sábado, 31 de agosto de 2019

31 DE AGOSTO - FREDRIC MARCH


EFEMÉRIDE - Fredric March, de seu verdadeiro nome Ernest Frederick McIntyre Bickel, actor norte-americano, vencedor de dois Oscars, nasceu em Racine, Wisconsin, em 31 de Agosto de 1897. Morreu em Los Angeles no dia 14 de Abril de 1975. 
Frequentou a Winslow Elementary School, depois a Racine High School e, finalmente, a Universidade do Wisconsin
Começou a sua vida profissional como bancário, mas uma apendicectomia de emergência fez com que reavaliasse a sua vida e, em 1920, começou a trabalhar como figurante de filmes em Nova Iorque, tendo adoptado como nome artístico uma forma abreviada do apelido de solteira da sua mãe (Marcher). Estreou-se na Broadway em 1926 e, no final da década de 1920, assinou um contrato como actor com a Paramount Pictures
March foi nomeado para o Oscar de 1930, pela sua actuação em “The Royal Family of Broadway”. Ganhou a estatueta de Melhor Actor em 1932, com “Dr. Jekyll and Mr. Hyde”, e novamente em 1946 com “The Best Years of Our Lives”. Em 1954, foi o anfitrião, na cerimónia de entrega dos Oscars
Foi um dos poucos actores que resistiram em assinar contratos de longo prazo com os estúdios, o que lhe permitiu trabalhar independentemente e escolher os papéis que lhe eram oferecidos, evitando imposições. Ao mesmo tempo que actuava no cinema, manteve também a sua carreira na Broadway
Entretanto, March ganhou duas vezes o Prémio Tony de Melhor Actor: em 1947, na peça “Years Ago”, e em 1957, pela produção da BroadwayLong Day's Journey Into Night”. 
Amigo do dramaturgo Arthur Miller, foi o favorito do escritor para interpretar Willy Loman, personagem principal de “Death of a Salesman” (“A Morte do Caixeiro-Viajante”), vencedora do Prémio Pulitzer de 1949. O realizador Elia Kazan, porém, preferiu lançar Lee J. Cobb como Willy Loman e Arthur Kennedy no papel do filho Biff Loman. March viria, depois, a desempenhar o papel, na versão cinematográfica de 1951, da Columbia Pictures, realizada por Laslo Benedek. 
Talvez o maior papel da sua vida tenha ocorrido em “Inherit the Wind” (1960), em que contracenou com Spencer Tracy. 
Quando se submeteu a uma cirurgia de cancro na próstata, em 1972, parecia que a sua carreira ia acabar, mas conseguiu ainda um grande desempenho em “The Iceman Cometh”. Neste filme, contracenou com Robert Ryan, que estava a entrar na fase terminal de um cancro de pulmão, sendo esta a última actuação dos dois actores.  
Fredric March esteve casado com a actriz Florence Eldridge, desde 1927 até à sua morte. Tinham 2 filhos, adoptados. 
March tem uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood.

sexta-feira, 30 de agosto de 2019

30 DE AGOSTO - AXEL STORDAHL


EFEMÉRIDE - Axel Stordahl, trompetista, arranjador musical e líder de bandas norte-americano, morreu em Encino, Califórnia, no dia 30 de Agosto de 1963. Nascera em Staten Island, Nova Iorque, em 8 de Agosto de 1913. 
Foi muito conhecido pelo seu trabalho junto do então muito jovem Frank Sinatra, nos anos 1940, por conta da Columbia Records. Com as suas sofisticadas orquestrações, Stordahl ajudou a trazer arranjos pop para a era moderna. 
Axel, filho de noruegueses, tinha como seu nome original Odd Stordahl. Durante as décadas de 1920 e 1930, tocou trompete em diversas bandas de jazz. Em 1935, enquanto se organizava para tocar na banda de Bert Block, Tommy Dorsey contratou-o e, junto com ele, contratou também outro trompetista (Joe Bauer) e o vocalista Jack Leonard. Os três formaram um grupo chamado The Three Esquires. Tommy permitiu que Axel desenvolvesse as suas técnicas como director musical, o que não significava que não tocasse também em alguns momentos. 
Foi na banda de Tommy Dorsey que conheceu Frank Sinatra, para o qual compôs músicas durante toda a década de 1940 e o começo dos anos 1950. Axel, provavelmente, foi o compositor que mais músicas fez para Sinatra e foi muito importante para a carreira dele pois, quando se conheceram, Sinatra ainda não tinha experiência e Stordahl ajudou-o a arranjar músicas para o seu tipo de voz. 
Apesar de ter colaborado bastante com Frank Sinatra, também trabalhou para outros grandes cantores como Bing Crosby, Doris Day, Dean Martin, Eddie Fisher e Dinah Shore. 
Casou com June Hutton, cantora que substituiu Jo Stafford nos Pied Pipers, grupo de cantores que também trabalhou com Tommy Dorsey e Sinatra, no início da carreira deste último. Faleceu aos 50 anos, vítima de cancro.

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

29 DE AGOSTO - PRESTON STURGES


EFEMÉRIDE - Preston Sturges, de seu nome original Edmond Preston Bidden, actor, guionista, realizador e produtor de cinema norte-americano, nasceu em Chicago no dia 29 de Agosto de 1898. Morreu em Nova Iorque, em 6 de Agosto de 1959.
Actuou em peças teatrais na Broadway, fixando-se depois em Hollywood. Ganhou o Oscar de Melhor Guião Original em 1941, com o filme “The Great McGinty”, sendo o primeiro vencedor nesta categoria.
Preston Sturges, nos anos 1930, revolucionou a comédia screwball, escrevendo diálogos que, ouvidos hoje, soam extremamente naturais, maduros e à frente do seu tempo, apesar das situações diferentes.
Sturges foi o primeiro guionista a realizar os seus próprios guiões. Entre 1939 e 1945, dirigiu vários filmes de sucesso. Isso levou-o a tornar-se realizador independente, mas não durou muito tempo, devido a uma série de fracassos e à sua reputação de perfeccionista e gastador, o que fez com que nenhum estúdio quisesse mais trabalhar com ele. 
Foi casado quatro vezes e teve três filhos. Faleceu aos 60 anos, vítima de ataque cardíaco. Durante a sua carreira, escreveu 37 guiões, realizou 12 filmes, produziu dois e foi actor em três. 

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

28 DE AGOSTO - RAIMUNDO PEREIRA


EFEMÉRIDE - Raimundo Pereira, advogado e político da Guiné-Bissau, membro do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), nasceu em Bissau no dia 28 de Agosto de 1956.
Licenciado pela Faculdade de Direito de Lisboa, subiu todos os escalões do PAIGC até ser vice-presidente. Antigo ministro da Justiça, dirigiu a rádio nacional a partir de 1989 e depois a televisão nacional na fase experimental em 1991.
Depois do assassinato do presidente João Bernardo Vieira por membros do exército, em 2 de Março de 2009, Raimundo Pereira - como presidente da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau eleito em 2008 - sucedeu interinamente a João Bernardo Vieira na chefia do Estado, segundo a constituição. Tomou posse do cargo no mesmo dia e convocou eleições para os 60 dias seguintes. 
Assumiu, de novo, a presidência interina, a partir de 9 de Janeiro de 2012, quando da morte de Malam Bacai Sanhá, presidente que tinha sido, entretanto, eleito.
Foi detido em Abril de 2012, após um golpe de estado, e exilou-se na Costa do Marfim. Regressou ao seu país em 2016, ano em que completou 60 anos.

terça-feira, 27 de agosto de 2019

27 DE AGOSTO - BARBARA BACH


EFEMÉRIDE - Barbara Bach, de seu verdadeiro nome Barbara Goldbach, ex-modelo e actriz norte-americana, bond-girl e esposa do ex-baterista dos Beatles, Ringo Starr, nasceu em Nova Iorque no dia 27 de Agosto de 1947
Foi uma adolescente admiradora de Ray Charles e de Bob Dylan e capitaneou a equipa de basquetebol da sua escola secundária. A partir dos 17 anos. tornou-se uma modelo de sucesso, nos Estados Unidos e na Europa, aparecendo em capas de revistas como: “Elle”, “Vogue” e “Playboy”. 
Baseada na Europa desde o final dos anos 1960, com o seu primeiro marido, o empresário italiano Augusto Gregorini, que conheceu numa viagem de avião para Roma em 1966, lançou-se no cinema em 1971, com um pequeno papel no filme de horror-erótico “La Tarantola dal ventre nero”. Seguiu-se a participação em outros filmes em Itália, tornando-se mais famosa naquele país como estrela de cinema do que como modelo.  Em 1975, separou-se do marido e voltou para os Estados Unidos, com os dois filhos pequenos e com o fito de voltar a trabalhar como modelo. 
Dois anos depois, conseguiu fama como bond-girl de “007, O Espião Que Me Amava”, terceiro filme da série de James Bond com Roger Moore, que a transformaria em sex-symbol internacional. O escritor e crítico de cinema americano John Simon, celebrado pela sua erudição, cultura e longevidade na profissão, mas criticado pelo seu estilo agressivo e irascível, considerou Barbara Bach como «provavelmente a mais linda mulher já vista no universo de James Bond». Ela, pelo seu lado, nunca se impressionou, considerando James Bond «um porco chauvinista que usa as mulheres para se proteger das balas».
No ano seguinte, estrelou com Robert Shaw e Harrison Ford o thriller de guerra “Os Canhões de Navarone”, mas a sua carreira de filmes de sucesso acabou aí. Depois de fazer “The Humanoid”, um filme menor de ficção-científica, foi recusada para o papel de Tiffany Welles na série de TV “As Panteras”.
Em 1980, conheceu Ringo Starr durante as filmagens da comédia pré-histórica “Caveman”, depois de o ter visto - de longe - 15 anos antes no Shea Stadium, durante a histórica apresentação dos Beatles em Nova Iorque. Casaram-se em Abril de 1981, cinco meses após a morte de John Lennon. 
Participou nos anos seguintes em diversos videoclipes e gravações de Ringo e, com ele, estrelou a mini-série “Princess Daisy”, na NBC, em 1983. O seu último filme foi “Give My Regards to Broad Street” (1984) com Ringo e Paul McCartney, um musical baseado na obra fonográfica de McCartney com o mesmo nome. 
Diplomada em Psicologia pela UCLA em 1993, Barbara abandonara definitivamente o cinema no meio da década de 1980. Hoje, dirige uma fundação, juntamente com o marido, a Lotus Foundation, dedicada à caridade. É vegetariana, bem assim como Ringo. Além de inglês, fala fluentemente italiano, francês e espanhol. 

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

26 DE AGOSTO - LEE DE FOREST


EFEMÉRIDE - Lee De Forest, físico e inventor norte-americano, nasceu em Council Bluffs no dia 26 de Agosto de 1873. Morreu em Hollywood, em 30 de Junho de 1961. Registou cerca de 300 patentes em seu nome. 
De Forest pesquisou componentes e aparelhos dedicados para a gravação e reprodução de sons, assim como instrumentos de aplicação nos campos da electromedicina e da telefonia. 
Desenvolveu centelhadores com circuitos sintonizados, que seriam futuramente utilizados em bisturis electrónicos, embora este feito não lhe seja atribuído oficialmente. 
A sua vida académica no campo da física iniciara-se em 1893, quando entrou na Universidade de Yale, doutorando-se em Física em 1899. 
Trabalhou em pesquisas sobre electricidade e propagação de ondas electromagnéticas. Compôs uma tese sobre reflexão de ondas hertzianas. Este trabalho teórico é considerado um dos primeiros que trataram sistematicamente o fenómeno da radiotransmissão e radio recepção. 
Em 1907, De Forest patenteou a válvula tríodo e desenvolveu um detector electrolítico para ondas de rádio. No mesmo ano, transmitiu programas musicais experimentalmente para a cidade de Nova Iorque, sendo uma das primeiras transmissões comerciais conhecidas com audiência, embora académica. 
Em 1908, transmitiu sinais radiofónicos do alto da Torre Eiffel, em Paris. Esta transmissão experimental foi captada pelos postos militares da região, comprovando desta forma a possibilidade da rádio para fins bélicos.
Começando por ser esquecido pelos historiadores do cinema, Lee De Forest recebeu, em 1959/1960, um Oscar e uma estrela no Hollywood Walk of Fame
Esteve implicado em numerosos processos relativos aos seus brevets. Perdeu a fortuna que tinha acumulado graças às suas invenções. Vendeu a sua sociedade de fabrico de rádios à RCA em 1931. Em 1934, os tribunais julgaram o caso que o opunha a Edwin Howard Armstrong.  De Forest ganhou a batalha judiciária, mas perde a opinião pública, depois do suicídio de Armstrong em 1954.
Lee De Forest esteve casado, de 1907 a 1911, com Nora Stanton Blatch Barney, a primeira mulher engenheira norte-americana (1905).

domingo, 25 de agosto de 2019

25 DE AGOSTO - GENE SIMMONS


EFEMÉRIDE - Gene Simmons, de seu verdadeiro nome Chaim Witz ou Eugene Klein, cantor, baixista, guitarrista, autor-compositor e actor norte-americano, de origem israelita, fundador da banda de hard rock Kiss, nasceu em Haifa, Israel, no dia 25 de Agosto de 1949
Simmons é também conhecido por “The Demon”.  Participou em todos os álbuns do grupo. Contrariamente a muitas personalidades do rock, Simmons afirma «nunca ter consumido drogas, nunca ter fumado nem nunca ter bebido álcool em demasia, durante toda a sua vida».
É famoso pelo seu jeito demoníaco, durante os shows. Naturalizado norte-americano, foi professor primário. Entre as suas melhores composições. estão “Rock and Roll All Night”, “Shout It Out Loud”, “Christine 16”, “I Love It Loud” e “War Machine”. 
Foi eleito o 50° melhor baixista de todos os tempos pela equipa da “Loudwire” e o 29° melhor vocalista de heavy metal e hard rock de todos os tempos pela revista “Hit Parader”.  
Mudou-se com a a mãe para os Estados Unidos quando tinha nove anos, indo morar em Queens, Nova Iorque (durante a Segunda Guerra Mundial, a mãe esteve num campo de concentração nazi). Gene aprendeu inglês, lendo histórias de banda desenhada de super-heróis, livros de ficção científica e vendo filmes, particularmente os de terror (além de inglês, também fala hebraico, alemão e húngaro). Formou-se pelo Richmond College e ensinou inglês no Harlem espanhol. Aprendeu a tocar guitarra, mas preferiu o baixo porque, segundo ele, existiam muitos guitarristas e queria ser diferente.
Juntamente com Paul Stanley, fundou uma das mais importantes bandas de hard rock e heavy metal do mundo: Kiss, em Janeiro de 1973. Mulherengo convicto, tinha centenas de fotos das garotas com quem se relacionara (segundo ele, mais de 3 mil). Namorou com as cantoras Cher e Diana Ross. Casou-se em 2011, com a actriz Shannon Tweed, depois de viver mais de 23 anos com ela, com quem teve dois filhos. 
Depois do sucesso da banda nos anos 1970/1980, Gene começou a descobrir novas actividades. Na década de 1980, tentou a carreira de actor, estrelando filmes como “Runaway” (1985, da série “Magnum”) e “Wanted Dead or Alive”, entre outros. Gene resolveu ampliar os seus horizontes e passou a fazer várias participações em filmes e séries. Nessa época, deixou o Kiss um pouco de lado, coisa de que se viria a arrepender. 
Tem a sua própria revista “Gene Simmons Tongue Magazine” e o seu próprio selo (Simmons Records). Em Dezembro de 2001, lançou o livro “KISS And Make-up”, onde conta coisas inesperadas da banda. Em Agosto de 2006, estreou o seu reality showGene Simmons: Family Jewels”, no canal A&E, e devido ao seu sucesso, teve uma segunda temporada. 
Em 2009, promoveu um leilão beneficente para uma instituição, onde o produto que foi arrematado por quinze mil dólares era uma pedra retirada cirurgicamente de um dos seus rins.

sábado, 24 de agosto de 2019

24 DE AGOSTO - LEONID STADNIK


EFEMÉRIDE - Leonid Stepanovich Stadnik, veterinário ucraniano que ganhou notoriedade devido à sua elevada estatura, morreu em Oblast de Jitomir no dia 24 de Agosto de 2014.  Nascera no mesmo local em 5 de Agosto de 1970.
Chegou a ser considerado o homem mais alto do mundo, segundo o “Guinness World Records”. O “Ukrainian Book of Records” reconheceu em 2008 uma altura de 2,57 m.
Entretanto, em Agosto de 2008, num anúncio do editor-chefe do “GWR”, Craig Glenday, o título de homem mais alto foi devolvido a Bao Xishun, nativo da Mongólia, com 2,36 m, ex-detentor do recorde, após a recusa de Stadnik de ser medido sob as directrizes estabelecidas pelo Guinness
No anúncio de Glenday, ele escreveu: «Nós percebemos que há muito interesse e entusiasmo nests categoria relacionada com a altura. Por isso, é importante demais para ser certificada por apenas um médico». E ele completou, «Então, decidimos esclarecer as coisas completamente, para ter certeza de que não há dúvidas».
O crescimento excessivo de Stadnik começou após uma cirurgia no cérebro, aos 14 anos de idade. Ele desenvolveu um tumor na hipófise, que causou uma secreção em larga escala de hormônios do crescimento, resultando num gigantismo acromegálico. 
Trinta anos após a cirurgia, os médicos descobriram que o tumor desaparecera misteriosamente e Leonid estava saudável e tinha parado de crescer. Muitas pessoas questionaram a legitimidade da altura exagerada, não apenas pelo facto de ele não ter sido medido pelo “Guinness World Records”, mas também porque o prof. Michael Besser, endocrinologista da London Clinic, creditado por tê-lo medido e «constatado» a altura, negou que o tivesse feito. Besser disse: «Não o medi. Eles pensaram que eu o tinha feito. Estavam enganados». 
Leonid morreu aos 44 anos de idade, vítima de uma hemorragia cerebral. Era veterinário cirírgico diplomado. Viveu sempre com a mãe, numa vila ucraniana. Dormia em duas camas coladas uma à outra. Pesava 200 kg, em Abril de 2009.

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

23 DE AGOSTO - VERA MILES


EFEMÉRIDE - Vera Miles, de seu verdadeiro nome Vera June Ralston, actriz norte-americana, nasceu em Boise City, Oklahoma, no dia 23 de Agosto de 1929
Foi eleita Miss Kansas em 1948. Casou-se três vezes: com Bob Miles, de 1948 a 1954; com Gordon Scott, de 1954 a 1959; e com Keith Larsen, de 1960 a 1971. 
Trabalhou na empresa financeira Western Union e foi diplomada pela Wichita North High School.
No princípio dos anos 1950, foi para Los Angeles, onde interpretou pequenos papéis no cinema e na televisão, como na comédia musical “Os Bastidores da Broadway (1951), onde conheceu Janet Leigh, que era a heroína do filme e com quem faria, nove anos mais tarde, o clássico de Alfred Hitchcock “Psicose”. 
Chamou a atenção dos produtores, que a fizeram assinar diversos contratos, com diferentes estúdios de publicidade.  
Sob contrato com a Warner Bros, protagonizou filmes como “The Charge At Feather River” (em 3 dimensões) e “House of Wax”. Interpretou também a namorada de Tarzan em “Tarzan's Hidden Jungle” (1955). Gordon Scott, que interpretava o herói, esposou-a em 1954.
Em 1956, o lendário John Ford ofereceu-lhe um papel secundário no western “A Prisioneira do deserto”, com John Wayne e Natalie Wood. O sucesso do filme lançou a sua a carreira. Fez então, sob a direcção de Robert Aldrich, “Folhas de Outono”, onde contracenou com Joan Crawford e Cliff Robertson. 
Um ano mais tarde, assinou um contrato com Hitchcock, que queria fazer dela uma «nova Grace Kelly». Começou por fazer um episódio da série televisiva “Alfred Hitchcock apresenta…”. Muito impressionado com o seu desempenho, ofereceu-lhe o papel de uma mulher desorientada, esposa de Henry Fonda, acusado erradamente de crimes, em “O Falso Culpado” (1956). O filme foi um êxito e Miles tornou-se a actriz fetiche de Hitchcock. 
Escolheu-a para “Suores frios”, com vontade deliberada de fazer dela uma grande estrela mundial. No entanto, atrasos da produção e a gravidez da actriz fizeram com que ela desistisse, para desespero do realizador, que foi obrigado a substitui-la por Kim Novak, actriz com quem estava sempre a discutir. 
Em 1960, Vera Miles volta a filmar com Hitchcock, interpretando a irmã de Janet Leight em “Psicose”. A sua performance neste filme é considerada a melhor da sua carreira.
Com John Wayne e James Stewart, protagonizou “O Homem que matou Liberty Valence”, dirigido por John Ford. Em 1968, voltou a contracenar com John Wayne em “Hellfighters”.  
A sua carreira toma um rumo inesperado quando assinou um contrato com The Walt Disney Company, interpretando vários filmes, ainda nos anos 1960. Na década seguinte, continuou a trabalhar para os estúdios da Disney. Nos anos 1980, interpretou várias séries televisivas. Em 1983, regressou ao seu papel mais célebre, o de Lila Crane, em “Psicose II”. 
Despediu-se dos ecrãs com “Dupla Personalidade”, em 1995, ano em que anunciou a sua reforma. Vive na Califórnia, recusando entrevistas, aparições públicas, etc.  Tem uma estrala no Hollywood Walk of Fame. Completa hoje 90 anos de idade.

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

22 DE AGOSTO - MICHELINE PRESLE


EFEMÉRIDE - Micheline Presle, de seu verdadeiro nome Micheline Chassagne, actriz francesa, nasceu em Paris no dia 22 de Agosto de 1922. Pela sua longevidade e pelo prestígio da sua carreira, ela é uma das lendas vivas do cinema francês.
Obteve o seu primeiro papel, no filme “La Fessée” de Pierre Caron (1937). O nome artístico (Presle) vem do seu primeiro sucesso, em “Jeunes filles en détresse” de Georg Wilhelm Pabst (1939), onde protagonizou a personagem Jacqueline Presle. 
No fim dos anos 1940, deixou o seu país e foi para os Estados Unidos. Aqui conheceu William Marshall, divorciado de Michèle Morgan. Casaram-se em 1950 e tiveram uma filha, que se tornaria realizadora de cinema. Divorciaram-se em 1964. 
No fim dos anos 1960, ganhou grande notoriedade incarnando a petulante mulher de Daniel Gelin, em “Les Saintes chéries”, uma série televisiva de sucesso. 
Em 2007, publicou um livro de entrevistas com o escritor Stéphane Lambert, no qual aborda a sua longa e rica carreira.  
A título pessoal, é membro do comité de honra da Associação para o direito de morrer com dignidade e co-assina, em 2009, um texto pedindo a despenalização da eutanásia. 
Em 2007, ainda fez uma peça de teatro; em 2014, fez parte do elenco de um filme; e, em 2015, fez um trabalho para a televisão. 
Em 1947, foi a Melhor Actriz Francesa com o filme “Le Diable au corps”. Ouro tanto, com “Les Derniers Jours de Pompéi”, em 1950.  Em 2004, recebeu um César de Honra. Completa hoje a bonita idade de 97 anos.

quarta-feira, 21 de agosto de 2019

21 DE AGOSTO - KURT NEUMANN


EFEMÉRIDE - Kurt Neumann, realizador, cenarista e produtor de cinema alemão, radicado nos EUA, morreu em Hollywood no dia 21 de Agosto de 1958. Nascera em Nuremberga, em 5 de Abril de 1908.
Emigrou para os Estados Unidos no final dos anos 1920, justamente nos começos do cinema falado. Foi contratado para versões em alemão de filmes produzidos por grandes estúdios de Hollywood.  
Em virtude de dominar bem a língua inglesa e ter adquirido reputação de realizador eficaz, dirigiu uma série de produções de baixo orçamento, nos anos 1930.
Em 1941, Neumann assinou um contrato com o produtor Hal Roach, para realizar uma série de média-metragens, com a duração de 45 minutos (ou sejam 4 bobines): comédias como “About Face” (1942), “Brooklyn Orchid” (1942), “Taxi, Mister?” (1943) e “Yanks Ahoy” (1943). 
Em 1945, ingressou na produtora Sol Lesser, que o contratou como produtor e cenarista principal de uma série para a RKO, com o personagem Tarzan (1945/1954) protagonizado por Johnny Weissmuller e, mais tarde, por Gordon Scott.
A celebridade chegaria em definitivo com filmes de ficção científica, como “Rocketship X-M” (1950) e “The Fly” (1958). Dirigiu outros filmes que misturavam ficção científica e terror. No total, Neumann realizou mais de sessenta filmes. 
Suicidou-se pouco antes da estreia de “A Mosca Negra”. Nunca soube, portanto, o grande sucesso alcançado por este filme, que é hoje considerado um clássico do género.  

terça-feira, 20 de agosto de 2019

20 DE AGOSTO - ROBERT PLANT


EFEMÉRIDE - Robert Anthony Plant, cantor e compositor britânico, conhecido pelo seu trabalho como vocalista na banda de rock Led Zeppelin, nasceu em West Bromwich no dia 20 de Agosto de 1948.
Durante a sua carreira, Plant influenciou diversos artistas, como Freddie Mercury e Axl Rose. Actualmente, revitalizou o projecto The Band of Joy, banda à qual pertenceu em 1965, antes da Led Zeppelin.
Foi colocado em 15º lugar, na lista dos melhores cantores da história, pela revista “Rolling Stone”. Em 2006, a revista “Hit Parader” considerou-o como o «melhor vocalista de heavy metal de todos os tempos». 
Robert começou a cantar profissionalmente em pubs e clubes, com apenas 16 anos de idade, participando em diversas bandas. Fez a sua estreia em disco, gravando dois compactos (a solo) para a CBS
Em seguida à fase solo, Plant foi cantar numa banda chamada The Band of Joy, onde se reencontrou com John Bonham, que já conhecia desde os tempos em que tocaram juntos no Crawling King Snakes
Em 1968, Jimmy Page estava a reformular os Yardbirds, depois da saída de Jeff Beck do grupo. A ideia de Jimmy Page era formar um supergrupo e começou por chamar Steve Marriott (Small Faces) e Steve Winwood (Traffic). Porém, somente conseguiu a adesão de John Paul Jones. Para o vocal, Jimmy Page e John Paul Jones convidaram Terry Reid, mas este inexplicavelmente recusou o convite e sugeriu Robert Plant, que na época cantava no Hobsweedle. Foi assim que Plant entrou para a banda que se iria chamar Led Zeppelin. Logo após ter sido entrevistado e aprovado por Page, Jones e Peter Grant (empresário do Led Zeppelin), Robert Plant participou numa sessão de gravações, em Setembro de 1968. 
Rapidamente, Plant tornou-se um dos maiores cantores de rock da história, com o seu estilo poderoso. Os agudos rasgados de Plant influenciaram mesmo vários cantores de rock e metal
Plant ficou doze anos no Led Zeppelin, até ao desmembramento da banda em 1980, causado pela morte do baterista John Bonham. Por ser amigo de Bonham desde a juventude, Plant pensou por vezes reerguer o Led Zeppelin, mas logo abandoava a ideia. 
Depois do fim do Led Zeppelin, Plant reiniciou a carreira a solo e lançou 15 discos. Fez algumas tournées, às vezes acompanhado do ex-colega de banda Jimmy Page, com o projecto intitulado “Page & Plant”, onde voltaram a tocar vários clássicos do Led Zeppelin, alguns nunca tocados ao vivo. Também gravaram clipes para as músicas “Nobody´s Fault But Mine” e “Black Dog”. A união dos dois rendeu ainda um vídeo gravado em 1994. 
Em Dezembro de 2008, foi agraciado com o título honorífico de comandante do Império Britânico, pela rainha Isabel II. Em 2009, foi premiado em 5 categorias do Grammy Award

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

19 DE AGOSTO - IAN GILLAN


EFEMÉRIDE - Ian Gillan, cantor de rock britânico que se tornou conhecido em todo o mundo como vocalista e compositor da banda de rock Deep Purple, nasceu em Hounslow no dia 19 de Agosto de 1945. Participou em diversas formações da banda, incluindo a considerada clássica. Gillan também cantou na Black Sabbath, gravando o disco “Born Again”, lançado em 1983.
Inicialmente influenciado por Elvis Presley, Gillan liderou vários grupos em meados dos anos 1960, nomeadamente o Episode Six, mas o seu primeiro encontro com o sucesso foi depois de ingressar no Deep Purple em 1969.
Depois de uma carga de trabalho, quase sem parar, em que gravaram seis álbuns, as relações problemáticas com a banda, especialmente com o guitarrista Ritchie Blackmore, levaram à demissão de Gillan, em Junho de 1973, depois de ter dado um longo prazo de pré-aviso aos empresários.
A sua alcunha mais famosa é a de “Silver Voice” (“Voz de Prata”), salientando assim o seu grande potencial vocal. Gillan é considerado um dos maiores cantores de heavy metal de todos os tempos. Ficou em 4° lugar, numa eleição da rádio digital Planet Rock, e em 43º na revista especializada em heavy metalHit Parade”.
Algumas lendas sobre Gillan dão conta que ele usaria umas calças muito apertadas, para potenciar os gritos em “Child in Time”, e que cantaria nu em estúdio, durante as gravações, para se sentir mais à vontade.
Ian começara a sua carreira na adolescência, como vocalista de diversas bandas de hard rock inglesas, como: The Sweet, The Javelins e Episode Six.
Jon Lord e Ritchie Blackmore convidaram Ian Gillan para substituir Rod Evans como vocalista do Deep Purple, após assistirem a uma das suas apresentações na Episode Six, em 1969.
Gillan permaneceu no Deep Purple, numa das fases mais aclamadas da banda, gravando diversos álbuns.  Durante esta época, participou ainda na opera rock “Jesus Christ Superstar”, fazendo a voz de Jesus Cristo, numa produção original de 1970.
Continuou a cantar, a solo ou dando voz a diversos grupos. Dedica-se igualmente a causas humanitárias, desde o sismo na Arménia em 1991, que fez mais de 20 000 mortos e destruiu milhares de habitações. Juntamente com vários amigos músicos, financia também uma escola de música, inaugurada em 2013, em Erevan, a capital daquele país. 

domingo, 18 de agosto de 2019

18 DE AGOSTO - ROBERT REDFORD


EFEMÉRIDE - Robert Redford, actor, realizador e produtor de cinema norte-americano, nasceu em Santa Monica no dia 18 de Agosto de 1936. Tem origens inglesa, irlandesa e escocesa. Actuou principalmente m nas décadas 1960/70, sendo então considerado um dos maiores sex/symbols masculinos do cinema americano.
Depois de estudos de Pintura na Universidade do Colorado, de Comédia na American academy of dramatics arts (Nova Iorque) e de estadias em Paris e Florença, iniciou uma carreira profissional no teatro, nos anos 1950.  Fez igualmente algumas séries televisivas.
Como actor de cinema, protagonizou alguns dos maiores sucessos de Hollywood, na época, como “The Chase”, “Butch Cassidy and the Sundance Kid”, “Barefoot in the Park”, “Three Days of the Condor”, “Jeremiah Johnson”, “The Sting”, “All the President’s Men” e, mais recentemente, em filmes como “Indecent Proposal”, “Spy Game, Captain America: The Winter Soldier” e “Avengers: Endgame”.
Como realizador, ficou consagrado ao receber o Oscar de Melhor Realizador, com “Ordinary People”, em 1981.  Realizou “The Milagro Beanfield War”, onde dirigiu a actriz brasileira Sónia Braga.
No fim da década de 1980, criou o maior festival americano de filmes independentes, o Sundance Film Festival.
É filiado no NRDC (Natural Resources Defense Council) e dirige a Redford Foundation. Defende direitos dos índios dos Estados Unidos e causas ecológicas, sendo membro de honra da ONG Green Cross International.
Recebeu um Oscar de Honra pelo conjunto da sua obra, em 2002.
Em Novembro de 2016, com 80 anos, anunciou o fim da sua carreira de actor, para se poder dedicar à realização.
Esteve casado com Lola Van Wagenen, desde Setembro de 1968, tendo tido quatro filhos. Divorciaram-se em 1985. Voltou a casar-se, em Julho de 2009, com a pintora Sybille Szaggars, com quem já vivia desde 1996.

sábado, 17 de agosto de 2019

17 DE AGOSTO - GILBY CLARKE


EFEMÉRIDE - Gilbert “Gilby” John Clarke, guitarrista, compositor e produtor musical norte-americano, nasceu em Cleveland no dia 17 de Agosto de 1962. Foi guitarrista do grupo Guns N’ Roses.
As suas primeiras influências musicais foram os Beatles, os Rolling Stones, T. Rex e Johnny Thunders. Ele queria tocar num grupo de rock’n’roll, o que não era possível naquela época em Cleveland. Mudou-se para Los Angeles, nos anos 1980.
Tocou em pequenas bandas, como a Candy, com quem editou o álbum “Whatever Happened to Fun...” (1985), e a Kills for Thrills, com quem lançou dois álbuns, “Dynamite From Nightmareland” e “Commercial Suicide”.
Em 1991, Izzy Stradlin saiu do Guns N’ Roses, por intrigas internas, e Gilby foi contratado para a tournée “Use Your Illusion Tour”.
Gilby ainda tocou um tempo no Rolling Stones, fazendo a segunda guitarra. Em 1993, gravou com o GunsThe Spaghetti Incident?” e. ainda nesse ano, saiu da banda, sob a alegação que Axl Rose não dava importância às suas músicas. Após não receber os direitos que ele dizia serem seus, Clarke processou a banda em 1995. Clarke diz que não queria ir aos tribunais, mas decidiu fazê-lo porque ninguém do GN’ R respondia às suas ligações. O GN’ R processou-o também. O assunto acabaria por ser sanado com um pagamento não revelado, da banda a Clarke.
Desde então, lançou 4 álbuns-solo: “Swag”, “Rubber”, “The Hangover” e “Pawnshop Guitars”.
Tocou com a banda Slash's Snakepit do ex-Guns Slash, com quem gravou o álbum “It’s 5 o’clock Somewhere” em 1995. Depois, tocou com The Starfuckers.
Em 2006, Gilby estrelou um reality show, ao lado de Tommy Lee (Motley Crue) e de Jason Newsted (ex-Metallica), que tinha por finalidade escolher um vocalista, para formarem a banda Supernova. Lukas Rossi foi o vencedor. Em 2007, a banda lançou o CD “Rockstar Supernova”, que não teve vendas significativas, o que levou ao fim do grupo.
A mulher de Clarke é estilista, tendo baptizado diversas roupas masculinas com a marca “Gilby”, em sua homenagem. Têm uma filha.

sexta-feira, 16 de agosto de 2019

16 DE AGOSTO - JULES LAFORGUE


EFEMÉRIDE - Jules Laforgue, poeta inovador e romancista francês, nasceu em Montevideu no dia 16 de Agosto de 1860. Morreu em Paris, em 20 de Agosto de 1887. Muitas vezes é considerado como um poeta simbolista, porém, mais frequentemente, é classificado como decadentista.  Críticos e comentaristas da sua obra têm defendido igualmente uma influência do Impressionismo na sua poesia.
Filho de pais franceses, nasceu no Uruguai. Tinha 6 anos, quando a família regressou à França. Jules Laforgue fixou-se em Paris, em 1877.
Publicou os seus primeiros poemas em revistas, no ano de 1879. Em 1880, conheceu Paul Bourget, que se tornou o seu protector.
Escreveu, em 1881, o romance “Stéphane Vassiliew” (só publicado em 1943). Costumava visitar com frequência o Museu do Louvre e passava os dias em bibliotecas, quase sem comer. Assistiu aos cursos de Hippolyte Taine, na escola de Belas Artes, e interessou-se efectivamente pelo Impressionismo.
Em 1882, foi viver na Alemanha, nomeado Leitor de francês pela imperatriz Augusta, esposa de Guilherme I. Escreveu artigos para diversas revistas e o seu primeiro livro de poemas, “Les complaintes”, foi publicado em 1885, à sua custa.
Em 1886, casou-se com a inglesa Leah Lee em Londres e foi viver com ela em Paris, no ano seguinte. Colaborou no jornal “Le Figaro”"e na “Revue Indépendante”. O casal passou por grandes dificuldades financeiras e ele contraiu a tuberculose, vindo a falecer quatro dias após completar 27 anos.
Filosoficamente, ele foi um discípulo do pessimismo de Schopenhauer, o que o alinhava com o Decadentismo. O Budismo, Heine e Taine também influenciaram as suas abordagens temáticas. A combinação incomum destes elementos contribuiu para um discurso diferente do que era utilizado por todos os outros poetas da época.
Formalmente, Laforgue também evitou a coesão tradicional e a univocidade. Nas suas experiências linguísticos, o poeta usou a ironia, a frase corrente e coloquial, inclusive o balbuciar e a descontinuidade sintáctica. Toda a sua poesia, além disso, está repleta de exclamações e interjeições, o que se traduz num ritmo entrecortado e muito marcante.
Tradutor de Walt Whitman, Laforgue foi um dos primeiros poetas franceses a escrever em verso livre, o primeiro a fazê-lo de forma sistemática. A sua poesia causou igualmente grande impacto sobre os surrealistas.
A maior parte da sua obra foi publicada postumamente. Sua mulher morreria um ano depois, em Londres, vítima da mesma doença.

quinta-feira, 15 de agosto de 2019

15 DE AGOSTO - ALTAMIRO CARRILHO


EFEMÉRIDE - Altamiro Aquino Carrilho, compositor e flautista brasileiro, morreu no Rio de Janeiro em 15 de Agosto de 2012. Nascera em Santo António de Pádua, Rio de Janeiro, no dia 21 de Dezembro de 1924.
Ao longo da sua carreira, Altamiro gravou mais de cem discos e compôs cerca de duzentas canções, tendo-se apresentado em mais de quarenta países, divulgando o Choro brasileiro.
É o flautista com maior número de gravações registadas, na história do disco no Brasil, além de ser considerado, por críticos e especialistas da área, como um dos maiores flautistas da história do instrumento.
Foi indicado, pelo flautista francês Jean Pierre Rampal, como o melhor flautista do Mundo.
Faleceu aos 87 anos, vítima de cancro.

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

14 DE AGOSTO - COLISEU DOS RECREIOS


EFEMÉRIDE - O Coliseu dos Recreios, sala de espectáculos polivalente situada em Lisboa, foi inaugurada em 14 de Agosto de 1890. Nessa data, foi apresentada a opereta “Boccaccio”, de Franz von Suppé, interpretada pela companhia Caracciolo.
Quatro empresários arrojados (o solicitador José Frederico Ciríaco, o professor de filosofia Pedro António Monteiro, o dono de armazéns António Caetano Macieira e o comerciante de carnes João Baptista G. de Ahneida) conceberam a edificação da maior sala coberta do mundo, no campo dos espectáculos, e cuja lotação ultrapassaria os 4 000 lugares.
A partir de 1888, os custos elevados da construção foram necessariamente cobertos com recurso a uma subscrição pública. Tão grande era a vontade dos quatro elementos promotores e o seu entusiasmo, que souberam e conseguiram recolher o montante suficiente, com contribuição do próprio rei D. Carlos.
Tendo o contributo de artistas estrangeiros, o Coliseu dos Recreios foi inovador na introdução da arquitectura do ferro, ainda insipiente em Portugal, através da espectacular cúpula em ferro, colocada sobre um octógono em alvenaria.
O telhado, também em ferro, foi instalado em 1889, sob responsabilidade do engenheiro Lacombe. O traço da obra deveu-se aos engenheiros Francisco Goulard, pai e filho (engenheiros franceses), e aos portugueses Manuel Garcia Júnior, Frederico Ressano Garcia, M. Gouveia Júnior e Xavier Cordeiro. A construção metálica coube a Castanheira das Neves. Do arquitecto Cesare Ianz, foi o projecto da fachada do edifício, última parte concluída, de três pisos, com motivos decorativos em reboco e algumas carrancas, que lhe conferem e aumentam a grandiosidade. Na fase final, foi dada rédea livre ao maior dos cenógrafos lisboetas, Eduardo Machado, para que procedesse a uma decoração em beleza e pusesse a funcionar o palco, com 40 m de profundidade, 18 de largura, uma teia em madeira e maquinismos manuais.
O Coliseu dos Recreios assumiu-se sempre como uma sala de espectáculos popular, estabelecendo preços baixos e apresentando espectáculos de diversos tipos, entre os quais a ópera (poucos anos antes, em 1887, tinha aberto ao público um outro Coliseu, na Rua da Palma, no qual também se apresentaram companhias de ópera, mas que teve uma vida efémera).
O Coliseu evidenciou-se especialmente no campo da ópera durante a Primeira República, constituindo então uma alternativa ao S. Carlos. Em Dezembro de 1916, estreou-se uma companhia, organizada por Ercole Casali, da qual faziam parte Elvira de Hidalgo e Tito Schipa. A partir daí, cantaram no Coliseu nomes como Alfredo Kraus, Antonietta Stella, Carlo Bergonzi, Elena Suliotis, Fiorenza Cossotto, Joan Sutherland, Piero Cappuccilli, Tito Gobbi ou Tomás Alcaide.
Entre 1959 e 1981, os espectáculos líricos passaram a ser organizados em colaboração com o S. Carlos, oferecendo a possibilidade de ouvir algumas das grandes vozes que vinham a Lisboa, por preços acessíveis.
Objecto de obras de remodelação entre 1992 e 1994, o Coliseu foi reaberto em Fevereiro de 1994, com um concerto que assinalou o início dos acontecimentos culturais da “Lisboa 94”.
Tem uma lotação de 2 846 lugares em disposição de plateia sentada ou 5 672 em disposição de plateia em pé.
No Coliseu dos Recreios pode ver-se igualmente, além de shows musicais, espectáculos de teatro, companhias de circo, ballet, ginástica e até congressos e comícios políticos.   Entre muitos artistas nacionais e estrangeiros, Amália Rodrigues também aqui cantou o fado.
Em Julho de 2018, foi o local escolhido para a abertura do Congresso Mundial de Esperanto.

terça-feira, 13 de agosto de 2019

ALTAMIRO CARRILHOP - "Canarinho teimoso"


13 DE AGOSTO - CARLOS MALHEIRO DIAS


EFEMÉRIDE - Carlos Malheiro Dias, jornalista, cronista, romancista, político e historiador português, nasceu no Porto em 13 de Agosto de 1875. Morreu em Lisboa no dia 19 de Outubro de 1941.
Estudou no Liceu de Lamego, na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, onde iniciou o curso de Direito, e na Universidade de Lisboa, onde concluiu a licenciatura no Curso Superior de Letras.
Filho de pai português e mãe brasileira, repartiu entre os dois países a sua vocação para as letras. Foi para o Rio de Janeiro em 1893, iniciando a sua vida literária e colaborando em jornais da então capital brasileira.
A sua primeira publicação, o romance naturalista “A Mulata” (1896), sobre o baixo-mundo do Rio de Janeiro, cuja personagem principal é uma prostituta, foi recebido violentamente pela crítica, que o considerou um insulto para a época, tendo sido adjectivado de «livro infame, em que nada do Brasil escapara ao insulto» e uma verdadeira «enxurrada de lama».
Diante da reacção desfavorável, o autor voltou para Portugal, onde ingressou na política. Monárquico militante, foi deputado entre 1897 e 1910.
Com a proclamação da República Portuguesa (1910), exilou-se voluntariamente no Brasil, onde viveu até 1935. Quando do seu retorno em 1910, a comunidade portuguesa do Rio de Janeiro ofereceu-lhe, na conceituada Confeitaria Colombo, um jantar de homenagem e de desagravo pelas hostilidades ocorridas quando da publicação do seu primeiro e polémico romance. Compareceram políticos, escritores e representantes da classe conservadora, todos vaiados por um grupo de jornalistas, poetas e jovens intelectuais na Rua do Ouvidor, à porta da Colombo, inclusive Rui Barbosa que, embora recebido em respeitoso silêncio, ao entrar na confeitaria, ouviu o protesto do poeta Bastos Tigre, que lhe gritou: - Não sou tigre de tapete!».
A comunidade portuguesa no Brasil ofereceu-lhe, também, a residência onde viveu, em Lisboa, na Avenida do Brasil, perto do Campo Grande, e que hoje já não existe.
Em Junho de 1919, foi feito grande-oficial da Ordem Militar de Cristo, tendo sido elevado a grã-cruz da mesma Ordem alguns dias mais tarde.
Abandonou posteriormente a ficção e passou para a historiografia e temas cívicos e políticos. Coordenou a publicação da monumental “História da Colonização Portuguesa do Brasil” (1921), com reconhecida mestria, em que confluíram o realismo historicista e o neo-romantismo nacionalista. Fundou e dirigiu a famosa revista carioca “O Cruzeiro” (1928).
Além de ter sido director da revista “Ilustração Portuguesa” e co-director de “O Domingo Ilustrado” (1925/1927), colaborou em diversas publicações periódicas, nomeadamente em “Branco e Negro” (1896/1898), “Brasil-Portugal” (1899/1914), “Serões” (1901/1911), “Revista do Conservatório Real de Lisboa” (1902), “Atlântida” (1915/1920), “Contemporânea” (1915/1926), “Homens Livres (1923), “Lusitânia” (1924/1927) e “Feira da Ladra” (1929/1941).
Foi também um dos fundadores da Academia Portuguesa de História (1936), considerada sucessora da Academia Real de História Portuguesa. Foi membro-correspondente da Academia Brasileira de Letras, sucedendo a Eça de Queiroz. Romancista, contista e cronista, é considerado um dos maiores e mais talentosos escritores portugueses da geração seguinte à do autor de “O primo Basílio” (Eça).

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

12 DE AGOSTO - MAFALDA LUÍS DE CASTRO


EFEMÉRIDE - Mafalda Martins da Silva Luís de Castro, actriz portuguesa, nasceu em Lisboa no dia 12 de Agosto de 1989.
A irmã Joana Luís de Castro, mais velha 4 anos, é que sempre manifestara vontade de ser actriz. Mafalda queria tornar-se ginasta profissional e, depois, quis seguir o exemplo dos pais, que são ambos jornalistas. Porém…
Em 2000/2001, deu os primeiros passos na representação, ao ser escolhida para protagonizar Margarida, na novela “Olhos de Água”, da TVI.
Logo a seguir, gravou a série “Um Estranho em Casa”, da RTP, onde contracenou com a irmã, que se tornou amiga da autora Isabel Medina, quando ambas dividiram o camarim nos bastidores da peça “Fidelidades”, apresentada no Teatro Maria Matos.
Em 2003/2004, participou na série “Ana e os Sete”, da TVI, onde fez parte do grupo de sete irmãos, dando vida a Marta.
Em 2005, foi Maria no filme “A Escada”, de Jorge Paixão da Costa. No mesmo ano, teve uma participação especial em “Inspector Max - A Fuga”, da TVI, onde interpretou Marta.
Em 2007, fez parte do elenco da mini-série “Nome de Código: Sintra”, da RTP, onde interpretou Mariana.
Entretanto, teve participações especiais em “Equador” e “Meu Amor” e foi ainda Ana em “Casos da Vida - Vida Dupla” e Marina em “Ele é Ela”, tudo na TVI.
Em 2010, teve o seu primeiro papel de protagonista principal, interpretando Isabel, em “Lua Vermelha”, da SIC. Em 2011, foi Inês em “Sedução”, da TVI.
Participou no videoclip da música “Cais”, dos GNR. Já em 2012, fez parte do elenco do telefilme “Os Abutres” do projecto TVI Filmes, na TVI.
Em 2012, protagonizou a novela da TVI, “Louco Amor”, ao lado de José Carlos Pereira.
Faz regularmente dobragens para filmes e séries de televisão, entre as quais se destacam a voz de Hermione Granger, personagem interpretada por Emma Watson, no 2º, 3º e 4º filmes da saga “Harry Potter” em português, bem como em todos os jogos de vídeo com este tema. Deu voz ainda a: Princesa Pea no filme “A Lenda de Despereaux”; a Sam O'Hare no filme “HOP”; a Branca de Neve no filme “Espelho, Espelho Meu!”; e a um dos Smurfs, no filme “Os Smurfs”.

domingo, 11 de agosto de 2019

11 DE AGOSTO - DUARTE LEITE


EFEMÉRIDE - Duarte Leite Pereira da Silva, professor, historiador, matemático, jornalista, diplomata e político republicano português, nasceu no Porto em 11 de Agosto de 1864. Morreu em Lousada, em 29 de Setembro de 1950.
Licenciou-se em Matemática na Universidade de Coimbra, em 1885. Foi lente da Academia Politécnica do Porto, onde regeu, durante vinte e cinco anos, (1886/1911), as cadeiras de Geometria descritiva, Astronomia e Geodesia. Simultaneamente, foi director do diário “A Pátria”.
A partir de 1906, ocupou sucessivamente diferentes cargos políticos: vereador da Câmara Municipal do Porto e, em seguida, depois da queda da Monarquia, ministro das Finanças no governo presidido por João Chagas (1911/1912).
De Junho de 1912 a Janeiro de 1913, foi primeiro-ministro e ministro do Interior, num governo que integrou democráticos, evolucionistas e unionistas. De 1914 a 1931, foi embaixador de Portugal no Brasil.
Em Agosto de 1922, foi condecorado com a grã-cruz da Ordem Militar de Cristo.
A partir de 1931, passou a viver na sua casa de Meinedo (Douro), onde escreveu alguns livros sobre a História de Portugal, assim como sobre a história dos descobrimentos. Os seus estudos sobre os descobrimentos portugueses deram origem a uma monografia, em dois volumes, intitulada “História dos descobrimentos”.
Fiel durante toda a sua vida aos princípios republicanos de esquerda, tornou-se membro do Movimento para a unidade da democracia (1945/48) que, durante a sua breve duração, funcionou como uma oposição legalizada ao governo de Salazar. Duarte Leite faleceu aos 86 anos.

sábado, 10 de agosto de 2019

10 DE AGOSTO - NÉ LADEIRAS


EFEMÉRIDE - Né Ladeiras, de seu nome completo Maria de Nazaré de Azevedo Sobral Ladeiras, cantora portuguesa, nasceu no Porto em 10 de Agosto de 1959.
Tem por origem uma família com grandes afinidades musicais. A mãe cantava em programas de rádio, o pai tocava viola e o avô materno tocava guitarra portuguesa, braguesa, cavaquinho e instrumentos de percussão. Com 6 anos, participou no Festival dos Pequenos Cantores da Figueira da Foz. Durante a adolescência, integrou vários projectos musicais, entre os quais um duo acústico formado com uma amiga da escola.
A sua carreira musical começou realmente com a fundação, em 1974, com diversos amigos, da Brigada Victor Jara, projecto no qual tocavam sobretudo música latino-americana, tendo participado em diversas campanhas de animação cultural do MFA (Movimento de Forças Armadas) e de trabalho voluntário. O interesse do grupo pela música tradicional portuguesa só se manifestou nos últimos meses de 1976, após realizarem diversos espectáculos pelo país e aí “descobrirem” as potencialidades e qualidade da nossa tradição musical.
Em 1977, na sequência de uma actuação na FIL (Feira Internacional de Lisboa), manteve contactos com a editora Mundo Novo, para a qual gravaram, durante dois dias, o álbum “Eito Fora”, que foi editado nesse mesmo ano. Né Ladeiras interpretou, neste disco, um dos temas mais conhecidos, “Marião”, com base numa tradição de Trás-os-Montes.
No ano seguinte, Né Ladeiras participou ainda nas gravações do segundo álbum da Brigada Victor Jara, intitulado “Tamborileiro”. Em 1979, após se separar da Brigada, Né Ladeiras juntou-se ao agrupamento Trovante, ainda antes de este alcançar sucesso, com o qual gravou o single “Toca a Reunir”.
Na altura da gravidez do seu primeiro filho, Né Ladeiras ficou em casa e foi nessa altura que foi convidada pelos Trovante, que já andavam há muito tempo à procura de uma voz feminina. Fizeram alguns espectáculos e toda a preparação de “Baile do Bosque”. Quase todas as músicas da maqueta apresentada às editoras eram cantadas por Né Ladeiras.
Entre 1980 e 1982, integrou um dos projectos mais inovadores da música portuguesa, a Banda do Casaco, fundada em 1973 por Nuno Rodrigues e António Pinho (ex-Filarmónica Fraude). Né Ladeiras participou na gravação dos álbuns “No Jardim da Celeste” (em 1981) e “Também Eu” (em 1982) que incluíam alguns dos maiores sucessos do grupo, como “Natação Obrigatória” e “Salvé Maravilha”.
O primeiro trabalho a solo de Né Ladeiras, “Alhur”, foi editado em 1982 pela gravadora Valentim de Carvalho. O disco, um EP (ou máxi-single) composto por quatro temas da autoria de Miguel Esteves Cardoso (letras) e Né Ladeiras (músicas), teve a participação de Ricardo Camacho na produção e dos Heróis do Mar como músicos de estúdio. “Alhur” é um disco que fala de águas, desde as águas régias do pensamento às águas salgadas dos oceanos e das lágrimas.
Né Ladeiras retribuiu, nesse mesmo ano, a colaboração com os Heróis do Mar, participando no maxi-single “Amor”, que se tornou um grande êxito comercial.
Em 1984, foi editado pela Valentim de Carvalho o álbum “Sonho Azul”, com produção de Pedro Ayres Magalhães (membro dos Heróis do Mar e futuro mentor dos Madredeus e Resistência), que também assinou as letras e partilhou, com Né Ladeiras, na composição das músicas. O disco foi dedicado a todas as pessoas que fizeram do cinzento um «sonho azul» e ao seu filho Miguel. Dos oito temas, os que obtiveram maior notoriedade foram: “Sonho Azul”, “Em Coimbra Serei Tua” e “Tu e Eu”.
Participou no Festival RTP da Canção de 1986, com “Dessas Juras que se Fazem”, um inédito de Carlos Tê e Rui Veloso.
Em 1988, integrou o projecto Ana E Suas Irmãs, idealizado por Nuno Rodrigues - seu colega na Banda do Casaco e então director da editora Transmédia. O grupo concorreu ao Festival RTP da Canção de 1988 com o tema “Nono Andar”, sendo apresentado como um conjunto mistério. No entanto, Né Ladeiras não participou no certame, colaborando apenas na edição em single.
Em 1989, lançou um álbum dedicado à actriz sueca Greta Garbo, “Corsária”, fruto de um projecto de pesquisa, o que, aliás, é bem característico do trabalho a solo de Né Ladeiras. A produção e arranjos estiveram a cargo de Luís Cília. As músicas foram compostas por si, sendo as letras da autoria de Alma Om. O disco não obteve uma grande divulgação, principalmente porque a editora abriu falência pouco tempo após a sua edição.
Colaborou igualmente com a rádio, outra das suas paixões, em rádios de Coimbra, Antena 1 e TSF. Posteriormente, em resultado de algum desencantamento com a música, retirou-se da actividade musical.
Em 1993, participou nas gravações de “Matar Saudades”, tema bónus incluído na edição em CD do disco “Banda do Casaco com Ti Chitas”.
Entre Janeiro de 1993 e Outubro de 1994, Né Ladeiras gravou, com produção de Luís Pedro Fonseca, o seu quarto álbum, “Traz-os-Montes”, uma produção da Almalusa com edição da EMI-Valentim de Carvalho, que resultou de dois anos de pesquisa de material relacionado com a música e a cultura tradicionais transmontanas (onde veio a descobrir raízes familiares), nomeadamente as recolhas efectuadas por Michel Giacometti e por Jorge e Margot Dias. O disco recebeu o Prémio José Afonso.
A qualidade de temas como “Çarandilheira” e “Beijai o Menino” fizeram deste disco, que é a revisitação de temas tradicionais transmontanos interpretados em língua mirandesa, a sua obra-prima e um dos melhores discos de sempre da música portuguesa.
No Natal de 1995, foi editado o álbum “Espanta Espíritos”, disco de natal idealizado e produzido por Manuel Faria (seu colega nos tempos dos Trovante), no qual participaram diversos artistas, entre os quais se destaca Né Ladeiras que interpretou o tema “A Lenda da Estrela” com letra de João Monge e música de João Gil.
Em 1996, participou na compilação “A Cantar com Xabarin”, Vol. III e IV, proposta pelo programa da TV Galiza, com o tema “Viva a Música!”, composto por Né Ladeiras e Bruno Candeias, no qual participaram, nos coros, os seus filhos Eduardo e João.
O álbum “Todo Este Céu”, editado em 1997, foi inteiramente dedicado às canções de Fausto, compositor popular português.
No álbum-compilação “A Voz e a Guitarra” fez incluir o tema “As Asas” do brasileiro Chico César e uma nova versão de “La Molinera”, que contou com a participação do guitarrista Pedro Jóia.
Colaborou no disco “Sexto Sentido”, que marcou o regresso dos Sétima Legião. Em 2000, foi editada a colectânea “Cantigas de Amigos” com produção de João Balão e Moz Carrapa.
Anamar, Né Ladeiras e Pilar Homem de Melo juntaram-se em concerto, por iniciativa de Tiago Torres da Silva, em dois shows realizados no mês de Novembro de 2000.
O álbum “Da Minha Voz”, de 2001, tem várias músicas do brasileiro Chico César e teve lançamento no Brasil em espectáculos realizados em São Paulo, com a orquestra do Teatro Municipal de São Paulo e com o grupo Mawaca. A imprensa brasileira teceu críticas positivas e elogiou, sobretudo, a voz grave e segura de Né Ladeiras. O disco contou com a participação de Ney Matogrosso, curiosamente cantando sozinho o tema “Sereia”.
Ao mesmo tempo, foram delineandos outros projectos: um disco inspirado nas pinturas de Frida Kahlo e um outro de homenagem à escritora Isabelle Eberhardt (escritora convertida ao Islão, autora de “Escritos no Deserto”) contando, para isso, com as letras de Tiago Torres da Silva.
Em 2002 foi editado o disco “Anamar, Né Ladeiras, Pilar - Ao Vivo”. Foi editada ainda uma compilação com os discos “Alhur” e “Sonho Azul”.
Em Abril de 2010, iniciou a gravação de um novo disco com composições suas e letras de Tiago Torres da Silva, na alcaidaria do castelo de Torres Novas. Contou com as participações de Vasco Ribeiro Casais (“Dazkarieh”), Nuno Patrício (“Blasted Mechanism”), Francesco Valente (“Terrakota”), Corvos, Lara Li e Mísia.
Em 2016, lançou o CD “Outras vidas”, dedicado a várias mulheres que marcaram a sua vivência e a sua carreira, como Avita, Greta Garbo, Frida Khalo, Madre Teresa, Isabelle Eberhardt ou Violeta Parra. A música é da própria e as letras têm assinatura de Tiago Torres da Silva, com produção de Amadeu Magalhães.

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