sábado, 30 de setembro de 2017

30 DE SETEMBRO - SÉRGIO PORTO


EFEMÉRIDE - Sérgio Marcus Rangel Porto, que utilizava frequentemente o pseudónimo Stanislaw Ponte Preta, cronista, escritor, radialista e compositor brasileiro, morreu no Rio de Janeiro em 30 de Setembro de 1968. Nascera na mesma cidade em 11 de Janeiro de 1923.
Começou a sua carreira jornalística no final dos anos 1940, colaborando em publicações como as revistas “Sombra” e “Manchete” e os jornais “Última Hora”, “Tribuna da Imprensa” e “Diário Carioca”. Nesse mesmo período, Tomás Santa Rosa também trabalhava para vários jornais e revistas como ilustrador. Foi aí que surgiu o personagem Stanislaw Ponte Preta e as suas crónicas satíricas e críticas, uma criação de Sérgio juntamente com Santa Rosa, inspirado no personagem Serafim Ponte Grande do escritor Oswald de Andrade.
Porto também contribuiu com publicações sobre música e escreveu shows musicais para boîtes, além de compor a música “Samba do Crioulo Doido” para o teatro.
Foi ainda o criador e produtor do concurso de beleza “As Certinhas do Lalau”, onde figuraram vedetas de primeira grandeza.
Conhecedor de Música Popular Brasileira e jazz, ele definia a verdadeira MPB pela sigla MPBB - Música Popular Bem Brasileira. Era boémio, com um admirável senso de humor e a sua aparência de homem sisudo escondia um intelectual peculiar, capaz de fazer piadas corrosivas contra a ditadura militar e o moralismo social vigente, que fizeram parte do FEBEAPÁ - Festival de Besteiras que Assola o País, uma das suas maiores criações.
FEBEAPÁ tinha como característica simular as notas jornalísticas, parecendo noticiário sério. Era uma forma de criticar a repressão militar já presente nos seus primeiros “Actos Institucionais” (que tinham a sugestiva sigla de AI). Um deles noticiou a decisão da ditadura militar de mandar prender o autor grego Sófocles, que morreu há séculos, por causa do conteúdo subversivo de uma peça encenada na ocasião.
Alcançou fama também pelo seu sentido de humor refinado e a crítica mordaz aos costumes, nos livros “Tia Zulmira” e “Eu e FEBEAPÁ”. Nunca trabalhava menos de 15 horas diárias.  Escrevia para o rádio, para a TV, onde chegou a apresentar programas, e ainda para revistas e jornais, além de idealizar os seus livros. O excesso de obrigações foi demais para o coração de Sérgio Porto, que morreu de infarto aos 45 anos de idade.
Foi em sua memória que um grupo de jornalistas e intelectuais fundou o semanário “O Pasquim”, em 1969.

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

29 DE SETEMBRO - PLÍNIO MARCOS


EFEMÉRIDE - Plínio Marcos de Barros, escritor brasileiro, autor de inúmeras peças de teatro, escritas principalmente na época do regime militar, nasceu em Santos no dia 29 de Setembro de 1935. Morreu em São Paulo, em 19 de Novembro de 1999. Foi também actor, director de teatro e jornalista.
Foi casado durante 25 anos com a jornalista Vera Artaxo, falecida em Julho de 2010. Anteriormente, fora casado com a actriz Walderez de Barros, com quem teve três filhos.
De família modesta, Plínio Marcos não gostava de estudar e terminou apenas o curso primário. Foi funileiro, quis ser jogador de futebol, serviu na Aeronáutica e chegou a jogar na Portuguesa Santista. Foram, porém, as incursões ao mundo circense, desde os 17 anos, que definiram o seu caminho. Trabalhou na rádio e na televisão, em Santos.
Em 1958, por influência da escritora e jornalista Pagu, começou a envolver-se no teatro amador em Santos. Nesse mesmo ano, impressionado pelo caso verídico de um jovem detido numa cadeia, escreveu a sua primeira peça teatral, “Barrela”. Em virtude da sua linguagem crua, a peça permaneceria proibida durante 21 anos após a primeira apresentação.
Em 1960, com 25 anos, foi para São Paulo, onde começou por ser vendedor ambulante. Depois, trabalhou no teatro, como actor (apareceu na série “O Falcão Negro” da TV Tupi de São Paulo), administrador e faz-tudo, em grupos como o Arena, a Companhia de Cacilda Becker e o Teatro de Nydia Lícia.
A partir de 1963, produziu textos para “TV de Vanguarda”, programa da TV Tupi, onde também actuou como técnico. No ano do golpe militar, fez o guião do espectáculo “Nossa gente, nossa música”. Em 1965, conseguiu encenar “Reportagem de um tempo mau”, colagem de textos de vários autores, que ficou apenas um dia em cartaz.
Em 1968, participou como actor na telenovela “Beto Rockfeller”, protagonizando o cómico motorista Vitório. O personagem seria repetido no cinema e também numa telenovela de 1973, “A volta de Beto Rockfeller”, com menor sucesso. Ainda no cinema, durante o movimento do cinema marginal, o realizador Braz Chediak adaptou duas das suas peças, “A Navalha na Carne” (1969) e “Dois Perdidos numa Noite Suja” (1970), ambas com o actor Emiliano Queiroz.
Nos anos 1970, Plínio Marcos voltaria a investir no teatro, chegando ele mesmo a vender os ingressos na entrada das casas de espectáculo. No fim das peças, subia ao palco e conversava pessoalmente com a plateia.
Na década de 1980, apesar da censura do governo, que visava principalmente os artistas, Plínio Marcos viveu sem fazer concessões, sendo intensamente produtivo e sempre norteado pela cultura popular. Escreveu nos jornais “Última Hora”, “Diário da Noite”, “Guaru News”, “Folha de S. Paulo”, “Folha da Tarde”, “Diário do Povo” (Campinas) e, também, na revista “Veja”, além de colaborar em diversas publicações, como “Opinião”, “O Pasquim”, “Versus”, “Placar” e outras.
Depois do fim da censura, Plínio continuou a escrever romances e peças de teatro, tanto para adultos como infantis. Tornou-se palestrante, chegando a fazer 150 palestras-shows por ano, vestido de preto, com um bastão encimado por uma cruz e com aura mística de leitor de tarot.
Plínio Marcos foi traduzido, publicado e encenado em francês, espanhol, inglês e alemão; estudado em teses de sociolinguística, semiologia, psicologia da religião, dramaturgia e filosofia, em universidades do Brasil e de outros países. Recebeu os principais prémios nacionais em todas as actividades que abraçou em teatro, cinema, televisão e literatura, como actor, director e escritor.
Marcos tinha diabetes e a sua saúde entrou em declínio a partir de Agosto de 1999, quando sofreu um derrame cerebral que deixou sequelas, como a paralisação do lado esquerdo, incapacitando a sua respiração sem o auxílio de aparelhos. Após sofrer um segundo derrame, no fim de Outubro, foi internado no Instituto do Coração, em São Paulo, com infecção pulmonar. Faleceu alguns dias depois, aos 64 anos de idade. O seu corpo foi cremado em Vila Alpina e as cinzas atiradas ao mar de Santos.
Em 2008, a Escola de Samba X-9 de Santos, apresentou o enredo “Plínio Marcos - Nas Quebradas do Mundaréu”, em homenagem ao artista, que fora também um grande incentivador do samba, em Santos e em São Paulo. 

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

28 DE SETEMBRO - SHIMON PERES


EFEMÉRIDE - Shimon Peres, de seu nome original Szymon Perski, político israelita, morreu em Ramat Gan no dia 28 de Setembro de 2016. Nascera em Wiszniew, que então fazia parte da Polónia, em 2 de Agosto de 1923. Recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1994, juntamente com Yitzhak Rabin e Yasser Arafat.
Peres foi primeiro-ministro nos períodos de 1984 a 1986 e de 1995 a 1996, sendo co-fundador do Partido Trabalhista (1968). Em 1986/88 foi ministro das Relações Exteriores.
A família mudou-se em 1932 para o Mandato Britânico da Palestina que, desde 1948, constitui o estado de Israel. Shimon Peres era parente da actriz norte-americana Lauren Bacall.
Em 1985, Peres e o ministro da Defesa Yitzhak Rabin retiraram as forças israelitas do Líbano, permanecendo exclusivamente no Sul, na fronteira entre o Líbano e Israel.
Em 1993, Israel ainda participava nas conversações de paz em Madrid, que não avançavam nem apresentavam quaisquer resultados.
Yossi Beilin informou Peres sobre a existência de negociações secretas com a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e este compartilhou a informação com Yitzhak Rabin. Em Agosto de 1993, Peres e Mahmoud Zeidan Abbas assinaram um primeiro acordo. Em Setembro, foi assinado na Casa Branca o Acordo de Paz de Oslo.
No ano seguinte, Shimon Peres recebeu o Prémio Nobel da Paz, juntamente com Yitzhak Rabin e Yasser Arafat.
Em 1993, Peres publicara o livro “O Novo Médio Oriente”. Nesta obra, ele transmitia a sua visão sobre o futuro do Médio Oriente, no qual interesses nacionais e económicos seriam os guardiães da Paz nesta zona.
Em 1995, o primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin foi assassinado e Shimon Peres foi nominado para preencher o cargo, o que aconteceu até meados de 1996, quando perdeu as eleições para Benjamin Netanyahu.
Em 2005, Peres tornou-se membro do Partido Kadima. Em 2007, o Kadima anunciou que apresentaria Shimon Peres como seu candidato à presidência de Israel, eleições que ganhou â 2ª volta. Assumiu assim, aos 84 anos, a Presidência para um mandato de sete anos.
Em Maio de 1945, Shimon casou com Sonya Gelman, que ele conhecera num acampamento para jovens. Sonya fez o serviço militar no exército britânico durante a Segunda Guerra Mundial. Ao longo dos anos, ela optou por ficar longe da imprensa e manter a privacidade da família, apesar da extensa carreira política do marido. Faleceu em 2011, aos 88 anos, de insuficiência cardíaca. Tiveram três filhos e oito netos.
Em 13 de Setembro de 2016, Shimon Peres foi hospitalizado em coma induzido, no seguimento de um derrame cerebral. Faleceu quinze dias depois, aos 93 anos de idade. Facto raríssimo nos EUA, em relação a individualidades estrangeiras, Barack Obama decidiu mandar pôr a meia haste durante dois dias as bandeiras da Casa Branca e de todos os edifícios oficiais e militares americanos, no país e no estrangeiro. Assistiram ao funeral líderes e personalidades de um grande número de países.

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

27 DE SETEMBRO - CLARA BOW


EFEMÉRIDE - Clara Gordon Bow, actriz de cinema norte-americana, com muito sucesso na era do cinema mudo, morreu em Los Angeles no dia 27 de Setembro de 1965. Nascera em Brooklyn, em 29 de Julho de 1905.
Teve uma infância marcada pela pobreza e pela violência. A mãe era uma prostituta ocasional que sofria de doença psicótica e de epilepsia. Antes de ser internada num sanatório, tentou matar Clara enquanto dormia. O pai tinha igualmente uma doença mental e teria violado Clara quando ela tinha 15 ou 16 anos.
Clara foi descoberta quando entrou no concurso “Fame and Fortune”, em que o prémio era a participação num filme. Ficou em primeiro lugar e, a partir daí, a sua carreira despontou em Hollywood.
Ruiva e de olhos expressivos, Clara ficaria para sempre conhecida como a “It-Girl”, a garota que tinha “aquilo” que ninguém explicava, mas que a todos seduzia. Clara tornou-se um sex symbol, ajudada pelos papéis das suas personagens, sempre irresistivelmente atractivas.
Nessa época, Clara era a principal estrela dos estúdios Paramount e figurava no Top 5 das principais atracções de Hollywood. Foi uma das superstars do cinema mudo. Fez fama na década de 1920 e, depois, ainda contracenou em alguns filmes sonoros. Não se adaptou, porém, aos novos tempos nem aos escândalos que lhe eram atribuídos (uns verdadeiros, outros inventados). O seu último filme data de 1933. Durante a sua curta carreira, protagonizou cerca de 50 películas.
Entre os seus sucessos estão “It” e “Wings” (este o primeiro filme a ganhar um Oscar), ambos lançados em 1927. Casou-se, em Las Vegas, com o actor Rex Bell. O matrimónio durou de 1932 até a morte dele em 1962. Tiveram dois filhos. Viveram num rancho no Nevada, onde ela se ocupou sobretudo da família.
Clara Bow teve um final de vida marcado por distúrbios psicológicos. Foi internada várias vezes num hospital psiquiátrico devido a esquizofrenia. Faleceu aos 60 anos, vítima de ataque cardíaco.

terça-feira, 26 de setembro de 2017

26 DE SETEMBRO - LEWIS HINE


EFEMÉRIDE - Lewis Wickes Hine, sociólogo e fotógrafo norte-americano, nasceu em Oshkosh no dia 26 de Setembro de 1874. Morreu em Hastings-on-Hudson, em 3 de Novembro de 1940. Foi um pioneiro da fotografia documental e importante figura na mudança da legislação de trabalho infantil nos Estados Unidos.
Estudou Sociologia em Chicago e Nova Iorque, entre 1900 e 1907, antes de trabalhar na Ethical Culture Fieldston School.
Comprou a sua primeira câmara fotográfica em 1903, dedicando-se à fotografia a partir de 1905, afim de divulgar a miséria que presenciava em Nova Iorque. Em 1908, publicou “Charities and the Commons”, uma colecção de fotografias de fábricas em pleno labor. Para Hine, «a imigração nos Estados Unidos não ofereceu a chance de se ver o país a abrigar os famintos da Europa, antes, ofereceu a oportunidade de ver como milhões ficaram a viver marginalizados em locais superpovoados, ganhando pequenos salários.».
A pedido do Comité Nacional do Trabalho Infantil (NCLC), trabalhou como fotógrafo investigativo, de 1908 até 1924, para o Inquérito de Pittsburgh. Durante esse período, viajou pelo país documentando as condições de trabalho em diversos tipos de indústrias e publicou os livros “Child Labor in the Carolinas” e “Day Laborers Before Their Time”, ambos em 1909.
Em 1916, o Congresso dos Estados Unidos aprovou o Acto Keating-Owen. Owen Lovejoy, que era então presidente do NCLC, escreveu que «o trabalho que Hine fez para esta reforma foi mais responsável por isto que todos os outros esforços para trazer essa necessidade à atenção pública.».
Durante a Primeira Guerra Mundial, trabalhou para a Cruz Vermelha. Após o Armistício de Compiègne, viajou para os Balcãs e, em 1919, publicou “The Children's Burden in the Balkans”.
Em 1930, a pedido de Belle Moskowitz, trabalhou como fotógrafo oficial durante a construção do Empire State Building, usando os registos da construção do edifício no livro “Men at Work”, publicado em 1932. Depois, foi encarregue pela Cruz Vermelha de fotografar as consequências da seca em Arkansas e no Kentucky.
Nos seus últimos anos de vida, Hine encontrou respeito e reconhecimento pelas suas fotografias sociais, principalmente junto dos novos fotógrafos da Photo League. No começo de 1939, foi realizada uma exposição retrospectiva, no extinto Museu Riverside, em Nova Iorque.
Apesar de tudo, Lewis teve dificuldade em ganhar dinheiro com as suas fotos, tendo mesmo sido recusadas pela revista “LIFE” e pela “Farm Security Administration”. Em Janeiro de 1940, perdeu a sua casa por não conseguir pagar dívidas. Morreu na extrema pobreza.
Hine passou grande parte da sua vida a registar cenas que, para a sociedade actual, seriam inaceitáveis. O contexto daquela época (anos 1910/20) carregava consigo uma série de injustiças, especialmente no que dizia respeito aos imigrantes e às crianças. Trabalhavam em condições terríveis, não eram recompensados e, segundo Hine, a situação tinha de mudar uma vez por todas.
As suas fotos transmitiam grandes significados. Ele captava expressões nos rostos dos trabalhadores que traduziam a realidade daquelas pessoas de maneira transparente. Dizia ele: «Se eu pudesse contar uma história só com palavras, não precisaria de fotografar.».
A nobreza do carácter de Hine garantiu que, num país que viria futuramente a ser uma potência mundial, as crianças não fossem mais exploradas em favor do lucro, nem que os imigrantes trabalhassem por menos e em condições perigosas.
O Acto veio proibir o comércio interestadual de bens produzidos por fábricas que empregavam crianças menores de quatorze anos, por minas que empregavam menores com menos de dezasseis e em qualquer local onde crianças de 16 anos trabalhassem durante a noite ou mais de oito horas diárias.

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

25 DE SETEMBRO - ZUCCHERO


EFEMÉRIDE Zucchero, de seu verdadeiro nome Adelmo Fornaciari, cantor italiano, nasceu em Reggio Emilia no dia 25 de Setembro de 1955.
Adelmo recebeu a alcunha de Zucchero (açúcar) de uma das suas professoras, na escola primária, em virtude da forma doce que ele tinha para lidar com as pessoas. Estudou depois Veterinária, mas um amigo incentivou-o a enveredar pela música, o que ele veio a fazer.
A sua carreira musical começou em 1970, quando formou a primeira banda, Le Nuove Luci. Até 1978, ainda fundou a Sugar & Daniel e a Sugar & Candies, já fazendo a sua singular mistura de rock, folk, blues, rhythm & blues e música clássica.
Zucchero começou a ganhar popularidade, ao participar em festivais musicais em Itália. Em 1983, lançou o seu álbum de estreia a solo, “Un Po' Di Zucchero”, gravando depois outro trabalho ao lado de Randy Jackson. Nove anos depois, começou a tornar-se famoso na Europa e nos Estados Unidos. A sua banda era formada por músicos conhecidos: David Sancious (ex-tecladista de Bruce Springsteen), Michael Walden e Brian Auger.
O sucesso mundial chegou com o seu segundo disco, lançado em 1992. “Blues” foi o álbum de música pop italiana mais vendido na história da Itália, atingindo a marca do milhão e meio de cópias. O disco contava também com as participações de Corrado Rustici, David Sancious, Clarence Clemmons e dos Memphis Horns.
A tournée que se seguiu teve grande êxito. Pela primeira vez, Zucchero convidou uma vocalista para cantar ao seu lado, a inglesa Lisa Hunt. O cantor Joe Cocker também participou em alguns shows.
O quinto álbum de estúdio de Zucchero, “Oro, Incenso & Birra”, foi lançado em 1993. O guitarrista Eric Clapton participou na faixa “Wonderful World”. “Diamante”, um dos maiores sucessos do cantor italiano, apareceu pela primeira vez neste disco. No mesmo ano, Zucchero e Clapton uniram-se numa curta tournée europeia (apenas 12 dias).  Na mesma época, o cantor gravou o single “Senza una donna” ao lado de Paul Young. A canção atingiu os lugares cimeiros dos tops europeus e ficou em 4º lugar nos tops americanos.
Miserere” foi o seu sexto disco, lançado mundialmente em 1994. A faixa-título é um dueto com Luciano Pavarotti, enquanto a versão em inglês da canção conta com a participação de Bono Vox (U2). Foi vendido um milhão e meio de cópias de “Miserere”, a nível mundial.
Ainda em 1994, Zucchero e Pavarotti deram início a um projecto idealizado por ambos, Pavarotti & Friends, que acabou por se tornar um dos mais importantes eventos musicais do mundo. No show, que é realizado anualmente, músicos populares e clássicos encontram-se e a receita arrecadada é doada a instituições de caridade. Artistas como Elton John, Sheryl Crow, Eric Clapton, Michael Bolton e outros já participaram no evento desde a sua criação.
O álbum “Diamante” foi lançado em 1995, com a participação do argentino Fito Paez. Logo após o lançamento do trabalho, Zucchero fez uma tournée pela América do Sul e, em seguida, participou na reedição do Festival de Woodstock, sendo o único músico italiano no evento.
Em 1996, gravou “Spirito di vino”, ao lado do coral da cidade de Nova Orleães (EUA), que vendeu dois milhões de cópias.
Em 1999, cantou a sua música “My love” com os Scorpions num show desta banda e, no ano seguinte, participou no projecto Moment of Glory daquele grupo alemão de rock, juntamente com a Orquestra Filarmónica de Berlim. Zucchero participou em canções como “Send me An Angel” e “Big City Nights”, grandes hits daquela banda.
Ganhou dezenas de discos de platina, de diamante e de ouro pelo mundo fora, sobretudo na Europa (incluindo Portugal) e nas Américas. Zucchero canta em italiano, inglês, espanhol e, em 2011, gravou um disco em francês (“L'écho des Dimanches”). Lançou a carreira de vários artistas italianos, entre eles Andrea Bocelli.

domingo, 24 de setembro de 2017

ZUCCHERO - "Guantanamera"


24 DE SETEMBRO - MANUEL MENDES


EFEMÉRIDE - Manuel (ou Manoel) Mendes, compositor e professor do período renascentista, figura importante da polifonia portuguesa, morreu em Évora no dia 24 de Setembro de 1605. Nascera na mesma cidade em1547.
Estudou Música com o compositor Cosme Delgado, em Évora. Mais tarde, foi nomeado mestre de capela na Catedral de Portalegre, mas regressou a Évora em 1575, para obter o diploma de bacharel. No mesmo ano, tornou-se padre e professor do coro da catedral. Entre os seus alunos, incluem-se alguns dos mais famosos compositores portugueses do século XVII, como Manuel Cardoso, Duarte Lobo, Filipe de Magalhães, Manuel Rebelo, António Ferro e Simão dos Anjos de Gouveia.
Manuel Mendes era um compositor prolífico. Famoso no século XVI, a sua música chegou a Espanha, assim como à Nova Espanha (actual México), onde foi altamente reconhecido. Apesar da sua elevada reputação, quer como professor, quer como compositor, apenas um conjunto de seis peças suas chegaram aos nossos dias.


NB - Não me foi possível encontrar qualquer gravura de Manuel Mendes.

sábado, 23 de setembro de 2017

23 DE SETEMBRO - SUZANNE VALADON


EFEMÉRIDE - Suzanne Valadon, de seu verdadeiro nome Marie-Clémentine Valadon, pintora francesa pós-impressionista e personalidade marcante na cena artística parisiense no período que precedeu o cubismo, nasceu em Bessines-sur-Gartempe no dia 23 de Setembro de 1867. Morreu em Paris, em 7 de Abril de 1938.
Trabalhou em cafés de Montmartre e foi acrobata, abandonando o circo após uma queda e tornando-se modelo dos pintores Renoir, Puvis de Chavannes e Toulouse-Lautrec, observando simultaneamente as suas técnicas. Iniciou-se na pintura e no desenho, sob a protecção de Edgar Degas, tornando-se, pouco tempo depois, a primeira mulher admitida na Société Nationale des Beaux-Arts (1894).
As suas primeiras obras datam de 1892 e 1893, destacando-se entre elas o retrato de Erik Satie, com quem manteve uma relação em 1893. A sua produção foi marcada inicialmente pela estética de pintores como Gauguin e Paul Sérusier, particularmente acentuada após se ter separado do marido, Paul Moussis, ocorrida em 1909 e com quem casara em 1896. Passou então a dedicar-se exclusivamente à pintura, fortemente influenciada por Degas, Van Gogh e Matisse. Casou-se em 1914 com o pintor André Utter, um amigo do seu filho, com quem viveu o resto da vida.  Suzanne era mãe do pintor Maurice Utrillo.
Encontrou na galerista Berthe Weill uma sólida aliada que a apoiou no seu trabalho e que a fez participar em perto de 20 exposições entre 1913 e 1932, das quais três foram retrospectivas pessoais.
Faleceu em Abril de 1938, rodeada dos amigos pintores André Derain, Pablo Picasso e Georges Braque.
As suas obras estão expostas em numerosos museus, entre eles o Museu de Arte Moderna de Paris, o Museu Metropolitano de Arte de Nova Iorque e os Museus de Grenoble e de Lyon.

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

22 DE SETEMBRO - JUNKO TABEI


EFEMÉRIDE - Junko Tabei, alpinista japonesa e primeira mulher a atingir o cume do Evereste, nasceu em Fukushima no dia 22 de Setembro de 1939. Morreu em Kawagoe, em 20 de Outubro de 2016, vítima de cancro. Foi também a primeira mulher a escalar os “sete cumes”, tarefa que completou em 1992, aos 53 anos de idade.
Formada em Literatura Inglesa e Norte Americana pela Universidade Feminina de Showa, onde se tornou membro da equipa de montanhismo, Tabei criou - em 1969 - o Clube Feminino de Montanhismo do Japão. Com o marido, escalou o Fuji. Também escalou o Monte Matterhorn, nos Alpes suíços. Por volta de 1972, ela já era uma alpinista respeitada, apesar do seu aspecto franzino e de ter 1m52 de altura.
Em 1974, o jornal “Yomiuri Shimbun” e a rede de televisão Nippon fizeram uma selecção, entre centenas de inscritas num concurso, para formar uma equipa feminina de montanhismo que enfrentasse o desafio de alcançar o cume do Evereste, até então alcançado apenas por homens. Entre as quinze alpinistas seleccionadas, estava Junko Tabei.
Após um longo período de treino, elas iniciaram a expedição no início de 1975, viajando para Katmandu, a capital do Nepal, onde contrataram nove sherpas para guiá-las na subida da montanha, seguindo a mesma rota de Edmund Hillary e Tenzing Norgay, em 1953.
No começo de Maio, o grupo estava acampado a 6 300 m de altitude quando uma inesperada avalanche atingiu o acampamento em que se encontravam. As mulheres e os guias foram atingidos pela tempestade de neve e Junko perdeu a consciência durante aproximadamente seis minutos, até ser resgatada por um guia sherpa. Sem desistir da aventura, doze dias depois, liderando o grupo de japonesas, Tabei tornou-se a primeira mulher a alcançar o cume do Evereste.
Nos seus últimos anos de vida, Junko diminuiu as actividades como montanhista, mas continuou a dedicar-se à ecologia e ao meio ambiente, como directora do Himalayan Adventure Trust, no Japão, uma organização não-governamental que se ocupa - a nível global - da preservação das montanhas.

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

21 DE SETEMBRO - ORLANDO LETELIER


EFEMÉRIDE - Orlando Letelier del Solar, economista chileno, embaixador nos EUA, ministro do governo de Salvador Allende e posteriormente activista contra a ditadura de Augusto Pinochet, morreu em Washington no dia 21 de Setembro de 1976. Nascera em Temuco, em 13 de Abril de 1932.
Fez os seus estudos no Instituto Nacional e na Universidade do Chile. Trabalhou como economista para o Banco Interamericano de Desenvolvimento e foi também consultor da ONU. Em Janeiro de 1971, Salvador Allende nomeou-o embaixador nos Estados-Unidos. Em 1973, foi chamado ao Chile para ocupar uma pasta ministerial.
Foi preso quando do golpe de estado de Pinochet de 11 de Setembro de 1973. Esteve detido vários meses em diversos campos de concentração, tendo sido submetido a numerosas torturas. Foi depois transferido para a ilha Dawson. No seguimento de pressões diplomáticas, foi libertado e exilou-se na Venezuela.
Em 1975, foi trabalhar para Washington no Institute for Policy Studies, tornando-se depois director do Transnational Institute e professor na American University. Em Setembro de 1976, a ditadura do Chile deixou de o reconhecer como cidadão chileno. 
Foi assassinado justamente em Setembro de 1976, com a sua colaboradora Ronni Moffit, por agentes secretos da DINA, a polícia política chilena. Para o atentado, foi usada uma enorme quantidade de explosivos colocados numa viatura que eles iam utilizar. O caso teve grande repercussão internacional e levou o governo dos Estados Unidos a interromper o seu apoio explícito à Operação Condor (iniciativa que coordenava as acções repressivas contra os opositores das ditaduras da América do Sul), embora continuasse a apoiar indirectamente o governo de Augusto Pinochet.

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

20 DE SETEMBRO - PEDRO ALPIARÇA


EFEMÉRIDE - Pedro Francisco Antunes Alpiarça, actor português, morreu em Lisboa no dia 20 de Setembro de 2007. Nascera em 1958.
Iniciou-se como actor nas cooperativas de produção teatral independente, que marcaram a actividade cultural underground na década de 1980. Ao mesmo tempo, experimentava o teatro amador nas peças do Grupo de Teatro do Marítimo Atlético Clube, além do teatro universitário, enquanto estudante da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa no curso de Pintura.
Ao lado de Pedro Wilson e Rui Pisco, passaria para o colectivo Máscara, dedicando-se ao teatro infanto-juvenil. Mais tarde, n' A Barraca, participou nas peças “Liberdade em Bremen” de Rainer Werner Fassbinder, “O Avarento” de Molière, “Floresta de Enganos” de Gil Vicente e “A Cantora Careca” de Ionesco.
Nos últimos anos, mantinha colaborações com O Nariz e com o Teatroesfera, além do Teatro Mínimo, de que foi um dos fundadores. A par disso, desenvolveu diversas acções de animação teatral e formação de actores.
Foi actor regular na televisão, tendo participado num sem número de séries e sitcoms como “Nico d' Obra” (1997), “Os Malucos do Riso” (1998), “Não és Homem Não és Nada” (1999), “Fábrica das Anedotas” (2001), “Maré Alta” (2004) e “O Prédio do Vasco” (2006). No cinema, teve participações nas longas-metragens “Glória” de Manuela Viegas (1999) e “Dot.com” de Luís Galvão Teles (2007).
Devido a dificuldades financeiras, a problemas de saúde, à tristeza e a uma depressão, Pedro Alpiarça suicidou-se, partindo uma janela do Hospital de Santa Marta em Lisboa e projectando-se do 5º andar. O seu corpo foi velado no dia seguinte, na Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul, em Lisboa.

terça-feira, 19 de setembro de 2017

19 DE SETEMBRO - JEREMY IRONS


EFEMÉRIDE - Jeremy John Irons, actor britânico, vencedor de um Oscar, três Emmys e dois Globos de Ouro, nasceu em Cowes, Ilha de Wight, no dia 19 de Setembro de 1948.
Frequentou a Sherborne School em Dorset, entre 1962 e 1966. Enquanto estudante, Jeremy fez parte de uma banda onde tocava bateria e harmónica. A banda chamava-se Four Pillars of Wisdom e Jeremy tocava temas como “Stairway to Heaven” e “Moon River”. Aos domingos à tarde, a banda tocava no laboratório de Física da escola durante duas horas. Escolhiam este local, porque os alunos não estavam autorizados a frequentar locais que não fossem de estudo, de forma a desencorajar a preguiça.
Para além da música, Jeremy fazia parte de uma dupla de comédia que actuava no Halloween e nos jantares de fim de semestre.
Jeremy Irons estudou Arte Dramática na conceituada Bristol Old Vic School e acabou por entrar para a companhia de teatro Bristol Old Vic, onde ganhou experiência a trabalhar em diversas peças, desde obras de Shakespeare até dramas contemporâneos.
Em 1971, mudou-se para Londres e conseguiu o papel de ‘João Baptista’ na peça de teatro “Godspell”. Iniciou uma carreira bem sucedida no teatro e na televisão, tendo-se estreado no cinema na película “Nijinski” (1980), que conta a história deste famoso bailarino russo. Sendo extremamente elegante e bem-falante, Jeremy Irons encaixava perfeitamente em papéis que retratassem membros da aristocracia. Assim, em 1981, desempenhou o papel principal na famosa série da BBCBrideshead Revisited”, que contava - entre outros nomes consagrados - com a presença de Laurence Olivier. A sua fama ultrapassou as fronteiras da Europa, chegando aos Estados Unidos. Nesse mesmo ano, contracenou com Meryl Streep no filme “The French Lieutenant's Woman”. Voltou a dar provas do seu talento no papel de um missionário no filme “The Mission” (1986), ao lado de Robert DeNiro, trabalho que lhe valeu uma nomeação para o Globo de Ouro.
Dois anos depois, Irons desempenhou o papel de dois gémeos ginecologistas com uma relação bastante forte e que vão caminhando, ao longo do filme, para a separação, no controverso e chocante trabalho do realizador David Cronenberg, “Dead Ringers” (1988). Em 1990, desempenhou o papel de um milionário suspeito de assassínio, no filme “Reversal of Fortune”, onde contracenou com Glenn Close, desempenho que lhe valeu o Oscar de Melhor Actor (principal) e o Globo de Ouro de Melhor Actor em Filme Dramático.
Consagrado como um dos actores mais respeitados tanto na Europa como nos Estados Unidos, a sua carreira inclui muitos outros filmes de renome. Deslocou-se também a Portugal, na década de 1990, onde se desenrolou parte das filmagens de “The House of the Spirits”, um filme inspirado no livro de Isabel Allende.
Em 1996, participou no drama romântico de Bernardo Bertolucci, “Stealing Beauty”. Um ano depois, ofereceu ao público um desempenho subtil e comovente, vestindo a pele de ‘Humbert Humbert’, no filme “Lolita”. Em 1998, juntou-se a outros nomes famosos - John Malkovich, Gérard Depardieu, Gabriel Byrne e Leonardo DiCaprio - como um dos ‘Mosqueteiros’, no filme “The Man in the Iron Mask”. Em 2002, foi o vencedor do César de Honra francês, em homenagem à sua carreira. Nesse ano, participou também em “The Time Machine”.
Em 2006, ganhou o Golden Globe Award de Melhor Actor coadjuvante em televisão e o Emmy de Melhor Actor coadjuvante com “Elizabeth I”.
Jeremy casou-se com Julie Hallam em 1969 e divorciou-se no mesmo ano. Em 1978, consorciou-se com a actriz Sinéad Cusak, com quem teve dois filhos.
Na edição de 1991 dos Tony Awards, Jeremy Irons foi uma das poucas celebridades a usar o então recém-criado laço vermelho que simboliza o apoio à luta contra a SIDA e foi a primeira celebridade a utilizar este símbolo numa transmissão televisiva. Ele apoia igualmente um grande número de instituições de caridade.
Em 2010, Jeremy protagonizou um vídeo promocional para o projecto 1billionhungry, um apelo a nível mundial para conseguir pelo menos um milhão de assinaturas numa petição para chamar a atenção dos líderes mundiais para a priorização da questão da fome nos seus programas políticos. Em 2013, narrou o documentário “Sahaya Going Beyond” sobre o trabalho da instituição de caridade Sahaya Internacional.
Em 1998, Jeremy e a esposa surgiram na lista dos maiores doadores privados do Partido Trabalhista.
Foi membro do júri de longas-metragens do Festival de Cannes 2000 e presidente do júri internacional do Festival do Filme de Sarajevo 2007. Em 2003, presidiu também o júri de curtas-metragens, no Festival Internacional do Filme de Marraquexe.
Em Outubro de 2011, foi nomeado embaixador da Boa Vontade da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

18 DE SETEMBRO - DEE DEE RAMONE


EFEMÉRIDE - Dee Dee Ramone, de seu verdadeiro nome Douglas Glen Colvin, baixista e compositor norte-americano e um dos fundadores (1974) de uma das bandas mais influentes na história do punk rock, os Ramones, nasceu em Fort Lee, Virginia, em 18 de Setembro de 1951. Morreu em Hollywood no dia 5 de Junho de 2002.
Dee Dee passou a sua infância na Alemanha devastada pela Segunda Guerra Mundial, tendo-se mudado para Nova Iorque com catorze anos de idade, acompanhado da irmã e da mãe, quando a última se separou do pai, um militar americano que trabalhava na fronteira com a Alemanha Oriental.
Já em Nova Iorque, conheceu - em 1970 - Joey, Tommy e Johnny. Juntos, formariam os Ramones. Dee, ao princípio, tinha dificuldade em tocar e cantar ao mesmo tempo. Quase não cantava, mas contribuía com a maioria das letras.
No meio da tournée para lançamento do álbum “Brain Drain” (1989), Dee Dee saiu da banda, alegando estar cansado de tournées exaustivas (anos mais tarde, admitiu que estava a abusar de heroína e outras drogas). Iniciou uma curta carreira a solo como rapper, adoptando o nome artístico Dee Dee King. O álbum de rap que ele lançou, “Funky Man”, foi rejeitado pela crítica e pelo público, fazendo-o voltar ao punk rock. Continuou a gravitar durante anos, ao redor dos Ramones, contribuindo com letras e músicas para os discos seguintes. Teria sido ele a compor mais de metade do reportório da banda.
Em 1997, depois da separação dos Ramones, com a colaboração de Verónica Kofman, lançou a sua autobiografia “Poison Heart. Surviving The Ramones”.
Foi encontrado morto em sua casa, atrás de um sofá, vítima de uma overdose “acidental” de heroína, consumo que teria deixado há largo tempo, segundo os amigos e a mulher. Foi sepultado no Hollywood Forever Cemetery, em Hollywood.

domingo, 17 de setembro de 2017

"JE VEUX" (Zaz)


17 DE SETEMBRO - LUÍS AMADO


EFEMÉRIDE - Luís Filipe Marques Amado, economista e político português, nasceu em Porto de Mós no dia 17 de Setembro de 1953.
É licenciado em Economia pelo Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras da Universidade Técnica de Lisboa. Consultor de empresas, iniciou a sua carreira profissional como professor do Ensino Secundário na Madeira. Posteriormente, foi auditor na Secção Regional da Madeira do Tribunal de Contas.
Militante e membro do Secretariado do Partido Socialista, foi deputado à Assembleia Legislativa Regional da Madeira (1985/88) e à Assembleia da República (eleito em 1992 e reeleito em 1995 e 2009).
Foi secretário de estado dos Negócios Estrangeiros dos XIII e XIV Governos, e secretário de estado adjunto da Administração Interna do XIII Governo, ambos chefiados por António Guterres.
Em 2005, ingressou no governo de José Sócrates, como ministro da Defesa Nacional. De 2006 a 2009, foi ministro dos Negócios Estrangeiros e ministro de Estado, cargo para o qual foi renomeado em 2009.
Foi visiting professor na Universidade de Georgetown. Em Abril de 2009, recebeu a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo. Foi também condecorado pelos seguintes países: Espanha (2000 e 2007), França (1999), Bélgica (2000), Grécia, Argentina (2003), Lituânia (2007), Paraguai (2007), Suécia (2008), Polónia (2009), Alemanha (2009), Jordânia (2009), Noruega (2009), Chile (2010), Vaticano (2010), Malta (2010), Luxemburgo (2010), Benim, Togo e Gabão.
Decidiu retirar-se da vida política em Junho de 2011 e, em Março de 2012, passou a ser presidente do Conselho de Administração do banco Banif.

sábado, 16 de setembro de 2017

16 DE SETEMBRO - GRACE AGUILAR


EFEMÉRIDE - Grace Aguilar, escritora inglesa, interessada sobretudo por temas da História e da religião judaica, morreu em Frankfurt am Main no dia 16 de Setembro de 1847.  Nascera em Hackney, em 2 de Junho de 1816.
Depois de escrever alguns dramas e poemas, publicou nos Estados Unidos, em 1842, “O Espírito do Judaísmo”, em defesa da sua fé, e - em 1845 – “A Fé Judaica e A Mulher de Israel”. Ela é, no entanto, mais conhecida pelos seus romances, dos quais os principais são: “A Influência do Lar” (1847) e “Uma Recompensa de Mãe” (1850).
Aguilar era a filha mais velha de pais com origem portuguesa, que buscaram asilo na Inglaterra, durante o século XVIII. Para reforçar a sua constituição física, que desde a infância era muito fraca, foi levada para a beira-mar e para várias localidades rurais da Inglaterra. O seu amor pela natureza foi cultivado por essas experiências. Aos doze anos, dedicou-se - por vontade própria - ao estudo das ciências naturais, aumentando uma colecção de conchas iniciada por ela, quando tinha apenas quatro anos de idade, e complementando-a com colecções de mineralogia e botânica.
Grace Aguilar foi educada principalmente pelos pais. A mãe, uma mulher culta e de forte sentimento religioso, treinou-a para ler as Escrituras sistematicamente, e - quando Grace tinha catorze anos - o pai lia-lhe com regularidade, em voz alta, principalmente livros de História, enquanto ela desenhava e bordava. Foi igualmente uma assídua aluna de música até a saúde lho permitir.
Aguilar revelou o interesse pela escrita aos sete anos de idade, quando começou um diário, que continuou quase ininterruptamente até à sua morte. Antes dos doze anos, tinha já escrito também um drama, “Gustavus Vasa”, a que se seguiram os primeiros versos. O primeiro trabalho a ser publicado (anonimamente, em 1835) foi uma recolha dos seus poemas, que ela intitulou “A Guirlanda Mágica”. O seu primeiro conto baseou-se na história marrana e o seu primeiro romance, na história escocesa (“Os Dias de Bruce”, 1852). O mais popular dos seus contos judaicos é “O Vale dos Cedros, ou o Mártir: Uma História da Espanha no Século XV”, escrito antes de 1835, mas só publicado em 1850 e duas vezes traduzido para alemão e duas vezes para hebraico. As suas outras histórias, baseadas em episódios judaicos, estão incluídas numa colecção de dezanove contos.
A primeira das obras religiosas de Aguilar foi uma tradução da versão francesa de “Israel Defended” de Isaac Orobio de Castro, impressa para circulação privada. Foi logo seguida por “Espírito do Judaísmo”, cuja publicação foi por algum tempo retardada em virtude da perda do manuscrito original.
Outros escritos religiosos de Aguilar, alguns deles elaborados em 1836, foram reunidos num só volume: “Ensaios e Miscelâneas” (1851-1852). O seu último trabalho foi um esboço da “História dos Judeus na Inglaterra”.
Os últimos anos de vida de Aguilar foram repletos de provações familiares. A sua crescente fraqueza e sofrimento obrigaram-na a mudar de ares e, em 1847, foi para a Europa continental. Antes da sua partida, algumas senhoras judaicas de Londres ofereceram-lhe um presente e uma comovedora mensagem referindo-se às suas realizações em prol do judaísmo e das mulheres judias.
Aguilar visitou o seu irmão mais velho em Frankfurt am Main e, no início da estadia, parecia estar a beneficiar com a mudança. Porém, algumas semanas depois, piorou e veio a falecer com apenas 31 anos de idade.

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

15 DE SETEMBRO - LEON HIRSZMAN


EFEMÉRIDE - Leon Hirszman, cenarista e realizador brasileiro, figura notável do Cinema Novo, morreu no Rio de Janeiro em 15 de Setembro de 1987. Nascera na mesma cidade no dia 22 de Novembro de 1937.
Ainda estudante de Engenharia, já frequentava cineclubes onde se relacionou com Augusto Boal e Gianfrancesco Guarnieri, entre outros cineastas. Começou a sua actividade cinematográfica, aliada à sua vigorosa e consistente militância política, no movimento estudantil do Rio de Janeiro, tendo sido um dos fundadores do CPC – Centro Popular de Cultura, da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Foi no CPC que se estreou, realizando a curta-metragem “Pedreira de São Diogo”, um dos cinco episódios do filme “Cinco vezes favela”, lançado em 1962. A sua primeira longa-metragem foi uma adaptação de Nelson Rodrigues, “A Falecida”, protagonizada por Fernanda Montenegro e que já versava um dos temas caros a Leon - a alienação das classes populares.
Documentarista e autor de ficção, na sua obra figuram os documentários “Nelson Cavaquinho”, “Megalópolis (1972)”, “Ecologia” e “Sexta-feira da Paixão, Sábado de aleluia”. Em 1971, realizou o longa-metragem “São Bernardo”, baseada na história homónima de Graciliano Ramos, mas que apesar de bem recebida pela crítica, não conseguiu transformar-se num sucesso popular, mercê talvez da acção da Censura política.
Ainda na década de 1970, filmou os importantes documentários “Cantos do trabalho no campo” em 1976, a longa-metragem “Que país é esse?” em 1977, e “Rio, carnaval da vida” em 1978. Realizou “ABC da Greve”, sobre o movimento operário da região paulista.
Em 1981, recebeu a consagração do público e da crítica. Foi premiado no Festival de Veneza, foi nomeado para o Leão de Ouro e recebeu vários prémios, com a película “Eles não usam black-tie”, adaptação da peça teatral de Gianfrancesco Guarnieri, que também trabalhou como actor no filme.
Leon Hirszman teve um papel extremamente importante na afirmação do cinema brasileiro e deixou vários textos onde se podem ler agudas reflexões sobre as condições da produção cinematográfica no Brasil, o mercado nacional e a respectiva legislação de protecção, a Embrafilme, as correntes de criação cinematográfica e o cinema político.
Leon morreu vítima de SIDA, que contraiu na sequência de uma transfusão de plasma sanguíneo. Deixou viúva e três filhos.

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

14 DE SETEMBRO - PÉREZ PRADO


EFEMÉRIDE – Dámaso Pérez Prado, pianista, compositor e maestro cubano, considerado o maior expoente do Mambo, morreu na Cidade do México em 14 de Setembro de 1989. Nascera em Matanzas em 11 de Dezembro de 1916. Ficou imortalizado como ‘Rei do Mambo’ devido ao seu grande sucesso.
Dámaso aprendeu a tocar piano clássico, ainda era criança. Em 1942, instalou-se em Havana, onde tocou em cabarets e depois em diferentes orquestras: Orquesta Cubaney, Orquesta de Paulina Alvarez e na célebre Orquesta Casino de la Playa. Em 1947, gravou “Qué rico el mambo” e partiu em tournée pela Argentina e Venezuela. 
Em 1948, a sua música inspirava-se no jazz de Stan Kenton e as editoras discográficas cubanas desinteressaram-se. Pérez Prado partiu então para o México, onde trabalhou também para o cinema.
Passou a compor tantos fragmentos musicais que deixou mesmo de lhes dar nomes, mas números, sendo “Mambo nº 5” e “Mambo nº 8” os mais conhecidos.
Em Dezembro de 1949, foi lançado um disco, com “Qué rico el mambo” numa face e “Mambo nº 5” na outra. Este disco lançou a ‘mambo mania’ nos Estados Unidos.
Em 1955, a sua versão chachachá de “Cherry Pink and Apple Blossom White” tornou-se top de vendas durante dez semanas no Billboard, o hit-parade norte-americano.
Em 1958, “Patricia” foi um sucesso mundial, sendo utilizado nomeadamente como música do filme “Dolce Vita” de Federico Fellini (1960).
Adquiriu a nacionalidade mexicana em 1980 e residiu os últimos anos de vida no seu país de adopção. Faleceu vítima de paragem cardíaca.

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

13 DE SETEMBRO - LEONOR ANDRADE


EFEMÉRIDE - Leonor Andrade, cantora e actriz portuguesa, nasceu no Barreiro em 13 de Setembro de 1994. Vencedora do Festival RTP da Canção 2015, representou Portugal no Festival Eurovisão do mesmo ano, realizado em Viena de Áustria.
Em 2014, participara no programa “The Voice Portugal” da Rádio Televisão Portuguesa. Foi escolhida também para a telenovela “Água de Mar”, onde desempenhou o papel de ‘Joana Luz’.
Em Março de 2015, ao vencer o Festival RTP da Canção, com “Há Um Mar Que Nos Separa” da autoria de Miguel Gameiro, deixou para trás alguns grandes nomes da música portuguesa como Adelaide Ferreira e Simone de Oliveira.
Desde os quatro anos que toca piano, mas só começou a cantar quando foi preciso uma vocalista na banda do irmão. Fez depois o casting para o “The Voice Portugal”, tendo sido aceite (2014).
Em 2016, lançou o álbum “Setembro”, que inclui canções em inglês e em português.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

12 DE SETEMBRO - LECI BRANDÃO


EFEMÉRIDE - Leci Brandão da Silva, cantora, compositora brasileira e umas das mais importantes intérpretes da música popular do Brasil, nasceu no Rio de Janeiro em 12 de Setembro de 1944.
Começou a sua carreira no início da década de 1970, tornando-se a primeira mulher a participar na ala de compositores da Mangueira. Ao longo da sua carreira, Leci gravou 13 LP, 8 CD, 2 DVD e 3 compactos, num total de 26 obras. Participou no Festival MPB-Shell promovido pela Rede Globo, em 1980, com a música “Essa Tal Criatura”. Em 1985, gravou “Isso É Fundo de Quintal”. Em 1995, foi a intérprete do samba-enredo da Académicos de Santa Cruz durante o Carnaval. Actuou na telenovela “Xica da Silva”, protagonizando a líder quilombola Severina. Escrita por Walcyr Carrasco e dirigida por Walter Avancini, a telenovela foi exibida pela TV Manchete entre 1996 e 1997.
Entre 1984 e 1993, Leci foi comentarista dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro para a TV Globo. Após uma pausa de seis anos, voltou a comentar o Carnaval carioca de 2000 e 2001. Entre 2002 e 2010, comentou os desfiles das escolas de samba paulistas para a mesma emissora. Foi conselheira da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e membro do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher a convite do então presidente da República Lula da Silva, permanecendo nos Conselhos durante dois mandatos (2004 a 2008). Em 2008, participou no clip do Dia de Fazer a Diferença, da Rede Record em parceria com o Instituto Ressoar. É madrinha do grémio recreativo Escola de Samba Académicos do Tatuapé, campeã do Carnaval de 2017, agremiação que acompanha desde 2012, ano em que foi tema do enredo da escola. Leci Brandão completou 40 anos de carreira artística em 2015 e lançou um novo trabalho, “Simples Assim – Leci Brandão”, em 2017. Actualmente, dedica-se à carreira musical e ao parlamento paulista.
Em Fevereiro de 2010, Leci Brandão filiou-se no Partido Comunista do Brasil e candidatou-se a deputada estadual por São Paulo, tendo sido eleita com mais de 85 mil votos e reeleita em 2014. Como parlamentar, afirma dedicar-se à promoção da igualdade racial, ao respeito das religiões de matriz africana e à cultura brasileira. Segunda deputada negra da história da Assembleia Legislativa de São Paulo (a primeira foi a Dra. Theodosina Rosário Ribeiro), Leci defende também as causas das populações indígena e quilombola, da juventude, das mulheres e do movimento LGBT.

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

11 DE SETEMBRO - JUAN ALMEIDA BOSQUE


EFEMÉRIDE - Juan Almeida Bosque, compositor, escritor, militar e político cubano, um dos comandantes originais da Revolução Cubana, morreu em Havana no dia 11 de Setembro de 2009. Nascera na mesma cidade em 17 de Fevereiro de 1927.
Juan Almeida é considerado como a terceira figura mais relevante do poder cubano, depois de Fidel Castro e do seu irmão Raúl Castro. Integrante da luta contra a ditadura de Fulgencio Batista, começou a sua actividade revolucionária em 1952, participando no assalto ao Quartel Moncada em 1953. Destacou-se nas lutas revolucionárias depois do desembarque do “Granma”, sendo nomeado comandante em 1958. Após o triunfo da Revolução em 1 de Janeiro de 1959, Almeida assumiu numerosas responsabilidades.
Fez parte do Bureau Político do Comité Central do Partido desde a sua fundação em 1965, sendo ratificado em todos os congressos. Foi eleito deputado para a Assembleia Nacional e vice-presidente do Conselho de Estado, desde a primeira legislatura do Parlamento cubano pós Janeiro de 1959. Foi presidente da Associação de Combatentes da Revolução Cubana.
Na sua faceta de compositor e escritor, lançou mais de 300 canções e escreveu dezenas de poemas e treze livros.

domingo, 10 de setembro de 2017

10 DE SETEMBRO - MANUEL HERMÍNIO MONTEIRO


EFEMÉRIDE - Manuel Hermínio Monteiro, empresário português, editor da Assírio & Alvim, nasceu em Vila Real no dia 10 de Setembro de 1952. Morreu em Lisboa, em 3 de Junho de 2001.
Os seus primeiros estudos foram divididos entre Arouca, Mogofores e Porto, até que - no 8º ano – se mudou para Lisboa, licenciando-se em História na Faculdade de Letras, após uma curta passagem por Direito.
Em 1975, ingressou na Assírio & Alvim como vendedor e, em pouco tempo, os seus percursos tornaram-se intimamente comuns. Quando da sua entrada na editora, esta - com dois anos de existência - encontrava-se numa grave crise, quase de falência. Em 1983, Hermínio Monteiro assumiu a direcção da editora e conseguiu não só salvá-la da falência, como a transformar num dos maiores casos de sucesso editorial em Portugal. Apostando sobretudo em poetas lusófonos pouco conhecidos do grande público, foi granjeando uma notoriedade nos meios culturais pela excelente qualidade, que culminou em edições de obras de figuras já tão notórias como Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Teixeira de Pascoaes, Herberto Hélder e Mário Cesariny, entre outros.
O seu percurso não se deu somente na edição. Foi também impulsionador de outras formas de divulgação de cultura, como: um espaço/galeria de arte, pelo qual passaram vários artistas plásticos, pintores, escultores e fotógrafos; dinamizou livrarias nos cinemas King, de Lisboa em 1995 e no Porto em 1998, organizando lançamentos de livros, encontros, debates e espectáculos musicais; lançou em 1986 a revista mensal “A Phala”, concebida para veicular o espírito muito próprio da editora; e criou a “Assírio Líquida”, o primeiro bar-livraria no Bairro Alto.
Faleceu aos 48 anos, vítima de doença oncológica.

sábado, 9 de setembro de 2017

9 DE SETEMBRO - MAX REINHARDT


EFEMÉRIDE - Max Reinhardt, produtor e diretor de teatro austríaco, nasceu em Baden, perto de Viena, em 9 de Setembro de 1873. Morreu em Nova Iorque no dia 31 de Outubro de 1943. Tornou famoso pelas suas grandes produções teatrais.
Max Reinhardt tinha por origem uma família judia e o seu nome de nascimento era Maximilian Goldmann.
Entre 1902 e 1933, fez experiências com diversas formas e estilos, em vários teatros de Berlim. Na montagem da pantomima religiosa “O Milagre”, alterou o interior de um teatro afim de lhe dar o aspecto de uma catedral. Encenou também “Sonho de uma noite de Verão” de Shakespeare, tendo mais tarde – já nos EUA -  realizado um filme baseado nesta peça.
Dirigiu o célebre cabaret satírico Schall und Rauch. De 1905 a 1930 dirigiu o Deutsches Theater em Berlim e de 1924 a 1933 o Theater in der Josefstadt em Viena.
Em 1920, fundou o Festival de Teatro de Salzburgo, na Áustria. Depois dos nazis tomaram o poder, emigrou para Inglaterra e depois para os Estados Unidos, naturalizando-se cidadão norte-americano em 1940.

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

8 DE SETEMBRO - SINHÔ


EFEMÉRIDE Sinhô, de seu verdadeiro nome José Barbosa da Silva, instrumentista e compositor brasileiro, nasceu no Rio de Janeiro em 8 de Setembro de 1888. Morreu na mesma cidade no dia 4 de Agosto de 1930. É considerado um dos mais talentosos compositores de samba e, para muitos, o maior da primeira fase do samba carioca.
Filho de um pintor, admirador dos grandes “chorões” da época, foi estimulado pela família para estudar flauta, piano e violão.
Casou-se cedo, aos 17 anos, com a portuguesa Henriqueta Ferreira, tendo que labutar para sustentar os três filhos. Por volta de 1911, tornou-se pianista profissional, animando os bailes de agremiações dançantes, como o Dragão Club Universal e o Grupo Dançante Carnavalesco Tome a Bença da Vovó. Não perdia nenhuma roda de samba na casa da baiana Tia Ciata, onde se encontrava com outros sambistas.
O gosto pela sátira trouxe-lhe alguns problemas sérios, quando compôs “Fala Baixo”, em 1921, uma brincadeira com o presidente Artur Bernardes. Teve de fugir para casa da mãe para não ser preso. Cultivou a fama de farrista, promovendo grandes festas em bordéis, o que não o impediu de ganhar o nobre título de “O Rei do Samba”, durante a Noite Luso-Brasileira realizada no Teatro República, em 1927.
Durante 1928, ministrou aulas de violão a Mário Reis, que se tornaria o seu intérprete preferido e que lançaria dois dos seus maiores sucessos: “Jura” e “Gosto que me enrosco”. Compôs o último samba, “O homem da injecção”, em Julho de 1930, um mês antes do seu falecimento. No entanto, a letra e a melodia deste samba desapareceram misteriosamente, não chegando ao conhecimento do público.
Morreu vítima de tuberculose, a bordo da barca “Terceira”, durante uma viagem entre o centro do Rio e a Ilha do Governador, onde morava. O seu velório e funeral foram descritos com tintas literárias por Manuel Bandeira. Foi sepultado no Cemitério do Caju.
Em 1952, sob a direção de Lulu de Barros, a actriz Cármen Santos produziu o filme “O Rei do Samba”, sobre a vida de Sinhô.
Em Dezembro de 2010, foi transmitido, pela TV Brasil, o programa “De Lá pra Cá”, onde se focou a história de Sinhô que, nesse ano, completava 80 anos de falecimento. O programa teve a participação de vários cantores, entre eles Zeca Pagodinho.
Em 2011, para comemorar o centenário do surgimento de Sinhô na vida artística, o cantor Luiz Henrique, o showman Bob Lester e a cantora de rádio Marion Duarte homenagearam Sinhô com o show “Tributo ao Rei do Samba Sinhô”, que foi apresentado em várias salas do Rio de Janeiro. No espetáculo, os cantores interpretaram grandes sucessos do ‘Rei do Samba’. O show foi ilustrado também com canções de compositores contemporâneos de Sinhô, como Pixinguinha e Noel Rosa.

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