sexta-feira, 31 de agosto de 2018

31 DE AGOSTO - CÉLESTIN ADOLPHE PÉGOUD


EFEMÉRIDE - Célestin Adolphe Pégoud, piloto militar francês, que se tornou o primeiro ás da aviação, morreu em Petit-Croix no dia 31 de Agosto de 1915. Nascera em Montferrat, em 13 de Junho de 1889.
Terceiro filho de uma família de agricultores, engenhoso e intrépido, o jovem Célestin sonhava com aventuras e desinteressou-se do trabalho na terra aos 14 anos, tentando a sua sorte em Paris. Esperou pacientemente pelos dezoito anos para se alistar nas forças armadas. Começou a sua carreira militar em Agosto de 1907, primeiro na Argélia e depois em Marrocos. Regressou à metrópole francesa em Janeiro de 1909, sendo colocado em Gray e, um ano mais tarde, no 3º Regimento de artilharia colonial em Toulon. Foi aqui que teve um encontro decisivo com o capitão Louis Carlin, um oficial apaixonado pela aviação. Ficaram amigos e foram transferidos para o campo de Satory, perto de Versalhes, onde Pégoud fez o seu primeiro voo como passageiro, em Outubro de 1911. Para ele, foi uma verdadeira revelação.
De regresso à vida civil em Fevereiro de 2013, depois do seu contrato de cinco anos, aprendeu a pilotar, obtendo o brevet no mês seguinte, sendo contratado pelo construtor Louis Blériot uma semana mais tarde, como piloto de ensaios para testar todas as melhorias técnicas e invenções.
Em Agosto de 1913, foi o primeiro piloto a saltar de paraquedas do avião que pilotava. Tendo descolado do aeródromo de Châteaufort, abandonou - por cima do domínio da Geneste - um velho Blériot XI sacrificado para o efeito.
Juntamente com o inventor Frédéric Bonnet, que tinha inventado este sistema de paraquedas fixado sobre a fuselagem, eles demonstraram assim a eficácia de tal dispositivo em caso de avaria do aparelho em voo. Enquanto o audacioso Pégoud descia placidamente, o avião, entregue a ele mesmo, formou no céu curiosos arabescos, antes de se despenhar no solo.  Desde aquele instante, Pégoud ficou convencido que um avião podia efectuar manobras até aí impensáveis e que permitiriam, em muitos casos, salvar a vida de pilotos em situações desesperadas. E ele iria prova-lo.
Em Setembro de 1913, executou em Juvisy-sur-Orge, na presença de Louis Blériot, o primeiro voo da história “de cabeça para baixo”, durante 400 metros. No dia seguinte, em Buc, na presença de representantes da aviação civil e militar, repetiu o feito durante 700 metros. Em Setembro, efectuou uma série de figuras acrobáticas, incluindo um looping.
Foi a glória. Toda a imprensa noticiou o acontecimento. Foi aclamado e ovacionado. As suas exibições eram publicitadas por toda a Europa. A sua popularidade era enorme, incluindo na Alemanha.
Estava ele quase a partir com destino aos Estados Unidos para fazer as suas demonstrações, quendo foi mobilizado. A Primeira Guerra Mundial acabava de rebentar.  Começou por ser afectado à defesa de Paris. No mês seguinte, o seu avião foi atingido e teve de planar mais de 10 km para regressar às linhas francesas. Em Fevereiro de 2015, abateu dois aviões inimigos e forçou um terceiro a aterrar nas linhas francesas. Em Abril, passou a fazer parte da esquadrilha MS49, em Belfort. Em Julho, obteve a 6ª vitória aérea, tornando-se o “o primeiro ás” da guerra de 1914/18.
Na manhã de 31 de Agosto, Célestin Adolphe Pégoud travou o seu último combate. Foi atingido por uma bala na cabeça, a 2 000 metros de altitude. Tinha 26 anos. Acabava de ser nomeado Cavaleiro da Legião de Honra e tinha-lhe sido atribuída a Cruz de Guerra. Não chegou a sabê-lo. Em 6 de Setembro, a tripulação alemã voltou ao local do combate e lançou uma coroa de louros com a seguinte inscrição: «Para Pégoud, morto como um herói pela sua Pátria».

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

30 DE AGOSTO - JACK SWIGERT


EFEMÉRIDE - Jack Swigert, de seu nome completo John Leonard Swigert Jr., astronauta norte-americano, nasceu em Denver no dia 30 de Agosto de 1931. Morreu em Washington, em 27 de Dezembro de 1982.
Foi um dos tripulantes da quase fatídica missão Apollo 13 (Abril de 1970), que não conseguiu pousar na Lua devido a uma explosão na nave durante a viagem. Foi ele que, com uma calma fantástica, comunicou para Terra que «tinham um problema».
Após quase seis dias de agonia no espaço, sem saber se conseguiriam regressar a salvo, Swigert - que havia substituído na missão o astronauta Ken Mattingly, retirado à última hora da tripulação por suspeita de sarampo - e os seus companheiros de missão, o comandante James Lovell e o piloto do módulo lunar Fred Haise, conseguiram reentrar na atmosfera terrestre e pousar em segurança no mar, no dia 17 de Abril de 1970. Receberam a Presidential Medal of Freedom.
Swigert estudou na Universidade do Colorado, em Boulder, onde também jogou futebol americano nos campeonatos universitários. Obteve o bacharelato de Ciências em Engenharia Mecânica. Serviu na Força Aérea como piloto de combate na Coreia e tornou-se seguidamente piloto de ensaios.
Detentor de mestrados em Ciências Aeroespaciais pelo Rensselaer Polytechnic Institute e em Administração de Negócios pela Universidade de Hartford, tornou-se em Abril de 1966 um dos dezanove elementos do 5º grupo de astronautas seleccionados para a NASA.
Após a missão lunar da Apollo 13, Jack Swigert foi escolhido para participar no programa Apollo-Soyuz em 1975, missão conjunta para o encontro no espaço entre astronautas americanos e cosmonautas da URSS.  Foi substituído, porém, posteriormente.
Deixando a NASA, Swigert entrou para a política, candidatando-se a congressista pelo estado do Colorado, em representação do Partido Republicano. Eleito, não chegou a tomar posse, falecendo de cancro ósseo em Dezembro de 1982.  
Em 1995, no filme “Apollo 13”, sobre a missão em que Swigert participou, o seu personagem foi interpretado pelo actor Kevin Bacon. Em 1997, o Estado do Colorado enviou uma estátua dele para a National Statuary Hall Collection.

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

29 DE AGOSTO - MARCO D'ALMEIDA


EFEMÉRIDE - Marco d’Almeida, de seu nome completo Marco Duarte Almeida, actor português, nasceu em Moçambique no dia 29 de Agosto de 1974.
Formado na Escola Profissional de Teatro de Cascais, prosseguiu os estudos dramáticos em Londres e Nova Iorque, como bolseiro da Fundação Gulbenkian. É com Carlos Avillez, no Teatro Experimental de Cascais, que se centra maioritariamente a sua actividade teatral.
Participou em várias produções cinematográficas, como “O Gotejar da Luz” de Fernando Vendrell (2002), “Manô” de George Felner (2005), “Coisa Ruim” de Tiago Guedes e Frederico Serra (2006) e “20,13 Purgatório” de Joaquim Leitão (2006).
Estreou-se na televisão em 1997, participando num episódio da série “Médico de Família”, para a SIC. Ultimamente tem-se destacado em produções televisivas para a TVI, como “Tempo de Viver” e - mais recentemente - “Ilha dos Amores” e “Equador”.
Estreou-se na escrita em 2008, nomeadamente para os “Casos da Vida”, sendo autor de “Polaróides da Minha Avó” que foi emitido em Março daquele ano.
Em 2010, foi viver para Madrid afim de estudar realização. Participou no filme espanhol “Miel de Naranjas” em 2012.
Em 2013, actuou no filme “Comboio Nocturno Para Lisboa”, uma adaptação do livro com o mesmo nome, escrito por Pascal Mercier.
Em 2014, “Belmonte” foi premiada com um Emmy na categoria de Melhor Telenovela. Marco d’Almeidas desempenhou aqui o papel de Carlos Belmonte, o vilão da história.
Entre 1997 e 2018, protagonizou 17 trabalhos na televisão (RTP1, SIC e TVI); de 2001 a 2017, fez 11 filmes do grande ecrã; e no período 2003/2015 entrou em 8 peças de teatro.

terça-feira, 28 de agosto de 2018

28 DE AGOSTO - JOHN BETJEMAN


EFEMÉRIDE - John Betjeman, escritor e radialista inglês, nasceu em Highgate, Londres, no dia 28 de Agosto de 1906. Morreu em Trebetherick, Cornualha, em 19 de Maio de 1984.
Foi Poeta Laureado (poeta oficial da rainha) desde 1972 até à sua morfe. As suas numerosas emissões na BBC e as suas campanhas para a salvaguarda de vários monumentos históricos fizeram dele uma figura extremamente popular.
A família Betjemann, originária de Bremen na Alemanha, anglicizou o seu apelido para “Betjeman” durante a Primeira Guerra Mundial.
John Betjeman começou os seus estudos na Highgate School, onde teve o poeta T. S. Eliot como professor. Depois, estudou na Dragon School de Oxford e no Marlborough College, no Wiltshire. Na Universidade de Oxford, frequentou o Magdalen College, como estudante não inscrito, depois de ter chumbado no exame de matemática. 
Deixou Oxford sem se diplomar, mas travou conhecimento com muitos amigos que iriam influenciar a sua obra literária, entre eles W. H. Auden e Jock Murray, que publicou a maioria dos seus livros.
John arranjou emprego como crítico de cinema no “Evening Standard”. Frequentou então os Bright Young People, um grupo de jovens aristocratas hedonistas que pagavam a quem lhes fizesse crónicas de encomenda. Foi assim que escreveu várias páginas para a “Architectural Review”, onde se tornou mesmo redactor-adjunto de 1930 a 1935.
Em 1958, juntamente com vários amadores de arte, fundou a Victoria Societty, afim de pugnar pela preservação de vários monumentos do fim do século XIX e início do século XX, que estavam a ser ameaçados de destruição. Contribuiu de forma decisiva para a salvaguarda da Gare de Saint-Pancras, em Londres, onde - vários anos mais tarde - foi erigida uma estátua em sua honra (2007).
Em 1969, foi feito comendador da Ordem do Império Britânico. Faleceu aos 77 anos, vítima da doença de Parkinson.
Era detentor da Medalha da Rainha para a Poesia (1960) e membro de honra da American Academy of Arts and Letters (1973).

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

27 DE AGOSTO - KARL UNTERKIRCHER


EFEMÉRIDE - Karl Unterkircher, alpinista e explorador italiano, nasceu em Selva di Val Gardena no dia 27 de Agosto de 1970. Morreu em Nanga Parbat, em 15 de Julho de 2008.
Ficou conhecido sobretudo por ter aberto novas rotas em montanha. Em 2004, foi o primeiro alpinista a escalar, sem oxigénio, no mesmo ano, os dois picos mais altos da Terra (Everest e K2). Karl fez a segunda ascensão do Monte Genyen, na China (primeira ascensão com uma equipa japonesa em 1987) e a primeira ascensão da face norte do Gasherbrum II (juntamente com Daniele Bernasconi e Compagnoni Michele). Também escalou o Jasemba, no Nepal, com Hans Kammerlander.
Recebeu vários prémios e foi feito cavaleiro da Ordem do Mérito da República Italiana.
Em 15 de Julho de 2008, caiu numa fenda durante a tentativa de abrir uma nova rota para o topo da montanha Nanga Parbat, no Himalaia, e foi dado como morto. «Karl Unterkircher era a nova estrela do alpinismo», comentou o alpinista Reinhold Messner, quando falou da sua morte.
O Prémio Karl Unterkircher foi conferido pela primeira vez em Julho de 2010, em Selva di Val Gardena, ao alpinista suíço Ueli Steck.

domingo, 26 de agosto de 2018

26 DE AGOSTO - BOB DE MOOR


EFEMÉRIDE - Robert “Bob” Frans Marie De Moor, desenhador belga, morreu em Bruxelas no dia 26 de Agosto de 1992. Nascera em Antuérpia, em 20 de Dezembro de 1925.  Autor de numerosas obras, colaborou com Hergé nas “Aventuras de Tintim”.
De Moor estudou na Academia Real das Belas-Artes de Antuérpia e, após a conclusão dos estudos, trabalhou no estúdio de cartoons Afim.
Em 1945, criou o “Bart de Scheepsjongen”, para a revista “Kleine Zondagsvriend”, e diversas histórias com o inspector Marks, o professor Hobbel e o seu assistente Sobbel. No final de 1945, início de 1946, trabalhou na revista “ABC”, onde desenhou diversos cartoons humorísticos.
Em 1947, criou a banda desenhada “Le Mystère du Vieux Château-Fort”, baseada numa história de John van Looveren.
Publicou vários trabalhos em jornais flamengos, como “Monneke en Johnneke”, “Janneke en Stanneke” e “Het Leven van J. B. de la Salle”. Trabalhou para a revista “Tintim” e para a sua versão belga, “Kuifie”. Foi ele que criou o slogan «revista dos jovens de 7 aos 77 anos».
Em 1951, entrou para os Studios Hergé, como assistente principal. Supervisionava os rascunhos de “Tintim”. Participou, também, nas longas-metragens “O Templo do Sol” e “Tintim e o Lago dos Tubarões”.
Em 1959, criou “De avonturen van Nonkel Zigomar” e, em 1970, desenhou o episódio “Le Repaire du Loup”, na série “Lefranc”, de Jacques Martin.
Até aos anos 1980, De Moor trabalhou nos Studios Hergé. Após a morte de Hergé, em 1983, a sua vontade era terminar o livro “Tintim e o Alph-Art”, mas a esposa de Hergé, Fanny, não permitiu.
Em 1989, terminou a segunda parte do livro de Edgar P. Jacobs, “As 3 Fórmulas do Professor Sato”, da série “Blake & Mortimer”. No mesmo ano, tornou-se director artístico das Edições Lombard e foi presidente do Belgian Centre of Comics, até à sua morte em 1992.

sábado, 25 de agosto de 2018

25 DE AGOSTO - CARL BARKS


EFEMÉRIDE - Carl Barks, ilustrador norte-americano dos estúdios Disney e criador de histórias de banda desenhada, morreu em Grants Pass no dia 25 de Agosto de 2000. Nascera em Merrill, Oregon, em 27 de Março de 1901. Foi responsável pela criação de Patópolis e muitos dos seus habitantes: Tio Patinhas (1947), Gastão (1948), Irmãos Metralha (1951), Professor Pardal (1952) e Maga Patalójika (1961), entre outros.
A qualidade dos seus guiões e desenhos rendeu-lhe as alcunhas de O Homem dos Patos e O Bom Artista dos Patos. O autor de BD Will Eisner chamou-o também «O Hans Christian Andersen da Banda Desenhada».
De acordo com a própria descrição da sua infância, Carl era uma criança bastante solitária. A escola mais próxima ficava aproximadamente a 3 km e ele tinha que caminhar aquela distância diariamente. A área rural onde vivia tinha poucas crianças e a escola só tinha uns oito/dez alunos. As aulas iam das nove horas da manhã até às quatro da tarde.
Em 1908, a família mudou-se para Midland, alguns km ao norte de Merril, por ser mais próxima das (então novas) linhas de caminho de ferro. O pai estabeleceu uma fazenda de criação de gado e vendia a produção para os matadouros locais.
Em 1911, já tinham ganho o suficiente para se mudarem para Santa Rosa, na Califórnia. Começaram a cultivar legumes e tinham alguns pomares. Infelizmente, os lucros não eram tão altos quanto esperavam e a família começou a ter dificuldades financeiras. Decidiram voltar para Merrill. Estava-se em 1913 e Carl já tinha doze anos. Devido às mudanças frequentes, não tinha ainda conseguido completar a escola primária. Retomou então os seus estudos, que finalizou em 1916.
Este ano (1916) foi um período decisivo na vida de Carl por várias razões. Primeiro, morreu-lhe a mãe.  Os seus problemas de audição agudizaram-se a ponto de ter dificuldade em escutar o que as pessoas diziam. A escola secundária mais próxima ficava a 8 km e, mesmo que ele se matriculasse, provavelmente a sua surdez traria problemas de aprendizagem. Muito decepcionado, Carl teve de decidir a paragem da sua educação escolar. Na ocasião, era um adolescente bastante tímido e melancólico.
Barks começou a ocupar-se com vários trabalhos, sem muito sucesso: fazendeiro, lenhador, torneiro, condutor de mulas, vaqueiro e impressor. Ao mesmo tempo, interagia com colegas que tinham disposição satírica, mesmo perante as maiores adversidades. Carl diria mais tarde que, se não fosse o humor nas suas vidas atribuladas, teriam enlouquecido. Daí em diante, Carl adoptaria essa atitude na vida, o que influenciaria a criação dos seus personagens mais conhecidos: Pato Donald e Tio Patinhas. Através deles, Carl viria a mostrar mesmo um sentido de humor sarcástico.
Carl começou a pensar no modo de transformar o seu passatempo de desenhar numa profissão. Tentou melhorar o seu estilo copiando os desenhos dos artistas de histórias de BD dos jornais. Procurou criar as suas próprias expressões faciais, figuras e situações cómicas.
Aos 16 anos, ele era basicamente um autodidacta, mas decidiu receber algumas lições por correspondência. Só seguiu as primeiras quatro lições, porque o trabalho tomava muito do seu tempo. Porém, as lições foram muito úteis na melhora do seu estilo.
Em Dezembro de 1918, deixou a casa paterna para procurar trabalho em São Francisco, Califórnia. Trabalhou durante algum tempo numa pequena editora, enquanto tentava vender os seus desenhos a jornais e outras publicações, mas não teve muito êxito. Após dois anos sem sucesso, voltou ao Oregon. Foi depois para Roseville e, durante cinco anos, desenhou para uma empresa chamada Pacific Fruit Express. Em 1928, trabalhava como desenhador de charges para a revista “Calgary Eye-Opener” de Mineápolis.
Em 1935, começou como animador, guionista e director de criação nos Estúdios Disney, onde viria a construir uma sólida reputação. Apesar de trabalhar basicamente com desenhos animados do Pato Donald, ocupou-se também de duas sequências do filme “Bambi” e foi intercalador num desenho do Mickey.
Em 1942, a editora que publicava as histórias do Pato Donald da Disney em banda desenhada precisou de material inédito e procurou-o. Foi aí que surgiu “Donald Duck Finds Pirate Gold”, aventura baseada numa animação que não chegara a sair do papel.
Em Novembro daquele ano, Barks deixou o emprego de animador. O motivo ‘oficial’ foi que o ar-condicionado agravara a sua sinusite, mas os problemas principais foram o racionamento de combustíveis imposto pela Segunda Guerra Mundial, o que dificultava o acesso ao escritório, e o facto de fazer desenhos animados com propaganda bélica. No mês seguinte, trabalhando a partir de casa, passou a colaborar regularmente com a Western Publishing, que editava as BD do Pato Donald. A editora enviou-lhe um argumento, que ele deveria desenvolver. Percebendo alguns erros no guião, Barks escreveu de volta perguntando se poderia fazer modificações. Face à resposta afirmativa, deu o seu estilo à trama, o que lhe valeu um convite para escrever uma história e desenhá-la. A partir daí, iniciou um trabalho que produziu, ao longo de 25 anos, mais de 6 mil páginas e 500 histórias.
Além dos personagens Disney, Barks criou outros que surgiriam em curtas-metragens de animação da MGM, de Walter Lantz e da Warner Bros.
Em Maio de 1994, quando já tinha 93 anos, Barks veio pela primeira vez à Europa, numa ‘tournée’ por onze países, que incluiu desfiles em carro aberto, sessões de autógrafos e reuniões com autoridades e artistas locais.
Carl Barks, que se reformara em 1966, dedicando-se - a partir daí - a pintar em quadros a óleo os diversos heróis da Disney, influenciou vários outros artistas. Talvez o mais famoso seja o cineasta Steven Spielberg, que baseou em guiões do Homem dos Patos, pelo menos duas cenas dos filmes de Indiana Jones.
Casado três vezes, Carl faleceu aos 99 anos de idade, vítima de leucemia.

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

24 DE AGOSTO - TONI SAILER


EFEMÉRIDE - Anton “Toni” Engelbert Sailer, esquiador e actor de cinema austríaco, morreu em Innsbruck no dia 24 de Agosto de 2009. Nascera em Kitzbühel, em 17 de Novembro de 1935. Conquistou três medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos de Inverno de 1956, em Cortina d'Ampezzo, além de sete títulos em Campeonatos Mundiais. É considerado um dos melhores esquiadores da história.
Toni Sailer começou a fazer ski aos dois anos de idade. Aprendeu também diversos ofícios, como vidreiro e canalizador. Membro do Kitzbüheler Ski Club, tornou-se aluno de Christian Pravda, duplamente medalhado nos Jogos Olímpicos de 1952 em Oslo e Campeão do Mundo de Descida em 1954. Em 1951, Toni ganha os primeiros títulos de juniores.
Depois, lesionou-se com ruptura da tíbia e do perónio, o que o levou a não competir nas provas seguintes da temporada. Atrasou também o seu regresso ao primeiro plano e não competiu nos Mundiais de 1954. Só voltou às vitórias nas Olimpíadas de Inverno de Cortina d’Ampezzo e os bons resultados não pararam.
Decidira prosseguir a sua carreira até aos J. O. de Squaw Valley (1960), mas porque arriscava uma suspensão por não respeito das regras do amadorismo, acabou por se retirar das competições. Foi considerado o melhor desportista austríaco do século XX.
A partir de 1957, começou então uma carreira de actor de cinema, protagonizando uma vintena de filmes, geralmente fazendo o papel de desportista ou de treinador. Num dos filmes (“Das grosse Glück”), fez o seu próprio papel. Entrou também em folhetins e séries televisivas. Tentou igualmente a música., chegando a gravar numerosas canções.
Em paralelo com a sua vida artística, entrou no mundo dos negócios: construiu o seu próprio hotel e participou numa empresa fabricante de componentes elásticos para vestuário de ski (marca com o seu nome). Participou igualmente na comercialização e marketing de um novo tipo de ski em plástico.
Nos anos 1960, viveu principalmente no Canadá. Para além dos negócios, ensinou jovens esquiadores na sua escola Summer Ski Camp na Colômbia Britânica.
Depois dos Jogos de Sapporo (1972), a Federação Austríaca de Ski confiou-lhe o lugar de director-técnico. Sob a sua direcção, a Áustria voltou aos lugares cimeiros da modalidade.
Pelo seu contributo para o movimento olímpico, o Comité Internacional Olímpico recompensou-o com a Ordem Olímpica, em 1985. 
Quando da sua estadia no Canadá, conheceu Gaby Rummeny com quem se casou em 1976. Tiveram um filho e a esposa faleceu em 2000. Voltou a casar em 2006 e faleceu em 2009, aos 73 anos, vítima de um tumor no cérebro, diagnosticado no ano anterior.

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

23 DE AGOSTO - EPHRAIM KISHON


EFEMÉRIDE - Ephraim Kishon, escritor, jornalista, cronista, guionista e realizador de cinema israelita, nasceu em Budapeste no dia 23 de Agosto de 1924. Morreu em Appenzell, Suíça, em 29 de Janeiro de 2005.
Foi o primeiro cineasta de Israel com filmes nomeados para os Oscars, tendo conquistado dois Globos de Ouro (com “Sallah Shabati” em 1965 e “Ha-Shoter Azulai” em 1972). Em 2002, recebeu o Prémio Israel, pelo conjunto da sua obra literária e satírica.
Nascido numa família judaica burguesa e assimilada de Budapeste, o seu nome original era Ferenc Hoffmann. Estudou escultura e pintura. Em 1941, interrompeu os estudos na Academia do Comércio, por causa da nova legislação anti-semita na Hungria, e consagrou-se à joalheria. A partir de 1944, esteve num campo de concentração.
Sobreviveu quase por milagre. A sua habilidade para o xadrez valeu-lhe as boas graças do comandante, um jogador inveterado.  Naquele campo, os nazis alinhavam também os prisioneiros e abatiam um - de dez em dez. Ele teve a sorte de nunca ficar em 10º…
No fim daquele ano, foi enviado para outro campo de concentração, de onde consegui fugir em 1945, num combóio de transportes que partia para a Polónia, ocupada igualmente pela Alemanha.
Regressado a Budapeste, encontrou a família que estava escondida. Graças a um vizinho corajoso, arranjou documentos falsos e pôde assim viver até ao fim da guerra, como se fosse Stanko Andras, um operário eslovaco.
Conseguiu depois., sob o regime de Estaline, ganhar a sua vida como jornalista de uma publicação satírica pró-comunista. Consciente da mentira em que vivia, aproveitou a primeira oportunidade que teve para deixar a Hungria com a esposa, emigrando para Israel. Foi inscrito nos serviços de imigração com o nome de Ephraïm Kishon.
Ephraim aprendeu os rudimentos da língua hebraica com uma rapidez notável. Mais tarde, arranjou trabalho na redacção de um jornal húngaro local, onde se ocupava da edição nocturna. Em 1951, foi admitido no “Omer”, redigido em hebraico fácil.
Em 1951, ingressou no “Oulpan Etsion” de Jerusalém, onde dedicou um ano inteiro a estudar profundamente o hebraico.
Iniciou então uma carreira de humorista e ofereceu os seus serviços a grandes publicações israelitas, mas as suas propostas foram rejeitadas até ao dia em que o jornal “Davar” publicou um dos seus artigos. Nesse mesmo ano, Kishon publicou a sua primeira obra, onde descrevia, com humor, os primeiros passos de um novo imigrante.
Confiaram-lhe em 1952 a coluna “Had Gadya”, no diário “Ma'ariv”. Dedicada principalmente à sátira sociopolítica, tornou-se uma das crónicas mais populares do país, sendo algumas delas utilizadas mesmo a nível teatral. Ephraim alimentou esta rubrica durante 30 anos.
Em 1953, o Teatro Habima levou à cena a sua primeira peça, que obteve grande sucesso: Era a primeira vez que um escritor ousava criticar o poder, então nas mãos do Mapai, o principal partido social-democrata israelita.
As suas obras passaram a ser traduzidas no estrangeiro e ele tornou-se um porta-voz de Israel, além-fronteiras, onde era comparado a Art Buchwald e Mark Twain, entre outros escritores.
Prosseguiu depois como guionista de nível mundial e realizou cinco filmes em Israel. As suas obras obtiveram numerosos prémios internacionais, sobretudo em Hollywood.

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

22 DE AGOSTO - MOSTOVOY


EFEMÉRIDE - Aleksandr Vladimirovich Mostovoy, antigo futebolista russo, nasceu em Leninegrado, actual São Petersburgo, no dia 22 de Agosto de 1968.
Mostovoy começou a sua carreira na União Soviética, ao serviço do FK Spartak de Moscovo, em 1987, conquistando logo no seu primeiro ano o Campeonato Soviético. Ficou no Spartak até 1991, tendo conquistado novamente o campeonato em 1989. Mudou-se para Lisboa, mais precisamente para o SL e Benfica, em 1992, onde jogou três temporadas, sagrando-se Campeão Nacional em 1994. Depois, foi para França representar o CM Caen (onde esteve uma época) e o RC Strasbourg (onde esteve duas).
A grande temporada de Mostovoy chegou quando se transferiu para o RC Celta de Vigo em 1996, por 325 milhões de pesetas. O seu jogo criativo e os seus golos tornaram-no uma figura de culto em Vigo, onde o clube se manteve nos primeiros lugares da tabela durante alguns anos. A torcida local alcunhou-o de o Czar dos Balaidos.
Mostovoy não conseguiu, no entanto, impedir a descida de divisão em 2004. Mudou-se para o D. Alavés, na segunda metade da temporada de 2004/05, clube onde mais tarde terminaria a carreira.
Representou as selecções da URSS 15 vezes e da Rússia em 50 jogos. Também ficou conhecido pelo seu temperamento exaltado e teve os seus problemas com treinadores.  Foi dispensado por Georgiy Yartsev durante o Euro 2004 realizado em Portugal. Jogara no Euro 1996 na Inglaterra e na Taça do Mundo FIFA de 1994. Pertenceu igualmente à selecção que viajou para a Coreia e Japão quando da Taça do Mundo FIFA de 2002, mas não jogou devido a uma lesão.
A exclusão de Mostovoy do Euro 2004 por Georgiy Yartsev deveu-se à derrota da Rússia frente à Espanha por 1-0. Supostamente, no final do encontro, Mostovoy ao falar com a imprensa teria dito que Yartsev não era bom treinador e não percebia nada de futebol. Mais tarde, provou-se ser falsa essa declaração.
Mostovoy casou-se em 2010, tendo dois filhos.

terça-feira, 21 de agosto de 2018

21 DE AGOSTO - JAMES BURTON


EFEMÉRIDE - James Burton, guitarrista norte-americano, nasceu em Minden, Luisiana, no dia 21 de Agosto de 1939. É membro do Rock and Roll Hall of Fame desde 2001 e foi considerado o 19º melhor guitarrista do mundo pela revista norte-americana “Rolling Stone”.
Acompanhou Elvis Presley desde 1969 até à sua morte em 1977, incluindo nos espectáculos gravados em Las Vegas em 1970, para o documentário “Elvis: That's the Way It Is”.
É um guitarrista de estúdio muito prolífico. Continua a tocar na companhia dos antigos músicos de Elvis : Ron Tutt na bateria, Glen D. Hardin no piano e Jerry Scheff no baixo eléctrico.
James Burton começou a ser guitarrista aos catorze anos, numa orquestra de Luisiana. Depois, actuou com o artista Bob Luman. Em 1947, compôs a canção “Suzie Q” cantada por Dale Hawkins. Acompanhou o cantor Ricky Nelson até 1965, com o qual gravou quatro álbuns antes de passar a tocar com Elvis.  
Lançou, entretanto, dois álbuns a solo. Nos anos 1980, encontramo-lo ao lado de John Denver, Elvis Costello e Jerry Lee Lewis. Em 1995, foi vítima de uma crise cardíaca que lhe paralisou a mão direita. Depois de se submeter a uma cirurgia, voltou a poder trocar.

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

20 DE AGOSTO - DÉCIO PIGNATARI


EFEMÉRIDE - Décio Pignatari, publicitário, escritor e tradutor brasileiro, nasceu em Jundiaí no dia 20 de Agosto de 1927. Morreu em São Paulo, em 2 de Dezembro de 2012.
Desde os anos 1950, realizou experiências com a linguagem poética, incorporando recursos visuais e a fragmentação das palavras. Tais aventuras verbais culminaram no Concretismo, movimento estético que fundou juntamente com Augusto e Haroldo de Campos, com quem editou as revistas “Noigandres” e “Invenção” e publicou a “Teoria da Poesia Concreta” (1965).
Como teórico da comunicação, traduziu obras de Marshall McLuhan e publicou o ensaio “Informação, Linguagem e Comunicação” (1968).
Em 1950, publicou seu primeiro livro de poesias, “Carrossel”. A sua obra poética está reunida em “Poesia Pois é Poesia” (1977).
Décio Pignatari publicou traduções de Dante Alighieri, Goethe e Shakespeare, entre outros escritores, reunidas em “Retrato do Amor quando Jovem” (1990). Também publicou um volume de contos, “O Rosto da Memória” (1988), o romance “Panteros” (1992) e duas obras para o teatro, “Céu de Lona” e “Viagem Magnética”.
Em 1954, formara-se bacharel pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.
A sua relação com a expressão musical deu-se das mais diversas formas, tendo realizado desde composições até trabalhos paralelos de interface com outras manifestações artísticas. Vale a pena mencionar que Décio Pignatari foi jurado do Festival da Música Popular Brasileira, desde a sua primeira edição, ainda na TV Excelsior.
Foi responsável pela composição da canção do filme “Anuska, Manequim e Mulher”, de 1968, dirigido por Francisco Ramalho Jr., juntamente com Rogério Duprat e Damiano Cozzella. Esta foi interpretada pela cantora Bibi Vogel. Foi autor da letra da canção-tema do filme “Piconzé”, com música de Damiano Cozzella, longa-metragem de animação do ano de 1972. Em 1979, Décio Pignatari publicou, juntamente com Gilberto Mendes e através da Editora Novas Metas, as anotações para a execução em vozes corais da música “Motet em Ré menor ou Beba Coca Cola”. Em 1993, a etiqueta Demolições Musicais lançou o disco “Temperamental”, uma parceria de Pignatari com Lívio Tragtemberg e Wilson Sukorski.

domingo, 19 de agosto de 2018

19 DE AGOSTO - MANUEL GUIMARÃES


EFEMÉRIDE - Manuel Fernandes Pinheiro Guimarães, pintor, caricaturista e cineasta português, nasceu em Valmaior, Albergaria-a-Velha, no dia 19 de Agosto de 1915. Morreu em Lisboa, em 29 de Janeiro de 1975. Destacou-se pela aplicação dos princípios ideológicos do neo-realismo na arte do cinema em Portugal. A ditadura salazarista, mais atenta às manifestações da sétima arte do que às ‘transgressões’ no domínio da literatura, impediu-o de levar a bom termo os seus propósitos artísticos.
Depois de ter concluído o Curso Geral dos Liceus, seguiu o de Pintura, em 1931, na Escola de Belas Artes do Porto. A partir de 1936, foi decorador teatral, ilustrador e caricaturista. Desenhador de cartazes de cinema, interessou-se pela arte cinematográfica. Aderiu à profissão como assistente de vários realizadores como Manoel de Oliveira, António Lopes Ribeiro, Jorge Brum do Canto e Arthur Duarte.
Em 1949, realizou o documentário de curta-metragem “O Desterrado”, sobre a vida e obra do escultor Soares dos Reis. O filme recebeu o Prémio Paz dos Reis, atribuído pelo Secretariado Nacional da Informação (SNI) para as melhores curtas-metragens. A sua primeira longa-metragem foi “Saltimbancos”, obra adaptada do romance “Circo” do escritor Leão Penedo, cujo tema central era a vida dum pequeno circo ambulante. Entretanto, trabalhou em publicidade na distribuidora Metro Goldwyn-Mayer e começou a frequentar os meios intelectuais da capital.
Em 1952, Manuel Guimarães realizou o filme “Nazaré”, com argumento do escritor neo-realista Alves Redol, retratando a vida e hábitos dos pescadores da Nazaré, tal como Leitão de Barros já fizera antes (“Nazaré, Praia de Pescadores” – 1929), mas desta vez numa perspectiva de crítica social. A obra foi amputada pela censura.
Vidas Sem Rumo” (1956), com argumento do próprio Manuel Guimarães e com diálogos de Redol, sofreu amputações mais graves. Cerca de metade do filme foi censurado, com várias cenas cortadas. O resultado final da intervenção dos censores tornou a obra quase ininteligível.
Acossado pelo regime e desejando não abandonar o ofício, Guimarães viu-se forçado a optar, a partir de 1956, pela realização de filmes de cariz comercial sobre eventos desportivos. A sua tentativa de retomar a ficção, com “A Costureirinha da Sé”, em 1958, não compensou pois teve de integrar no filme publicidade explícita. Fez em seguida alguns documentários de divulgação sobre Barcelos, o Porto e os vinhos seculares.
António da Cunha Telles, que entretanto se envolvera como produtor dos primeiros filmes do Cinema Novo português, interessou-se por ele e aceitou fazer a produção executiva e co-produção de dois dos seus filmes seguintes: “O Crime da Aldeia Velha” (1964), adaptação da peça homónima de Bernardo Santareno, e “O Trigo e o Joio” (1965), que  Fernando Namora adaptou ao cinema do seu próprio romance. Na época, o grande público interessava-se sobretudo por filmes com uma vertente de entretenimento mais forte. Voltou ao documentário, aplicando-se em temas artísticos.
Manuel Guimarães teve períodos em que regressou ao grafismo e à ilustração em jornais e outras publicações periódicas e nunca deixou em absoluto de pintar, actividade que voltou a ocupar amiúde nos últimos anos de vida, embora sem expressão pública.
O 25 de Abril de 1974 trouxe-lhe esperança, mas já era tarde. Doente, Manuel Guimarães não terminaria o seu novo filme, “Cântico Final”, adaptado do romance homónimo de Vergílio Ferreira. A obra, afectada pelo desaire, seria concluída pelo seu filho Dórdio Guimarães.
Manuel Guimarães foi considerado por vários comentadores como injustiçado (e não só pelo velho regime). Faleceu em Janeiro de 1975.

sábado, 18 de agosto de 2018

18 DE AGOSTO - SOLEDAD MIRANDA


EFEMÉRIDE - Soledad Miranda, de seu verdadeiro nome Soledad Rendón Bueno, actriz e cantora espanhola, filha de pais portugueses de etnia cigana, morreu no Estoril, em 18 de Agosto de 1970. Nascera em Sevilha no dia 9 de Julho de 1943.
Soledad Miranda foi a musa do famoso realizador espanhol Jesus Franco, que a descobriu quando ela tinha apenas 16 anos (num papel não creditado no musical “Mariquita, la Reina del Tabarín”, em 1960). O primeiro filme em que participou foi “La Bella Mimí”, naquele mesmo ano.
Em 1964, participou no filme português “A Canção da Saudade” de Henrique Campos. Casou-se com José Manuel Simões, um jovem piloto de automóveis português, com quem teve um filho. Entre 1964 e 1965, gravou dois discos para a etiqueta Belter.
Vivia em Lisboa e faleceu num acidente de viação no Estoril, aos 27 anos de idade. Soledad actuou em cerca de 30 filmes, entre 1960 e 1970. Infelizmente, só se tornou um mito em Espanha (e no mundo) após a sua morte.
Em 1964, participou em três co-produções luso-espanholas rodadas em Portugal, duas das quais eram comédias musicais - com a participação de Victor Gomes e do seu grupo Os Gatos Negros - apesar de terem a mesma história e elenco, tinham variações, pois destinavam-se a cada um dos países ibéricos, sendo a versão espanhola (“Los gatos negros”) realizada por José Luis Monter e a versão portuguesa (“A Canção da Saudade”) por Henrique Campos.
José Manuel Simões, que viria a casar pouco depois com Soledad, participou igualmente nos três filmes (além das duas comédias musicais, a curta-metragem “Um dia em Lisboa”).
Participou em vários filmes de Jesus Franco, tais como “Count Dracula” e “Vampyros Lesbos”. Voltou ao cinema a convite de Franco, em “El Conde Drácula”, de 1969, tendo adoptado aí o nome artístico de Susann Korda e contracenando com Christopher Lee. Jess Franco dirigiu mais seis filmes com Soledad.
Quando “Vampyros Lesbos” foi estreado em Berlim, fez um grande sucesso. Não tanto pelo filme, que é óptimo, mas por Soledad. Franco veio visitá-la em Lisboa e trouxe consigo um produtor alemão, que ofereceu a Soledad um contrato de dois anos para actuar em produções de maior orçamento.
No dia seguinte, enquanto o contrato estava sendo redigido na Alemanha, Soledad Miranda sofreu um acidente de carro no qual faleceu.  Está sepultada num ossário do Cemitério do Lumiar, em Lisboa.

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

17 DE AGOSTO - SEAN PENN


EFEMÉRIDE - Sean Justin Penn, actor, produtor, guionista e realizador de cinema norte-americano, duas vezes vencedor do Oscar de Melhor Actor, nasceu em Santa Mónica no dia 17 de Agosto de 1960.
Nos anos 1980, o seu casamento com a cantora Madonna fez com que o público reconhecesse nele um homem violento, após tê-la agredido com um taco de basebol. Noutra ocasião, tê-la-ia amarrado a uma cadeira durante 9 horas, só a soltando após um favor sexual degradante. Respondeu judicialmente por estes actos violentos, esteve detido, mas - ulteriormente - os acontecimentos teriam sido desmentidos.
Foi um dos mais notórios opositores da invasão do Iraque em 2003, chegando inclusivamente a visitar o país algumas semanas antes de se iniciar a operação militar.
Foi casado também com a actriz Robin Wright, com quem teve uma filha nascida em 1991 e um filho em 1993.
Ganhou o Oscar de Melhor Actor em 2004 pela sua actuação no filme “Sobre Meninos e Lobos” e em 2009 pelo seu trabalho em “Milk - a voz da igualdade”.
Dirigiu “Into the Wild”, filme norte-americano de 2007, que é uma adaptação de um livro de não-ficção de 1996, com o mesmo nome, escrito por Jon Krakauer.
Teve uma participação especial em 2 episódios da série “Friends”. Fez também uma rápida passagem na série americana “Two and a Half Men”, no primeiro episódio da segunda temporada.
Sean Penn tem um histórico de participações em actividades políticas, que buscam discutir o papel da política externa dos Estados Unidos. Participou no funeral do presidente Hugo Chávez da Venezuela, juntamente com o reverendo e defensor dos direitos civis Jesse Jackson.
Os seus avós do lado paterno eram imigrantes judeus da Rússia, enquanto que a sua mãe é católica de ascendência italiana e irlandesa. Penn teve uma educação laica e é agnóstico.
Sean Penn começou por fazer uma breve passagem pelo Repertory Theater de Los Angeles, antes de experimentar a televisão. Só depois, deu os primeiros passos no cinema contracenando com Tom Cruise. Fez depois alguns filmes para adolescentes. Num deles, “Shanghai Surprise”, contracenou com Madonna.
Vários filmes que se seguiram revelaram os seus talentos dramáticos e trouxeram-lhe a reputação de actor rebelde, sendo alvo regular da imprensa.
Além dos Oscars, ganhou numerosos prémios, como: um Prémio de Interpretação em Cannes (“She's So Lovely”); um Urso de Prata em Berlim (“A Últiima Marchja”); e duas Taças Volpi de Melhor Actor em Veneza (“Hollywood Sunrise” e “21 Grammes”). É um dos quatro actores/actrizes a ter recebido o prémio de interpretação, nos 3 maiores festivais internacionais (Cannes, Veneza e Berlim).
Em 2002, pagou 50 000 dólares por uma página do “Washington Post”, para «denunciar uma possível intervenção americana no Iraque e denunciar George W. Bush pela sua visão simplista do bem e do mal».
Nas Presidenciais americanas, apoiou Barack Obama (2008) e Hillary Clinton (2016). Vive actualmente em Malibu, na Califórnia.

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