronautas da agência, onde trocava opiniões e dividia experiências com os actuais astronautas.

Faleceu em 2018 em razão de complicações de uma pneumonia.

sexta-feira, 23 de setembro de 2022

23 DE SETEMBRO - ALEXANDRE SOARES DOS SANTOS

EFEMÉRIDE - Elísio Alexandre Soares dos Santos, empresário e filantropo português, nasceu no   Porto em 23 de Setembro de 1934. Morreu em Lisboa no dia 16 de Agosto de 2019. Até Novembro de 2013, presidiu ao conselho de administração do grupo Jerónimo Martins e Filhos.

Alexandre era filho de Elísio Alexandre dos Santos, comerciante, conhecido como “Badez”, e de sua mulher e prima-irmã Maria da Conceição Soares dos Santos, filha de Francisco Manuel dos Santos - empresário, em cuja homenagem, o seu neto materno criou a Fundação que recebeu o seu nome.

Estudou no Colégio Almeida Garrett, no Porto, e frequentou a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, cumprindo um desejo do pai, que desejava que o filho se tornasse advogado. Abandonado o curso no 3º ano e iniciou, em 1957, a sua carreira profissional na multinacional de distribuição Unilever.

Começou como gestor estagiário, tendo passado pela Alemanha e pela Irlanda. Depois, seria nomeado director de marketing da Unilever Brasil, função que exerceu de 1964 a 1968.

Em 1968, resolveu regressar a Portugal, ingressando na empresa familiar, a Sociedade Francisco Manuel dos Santos. Esta empresa era, há muitos anos, parceira da Jerónimo Martins e Soares dos Santos passou a exercer directamente funções no Conselho de Administração do Grupo Jerónimo Martins, como administrador-delegado. Passou depois a presidente da Comissão Executiva, cargo que acumulou com o de presidente do Conselho de Administração, desde 1996 até 2004.

Em 2009, criou, junto com a sua família, a Fundação Francisco Manuel dos Santos, nome do avô materno e tio-avô de Alexandre Soares dos Santos, e que visava estudar os grandes temas nacionais.

Esta fundação gere o portal “Pordata”, Base de Dados do Portugal Contemporâneo, e lançou uma colecção de livros de Ensaio, a preços reduzidos, sobre temas da actualidade sob o desígnio de Conhecer Portugal, pensar o país, contribuir para a identificação e resolução dos problemas nacionais, assim como promover o debate público.

Foi presidente do Conselho de Administração do grupo Jerónimo Martins, Fima Lever Portuguesa, Gelados Olá, supermercados Pingo Doce, cash & carry Recheio, Águas de Vidago, Águas de Melgaço e Pedras Salgadas, Azeite Gallo, Supermercados da Sé no Brasil, Supermercados LillyWite no Reino Unido e as lojas Biedronka, na Polónia, onde o grupo Jerónimo Martins lidera - tal como em Portugal - o mercado da distribuição alimentar, tendo sido substituído na função de CEO pelo seu filho secundogénito, Pedro Manuel da Silveira e Castro Soares dos Santos. Apesar da sua postura patriótica, a sede da sua sociedade familiar (Sociedade Francisco Manuel dos Santos) foi registar-se nos Países Baixos para efeitos de carga fiscal.

Exerceu a presidência do Conselho Geral da Universidade de Aveiro entre 2009 e 2014.

Foi agraciado com os graus de grande-oficial da Ordem Civil do Mérito Agrícola, Industrial e Comercial Classe Industrial (28 de Maio de 1992), Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique (9 de Junho de 2000), Grã-Cruz da Ordem do Mérito (17 de Janeiro de 2006), Grã-Cruz da Ordem do Mérito Empresarial Classe Comercial (17 de Março de 2017) e comendador da Pontifícia Ordem Equestre de São Gregório Magno do Vaticano ou da Santa Sé (20 de Novembro de 2017).

Em 1998 e 1999, a revista “Forbes” coloca-o na lista dos mais ricos homens da Europa, com um valor de 2 e 1,9 mil milhões de dólares, respectivamente.

Em Março de 2011, a “Forbes” anunciou que Alexandre Soares dos Santos era o 2º mais rico português, valendo 2,3 mil milhões de dólares (1,65 mil milhões de euros). Ele aparece, segundo a “Forbes”, no lugar 512 entre os bilionários, não o incluindo na lista de 2010, tendo, todavia, surgido nos 500 mais ricos do Mundo no ano seguinte.

Foi proprietário da Quinta da Parreira, em Vila Nova de Ourém, depois Ourém.

Casou em Lisboa, na Igreja da Madre de Deus, em 28 de Dezembro de 1957, com Maria Teresa Canas Mendes da Silveira e Castro.

Alexandre Soares dos Santos faleceu em Lisboa em 2019. A causa da morte terá sido cancro no pâncreas.

quinta-feira, 22 de setembro de 2022

22 DE SETEMBRO - JOSÉ ROQUETTE

EFEMÉRIDE - José Alfredo Parreira Holtreman Roquette, empresário e dirigente desportivo português, nasceu em Lisboano dia 22 de Setembro de 1936.

Depois de frequentar o Colégio Brotero, na Foz do Douro, prosseguiu os estudos na Faculdade de Economia da Universidade do Porto, onde se licenciou em Economia. Viveu muitos anos no Porto, antes de se mudar para Lisboa e, finalmente, para o Alentejo.

Em 1959, iniciou a sua vida profissional na cidade do Porto, no Banco Espírito Santo. Em 1960, foi promovido e veio para Lisboa, tornando-se num dos homens de confiança de Manuel Ribeiro do Espírito Santo Silva, patrão da instituição.

Em 1973. participou na constituição da Finagra, sociedade com que adquiriu a Herdade do Esporão (onde se situa a famosa Torre do Esporão), estatizada com o 25 de Abril de 1974.

Preso duas vezes durante o PREC, saiu de Portugal e viajou ao serviço do Grupo Espírito Santo, numa altura em que exercia funções na administração das suas principais holdings.

No final da década de 1980, deixou aquela instituição para assumir a presidência da sociedade Valores Ibéricos, através da qual assegurou o controlo do Banco Totta e Açores, em coligação com os espanhóis do Grupo Banesto, beneficiando do processo de privatizações levado a cabo pelo governo social-democrata de Aníbal Cavaco Silva.

Em 11 de Abril de 1996, a ligação ao futebol levou-o ao cargo de presidente da Direcção do Sporting CP, o clube fundado pelo seu avô paterno e homónimo, José Alfredo Holtreman Roquette, conhecido como José Alvalade, e pelo seu trisavô, avô materno deste, Alfredo Augusto das Neves Holtreman.

No Sporting, começou também a implementar uma lógica empresarial, tendo sido o responsável pela criação da Sociedade Anónima Desportiva (SAD), numa atitude pioneira no futebol português e com a qual o clube voltou a ser campeão ao fim de 18 anos, sendo também o mentor da construção do novo Estádio e da Academia de Alcochete. Terminou o seu mandato em 1 de Agosto de 2000.

Actualmente, além dos negócios do vinho e do azeite da Herdade do Esporão, lidera o investimento no Parque Alqueva, com o projecto turístico Roncão d’El Rei, um antigo monte de caça do rei D. Carlos I de Portugal. É também um reconhecido apoiante do movimento de cidadania Melhor Alentejo.

Em 17 de Janeiro de 2006, foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito.

quarta-feira, 21 de setembro de 2022

21 DE SETEMBRO - BILL MURRAY

EFEMÉRIDE - William James “Bill Murray, actor e humorista norte-americano, nasceu em Evanston no dia 21 de Setembro de 1950.

Tornou-se conhecido por integrar o elenco do programa de televisão “Saturday Night Live” e ter protagonizado diversos filmes aclamados pela crítica e pelo público, como “Caddyshack” (1980), “Ghostbusters” (1984) e “Groundhog Day” (1993).

O seu trabalho continuou sendo reconhecido mais tarde com “Lost in Translation” (2003), pelo qual recebeu uma nomeação para os Oscars, e uma série de filmes dirigidos por Wes Anderson, como “Rushmore” (1998), “The Life Aquatic with Steve Zissou” (2004) e “Fantastic Mr. Fox” (2009).

Os seus pais eram da classe pobre e tiveram nove filhos. Para poder pagar o colégio, a maioria dos irmãos trabalhou como caddies num clube de golfe.

No colégio, Murray iniciou-se na interpretação teatral. Posteriormente, inscreveu-se na Universidade de Denver, mas pouco tempo depois foi expulso por porte de maconha.

Murray decidiu, então, tentar a sorte na rádio. Apresentou um programa que não teve sucesso, sendo retirado do ar poucos meses depois, mas participou na continuação de outro que foi emitido durante mais tempo.

Em 1977, depois de trabalhar em uma companhia de teatro de Chicago, Murray foi contratado por um programa ao vivo de televisão muito popular, o “Saturday Night Live”.

Teve o seu início cinematográfico em 1979, no filme canadiano “Meatballs”, de Ivan Reitman, no qual Murray faz o papel de um monitor num acampamento de Verão para jovens. Ele foi estrela de vários outros filmes até que, em 1984, teve o seu grande sucesso de bilheteria com “Ghostbusters”, também dirigido por Ivan Reitman, com o qual Murray teve uma óptima sintonia, o que resultou em vários trabalhos em parceria.

A partir de então, Murray tornou-se um actor consagrado, principalmente no género cómico. Não obstante, teve o desejo de interpretar também personagens mais sérios, e fê-lo em algumas ocasiões, como no filme “Mad Dog and Glory”, de 1993, com Robert De Niro e Uma Thurman. No mesmo ano estrelou “Feitiço do Tempo”, com Andie MacDowell, outro dos seus grandes sucessos. Pelo seu papel como protagonista em “Lost in Translation”, de Sofia Coppola, ganhou o Globo de Ouro em 2004 como Melhor Actor (filme de comédia musical).

Murray casou-se duas vezes. A primeira em 1981, com o matrimónio durando três anos. Em 1997, casou pela segunda vez. Tem dois filhos da sua primeira esposa e três da segunda.

terça-feira, 20 de setembro de 2022

20 DE SETEMBRO - CHICO HAMILTON

EFEMÉRIDE - Chico Hamilton, nome artístico de Foreststorn Hamilton, baterista de jazz norte-americano, nasceu em Los Angeles no dia 20 de Setembro de 1921. Morreu em Nova Iorque, em 25 de Novembro de 2013.

Iniciou a sua carreira. como clarinetista, durante a Segunda Guerra Mundial.

Estudou bateria com Jo Jones e leitura com Billy Exner. No final dos anos de 1940, tocou com Lionel Hampton, Duke Ellington, Count Basie e Lena Horne. Também tocou com Ella Fitzgerald, Billie Holiday, Sammy Davis Jr., Tony Bennett, Billy Eckstein e Nat King Cole.

Foi um dos membros do quarteto de Gerry Mulligan (1952/1953) e, em 1955, formou o seu primeiro quinteto, um grupo de jazz de câmara, com Buddy Collette, além do guitarrista Jim Hall, do baixista Carson Smith e do violoncelista Fred Katz.

Entre os músicos que participaram nos seus grupos, estão Larry Coryell (1966), Steve Potts (1967), Arthur Blythe, Paul Horn, Eric Dolphy, Steve Turre e Eric Person.

Em 1987, passou a tocar com o grupo Euphoria.

Entre 1950 e 2006, lançou mais de 50 discos.

segunda-feira, 19 de setembro de 2022

19 DE SETEMBRO - ANTÓNIO ZAMBUJO

EFEMÉRIDE - António José Rodeia Zambujo, músico português, nasceu em Beja no dia 19 de Setembro de 1975.

Desde criança esteve familiarizado com a música alentejana. Começou muito novinho a estudar instrumentos musicais (clarinete, guitarra).

Actualmente, é um cantor muito conhecido até no Brasil. Fez sucessos com versões de muitas músicas desse país e teve apresentações com cantores brasileiros como Roberta Sá, Chico Buarque de Holanda, Ney Matogrosso, Ivan Lins e Zé Renato, entre outros. Depois de ouvir João Gilberto, aos 16 anos de idade, passou a querer cantar como ele.

Também na Galiza é um cantor que, com frequência, sobe aos palcos com alguns dos mais reconhecidos artistas da comunidade autónoma espanhola, como Uxía ou Xosé Manuel Budiño, mas também com artistas de outros países a residirem nesse lugar, como os brasileiros Paulo Silva ou Sérgio Tannus, ou ainda a angolana Aline Frazão.

Em 9 de Junho de 2015, o presidente da República Aníbal Cavaco Silva agraciou-o como comendador da Ordem do Infante D. Henrique.

O seu álbum “Até Pensei Que Fosse Minha” foi nomeado para o Grammy Latino de 2017 de Melhor Álbum de MPB.

Em 2019, torna-se mentor no programa da RTP1The Voice Portugal”. No mesmo ano, a sua canção “Sem Palavras” foi indicada para o Grammy Latino de Melhor Canção em Língua Portuguesa.

domingo, 18 de setembro de 2022

18 DE SETEMBRO - MARIA JOÃO MIRA

EFEMÉRIDE - Maria João Mira, argumentista portuguesa, nasceu em Lisboa no dia 18 de Setembro de 1959.

Contando com uma carreira de mais de dez anos, é conhecida como a autora de diversas telenovelas da TVI, como “Sonhos Traídos” (2002) ou “Fala-me de Amor” (2006).

Em 2007, assina a telenovela “Ilha dos Amores”, centrada no arquipélago dos Açores e com a 2ª estreia mais vista do canal.

Seguiram-se “Flor do Mar” em 2008 e “Anjo Meu” em 2012, a primeira telenovela de época da TVI.

Em 2012, escreve “Doida por Ti” para o horário das 19h, sendo a sua telenovela com piores audiências.

Em 2015, após 3 anos sem exercer, volta à TVI com o seu filho André Ramalho, para escrever a superprodução “A Única Mulher”, gravada entre Portugal e em Angola.

Em 2017, escreve a novela “A Herdeira”, uma novela que, pela primeira vez, aborda os costumes e etnias ciganas, que conta com gravações em Viana do Castelo, México e Galiza.

É reconhecida como uma das grandes pioneiras na consolidação da ficção portuguesa.

sábado, 17 de setembro de 2022

17 DE SETEMBRO - JEAN-MARIE LUSTIGER

EFEMÉRIDE - Jean-Marie Lustiger, sacerdote católico francês, nasceu em Paris no dia 17 de Setembro de 1926. Morreu na mesma cidade em 5 de Agosto de 2007.

Serviu como arcebispo de Paris entre Janeiro de 1981 a Fevereiro de 2005 e tornou-se cardeal da Igreja Católica Romana em 1983. Convertido do Judaísmo, era conhecido como “o cardeal Judeu”.

Lustiger nasceu com o nome Aaron Lustiger, filho de Charles e Gisèle Lustiger, família de comerciantes judeus de origem polaca que se estabelecera em França antes da Primeira Guerra Mundial.

Quando os alemães ocuparam a França em 1940, ele foi enviado para a casa de uma família cristã em Orleães. Foi convertido ao catolicismo e recebeu o baptismo em 21 de Agosto de 1940. Os seus pais foram deportados no Holocausto e a mãe morreu no campo de extermínio de Auschwitz, enquanto o pai sobreviveu.

Lustiger foi educado na Universidade de Paris (Sorbonne), onde se licenciou em Artes, e no Instituto Católico de Paris. Foi ordenado padre em 17 de Abril de 1954. Entre 1954 e 1959, foi um aumônier (capelão) na Universidade de Paris. Entre 1959 e 1969, foi director do Centro Richelieu, que treinava capelães da universidade. Entre 1969 e 1979, foi pastor da Igreja de Sainte-Jeanne-de-Chantal, no XVI bairro de Paris.

Em Novembro de 1979, Lustiger foi nomeado bispo de Orleães. Em Janeiro de 1981, foi promovido à região metropolitana de Paris de onde foi arcebispo até 2005. Foi elevado a cardeal em Fevereiro de 1983 com o título de presbítero de “São Marcelino e São Pedro”, depois com o de “São Luís dos Franceses”, em 1994. Tornou-se membro da Académie Française em 1995.

Em Outubro de 2006, o cardeal Lustiger já havia anunciado aos padres e diáconos da Arquidiocese de Paris que foram acometido de «uma doença grave e que o tratamento havia começado». Em 31 de Maio de 2007, sentindo a proximidade da morte, fez uma breve aparição na Academia Francesa para se despedir dos “Imortais”: «Os senhores não voltarão mais a ver-me», disse ele. A sua última aparição pública ocorrera em 26 de Janeiro de 2007, para concelebrar na Catedral de Notre-Dame de Paris as exéquias do Abade Pierre.

Faleceu aos 80 anos de idade, na Maison Médicale Jeanne-Garnier, estabelecimento de tratamento paliativo administrado pelas “Damas de Calvários”, onde dera entrada em 23 de Abril de 2007.

Nicolas Sarkozy, presidente da República Francesa, afirmou tratar-se «de uma grande figura da vida espiritual, moral, intelectual e naturalmente religiosa da França».

Recebeu os títulos de doutor honoris causa das Universidades de Melbourne, Augsbourg e Loyola de Chicago.

Era primo do historiador alemão Arno Lustiger.

sexta-feira, 16 de setembro de 2022

16 DE SETEMBRO - MIKAELA LUPU

EFEMÉRIDE - Mikaela Lupu, actriz portuguesa, nasceu no leste da Moldávia em 16 de Setembro de 1995.

Ficou conhecida pela sua aparição na série “Morangos com Açúcar”, onde interpretou a personagem Teresa Soares.

Filha de trabalhadores operadores de gruas de torre, os seus pais foram convidados para vir trabalhar para Portugal.

Mikaela Lupu veio para Portugal com a família aos cinco anos de idade. Viveu no Montijo, Lisboa e Sintra.

Já actuou em 11 séries de televisão (2012/2021), na TVI, RTP1 e SIC.

Foi protagonista de uma peça de teatro (“Village Underground Lisboa”, 2017) e do filme “Leviano” (2018).

quinta-feira, 15 de setembro de 2022

ANTÓNIO ZAMBUJO - "Pica Do 7"

15 DE SETEMBRO - RIC OCASEK

EFEMÉRIDE - Ric Ocasek, de seu verdadeiro nome Richard Theodore Otcasek, cantor, compositor, produtor musical e pintor norte-americano, morreu em Nova Iorque no dia15 de Setembro de 2019. Nascera em Baltimore, em 23 de Março de 1944.

Ric era mais conhecido como vocalista, guitarrista rítmico e compositor da banda de rock The Cars.

Em 2018, Ocasek foi introduzido no Rock and Roll Hall of Fame como membro do Cars. Nesse mesmo ano, ele revelou várias de suas pinturas numa tournée nacional que incluiu uma exposição nas Galerias Wentworth em Tysons Corner, Virgínia.

Ric foi casado com a modelo checa, naturalizada americana, Paulina Porizkova, os quais se conheceram durante as filmagens do vídeo musical para a canção “Drive”, o maior sucesso da banda, do álbum “Heartbeat City”, de 1984.

Ocasek faleceu em de Nova Iorque, aos 75 anos de idade.

quarta-feira, 14 de setembro de 2022

14 DE SETEMBRO - MELISSA LEO

EFEMÉRIDE - Melissa Chessington Leo, actriz norte-americana, nasceu em Nova Iorque no dia 14 de Setembro de 1960.

Tornou-se conhecida pelo seu papel na série de televisão “Homicide: Life on the Street”, onde participou até à 5ª temporada. Foi presença constante nas séries “All My Children”, “The Young Riders” e “Treme”.

No cinema, destacou-se em “21 Grams” e “The Three Burials of Melquiades Estrada”. Em 2009, recebeu a sua primeira nomeação para o Oscar de Melhor Actriz com “Rio Congelado”.

Em 2011, ganhou o Oscar de Melhor Actriz coadjuvante, com “The Fighter”, trabalho pelo qual também foi premiada com o Globo de Ouro e o SAG Award.

terça-feira, 13 de setembro de 2022

13 DE SETEMBRO - NATÁLIA CORREIA

EFEMÉRIDE - Natália de Oliveira Correia, escritora portuguesa, nasceu em Fajã de Baixo, São Miguel, Açores, no dia 13 de Setembro de 1923. Morreu em Lisboa, em 16 de Março de 1993.

Deputada à Assembleia da República (1980/1991), interveio politicamente ao nível da cultura e do património, na defesa dos direitos humanos e dos direitos das mulheres. Autora da letra do “Hino dos Açores”. Juntamente com José Saramago (Prémio Nobel de Literatura, 1998), Armindo Magalhães, Manuel da Fonseca e Urbano Tavares Rodrigues, foi - em 1992 -um dos fundadores da Frente Nacional para a Defesa da Cultura (FNDC). Tem uma biblioteca com o seu nome em Lisboa, em Carnide.

A obra de Natália Correia estende-se por géneros variados, desde a poesia ao romance, teatro e ensaio. Colaborou com frequência em diversas publicações portuguesas e estrangeiras. Durante as décadas de 1950 e 1960, na sua casa reunia-se uma das mais vibrantes tertúlias de Lisboa, onde compareciam as mais destacadas figuras das artes, das letras e da política (oposicionista) portuguesas e também internacionais. A partir de 1971, essas reuniões passaram a ter lugar no bar Botequim. Ficou conhecida pela sua personalidade livre de convenções sociais, vigorosa e polémica, que se reflecte na sua escrita. A sua obra está traduzida em várias línguas.

Nascida na ilha de São Miguel, quando tinha apenas 11 anos o pai emigra para o Brasil, ficando Natália Correia com a mãe e a irmã em Lisboa, cidade onde fez estudos liceais, no Liceu D. Filipa de Lencastre. Iniciou-se na literatura com a publicação de uma obra destinada ao público infanto-juvenil, mas rapidamente se afirmou como poetisa (como ela gostava de ser chamada).

Notabilizada através de diversas vertentes da escrita, já que foi poeta, dramaturga, romancista, ensaísta, tradutora, jornalista, guionista e editora, tornou-se conhecida na imprensa escrita e, mais tarde, nos anos 1080, na televisão, com o programa “Mátria”, onde advogou uma forma especial de feminismo (afastado do conceito politicamente correcto do movimento), o matricismo, identificador da mulher como arquétipo da liberdade erótica e passional e fonte matricial da humanidade; mais tarde, à noção de Pátria e de Mátria acrescenta a de Frátria.

Foi igualmente coordenadora da Editora Arcádia, uma das principais editoras livreiras portuguesas do seu tempo.

Dotada de invulgar talento oratório e grande coragem combativa, tomou parte activa nos movimentos de oposição ao Estado Novo, tendo participado no MUD (Movimento de Unidade Democrática, 1945), no apoio às candidaturas para a Presidência da República do general Norton de Matos (1949) e de Humberto Delgado (1958) e na CEUD (Comissão Eleitoral de Unidade Democrática, 1969), liderada por Mário Soares.

Foi condenada a três anos de prisão, com pena suspensa, pela publicação da “Antologia da Poesia Portuguesa Erótica e Satírica”, considerada ofensiva dos costumes (1966) e processada por ter tido a responsabilidade editorial das “Novas Cartas Portuguesas” de Maria Isabel Barreno, Maria Velho da Costa e Maria Teresa Horta; processo que ficaria conhecido como ‘Três Marias’.

A sua intervenção política pública levou-a ao Parlamento, no período subsequente ao 25 de Abril de 1974, eleita em 1980 nas listas do PSD, motivada pela pessoa de Francisco Sá Carneiro, de quem era amiga, tal como de Snu Abecassis. Passaria, no entanto, a deputada independente durante a legislatura quando se chocou com as posições conservadoras em matérias de costumes do PSD, saindo do partido, afirmando ter acreditado num projecto reformista, mas tendo-se deparado com conservadorismo. Foi autora de polémicas intervenções parlamentares e ficou célebre, durante um debate sobre o aborto, em 11 de Novembro de 1982, pelo poema satírico que fez contra João Morgado, deputado do CDS, que afirmara que «o acto sexual é para ter filhos». O poema foi publicado dias depois pelo “Diário de Lisboa”.

Fundou em 1971, com Isabel Meireles, o bar Botequim, onde durante as décadas de 1970 e 1980 se reuniu grande parte da intelectualidade portuguesa. Foi amiga de António Sérgio (esteve associada ao Movimento da Filosofia Portuguesa), David Mourão-Ferreira («a irmã que nunca tive»), José-Augusto França («a mais linda mulher de Lisboa»), Luiz Pacheco («esta hierofântide do século XX»), Almada Negreiros, D. Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança («confidente íntima»), Mário Cesariny («era muito mais linda que a mais bela estátua feminina do Miguel Ângelo»), Ary dos Santos («beleza sem costura»), Amália Rodrigues e Fernando Dacosta, entre muitos outros. Foi uma entusiasmada e grande impulsionadora pelo aparecimento dos espectáculos de café-concerto em Portugal. Na sua casa, foi anfitriã de escritores famosos como Henry Miller, Graham Greene ou Ionesco.

Em 13 de Julho de 1981, foi feita grande-oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada. Natália Correia recebeu, em 1991, o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores pelo livro “Sonetos Românticos”.

No mesmo ano, em 26 de Novembro, foi feita grande-oficial da Ordem da Liberdade.

Em 1985, deu apoio ao Partido Renovador Democrático de Ramalho Eanes, onde acreditou ver uma alternativa de reformismo progressista para o país. Voltou então a ser deputada, por este partido, em 1987/1991.

Natália Correia casou-se quatro vezes. Após dois primeiros curtos casamentos, casou em Lisboa a 31 de Julho de 1953 com Alfredo Luís Machado (1904/1989), gerente e dono do Hotel do Império, a sua grande paixão, bem mais velho do que ela e já viúvo, casamento este que durou até à morte dele, em 17 de Fevereiro de 1989. São notáveis as cartas de amor da ainda jovem Natália para Alfredo Luís Machado. Em 1990, tinha Natália 67 anos de idade, casou com Dórdio Guimarães, seu admirador desde sempre, cineasta e filho de Manuel Guimarães.

Na madrugada de 16 de Março de 1993, falece, subitamente, com um ataque cardíaco, em sua casa, depois de regressada do Botequim. A sua morte precoce deixou um vazio na cultura portuguesa muito difícil de preencher. Legou a maioria dos seus bens à Região Autónoma dos Açores, que lhe dedicou uma exposição permanente na nova Biblioteca Pública de Ponta Delgada, instituição que tem à sua guarda parte do seu espólio literário (que partilha com a Biblioteca Nacional de Lisboa) constante de muitos volumes éditos, inéditos, documentos biográficos, iconografia e correspondência, incluindo múltiplas obras de arte e a biblioteca privada.

Foi sepultada originalmente no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa, e posteriormente trasladada para a ilha de São Miguel, nos Açores, em Outubro de 2015.

segunda-feira, 12 de setembro de 2022

12 DE SETEMBRO - NORMAN BORLAUG

EFEMÉRIDE - Norman Ernest Borlaug, engenheiro agrónomo e biólogo norte-americano, morreu em Dallas no dia 12 de Setembro de 2009. Nascera em Cresco, em 25 de Março de 1914. Foi famoso pelos seus trabalhos para combater a fome no mundo.

Borlaug formou-se em Agronomia na Universidade de Minnesota em 1942, especializando-se em Genética e patologia vegetal. Após ter obtido o doutoramento em Fitopatologia e genética pela Universidade de Minnesota em 1942, trabalhou como pesquisador agrícola no México, onde desenvolveu a variedade de trigo semianão de alto rendimento, resistente a doenças fúngicas. Como resultado, o México tornou-se um exportador líquido de trigo em 1963. A seguir, Borlaug introduziu variedades de alto rendimento e técnicas modernas de produção agrícola no Paquistão e na Índia. Entre 1965 e 1970, a produção de trigo quase dobrou no Paquistão e na Índia, melhorando consideravelmente a segurança alimentar destes países.

Estes aumentos na produtividade e produção agrícolas de meados do Século XX foram chamados de Revolução Verde. Estima-se que o trabalho de Borlaug tenha salvo da inanição entre 245 milhões e 1 bilião de vidas em todo o mundo. Em reconhecimento pela sua contribuição para a paz mundial através do aumento do fornecimento de alimentos, ele foi premiado com o Nobel da Paz em 1970.

Mais tarde, ajudou a aplicar estes métodos de produção de alimento na Ásia e África. Borlaug defendeu o uso dos métodos técnico-científicos da Revolução Verde e da biotecnologia com o objectivo de diminuir a fome mundial.

Entre as críticas ambientais e socioeconómicas que enfrentou, estão as de que os seus métodos criaram dependência de monoculturas em muitos países, que as técnicas de agricultura eram insustentáveis no longo prazo, que elas levavam ao endividamento dos agricultores de subsistência, e que provocavam níveis elevados de cancro entre as pessoas que trabalham com produtos químicos da agricultura. Borlaug rejeitou enfaticamente muitas destas acusações como infundadas ou falsas.

Borlaug foi um perseverante defensor dos seus métodos e da biotecnologia em geral para aumentar a produtividade agrícola. No entanto, ele foi criticado tanto do ponto de vista económico como do ambientalista. Borlaug rejeitou tais críticas como infundadas ou não-verdadeiras.

Em 1986, Borlaug criou o Prémio Mundial da Alimentação, destinado a reconhecer os indivíduos que melhorem a qualidade, a quantidade e a disponibilidade de alimentos em todo o mundo.

Borlaug faleceu aos 95 anos, por conta de um Linfoma não Hodgkin.

A Academia Sueca, a organização que gere o Prémio Nobel, reconheceu o trabalho de Borlaug como agrónomo e humanitário ao conceder-lhe o Prémio Nobel da Paz, em 1970. Borlaug foi uma das cinco pessoas que ganharam o Prémio Nobel da Paz, a Medalha Presidencial da Liberdade e a Medalha de Ouro do Congresso. Também recebeu o Padma Vibhushan, a segunda mais alta honraria civil da Índia.

domingo, 11 de setembro de 2022

11 DE SETEMBRO - SAMIRA VERA-CRUZ

EFEMÉRIDE - Samira Nandi Marques Vera-Cruz Pinto, realizadora, produtora, editora e guionista cabo-verdiana, nasceu em Mindelo, São Vicente, no dia 11 de Setembro de 1990.

Samira têm ascendência angolana e cabo-verdiana. Cresceu entre as cidades do Mindelo, Praia e também em Lisboa, Portugal.

Formada em estudos cinematográficos com especialização em comunicação internacional, pela American University of Paris, em 2013. Iniciou a sua actividade profissional como jornalista na Agência Cabo-Verdiana de Imagens (ACI) e, mais tarde, como Account Manager na Greenstudio, ambas na cidade da Praia.

Mudou-se para Angola no início de 2014, onde trabalhou durante quase dois anos como produtora audiovisual e gestora de clientes na Muxima Filmes, na cidade de Luanda.

Após regressar a Cabo Verde, Samira trabalhou alguns meses como produtora executiva na Kriolscope, onde realizou a sua primeira curta-metragem de ficção Buska Santu”, em 2016. “Buska Santu” é inspirado pelo filme “Ladrões de Bicicletas” de Vittorio de Sica, que mostra a relação entre um pai e um filho, na Ilha de Santiago, Cabo Verde, tendo o ritmo da tabanka como fundo para a trama. O filme foi exibido em Cabo Verde, Portugal, Moçambique e Polónia. Recebeu o Prémio de melhor ficção no Festival Oiá na cidade do Mindelo.

Criou a sua própria produtora, Parallax Produções, em Novembro de 2016. Com a Parallax, Samira realizou os filmes “Hora di Bai” (2017) e “Sukuru” (2017).

Hora di Bai” é um documentário, financiado parcialmente pela União Europeia, através do Concurso Curtas-metragens PALOP 25 anos, abordando a relação com a morte na Ilha de Santiago. O filme foi exibido em festivais e mostras em Cabo Verde, Brasil, Canadá, Estados Unidos, Portugal, Bélgica, Polónia, Guiné-Bissau, Moçambique, Angola, São Tomé e Príncipe, Macau, Timor-Leste e Madagáscar.

Sukuru”, feito sem financiamento, é a sua primeira longa-metragem de ficção. Um thriller psicológico que conta a história de Jiló, um jovem que sofre de esquizofrenia, viciado em crack, e a sua luta com o vício, a sua mãe e os seus demónios. Exibido em Cabo Verde, Bélgica, Brasil, Moçambique, Macau e Polónia.

Samira foi seleccionada para o Talents Durban 2019, durante o Durban International Film Festival, no qual participou com o seu projecto de documentário “E quem cozinha?”, com o qual ganhou o prémio PR Consulting.

No mesmo ano e com o mesmo projecto, participou na residência de escrita do FIDADOC, em Marrocos.

Em 2020, com o projecto de documentário “E quem cozinha?”, participou no Durban FilmMart e no Ouaga Film Lab, onde ganhou os prémios IDFA e World Cinema Fund/Goethe Institute.

Em Março de 2020, tornou-se coordenadora da Rede de Cinema e Audiovisual PALOP-TL, fundada com colegas cineastas, com o objectivo de promover a produção e principalmente distribuição na região.

sábado, 10 de setembro de 2022

10 DE SETEMBRO - FERNNDO BANDEIRA FERREIRA

EFEMÉRIDE - Fernando Alberto Ricca de Sousa Maldonado Bandeira Ferreira, visconde de Montalvo, arqueólogo português, com amplo trabalho de campo desenvolvido e uma vasta carreira docente, nasceu em Lisboa no dia 10 de Setembro de 1921. Morreu em Setúbal, em 2 de Agosto de 2002.

Licenciado em Ciências Históricas e Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em 1945, defendeu a tese “Esboço duma História do Descobrimento da África”, com mais de 450 folhas e da qual faziam parte 18 mapas.

No âmbito do curso de Ciências Históricas e Filosóficas, seguiu as lições de Henri Breuil, um dos maiores nomes na área da Pré-História.

Na mesma faculdade, completou o curso de Ciências Pedagógicas.

Em 1947, foi convidado para assistente da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde regeu cursos teóricos e práticos das cadeiras de Arqueologia (onde foi o primeiro docente da Faculdade a dar sistematicamente aulas de campo), Epigrafia, História da Antiguidade Oriental, História da Antiguidade Clássica, Numismática e Esfragística, História dos Descobrimentos e da Colonização Portuguesa, História Medieval, História Moderna e Contemporânea e História Geral da Civilização.

No ano de 1951, foi nomeado vogal da Junta Nacional de Educação (secção de Arqueologia), mantendo-se em funções até 1972.

Em 1958, foi nomeado auxiliar de naturalista do Museu Nacional de Arqueologia, então denominado Museu Etnológico do Dr. Leite de Vasconcelos, no qual procedeu a uma catalogação dos materiais paleolíticos considerada modelar para a época.

Três anos depois, em 1961, foi nomeado inspector da Inspecção Superior das Bibliotecas e Arquivos, mas manteve a sua ligação à Junta Nacional de Educação tendo, nesta qualidade, levado a cabo escavações arqueológicas no cemitério lusitano-romano da Praça da Figueira (Lisboa), entre Fevereiro e Maio de 1962.

Da Inspecção Superior das Bibliotecas e Arquivos transitou, em 1976, como técnico especialista, para o departamento de Arqueologia da Direcção-Geral dos Assuntos Culturais, posteriormente denominada Direcção-Geral do Património Cultural e mais tarde transformada no Instituto Português do Património Cultural.

Atingiu a idade da reforma em 1991, como assessor deste organismo.

Paralelamente à carreira que desenvolveu, a partir de 1941 colaborou em vários jornais e revistas, designadamente “Mundo Literário” (na qual publicou recensões bibliográficas), “Seara Nova” (onde divulgou uma série de artigos intitulada “Viagens de Descobrimentos de Iniciativa Privada no Tempo do Infante D. Henrique”), “Arqueólogo Português” (artigos de Arqueologia e Epigrafia Latina), “Revista de Guimarães” (artigos de Epigrafia e Arqueologia), “Brotéria” (artigos de Epigrafia), “Revista da Faculdade de Letras de Lisboa” (artigos sobre Arqueologia), “Conímbriga” (artigos sobre Arqueologia) e “Bibliotecas-Arquivos-Museus” (publicação que dirigiu e na qual deu a conhecer a primeira parte da obra “Alguns Topónimos Indicativos de Monumentos Arqueológicos”, cuja continuação permanece inédita).

Em parceria com Justino Mendes de Almeida, publicou as séries “Varia Epigraphica”, na “Revista da Faculdade de Letras de Lisboa” e na “Revista de Guimarães”.

Colaborou ainda no Glossarium Archaeologicum e na Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira.

Realizou várias comunicações sobre Ciências Arqueológicas, Epigrafia e Toponímia na Sociedade de Geografia de Lisboa e no extinto Instituto Português de Arqueologia.

Participou no XIII Congresso Luso-Espanhol para o Progresso das Ciências (1950), no II Congresso Nacional de Arqueologia de Espanha (1951) e no Congresso Internacional de História dos Descobrimentos (1960), que secretariou e onde apresentou uma comunicação acerca do descobrimento de Madagáscar.

No que respeita a trabalhos de campo, fez prospecções em vários locais arqueológicos de Lisboa e arredores, Almada, Palmela, Setúbal, etc.; escavações sistemáticas na Tróia de Setúbal (participou em nove campanhas, algumas das quais dirigiu, entre 1948 e 1957) e na estação lusitano-romana da Praça da Figueira (Lisboa), que dirigiu no primeiro semestre de 1962.

Em 1976, foi convidado para vogal da Comissão Nacional da Carta Arqueológica de Portugal, tendo co-dirigido uma experiência-piloto: o levantamento arqueológico da área de Alvito-Griola (Alentejo).

Tem ainda diversos trabalhos nas áreas da História dos Descobrimentos, da Cartografia Antiga e da Linguística.

Em 19 de Julho de 1961, foi agraciado com o grau de oficial da Ordem do Infante D. Henrique.

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