segunda-feira, 31 de outubro de 2022

31 DE OUTUBRO - JEAN-FRANÇOIS DENIAU

EFEMÉRIDE - Jean-François Deniau, estadista e escritor francês, nasceu em Paris no dia 31 de Outubro de 1928. Morreu na mesma cidade em 24 de Janeiro de 2007.

Em 1958, tornou-se director das Relações Exteriores da Comissão Europeia. Foi também o autor do prefácio do Tratado de Roma.

Em 1963, foi nomeado embaixador francês na Mauritânia e, em 1967, foi indicado como um dos comissários europeus franceses da Comissão Rey.

Em 1976, a pedido no rei Juan Carlos da Espanha, foi nomeado embaixador francês em Madrid.

Deniau foi responsável pelas negociações de adesão do Reino Unido, Irlanda, Dinamarca e Noruega, e pela assistência aos países em vias de desenvolvimento.

Foi eleito para a Academia Francesa de Letras em 9 de Abril de 1992.

Morreu aos 78 anos, de complicações oriundas de um cancro do pulmão.

Foi autor de uma vasta obra literária (cerca de 30 livros).

domingo, 30 de outubro de 2022

30 DE OUTUBRO - MARO

EFEMÉRIDEMARO, de seu verdadeiro nome   Mariana Brito da Cruz Forjaz Secca, cantora, multi-instrumentalista, compositora e produtora portuguesa, nasceu em Lisboa no dia 30 de Outubro de 1994.

Ela representou Portugal em Turim, no Festival Eurovisão da Canção 2022, com a canção “saudade, saudade”.

MARO começou a estudar música aos 4 anos, na Escola de Música Nossa Senhora do Cabo (Linda-a-Velha), acabando por completar o Curso Complementar de Piano (2014).

Tirou, ao mesmo tempo, o Curso de Ciência e Tecnologias, com o intuito de seguir pelo caminho da Biologia, ligada ao estudo dos animais.

Aos 19 anos, decidiu dedicar-se à música a tempo inteiro e candidatou-se à entidade privada Berklee College of Music (Boston), considerada cara, mas bem-conceituada pelos profissionais.

Depois de completar o curso em Professional Music (2017), mudou-se para Los Angeles (2018), onde deu início à sua carreira musical. Nesse mesmo ano, lançou cinco álbuns e um EP, chamando a atenção de vários músicos conceituados, como o inglês Jacob Collier, que acabou por convidar MARO para participar no seu álbum “DJESSE Vol. 2”. A parceria não parou aí e a artista portuguesa acabou por ser convidada para fazer parte integral da banda de Jacob, na “DJESSE World Tour” (2019). Por volta da mesma época, MARO começou a ser agenciada pela Quincy Jones Productions, com quem trabalha até hoje.

No dia 21 de Janeiro de 2022, foi anunciada a participação de MARO na 56ª edição do Festival RTP da Canção, um concurso musical com o objectivo de seleccionar um representante para o Festival da Eurovisão, onde apresentou a canção “saudade, saudade”. Na final nacional, foi a mais votada pelo júri e pelo público (o que aconteceu pela primeira vez na história do festival), ganhando assim o concurso e tornando-se a representante portuguesa no Festival da Eurovisão desse ano, realizado em Turim.

MARO participou na 1ª semifinal dessa edição do concurso, que ocorreu no dia 10 de Maio, tendo passado à final do mesmo.

MARO já gravou 5 álbuns de estúdio (2018); 2 EP (2019/2021); 7 singles (2019/2021); e teve 14 colaborações com outros artistas (2018/2021).

sábado, 29 de outubro de 2022

29 DE OUTUBRO - VALERI TOKAREV

EFEMÉRIDE - Valeri Ivanovich Tokarev, ex-cosmonauta russo, nasceu em Kapustin Yar, URSS, no dia 29 de Outubro de 1952.

Formado em Administração do Estado pela Academia Nacional de Economia em Moscovo, graduou-se na Escola Militar de Pilotos de Caça de Stravopol, no Centro de Treino de Pilotos de Teste, com honras, e na Academia Iuri Gagarin da Força Aérea russa.

Piloto de 1ª classe da força aérea e de testes, ganhou experiência de voo e versatilidade em 44 tipos de aeronaves e helicópteros.

Participou em testes com aviões de última geração baseados em porta-aviões e de descolagem e aterragem verticais em aviões navais como Sukhoi Su-27, MiG-29 e Sukhoi Su-25, além de bombardeiros da marinha russa, como o Sukhoi Su-24.

Em 1987, foi seleccionado para se juntar ao corpo de cosmonautas que testava o Buran, o protótipo de ónibus espacial soviético, servindo desde 1994 como comandante de um grupo de cosmonautas ligados a sistemas aeroespaciais.

Com o fim do programa do Buran - que nunca voou - em 1997, Tokarev foi designado cosmonauta de testes no Centro de Treino de Cosmonautas Yuri Gagarin, na Cidade das Estrelas.

A sua primeira viagem ao espaço deu-se em Maio de 1996, quando participou na missão STS-96 da Discovery à Estação Espacial Internacional, uma missão de dez dias que preparou a estação com equipamentos e suprimentos para a chegada da primeira tripulação a viver por um período prolongado nela, a Expedição 1.

Em Outubro de 2005, foi ao espaço a bordo da nave Soyuz TMA-7, onde passou 189 dias como engenheiro de voo da Expedição 12 na ISS. Durante a missão, Tokarev participou em duas caminhadas no espaço.

Entre outras comendas, foi condecorado como Herói da União Soviética.

sexta-feira, 28 de outubro de 2022

28 DE OUTUBRO - COLUCHE

EFEMÉRIDE - Coluche, de seu verdadeiro nome Michel Gérard Joseph Colucci, actor e comediante francês, nasceu em Paris no dia 28 de Outubro de 1944. Morreu em Opio (Alpes-Maritimes), em 19 de Junho de 1986.

A família dele veio de Casalvieri em Província de Frosinone. Com 26 anos, trocou o seu apelido por Coluche e começou a declamar as suas piadas contra os políticos e o Governo.

Em 30 de Outubro de 1980, anunciou que ia candidatar-se à Presidência de República, para enfrentar a pobreza e os escândalos, mas foi ameaçado e desistiu.

Em 1985, fundou os Restos du cœur (Restaurantes do coração), uma Associação que recolhia comida e roupas para os pobres e os sem-abrigo.

Junto com o Abbé Pierre, proclamou este lema, de Jacques Brel: «Não eram da mesma beira, mas procuravam o mesmo porto»).

Faleceu tragicamente em 1986, num acidente de motocicleta no caminho entre Cannes e Opio. A sua morte inspirou o álbum “Putain de camion”, do amigo e músico Renaud.

Em 1984, recebera o Prémio César de Melhor Actor com Tchao Pantin”.

Ao longo da sua curta carreira, protagonizou várias dezenas de filmes e diversos espectáculos

quinta-feira, 27 de outubro de 2022

MARO - "What You Don't Do ft. Lisa Noah" (cover)

27 DE OUTUBRO - GRACILIANO RAMOS

EFEMÉRIDE - Graciliano Ramos de Oliveira, romancista, cronista, contista, jornalista, político e memorialista brasileiro do século XX, mais conhecido por sua obra “Vidas Secas” (1938), nasceu em Quebrangulo no dia 27 de Outubro de 1892. Morreu no Rio de Janeiro em 20 de Março de 1953.

Nascido numa grande família de classe média, viveu os primeiros anos de sua infância migrando para diversas cidades da Região Nordeste do Brasil.

Trabalhou como jornalista na cidade do Rio de Janeiro, onde escreveu para “O Malho” e “Correio da Manhã”, até regressar para o Nordeste em 1915, devido a tragédia familiar em que perdeu quatro irmãos, vítimas de peste bubónica.

Fixou-se na cidade de Palmeira dos Índios, onde se casou e, em 1927, foi eleito prefeito, cargo que exerceu durante dois anos. Logo, voltou a escrever e publicou seu primeiro romance, “Caetés” (1933).

Vivendo em Maceió durante a maior parte da década de 1930, trabalhou na Imprensa Oficial e publicou “São Bernardo” (1934). Foi preso na capital alagoana em Março de 1936, acusado de ser militante comunista, ou seja, o chamado «crime de subversão». Esse incidente o inspiraria de publicar duas de suas principais obras: “Angústia” (1936) e o texto “Baleia”, que daria origem a “Vidas Secas” em 1938.

Já na década de 1940, ingressou no Partido Comunista Brasileiro ao lado do militar e político Luís Carlos Prestes. Nos anos posteriores, realizaria viagens a países europeus, incluindo a União Soviética em 1952.

Morreu em Março do ano seguinte, aos 60 anos, no Rio de Janeiro. As suas obras póstumas notáveis incluem “Memórias do Cárcere”, a crónica “Viagem” e o livro de contos “Histórias de Alexandre”.

Tradutor de obras em inglês e francês e honrado com diversos prémios em vida, a obra de Graciliano Ramos recebeu riqueza da crítica literária e a atenção do mundo académico. O seu romance modernista também conhecido como regionalista “Vidas Secas” é visto como um clássico da literatura brasileira.

Encontra-se colaboração da sua autoria na revista luso-brasileira “Atlântico”.

Graciliano Ramos, primeiro de dezasseis irmãos, nasceu numa família do sertão nordestino, viveu os primeiros anos em diversas cidades do Nordeste brasileiro, como Buíque, Pernambuco, Viçosa, Maceió, Palmeira dos Índios e Alagoas. Terminando o segundo grau em Maceió, seguiu para o Rio de Janeiro, onde passou um tempo trabalhando como jornalista.

Em Setembro de 1915, motivado pela morte dos irmãos Otacília, Leonor e Clodoaldo e do sobrinho Heleno, voltou para o Nordeste, fixando-se junto do pai, que era comerciante em Palmeira dos Índios, Alagoas. Neste mesmo ano, casou-se com Maria Augusta de Barros, que morreu em 1920, deixando-lhe quatro filhos.

Foi eleito prefeito de Palmeira dos Índios em 1927, tomando posse no ano seguinte. Apoiado pelo governador do estado e impulsionado por ser um nome de fora da política, foi eleito num pleito de uma candidatura só. Ficou no cargo durante dois anos, renunciando em 1930. Os relatórios da prefeitura que escreveu nesse período chamaram a atenção de Augusto Frederico Schmidt, editor carioca, que o animou a publicar “Caetés” (1933).

Entre 1930 e 1936. viveu em Maceió, trabalhando como director da Imprensa Oficial, professor e director da Instrução Pública do estado.

Em 1934, havia publicado “São Bernardo” e, quando se preparava para publicar o próximo livro, foi preso após a Intentona Comunista de 1935. Foi levado para o Rio de Janeiro e ficou preso durante onze meses, sendo liberado sem ter sido acusado de nada ou julgado. Em “Memórias do Cárcere”, lê-se a seguinte passagem, em que Graciliano Ramos, preso em 1936, recorda a prisão que sofrera seis anos antes: «Chegamos ao quartel do 20º Batalhão. Estivera ali em 1930, envolvera-me estupidamente numa conspiração besta com um coronel, um major e um comandante da polícia e, vinte e quatro horas depois, achava-me preso e só. Pensando nessas coisas, desci do automóvel, atravessei o pátio que, em 1930, via cheio de entusiastas enfeitados com braçadeiras vermelhas. (...). Se todos os sujeitos perseguidos fizessem como eu, não teria havido uma só revolução no mundo. As minhas armas, fracas e de papel, só podiam ser manejadas no isolamento».

Com ajuda de amigos, entre os quais José Lins do Rego, consegue publicar “Angústia” (1936), considerada por muitos críticos como a sua melhor obra. Com a sua representação da angústia existencial, pode ser considerado um precursor do existencialismo (uma interferência directa do Existencialismo).

Em 1938, publicou “Vidas Secas”. Em seguida, estabeleceu-se no Rio de Janeiro, como inspector federal de ensino.

Em 1945, ingressou no Partido Comunista Brasileiro de orientação soviética e sob o comando de Luís Carlos Prestes; nos anos seguintes, realizaria algumas viagens a países europeus com a segunda esposa, Heloísa Medeiros Ramos, retratadas no livro “Viagem” (1954). Ainda em 1945, publicou “Infância”, relato autobiográfico.

Adoeceu gravemente em 1952. No começo de 1953, foi internado, mas acabou por falecer em Março daquele ano, aos 60 anos, vítima de cancro do pulmão.

Após a sua morte, a editora José Olympio passou longos tempos sem reeditar as obras do autor, mesmo havendo procura por parte do público. Isso motivou a família a vender os direitos de publicação à editora Martins, que, na década de 1960, lançou a sua obra completa. Além dos livros já publicados pela José Olympio, foram acrescentados os volumes “Alexandre e outros heróis”, que compilava três livros que Graciliano Ramos escreveu destinados ao público infanto-juvenil: “A terra dos meninos pelados” (1939); “Histórias de Alexandre” (1944) e “Pequena História da República”, sendo este até então inédito; “Linhas tortas”, que compilava vários textos publicados em jornal; e “Viventes das Alagoas”, que compilava crónicas publicadas na revista de propaganda varguista Cultura Política”. As suas cartas só seriam publicadas na década de 1980.

quarta-feira, 26 de outubro de 2022

26 DE OUTUBRO - JOSÉ MALHOA

EFEMÉRIDE - José Vital Branco Malhoa, pintor, desenhista e professor português, morreu em Figueiró dos Vinhos no dia 26 de Outubro de 1933. Nascera nas Caldas da Rainha em 28 de Abril de 1855.

Nascido na região centro de Portugal, com apenas 12 anos entrou para a escola da Real Academia de Belas-Artes de Lisboa. Em todos os anos, ganhou o 1º prémio, devido às suas enormes faculdades e qualidades artísticas.

Realizou várias exposições, tanto em Portugal como no estrangeiro, designadamente em Madrid, Paris e Rio de Janeiro. Foi pioneiro do Naturalismo em Portugal, tendo integrado o Grupo do Leão. Destacou-se também por ser um dos pintores portugueses que mais se aproximou da corrente artística Impressionista.

Foi o primeiro presidente da Sociedade Nacional de Belas Artes e foi feito grande-oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada.

De 1921 até à sua morte foi mestre da reconhecida pintora Maria de Lourdes de Mello e Castro, que foi a sua última discípula.

Em 1933, ano da sua morte, foi criado o Museu de José Malhoa, nas Caldas da Rainha. Teve colaboração artística na revista “Atlântida” (1915/1920). O seu conhecido “Casulo”, em Figueiró dos Vinhos, está restaurado e disponível para visita.

Foi sepultado no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.

O quadro a óleo “Na horta” foi vendido em 31 de Maio de 2016, por 40 mil euros, num leilão de artes e antiguidades realizado em Lisboa. “O Fado” (1910) é uma das suas obras mais conhecidas.

terça-feira, 25 de outubro de 2022

25 DE OUTUBRO - RUSTY SCHWEICKART

EFEMÉRIDE - Russell Louis Rusty Schweickart, ex-astronauta norte-americano, nasceu em Neptune Township no dia 25 de Outubro de 1935. Formado em Aeronáutica e Astronáutica pelo Instituto de Tecnologia de Massachussets e integrante da equipada NASA nas décadas de 1960 e 1970.

Rusty Schweickart tornou-se astronauta em 1963 e foi ao espaço a bordo da Apollo 9, em Março de 1969, como piloto do Módulo Lunar, na primeira missão Apollo que testou o módulo em órbita da Terra.

Nesta ocasião, o ML foi desacoplado da nave Apollo e, pilotado por Rusty, fez vários testes de manobra, acoplagem e desacoplarem, em preparação para o seu usado no futuro nas alunagens feitas a partir da Apollo 11. Schweickart também realizo um passeio fora da nave, testando o sistema portátil de sobrevivência - macacão pressurizado e mochila de oxigénio - que seria usado pelos astronautas na superfície da Lua.

Durante a missão, Rusty foi atacado pela chamada “doença do espaço” desde o primeiro dia em órbita, o que forçou o adiamento da sua EVA (actividade extra-veicular); com a melhoria nos últimos dias, ele pôde finalmente testar o sistema de sobrevivência no vácuo, de pé no Módulo Lunar despressurizado e aberto, fazendo uma tocante descrição para Houston das imagens do planeta que via abaixo de si.

Após este voo, ele dedicou o seu tempo ao estudo das doenças do espaço, numa tentativa de entender o que lhe havia acometido e prevenir do mesmo mal os futuros astronautas. O tempo que passou dedicado a estas pesquisas, fez com que perdesse a chance de participar nas missões Apollo seguintes que pousaram na Lua. Em vez disso, ele apenas actuou como comandante reserva da primeira missão Skylab, acontecida em 1973, após o encerramento do Programa Apollo.

Depois da sua saída da NASA, Russell dedicou-se a uma fundação especializada no estudo e prevenção de impactos de asteróides na Terra, a Fundação B612.

Em 2005, em audiência perante o Congresso dos Estados Unidos, Schweickart pediu aos parlamentares que fosse dada alta prioridade à liberação de recursos destinados à criação de uma missão com uma sonda não-tripulada, capaz de colocar um transmissor de rádio no asteróide 99942 Apophis, para monitorar de perto e com constância os ângulos da sua órbita, já que cálculos feitos por astrónomos de diversas partes do mundo apontam para a possibilidade de 1/6000 de que este corpo celeste choque com a Terra durante o século XXI.

segunda-feira, 24 de outubro de 2022

24 DE OUTUBRO - RAMALHO ORTIGÃO

EFEMÉRIDE - José Duarte Ramalho Ortigão, escritor português, nasceu no Porto em 24 de Outubro de 1836. Morreu em Lisboa no dia 27 de Setembro de 1915.

José Duarte Ramalho Ortigão era o mais velho de nove irmãos, filhos do primeiro-tenente de artilharia Joaquim da Costa Ramalho Ortigão e de sua mulher Antónia Alves Duarte Silva.

Viveu a infância numa quinta no Porto com a avó materna, com a educação a cargo de um tio-avô e padrinho, Frei José do Sacramento. Na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, frequentou brevemente o curso de Direito. Ensinou Francês e dirigiu o Colégio da Lapa no Porto, do qual seu pai havia sido director.

Iniciou-se no jornalismo colaborando no “Jornal do Porto” e no jornal de cariz monárquico “O Correio: Semanário Monárquico” (1912/1913). Também foi colaborador em diversas publicações periódicas, em alguns casos postumamente, entre as quais se destaca: “Acção realista” (1924/1926); “O António Maria” (1879/1885 e 1891/1898); “Branco e Negro” (1896/1898); “Brasil-Portugal” (1899/1914); “Contemporânea” (1915/1926); “A Esperança” (1865/1866); “Galeria republicana” (1882/1883); “Gazeta Literária do Porto” (1868), “Ideia Nacional” (1915), “Lisboa creche: jornal miniatura” (1884); “A Imprensa” (1885/1891); “O Occidente” (1878/1909); “Renascença” (1878-1879); “Revista de Estudos Livres” (1883/1886); “A semana de Lisboa” (1893/1895); “A Arte Portuguesa” (1895); “Tiro e Sport” (1904/1913); “Serões” (1901/1911); “O Thalassa: semanário humorístico e de caricaturas” (1913/1915); e, também a título póstumo, no periódico “O Azeitonense” (1919/1920).

Em 24 de Outubro de 1859, casou na igreja paroquial da freguesia de Paranhos com Emília Isaura Vilaça d’Araújo Veiga, de quem veio a ter três filhos: Vasco, Berta e Maria Feliciana.

Ainda no Porto, envolveu-se na Questão Coimbrã com o folheto “Literatura de hoje”, acabando por enfrentar Antero de Quental num duelo de espadas, a quem apodou de cobarde por ter insultado o cego e velhinho António Feliciano de Castilho. Ramalho ficou fisicamente ferido no duelo travado em 6 de Fevereiro de 1866, no Jardim de Arca d’Água.

No ano seguinte, em 1867, visitou a Exposição Universal em Paris, de que resultou o livro “Em Paris”, primeiro de uma série de livros de viagens. Insatisfeito com a sua situação no Porto, mudou-se para Lisboa com a família, obtendo uma vaga para oficial da Academia das Ciências de Lisboa.

Reencontrou em Lisboa o seu ex-aluno Eça de Queirós e com ele escreveu um «romance execrável» (classificação dos autores no prefácio de 1884): “O Mistério da Estrada de Sintra” (1870), que marcou o aparecimento do romance policial em Portugal. No mesmo ano, Ramalho Ortigão publicou ainda “Histórias cor-de-rosa” e iniciou a publicação de “Correio de Hoje” (1870/1871). Em parceria com Eça de Queiroz, surgiram em 1871 os primeiros folhetos de “As Farpas”, do que veio a resultar a compilação em dois volumes sob o título “Uma Campanha Alegre”. Em finais de 1872, o seu amigo Eça de Queiroz partiu para Havana a fim de exercer o seu primeiro cargo consular no estrangeiro, continuando Ramalho Ortigão a redigir sozinho “As Farpas”.

Entretanto, Ramalho Ortigão tornara-se uma das principais figuras da chamada Geração de 70. Aconteceu-lhe o que ocorreu a quase todos os membros dessa geração. Numa primeira fase, pretendiam aproximar Portugal das sociedades modernas europeias, cosmopolitas e anticlericais. Desiludidos com as luzes europeias do progresso material, porém, voltaram-se, numa segunda fase, para as raízes de Portugal e para o programa de um «reaportuguesamento de Portugal». Foi dessa segunda fase que resultou a constituição do grupo Os Vencidos da Vida, do qual fizeram parte, além de Ramalho Ortigão, o Conde de Sabugosa, o Conde de Ficalho, o Marquês de Soveral, o Conde de Arnoso, Antero de Quental, Oliveira Martins, Guerra Junqueiro, Carlos Lobo de Ávila, Carlos de Lima Mayer e António Cândido. À intelectualidade proeminente da época juntava-se então a nobreza, num último esforço para restaurar o prestígio da Monarquia, tendo o rei D. Carlos I, significativamente, sido eleito por unanimidade «confrade suplente do grupo».

Na sequência do regicídio, em 1908, escreveu “Rei D. Carlos: o martirizado”. Com a implantação da República, em 1910, pediu imediatamente a Teófilo Braga a demissão do cargo de bibliotecário da Real Biblioteca da Ajuda, escrevendo-lhe que se recusava a aderir à República «engrossando assim o abjecto número de percevejos que de um buraco estou vendo nojosamente cobrir o leito da governação». Saiu em seguida para um exílio voluntário em Paris, onde começou a escrever as “Últimas Farpas” (1911/1914) contra o regime republicano. O conjunto de “As Farpas”, mais tarde reunidas em 15 volumes, a que há que acrescentar os dois volumes das “Farpas Esquecidas”, e o referido volume das “Últimas Farpas”, foi a obra que mais o notabilizou, escrita num português muito rico, com intuitos pedagógicos, sempre muito crítico e revelando fina capacidade de observação. Eça de Queiroz escreveu que Ramalho Ortigão, em “As Farpas”, «estudou e pintou o seu país na alma e no corpo».

Regressou a Portugal em 1912 e, em 1914, dirigiu a célebre “Carta de um velho a um novo”, a João do Amaral, onde saudou o lançamento do movimento de ideias políticas denominado Integralismo Lusitano: «A orientação mental da mocidade contemporânea comparada à orientação dos rapazes do meu tempo estabelece entre as nossas respectivas cerebrações uma diferença de nível que desloca o eixo do respeito na sociedade em que vivemos obrigando a elite dos velhos a inclinar-se rendidamente à elite dos novos».

Vítima de cancro, recolheu-se na casa de saúde do dr. Henrique de Barros, na então Praça do Rio de Janeiro, em Lisboa, falecendo em 1915, na sua casa da Calçada dos Caetanos, na freguesia da Lapa.

Foi comendador da Ordem de Cristo e comendador da Imperial Ordem da Rosa do Brasil. Além de bibliotecário na Real Biblioteca da Ajuda, foi secretário e oficial da Academia Nacional de Ciências, vogal do Conselho dos Monumentos Nacionais, membro da Sociedade de Geografia de Lisboa, da Academia das Belas Artes de Lisboa, do Grémio Literário, do Real Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro e da Sociedade de Concertos Clássicos do Rio de Janeiro. Em Espanha, foi-lhe atribuído o grau de Excelentíssimo Senhor Grã-Cruz da Real Ordem de Isabel a Católica e foi membro da Academia de História de Madrid, da Sociedade Geográfica Real de Espanha, da Real Academia de Bellas Artes de San Fernando, da Unión Iberoamericana e da Real Academia Sevillana de Buenas Letras.

Foram emitidas duas notas de 50$00 (escudos) de Portugal, com a sua imagem.

domingo, 23 de outubro de 2022

23 DE OUTUBRO - ANA LEITE

EFEMÉRIDE - Ana Cristina Oliveira Leite, futebolista portuguesa que actua como avançada, nasceu em Bocholt, na Alemanha, em 23 de Outubro de 1991.

Começou a jogar na Alemanha, actuando pelo FCR Disburgo, entre 2007 e 2010.

Em 2010, foi transferida para o SG Essen-Schönebeck e, em 2014, estreou-se pela equipa principal do Bayer 04 Leverkusen, sediado na cidade de Leverkusen na Alemanha.

Teve a sua primeira internacionalização em 2010 e continua a jogar pela Selecção Portuguesa de Futebol Feminino desde então.

Em 4 de Julho de 2017, Ana Leite foi contratada pelo Sporting CP.

sábado, 22 de outubro de 2022

22 DE OUTUBRO - DORIS LESSING

EFEMÉRIDE - Doris Lessing, escritora britânica, nasceu em Quermanxá no dia 22 de Outubro de 1919. Morreu em Londres, em 17 de Novembro de 2013.

Autora de obra prolífica, que inclui trabalhos como as novelas “The Grass is Singing” e “The Golden Notebook”, a sua obra cobre um vasto leque estilístico, indo da autobiografia à ficção científica, com claras influências do modernismo. Foi galardoada com o Nobel de Literatura de 2007, tendo a Academia Sueca apontado, como razão determinante, a existência na sua obra de características que fazem dela «a contadora épica da experiência feminina, que com cepticismo, ardor e uma força visionária escrutinou uma civilização dividida». Doris Lessing é a 11ª mulher a ganhar este galardão nos seus 89 anos de história e a pessoa mais idosa que o recebeu.

Doris Lessing foi oficialmente baptizada como Doris May Tayler, em Quermanxá, no Curdistão iraniano, onde viveu até aos seis anos de idade. Filha do capitão Alfred Tayler e de sua mulher Emily Maude Tayler (nascida McVeagh), ambos cidadãos britânicos nascidos na Inglaterra. O seu pai tinha perdido uma perna durante a sua participação na Grande Guerra, e fora durante a sua convalescença da amputação que conhecera a sua futura esposa, então enfermeira no Royal Free Hospital de Londres. Após a Guerra, Alfred Tayler, que antes fora bancário, aceitou um emprego no Imperial Bank of Persia, que era um banco britânico que operou como banco estatal e banco central do Irã, entre 1889 e 1929, por concessão do governo iraniano ao banqueiro Paul Julius Reuter.

Assim, a família Tayler mudou-se para Quermanxá, Irã (geralmente chamado Pérsia, no Ocidente, até 1930), onde Doris Lessing nasceu em 1919.

Em 1925, quando a comissão de serviço terminou, a família mudou-se para a colónia britânica da Rodésia do Sul (hoje o Zimbabwe), onde havia adquirido cerca de mil acres (cerca de 405 ha) de matagal e o pai se pretendia fixar como agricultor, cultivando ali milho e tabaco.

Apesar da rudeza do ambiente que a rodeava, a mãe de Lessing pretendia levar na nova fazenda uma vida eduardiana, o que talvez pudesse ter sido possível se a exploração prosperasse, o que não aconteceu, já que a fazenda, apesar do investimento e do esforço, não conseguiu atingir as expectativas criadas.

Doris foi educada na Escola Secundária do Convento Dominicano de Salisbúria (actual Harare), uma escola confessional só para raparigas operada pelas irmãs dominicanas. Nunca tendo gostado do ambiente criado pelas freiras que administravam a escola e em conflito permanente com a sua mãe, Doris abandonou a escola aos 13 anos, sendo autodidacta em toda a sua formação posterior.

Com o agudizar do conflito com a mãe, abandonou a casa aos 15 anos de idade, passando a trabalhar como ajudante de ama, tomando conta das crianças de uma família. Por essa altura começou a ler materiais sobre política e sociologia que lhe eram emprestados pelos patrões. Por essa época, começou a escrever.

Em 1937, Doris mudou-se para Salisbúria para trabalhar como telefonista, casando em 1939 com Frank Charles Wisdom, com quem teve um filho e uma filha, antes do casamento se desfazer em 1943, quando o casal se separa ficando as crianças com o pai.

Após o seu divórcio, Doris é atraída para o Left Book Club, um círculo de leitores de inspiração comunista, tendo aí encontrado o seu segundo marido, o alemão Gottfried Lessing, que viria mais tarde a ser nomeado embaixador da República Democrática Alemã no Uganda, onde foi assassinado em 1979 durante a rebelião contra Idi Amin Dada. Casaram em 1945 e tiveram um filho (Peter Lessing) pouco antes do casamento ter acabado em novo divórcio no ano de 1949. Doris, que optou por manter o apelido germânico do segundo marido, partiu então para Londres na companhia do filho.

Pouco depois de se fixar em Londres com o filho, Doris Lessing publicou o seu primeiro romance, “The Grass Is Singing” (“A Canção da Relva”), saído a público ainda em 1949. O seu livro mais famoso, e que representaria o seu lançamento como escritora consagrada, foi “The Golden Notebook”, publicado em 1962.

Devido às campanhas públicas contra as armas nucleares e contra o regime de apartheid na África do Sul, Doris Lessing foi banida daquele país e da Rodésia durante muitos anos. Lessing foi uma crítica áspera do thatcherismo.

Para demonstrar as dificuldades enfrentadas por novos autores que queiram ver os seus livros editados, em 1984, tentou publicar duas novelas sob o pseudónimo de Jane Somers. As novelas foram rejeitadas pelo seu editor britânico, mas aceites por outro, Michael Joseph, e pela editora americana Alfred A. Knopf. A obra “The Diary of a Good Neighbour” foi publicada em 1983, e “If the Old Could” em 1984, tendo saído no Reino Unido e nos Estados Unidos da América ambas como escritas por Jane Somers. Em 1984, ambas as novelas foram republicadas (Viking Books), como um volume único, sob o título de “The Diaries of Jane Somers: The Diary of a Good Neighbor and If the Old Could”, indicando Doris Lessing como a autora.

Doris Lessing declinou ser feita dama, mas aceitou receber a ordem honorífica da Order of the Companions of Honour nos finais de 1999, pelo seu conspícuo serviço à nação. Foi também feita Companion of Literature pela Royal Society of Literature.

Em 11 de Outubro de 2007, Doris Lessing foi anunciada como agraciada do Nobel de Literatura. Com 87 anos de idade, ela é a pessoa mais idosa que recebeu aquele galardão e o terceiro laureado mais idoso em qualquer das categorias do Prémio. Doris Lessing é a 11ª mulher a receber o Nobel de Literatura nos seus 106 anos de história. Quando confrontada com a notícia de ser a galardoada de 2007, Doris Lessing disse aos repórteres que se tinham congregado frente à sua casa: «Ganhei todos os prémios existentes na Europa, todos sem excepção, por isso estou encantada por ganhá-los todos. É uma abada geral». O prémio vale £ 765 000 (cerca de € 900 000).

Doris Lessing faleceu na sua casa de Londres os 94 anos.

Para receber o Prémio Nobel da Literatura de 2007, a escritora escreveu um discurso e enviou-o à sua editora sueca, que o leu na cerimónia em Estocolmo.

Doris Lessing disse num programa de rádio da BBC em Maio de 2008 que o facto de ter recebido o prestigiado prémio em 2007 redundou num «maldito desastre». Isto porque a subsequente atenção dos media, com constantes pedidos de entrevistas e sessões de fotografia, lhe tirou toda a energia para escrever uma linha que fosse 

sexta-feira, 21 de outubro de 2022

21 DE OUTUBRO - BENJAMIN NETANYAHU

EFEMÉRIDE - Benjamin BibiNetanyahu, político israelita que foi primeiro-ministro de Israel de 1996 a 1999 e de 2009 a 2021, nasceu em   Telavive no dia A 21 de Outubro de 1949. Os seus quinze anos no poder fizeram dele o político que mais tempo esteve à frente do governo na história da nação. Netanyahu foi membro do Knesset (Parlamento Israelita) e líder do partido Likud. Foi o primeiro chefe de governo do país nascido em Israel após a declaração de independência.

Benjamin Netanyahu nasceu numa família de judeus seculares, filho de uma israelita e de um polaco. Ele inicialmente foi criado em Jerusalém, mas mudou-se para os Estados Unidos aos sete anos, morando lá de 1956 a 1958, e depois de 1963 a 1967, residindo em Cheltenham Township, nos subúrbios de Filadélfia, onde adquiriu fluência no inglês.

Netanyahu juntou-se às Forças de Defesa de Israel logo após a Guerra dos Seis Dias, em 1967, e tornou-se líder de grupo numa unidade de forças especiais da Sayeret Matkal. Ele participou em várias missões, como as Operações Inferno (1968), Gift (1968) e Isotope (1972), sendo ferido em acção no ombro. Netanyahu lutou na linha de frente nas Guerras de Desgaste e do Yom Kippur, tomando também parte em missões especiais no Canal de Suez e na Síria. Chegou à patente de capitão antes de ser dispensado. O seu irmão, Yonatan Netanyahu, também era militar e morreu em combate durante a chamada Operação Entebe. Benjamin Netanyahu voltou então para os Estados Unidos e foi estudar no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), conseguindo um Bachelor of Science (SB) e um Master of Science (SM) em 1976. Netanyahu foi logo contratado como consultor pelo Boston Consulting Group antes de votar para Israel em 1978.

Em 1978, filiou-se no partido conservador Likud e foi eleito para o Knesset. Netanyahu serviu como representante de Israel nas Nações Unidas, de 1984 a 1988. Durante a Conferência de Madrid de 1991, Netanyahu foi membro da delegação israelita, liderada pelo primeiro-ministro Yitzhak Shamir. Logo em seguida, foi apontado para trabalhar directamente no gabinete do chefe de Governo.

Em 1993, Netanyahu tornou-se líder do Likud e levou o seu partido à vitória nas eleições de 1996, tornando-se o mais jovem primeiro-ministro, de Junho de 1996 a Julho de 1999. Diferente de outros líderes israelitas, Netanyahu não buscou inicialmente consolidar a paz com os palestinos, mostrando aversão a algumas partes dos Acordos de Oslo, acreditando que deveriam ser os palestinos a fazer concessões a Israel se quisessem um acordo de paz duradouro. Atentados promovidos pelo Hamas em meados da década de 1990 só endureceram a suas visões e política externa. Tomou várias medidas que, segundo ele, aumentariam a segurança dos israelitas, como a construção de um túnel pelo Bairro Muçulmano de Jerusalém para que os judeus pudessem atravessar o «Muro Ocidental». Isso gerou protestos por parte dos palestinos, reprimidos com violência pela polícia israelita. Como primeiro-ministro, Netanyahu enfatizou a política das “três negativas”: nenhuma retirada das Colinas de Golã, nenhuma negociação sobre o status de Jerusalém, nenhuma negociação com pré-condições. Muitos criticaram esta postura inflexível por parte dele, como um empecilho para a paz. Internamente, adoptou políticas de liberalização económica e desregulamentação. Considerado intransigente, não negociava com os partidos de esquerda, mas com o tempo também foi perdendo a simpatia dos membros da direita moderada. Em 1997, surgiram as primeiras acusações de corrupção e troca de influência. Dois anos depois, a polícia israelita novamente tentou indiciar o primeiro-ministro por corrupção num caso separado, mas - nas duas ocasiões – a falta de provas impediu que o caso fosse adiante. Contudo, foi o suficiente para arranhar a imagem política de Netanyahu e, em 1999, perdeu a eleição para Ehud Barak, de uma coligação de centro-esquerda. Ele foi então trabalhar novamente no sector privado como consultor, durante dois anos na empresa de comunicação BATM.

Netanyahu voltou para a política em 2002 para servir no Ministério das Relações Exteriores (2002/2003) e no das Finanças (2003/2005) no governo de Ariel Sharon, mas ele deixou o seu cargo como protesto ao plano de retirada unilateral israelita da Faixa de Gaza. Quando ele serviu como ministro das Finanças, Netanyahu engajou em várias reformas económicas, que segundo vários analistas resultaram em melhorias na economia do país. Em Dezembro de 2005, reassumiu a liderança do Likud quando Sharon deixou o lugar para fundar o seu próprio partido, o Kadima. No final de 2006, tornou-se líder da oposição no Knesset. Após as eleições de 2009, o Likud terminou em 2º lugar, mas os partidos de direita saíram-se bem e Netanyahu formou um governo de coligação. Quatro anos depois, nas eleições de 2013, o seu partido torno-seu o mais votado e Netanyahu tornou-se o segundo político israelita a ser eleito para um terceiro mandato, atrás apenas de David Ben-Gurion (o fundador de Israel). Então, nas eleições de 2015, conquistou um quarto mandato.

Netanyahu foi eleito primeiro-ministro de Israel quatro vezes, empatando com Ben-Gurion na quantidade de mandatos. Ele também é o único primeiro-ministro israelita a ser eleito três vezes seguida e o segundo que actuou mais tempo no cargo, atrás de David Ben-Gurion. Em 2018, frente a uma crise política, convocou novas eleições para 2019. Caso vencesse, seria o primeiro-ministro com mais anos no cargo.

No seu segundo e terceiro mandato, Benjamin Netanyahu mostrou-se mais linha dura em questões de política externa, especialmente lidando com palestinos e com o Hezbollah. Para o processo de paz na região, mostrava dúvidas com a solução dos dois Estados, afirmando que um futuro Estado de Israel, ao lado de uma nação Palestina, não seria concebido nas fronteiras pré-1967. Ele também passou a apoiar a expansão das colónias israelitas na Cisjordânia. Isso gerou desentendimentos com o governo dos Estados Unidos, encabeçado pelo então presidente Barack Obama, afirmando que tais assentamentos eram um empecilho para a paz. As relações dos israelitas com os norte-americanos, que historicamente sempre foi forte, ficou um tanto atribulada durante a administração Obama, embora a Casa Branca mantivesse o apoio económico e militar a Israel de forma intocada. Para um possível acordo de paz, Netanyahu exigiu que os palestinos deixassem de reivindicar Jerusalém como a sua capital, afirmando ainda que um futuro país palestino seria desmilitarizado. Na prática, embora mantivesse o bloqueio à Faixa de Gaza (dominada pelo Hamas), contribuindo para o empobrecimento da região e agravamento da crise humanitária, ele abriu vários postos de controlo e acabou com algumas sanções contra a Cisjordânia, levando a uma melhoria da situação económica por lá, no começo da década de 2010. Travou duas guerras rápidas, mas sangrentas, com os palestinos em Gaza, nas operações Pilar Defensivo (2012) e Margem Protetora (2014). Netanyahu também aumentou a retórica agressiva contra o Irã e o seu programa nuclear, não aceitando qualquer negociação com os iranianos que não envolvesse o completo desmantelamento da sua infra-estrutura nuclear, ameaçando força militar contra o Irã, se necessário.

Internamente, a economia israelita continuou a melhorar, porém no começo da década de 2010, o custo de vida e o encolhimento da classe média gerou uma série de protestos anti governo pedindo melhorias no cenário socioeconómico. Uma vez reeleito em 2013, persistiu nas suas políticas de liberalização económica, mas também mirou a redução da pobreza e da desigualdade de renda. Ele reduziu a burocracia e as regulamentações, especialmente sobre a indústria. Também buscou reduzir a imigração e, acima de tudo, tomou acções para conter a imigração ilegal, especialmente de árabes e africanos. Em 2011, com a instabilidade económica, Netanyahu propôs cortes no orçamento, afirmando que a área de defesa seria atingida. Após protestos dos militares, ele preferiu cortar gastos sociais e aumentou o orçamento das forças armadas. Nas eleições de 2013 e 2015, adoptou uma postura nacionalista e mais conservadora, mantendo a sua linha dura mais voltada para a área de segurança nacional, porém afirmou ser favorável a direitos dos homossexuais.

Durante os quatro mandatos de Netanyahu como primeiro-ministro, as acusações de corrupção acompanharam-no. Numa das acções possivelmente mais consequentes, em 28 de Fevereiro de 2019, o procurador-geral israelita anunciou, após uma investigação de dois anos, que ele iria indiciar formalmente Netanyahu em acusações de suborno e fraude em três casos distintos, fazendo de Netanyahu o único primeiro-ministro de Israel a responder por um crime enquanto ainda estava no cargo. Benjamin Netanyahu negou todas as acusações. Em 2020 e 2021, manifestações e protestos contra o primeiro ministro ganharam força em Israel. Ainda assim, a sua popularidade manteve-se estável, o suficiente para o seu partido se manter como o mais votado, mas mesmo assim não conseguiu formar um governo. O governo de Netanyahu recebeu elogios pela sua reacção à pandemia COVID-19 em Israel, apostando no distanciamento social e quarentenas. Quando a vacina contra o coronavírus chegou, o seu governo foi rápido em trabalhar para distribuir o imunizante, atingindo a maior marca de vacinações per capita no mundo, num certo período.

Após as tensões em Jerusalém aumentarem em Maio de 2021, Hamas disparou foguetes contra Israel a partir de Gaza, o que fez com que Netanyahu autorizasse a Operação Guardião das Muralhas, que durou onze dias. Após o breve conflito com os palestinos, políticos israelitas e o líder da aliança Yamina, Naftali Bennett, anunciaram um acordo com o líder da oposição, Yair Lapid, para formar uma coligação e tirar Netanyahu do poder. Em 2 de Junho de 2021, Bennett assinou o acordo com Lapid. Duas semanas depois, em 13 de Junho, Netanyahu oficialmente deixou o cargo de primeiro-ministro, encerrando quatro mandatos consecutivos, totalizando doze anos seguidos. 

quinta-feira, 20 de outubro de 2022

20 DE OUTUBRO - JORGE CRLOS FONSECA

EFEMÉRIDE - Jorge Carlos de Almeida Fonseca, político, jurista e professor universitário cabo-verdiano, nasce no Mindelo em 20 de Outubro de 1950. Foi presidente da República de Cabo Verde entre 2011 e 2021, apoiado pelo Movimento para a Democracia (MpD) e reeleito nas eleições presidenciais de 2016, também apoiado pelo Movimento para a Democracia (MpD).

Realizou, com distinção, os seus estudos primários e secundários (no Liceu Domingos Ramos) no país de origem. É licenciado em Direito e Mestre em Ciências Jurídicas, pela Faculdade de Direito de Lisboa, tendo obtido a classificação de Muito Bom. Foi assistente graduado na Faculdade de Direito de Lisboa, durante vários anos, tendo leccionado designadamente as disciplinas de Processo Civil III (Recursos), Direito Penal e Direito Processual Penal.

Foi investigador na área do Direito Penal no Instituto Max-Planck, em Freiburg im Breisgau (Alemanha - 1986), professor de Direito e Processo Penal no Instituto de Medicina Legal de Lisboa e director residente e professor associado convidado, em Macau (1989/1990).

A sua vasta obra científica nas áreas do Direito Penal, Processual Penal e Constitucional - uma dúzia de livros e mais de cinquenta trabalhos doutrinários em revistas - está publicada em mais de uma dezena de países. Tem igualmente várias dezenas de escritos sobre política, cultura, democracia, direitos humanos e cidadania, em revistas da especialidade cabo-verdianas e estrangeiras.

Foi presidente e professor do Instituto Superior de Ciências Jurídicas e Sociais de Cabo Verde e presidente da Fundação «Direito e Justiça», sendo, também, um de seus principais fundadores.

Participou na elaboração da Constituição de Cabo Verde (1992) e, enquanto jurisconsulto e investigador, foi o autor de variados projectos de diplomas que marcam os contornos da nova ordem jurídica cabo-verdiana, designadamente dos Projectos dos novos Códigos Penal e de Processo Penal, da Lei de Execução das Sanções Criminais, do Projecto de Lei de Apoio às Vítimas de Crimes Violentos e da Lei das Infracções Fiscais Aduaneiras. Dirigiu e coordenou o «Estudo sobre o Estado da Justiça em Cabo Verde» (2001).

Participou, como perito contratado pelas Nações Unidas, nos trabalhos de elaboração da Constituição de Timor-Leste (2001 e 2002).

É fundador da revista “Direito e Cidadania” que se edita, em Cabo Verde, desde 1997. Figura como colaborador permanente da “Revista Portuguesa de Ciências Criminais” e como membro do Conselho Editorial da “Revista de Economia e Direito” (UAL- Portugal).

Militou pela independência de Cabo Verde, desde os dezassete anos de idade, nas estruturas clandestinas do PAIGC. Durante o regime de partido único e em ruptura com ele (1979), fundou os C.C.P.D - Círculos Cabo-verdianos para a Democracia (1980) e a Liga Cabo-verdiana dos Direitos Humanos (1982).

Foi director-geral da Emigração e Serviços Consulares do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde e o primeiro secretário-geral desse Ministério (1975/1979).

Esteve ligado à fundação do MpD e foi o primeiro ministro dos Negócios Estrangeiros da 2ª República (1991 e 1993), tendo, nessas funções, conseguido que o país fosse eleito para o Conselho de Segurança das Nações Unidas.

É também poeta, com dois livros publicados e colaboração dispersa em dezenas de publicações nacionais e estrangeiras.

Figura em várias antologias literárias publicadas em Cabo Verde, Portugal, Brasil e Cuba e em diversas obras colectivas e de estudos literários.

Ensaísta literário e cronista, foi conferencista sobre temas jurídicos, culturais, literários e políticos, em Cabo Verde, Guiné-Bissau, Portugal, Brasil, Espanha, Senegal, Estados Unidos da América, Macau, México, Turquia, Japão, Angola, Áustria e Hungria.

É Cidadão Honorário da Cidade Velha (Património Mundial) e Sócio Emérito do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais.

Em 23 de Novembro de 2017, foi agraciado com o Doutoramento Honoris Causa pela Faculdade de Direito de Lisboa, numa cerimónia que decorreu na Aula Magna.

Foi candidato a presidente da República nas eleições de 2001, concorrendo contra Pedro Pires. Foi novamente candidato nas eleições de 7 de Agosto de 2011, desta vez apoiado pelo MpD, vencendo-as na 1 volta (com 38% dos votos) e na 2ª disputada volta (com 54,16%) contra o candidato apoiado pelo Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), Manuel Inocêncio Sousa, tornando-se assim o 4º presidente da história de Cabo Verde independente e o segundo não pertencente ao PAICV.

Foi agraciado com três graus de ordens honoríficas portuguesas: Grande-Colar da Ordem do Infante D. Henrique (11 de Junho de 2012), Grande-Colar da Ordem da Liberdade (10 de Abril de 2017) e Grande-Colar da Ordem de Camões (8 de Novembro de 2021). Foi ainda agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa de Portugal, que lhe foi pessoalmente entregue por D. Duarte, duque de Bragança, em 12 de Novembro de 2012.

Em 9 de Julho de 2020, anunciou que tinha promulgado o diploma que institui a Zona Económica Especial de São Vicente (ZEEMSV), que tinha sido levado pelo Governo ao Parlamento em Fevereiro desse ano.

quarta-feira, 19 de outubro de 2022

19 DE OUTUBRIO - JOANA CUNHA

EFEMÉRIDE - Joana Filipa da Silva Cunha, desportista portuguesa que compete em taekwondo na categoria de -57 kg, nasceu em Vila Nova de Gaia no dia 19 de Outubro de 1994.

Foi campeã europeia sub-21 em 2014, no campeonato organizado em Innsbruck, na Áustria.  

Conquistou várias medalhas em opens internacionais, com a medalha de ouro no Open de Paris em 2014.

Destacou-se, também, conquistando a medalha de ouro nos Jogos da Lusofonia de 2014 e ainda ganhou a medalha de prata nas Universíadas de 2015 em Gwangju.

A nível nacional, domina a categoria sendo tricampeã sénior e também sub-21.

Destaque ainda para as medalhas de bronze no Open de Espanha; no Open de Israel; no Open da Ucrânia; no Open da Sérvia; e no Open da Croácia.

Em 2015, ganhou as medalhas de bronze no Open da Bósnia; no Open da Suíça; e a medalha de prata no Open da Moldávia. 

terça-feira, 18 de outubro de 2022

18 DE OUTUBRO - LEOPOLDO DE ALMEIDA

EFEMÉRIDE - Leopoldo Neves de Almeida, escultor e professor português, nasceu em Lisboa no dia 18 de Outubro de 1898. Morreu na mesma cidade em 28 de Abril de 1975. Pertence à segunda geração de artistas modernistas portugueses.

Ao longo de mais de meio século de intensa actividade, Leopoldo de Almeida tornou-se numa figura marcante da escultura portuguesa do século XX e, particularmente, uma das melhores expressões da estatuária oficial modernizante implementada pelo Estado Novo.

Foi autor de uma obra diversificada onde fundiu um «academismo de definição clássica» com traços renovadores modernizastes. Esculpiu e modelou retratos, figuras da história, esculturas de temática religiosa, etc., tendo realizado importantes encomendas para espaços públicos de onde podem destacar-se ainda as estátuas de Castilho e Oliveira Martins, Avenida da Liberdade, Lisboa; Ramalho Ortigão, Porto; Justiça, Palácio da Justiça do Porto; D. Afonso Henriques e D. João I, Câmara Municipal de Lisboa; estátua equestre de D. Nuno Álvares Pereira, 1961 (colocada na Batalha em 1968); estátua equestre de D. João I, 1970, Praça da Figueira, Lisboa; Guerra Junqueiro, 1970, Porto; etc..

Filho de Eduardo Neves de Almeida e de Joana Tristão Neves, Leopoldo de Almeida frequentou a Escola Oficina nº 1, onde teve iniciação nas áreas do desenho e da escultura.

Em 1913, matricula-se no Curso Geral de Desenho da Escola de Belas-Artes de Lisboa e, três anos mais tarde, no Curso Especial de Escultura dessa mesma instituição, que termina em 1920. Na Escola de Belas-Artes foi colega de António da Costa, Álvaro de Brée, Jorge Barradas, António Soares, Porfírio Pardal Monteiro, Carlos Ramos, etc.. Entre os seus professores podem destacar-se: Simões de Almeida (sobrinho); Luciano Freire (seu grande amigo); e Columbano Bordalo Pinheiro.

Em 1924, participa pela primeira vez em concursos públicos (concurso para o Monumento aos Mortos da Grande Guerra, em parceria com o arquitecto Luís Cristino da Silva, onde obtém o 3º prémio). No ano seguinte, participa na decoração do Bristol Clube, remodelado por Carlos Ramos. Expõe no II Salão de Outono da SNBA de 1926. Nesse mesmo ano faz uma permanência de 4 meses em Paris; frequenta a Grande Chaumière, onde terá contactado o escultor Émile-Antoine Bourdelle. Ainda em 1926, parte para Roma, permanecendo em Itália até 1929.

Em Itália, executa Melancolia do Ancestral (habitualmente denominada Fauno, ou Sátiro), que envia para Portugal e que revela fidelidade à sua formação artística de matriz oitocentista. No ano seguinte, realiza no Pensionato Artístico de Santo António dos Portugueses, Roma, a sua primeira e única exposição individual. Visita Florença e Veneza. Regressa a Portugal em 1929 e apresenta diversas obras na Exposição da Sociedade Nacional de Belas Artes, entre as quais O Fauno, que lhe vale a atribuição da Medalha de 1ª classe em Escultura.

A primeira obra pública em que vai colaborar depois do regresso de Itália é na construção do Monumento ao Marquês de Pombal, Lisboa. A sua filha Helena Almeida explica: «O meu pai volta de Itália e tem a família toda a seu cargo: mãe, irmãs. O pai dele tinha morrido e não teve outra hipótese senão começar a trabalhar no que houvesse. Começou por ajudar o escultor Francisco dos Santos, que fez o Marquês de Pombal, e entrou no circuito da estatuária e das encomendas». Com a morte de Francisco dos Santos em 1930, serão Simões de Almeida e Leopoldo de Almeida a terminar o monumento (inaugurado em 1934). Nesse mesmo ano, participa no I Salão dos Independentes, ao lado dos artistas portugueses mais avançados da época.

Em 1932, lecciona Desenho na Sociedade Nacional de Belas Artes, dando início à actividade docente. Dois anos mais tarde e após vencer o concurso oficial, entra em funções como professor de Desenho da Escola de Belas-Artes de Lisboa, que irá acumular, já na década de 1950, com o ensino da Escultura, cessando as suas funções em Abril de 1963.

Em 1934, realiza baixos-relevos para a fachada do Cineteatro Éden (projecto de remodelação de Cassiano Branco), de inspiração bourdelliana. Em associação com Pardal Monteiro, vence o concurso para o Monumento António José de Almeida, Lisboa, que seria inaugurado em 1937 e que, segundo José Augusto França, «teve importância na estatuária da época e cuja figura tutelar da República, modernizante, merece atenção especial». Realiza peças para a Igreja de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, também de Pardal Monteiro, inaugurada em 1938: a Virgem e os pastorinhos de Fátima; Ressurreição de São Lázaro; e São João Baptista.

Leopoldo de Almeida irá adaptar-se com naturalidade ao contexto político e cultural nacional e ao seu programa específico para a escultura, «baseado na adequação das formas a uma linguagem modernizante e na concretização de programas monumentais comemorativos. A época em que mais produz coincide com o tempo das grandes encomendas públicas fomentadas pelo Estado Novo e pela política do espírito de António Ferro, sendo o escultor que mais encomendas públicas executou naquele período. Leopoldo de Almeida entende o programa ideológico e estético do regime, no qual se integra o seu gosto naturalista tradicional, que alia a subtis evocações modernistas». É dentro destes parâmetros que concebe as estátuas do Marechal Carmona (apresentada na Feira Mundial de Nova Iorque de 1939/1940), de Oliveira Salazar (Santa Comba Dão, 1939) ou o baixo-relevo Prisão de Gungunhana, para o Monumento a Mouzinho de Albuquerque (Lourenço Marques, actual Maputo, 1940).

A década de 1940 será marcante na obra do escultor. Em 1940 é-lhe atribuída a Medalha de Honra da SNBA e o Prémio Soares dos Reis do SPN. Nesse mesmo ano, participa na Exposição do Mundo Português com trabalhos de grande vulto caracterizados por um «academismo modernizado praticado com segurança: Soberania e Padrão dos Descobrimentos. Soberania surge-nos sob a forma de uma figura imponente, coração do complexo arquitectural em que se insere. Concebido de parceria com Cottinelli Telmo, o Padrão dos Descobrimentos poderá ser visto como a síntese final do espírito da exposição e da sua arquitectura necessária e possível; nele, o escultor integra dezenas de figuras de navegadores e conquistadores subindo, sempre sob a influência formal de Nuno Gonçalves, em duas rampas convergentes na direcção do Infante D. Henrique, hirto como à proa de uma nave».

A partir de 1954, fez doações significativas de obras de sua autoria ao Museu José Malhoa, Caldas da Rainha. São trabalhos de fases diferentes e importância díspar, mas que permitem conhecer quem foi o escultor Leopoldo de Almeida e que outras obras realizou, para além das que povoam praças e jardins. Está representado em inúmeras colecções, públicas e privadas, entre as quais: Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; Museu do Chiado, Lisboa; Museu de José Malhoa, Caldas da Rainha; Museu da Cidade de Lisboa, etc..

Em 1929, pelo grupo estrutural Homenagem póstuma, Leopoldo Neves de Almeida recebeu o Prémio Rocha Cabral, atribuído pelo Conselho de Arte e Arqueologia da Academia Nacional de Belas Artes de Lisboa, juntamente com Fernando dos Santos e Domingos Rebelo.

Além das Medalhas da SNBA e do Prémio Soares dos Reis, Leopoldo de Almeida recebeu a Medalha de Benemerência da Cruz Vermelha Portuguesa (1973).

Leopoldo de Almeida foi feito comendador da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada em 1941 (4 de Março), tendo sido elevado a grande-oficial desta Ordem em 12 de Março de 1970. Entre estas duas datas foi feito oficial da Ordem da Instrução Pública em 1956 (10 de Abril), sendo elevado ao grau de comendador desta Ordem em 5 de Setembro de 1957.

segunda-feira, 17 de outubro de 2022

17 DE OUTUBRO - ELISA FERREIRA

EFEMÉRIDE - Elisa Maria da Costa Guimarães Ferreira, economista e política portuguesa, nasceu no Porto em 17 de Outubro de 1955. Militante do Partido Socialista, foi ministra do Ambiente e ministra do Planeamento nos dois governos liderados por António Guterres, deputada à Assembleia da República e deputada em três legislaturas do Parlamento Europeu.

Foi a escolha do primeiro-ministro português, António Costa, e da presidente indigitada da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para representar Portugal no futuro colégio de comissários, com a pasta da Coesão e Reformas. Deverá, assim, constar na lista de comissários proposta pelo Conselho ao Parlamento Europeu e por este aprovada.

Elisa Ferreira licenciou-se em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto em 1977. Completou a formação académica na Universidade de Reading, no Reino Unido, onde fez o mestrado e o doutoramento na mesma área, em 1981 e 1985, respectivamente.

Ao longo da sua carreira profissional, exerceu diversos cargos: professora auxiliar da Faculdade de Economia da Universidade do Porto; vice-presidente da Associação Industrial Portuense (AIP), entre 1992 e 1994; vice-presidente da Comissão de Coordenação da Região Norte, entre 1989 e 1992; presidente da Comissão Executiva da Operação Integrada de Desenvolvimento (OID) do Vale do Ave (entre 1990 e 1992); coordenadora da equipa técnica autora dos Estudos Preparatórios da OID do Vale do Ave; subdirectora do Programa de Investigação sobre Gestão de Recursos Hídricos financiado pela NATO; subdirectora do Projecto de Gestão Integrada dos Recursos Hídricos do Norte (entre 1986 e 1987); representante do Ministério do Plano e Administração do Território na Comissão de Gestão Integrada da Bacia Hidrográfica do Ave - CGIBHA, entre 1985 e 1989; colaboradora não permanente da Universidade Católica, no Porto e em Lisboa (desde 1986); vogal do Conselho de Administração do Instituto Nacional de Estatística (de 1989 a 1992); membro do Conselho de Administração do Banco de Portugal (de 2016 a 2019); e comissária de Portugal na União Europeia, com a pasta da Coesão e Reformas.

Da sua actividade política, destaca-se: ministra do Ambiente do XIII Governo Constitucional (de 1995 a 1999); ministra do Planeamento do XIV Governo Constitucional (de 1999 a 2002); deputada à Assembleia da República pelo Partido Socialista (de 2002 a 2004); deputada ao Parlamento Europeu pelo PS (de 2004 a 2016); candidata pelo PS à presidência da Câmara Municipal do Porto (2009).

Foi agraciada com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo de Portugal (9 de Junho de 2005).

domingo, 16 de outubro de 2022

16 DE OUTUBRO - JULES RIMET

EFEMÉRIDE - Jules Rimet, 3º presidente da Federação Francesa de Futebol (FFF), de 1919 a 1945, e 3º presidente da FIFA, de 1921 a 1954, morreu em Suresnes no dia 16 de Outubro de 1956. Nascera em Theuley-les-Lavoncourt, em 14 de Outubro de 1873.  

Em 5 de Maio de 1928, foi feito cavaleiro da Ordem Militar de Cristo de Portugal.

Sob a iniciativa de Rimet, foi realizado o primeiro Mundial de Futebol em 1930 e, como forma de homenagem pelo seu papel no campeonato, o troféu recebeu o seu nome a partir de 1946: Taça Jules Rimet.

Inspirado pelo sucesso do torneio olímpico de futebol, foi a força motriz por trás do início do Mundial de Futebol, em 1930. O seu objectivo era único e primordial: fazer a aproximação das nações através do desporto. A Primeira Guerra Mundial apenas reforçou a sua determinação.

Supervisionou os cinco primeiros torneios mundiais, entregando pela última vez o troféu ao capitão Fritz Walter, da Selecção da Alemanha Ocidental, em Junho de 1954.

No mesmo mês, com 80 anos de idade, terminou o seu duradouro e brilhante mandato, durante o qual aumentou a soma dos países membros da FIFA de 20 para 85.

Em 21 de Junho de 1954, Rimet foi nomeado presidente honorário da FIFA.

sábado, 15 de outubro de 2022

15 DE OUTUBRO - RODRIGO LEÃO

EFEMÉRIDE - Rodrigo Costa Leão Muñoz Miguez, músico e compositor português, nasceu em Lisboa no dia 15 de Outubro de 1964. Tornou-se conhecido nas bandas Sétima Legião e Madredeus.

Filho dum engenheiro civil e de sua mulher uma doméstica, Rodrigo era o mais velho de quatro irmãos, com diferenças de dois a três anos. Morou no Bairro das Estacas, em Lisboa. Até à 3ª classe, andou no Colégio Moderno, mas fez o 4º ano na escola oficial, no Bairro de São Miguel e a preparatória na escola Eugénio dos Santos.

Foi co-fundador dos Sétima Legião em 1982 e, em 1985, em conjunto com Pedro Ayres Magalhães e Gabriel Gomes criou, dos Madredeus.

É autor da banda sonora de um filme de Manuel Mozos. Lança o seu primeiro álbum a solo em 1993 e são suspensas as actividades do grupo Sétima Legião. Em 1994, abandonou os Madredeus. A solo, lançou as obras “Mysterium” (1995, EP) e o álbum “Theatrum” (1996).

Começou a explorar a combinação das suas composições clássicas-modernas com formas de canção e instrumentação mais tradicionais, com a presença de cantores como Lula Pena ou Adriana Calcanhotto no CD “Alma Mater” e correspondente digressão.

Entre os seus convidados constam ainda Sónia Tavares e Nuno Gonçalves dos The Gift, e Rui Reininho dos GNR, que participou na gravação do seu álbum ao vivo intitulado “Pasión”.

O disco “Alma Mater” e o próprio músico receberam dois importantes títulos de reconhecimento público, o de Disco do Ano (Prémios DN+) e o de Artista do Ano (Prémios Blitz).

Em 2004, editou o CD “Cinema”, considerado pelo editor da revista americana “Billboard” um dos melhores discos editados nesse ano. Neste trabalho, participaram convidados como Rosa Passos, Beth Gibbons e Ryuichi Sakamoto, entre outros.

Em 2006, foi lançado um olhar retrospectivo sobre a sua carreira, com o disco “O Mundo” (1993/2006), acrescentando seis canções inéditas.

Em 2007, compôs a banda sonora original da série documental “Portugal, Um Retrato Social”, dirigida por António Barreto para a RTP. Baseada nos 18 temas do disco, surge a digressão nacional “Os Portugueses”.

Dividiu com Sérgio Godinho a responsabilidade da banda sonora da série de televisão “Equador”, que contém temas originais e temas pertencentes a trabalhos anteriores (“Alma Mater”, “O Mundo” (1993/2006), “Portugal, Um Retrato Social”) ou a sair nesse ano (“A Mãe”).

Em 2009, foi lançado o disco “A Mãe” (2009) em conjunto com o Cinema Ensemble”, criado entretanto.

Em 2010, dirigiu um concerto no Museu do Oriente. É lançada uma nova edição de Ave Mundi Luminar”, contendo o EP extra “In Memoriam”.

Em 2011, foi editado o álbum “A Montanha Mágica”.

Em 2012, foi lançado “Songs (2004/2012)”, o álbum-compilação que congrega as músicas que compôs em inglês.

A carreira de Rodrigo Leão é singular e riquíssima, estando ligada a alguns dos mais importantes momentos da cena musical portuguesa pós-1980. Rodrigo vê-a quase como um filme ou um livro com diversos capítulos, mas sempre com ligação entre eles. Explica-nos que os seus modos nunca se chegaram a alterar e que há coisas que tendem a não mudar: «mesmo no princípio da Sétima Legião fazia coisas que ainda hoje repito», explica, para reforçar a ideia de uma continuidade que a sua música transporta.

A Sétima Legião foi uma lufada de ar fresco e de modernidade na cena musical portuguesa quando surgiu em 1982 pela mão de Rodrigo, Pedro Oliveira e Nuno Cruz. «A Sétima Legião traduzia as influências não só de Manchester, mas também da Galiza, por exemplo, e nisso talvez tenhamos sido diferentes», afirma, retrospectivamente o compositor. A estreia do grupo aconteceu com o single “Glória”, clássico maior da nossa música que continha letra de Miguel Esteves Cardoso. Em 1984, aconteceu a estreia em formato grande, com o álbum “A Um Deus Desconhecido”, na editora Fundação Atlântica de Miguel Esteves Cardoso e Pedro Ayres Magalhães, então dos Heróis do Mar. «O meu álbum favorito da Sétima Legião? Talvez o “A Um Deus Desconhecido”», esclarece Rodrigo: «Foi feito com o António Pinheiro da Silva, engenheiro de som que eu respeito muito e é um álbum que já tinha ali um lado cinematográfico expresso nos instrumentais», refere o compositor, reforçando, uma vez mais, a ideia de que tudo na sua carreira está interligado. Rodrigo editou ainda os álbuns “Mar D’Outubro” (87), “De Um Tempo Ausente” (89), “O Fogo” (92), “Auto de Fé” (94) e “Sexto Sentido” (99), marcos de uma carreira que soube equilibrar os favores do público e o respeito da crítica.

Em 1986, paralelamente à Sétima Legião, Rodrigo Leão e Pedro Ayres Magalhães deram início a uma nova aventura que teria profundas repercussões internacionais: os Madredeus. De baixista na Sétima Legião, Rodrigo passou para teclista nos Madredeus e logo aí se estabeleceu outra ligação com o futuro da sua carreira a solo. Em Dezembro de 1987, os Madredeus estrearam-se com o duplo “Os Dias da Madredeus”, gravado no teatro Ibérico em Xabregas. O álbum apontava uma nova direcção para a música portuguesa e não tardou a colher os favores do público. O sonho de expansão começava a concretizar-se com viagens a Bolonha e Coreia do Norte, revelando aí a vocação universalista do projecto.

Existir” (90) e “Lisboa” foram os álbuns seguintes dos Madredeus e o aprofundar de uma carreira de sucesso. Rodrigo Leão, no entanto, continuava a revelar uma irrequietude artística invulgar e lançou-se a solo em 1993 com “Ave Mundi Luminar”, primeira amostra da sua visão particular do mundo, com participações de Teresa Salgueiro, Francisco Ribeiro e Gabriel Gomes, dos Madredeus. Rodrigo gravaria “O Espírito da Paz” (94) e “Ainda” (95), dois álbuns registados em paralelo nas mesmas sessões. Ainda sairia, no entanto, já depois de Rodrigo ter abandonado os Madredeus para se dedicar à sua carreira a solo. É também o disco que Rodrigo elege como o seu favorito nos trabalhos que realizou com os Madredeus: «Foi o Wim Wenders que escolheu aquelas canções que caíram mesmo bem no filme», explica.

Com a estreia a solo, Rodrigo Leão começou a explorar novas sonoridades, aproximando-se de alguma música contemporânea, do minimalismo e iniciando aí uma viagem que já o conduziu a muitas sonoridades: «Na minha música», refere o compositor, «há desde o Michael Nyman ao tango e à música francesa». Em álbuns como “Ave Mundi Luminar” (1993), “Mysterium” (1995), “Theatrum” (1996) e “Alma Mater” (2000), a presença de antigos textos em latim executados por vozes líricas indicava claramente o universo para que Rodrigo Leão queria remeter os seus ouvintes. Mas mesmo em trabalhos mais recentes, como o álbum ao vivo “Pasión” (2002) e “Cinema” (2004), esse caminho muito próprio de Rodrigo Leão, pleno de misticismo, também se faz sentir. O carácter contemplativo e introspectivo de parte da música deste grande compositor português é inegável e mesmo na retrospectiva de carreira que é “O Mundo” (1993/2006): o melhor de Rodrigo Leão, editado internacionalmente no final de 2006, é notória a divisão do reportório deste compositor entre as canções mais mundanas, próximas do tango, da música para cinema ou da bossa nova - como acontece com “A Casa” a que Adriana Calcanhoto deu voz no álbum “Alma Mater” - e as peças mais espirituais que ocupam o segundo CD desta retrospectiva. A exposição internacional garantiu-lhe os mais rasgados elogios: Pedro Almodóvar, por exemplo, não teve dúvidas e descreveu Rodrigo Leão como «um dos mais inspirados compositores do mundo». Alianças com nomes de primeiro plano a nível internacional, como Beth Gibbons e Ryuichi Sakamoto que participaram em “Cinema”, são igualmente prova do alcance da música de Rodrigo Leão e do seu apelo universalista.

Em 2007, Rodrigo deu música às imagens da excelente série de televisão “Portugal - Um Retrato Social” e percorreu várias salas do nosso país com essa música que ajudou a compor o nosso retrato sociológico. Seguiu-se o desafio dos responsáveis pela maior série de ficção já produzida em Portugal, “Equador”, para a qual Rodrigo compôs algumas evocativas peças que são já momento alto dos seus concertos, por estarem ligadas a alguns dos mais emocionantes momentos do desenrolar dessa história.

Pelo meio da sua carreira a solo, Rodrigo teve ainda tempo para lançar o projecto “Os Poetas” «que explorara o universo das palavras e da poesia e das emoções», com o álbum “Entre Nós e as Palavras”, de 1997.

Em 2009, abriu-se um novo capítulo na história, ainda em desenvolvimento, de Rodrigo Leão. Chama-se “A Mãe” e é um ambicioso trabalho com participações de peso como acontece com Neil Hannon, o homem dos Divine Comedy, que dá voz a “Cathy”, Stuart A. Staples dos Tindersticks que surge em “This Light Holds So Many Colours” ou Melingo, o grande embaixador do novo tango argentino que surge em “No Sè Nada”.

«O Cinema Ensemble», explica Rodrigo, «participa muito mais neste disco. A Ana Vieira canta cinco ou seis temas e em dois deles ela ajudou-me mesmo a compor as frases vocais. Está completamente integrada. E todos os outros elementos, como a Celina da Piedade, por exemplo, revelam novas facetas, estando completamente entregues». «As novas músicas», prossegue, «foram compostas em movimento, com diferentes janelas sobre o mundo, o que me permitiu explorar diferentes emoções, diferentes olhares». Rodrigo confessa que se habituou a incluir na sua bagagem um par de auscultadores, um computador e um pequeno teclado com que foi escrevendo as histórias que agora se contam no novo registo que descreve como «mais introspectivo, nostálgico e melancólico». «Apesar de ter alguns temas mais alegres, este é um disco que eu fiz muito voltado para dentro» assegura Rodrigo que inclui neste trabalho marcas das suas viagens aos Estados Unidos, a Itália ou à Índia: «Gravei sons de rua, crianças a brincar, o canto de pássaros. Às vezes até só com o telemóvel», adianta.

O “Cinema Ensemble” continua a contar com Celina da Piedade, Ana Vieira, Viviena Tupikova, Carlos Tony Gomes, Bruno Silva, Luís Aires e Luís San Payo, uma equipa imbatível tanto em estúdio, como em palco, local onde já se habituou a arrancar bravos e incessantes aplausos com a música que executa e que soa quase mágica.

Em 2009, Rodrigo Leão continua a escrever a sua história pessoal com música que o afirma cada vez mais como um compositor de excepção. No ano seguinte foi reeditado “Ave Mundi Luminar”.

2011 foi o ano de “A Montanha Mágica”. Neste álbum, Rodrigo foi explorando as emoções associadas a todas as memórias que o próprio invocou pegando em instrumentos que há muito se encontravam fora da sua esfera de executante, como os já referidos baixos ou guitarras, ou até a bateria. Além de Rodrigo recorrer a outros instrumentos, gesto aliás seguido por Viviena Tupikova ou Celina da Piedade, que alargam a paleta tímbrica com o recurso a instrumentos como o metalofone ou o sintetizador, há ainda que apontar os contributos de convidados como Pedro Wallenstein (contrabaixo), João Eleutério (guitarras), Miguel Nogueira (músico do Quinteto Tati que aqui toca guitarra), Rui Vinagre (em guitarra portuguesa) ou Tó Trips (o guitarrista dos Dead Combo). Este álbum é também pontuado pelas importantes participações de Scott Matthew, a voz do belíssimo Terrible Dawn, Thiago Petit, que canta em “O Fio da Vida” e ainda Miguel Filipe, voz dos Novembro que fecha a viagem com a sua prestação em “O Hibernauta”.

A Montanha Mágica”, que entrou directamente para o 1º lugar do top de vendas nacional na semana de lançamento, apresenta uma formação diferente dos discos anteriores. Além de convidados pontuais, escuta-se apenas um trio de cordas - Viviena Tupikova, Bruno Silva e Carlos Tony Gomes em violino, viola e violoncelo, respectivamente - e o acordeão de Celina da Piedade.

No final de 2012, Rodrigo Leão editou “Songs” (2004/2012). Concebido como o primeiro passo para uma possível trilogia que, ao mesmo tempo, revê matéria já lançada e antecipa novos caminhos, “Songs” (2004/2012) reúne canções cantadas em inglês que desde “Cinematêm pontuado a discografia de Rodrigo Leão.

As vozes de Sónia Tavares (“The Gift”), de Ana Vieira, de Beth Gibbons (“Portishead”), Neil Hannon (“The Divine Comedy)”, Stuart A. Staples (“Tindersticks”), Scott Matthew e Joan as Policewoman deram, na última década, um carácter universal à música de Rodrigo Leão por via do uso poético do inglês em temas que marcaram as aventuras editoriais “Cinema” (2004), “A Mãe” (2009) e “A Montanha Mágica” (2011).

Songs” (2004/2012) parte exactamente dessa ideia de vocação universalista e reúne três temas de “Cinema” - “Lionel Carrossel”, “Deep Blue” e “Happiness” -, outros tantos de “A Mãe” - “Cathy”, “Sleepless Heart” e “This Light Holds So Many Colours” - um de “A Montanha Mágica” - “Terrible Dawn” - e ainda três inéditos. Os temas novos têm a colaboração de Scott Matthew, que trabalhou pela primeira vez com Rodrigo Leão no seu registo anterior, “A Montanha Mágica”, e de Joan As Policewoman, com quem o compositor português colaborou pela primeira vez.

Em 2013, compôs a banda sonora do filme “The Butler”.

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