terça-feira, 31 de maio de 2022

31 DE MAIO - EDUARDO TEIXEIRA COELHO

EFEMÉRIDE - Eduardo Teixeira Coelho, ilustrador e autor de banda desenhada, morreu em Florença no dia 31 de Maio de 2005. Nascera em Angra do Heroísmo, em 4 de Janeiro de 1919. Usou os pseudónimos “ETC”, “Etcheverry” (ou “Etcheveri”) e sobretudo “Martin Sièvre” em parte importante da sua obra.

Nascido nos Açores, Eduardo Teixeira Coelho foi para o continente aos 11 anos, em 1930, tendo ingressado no Instituto dos Pupilos do Exército, com o número 49 e frequentado o Curso Complementar de Comércio até Agosto de 1944.

Publicou o seu primeiro trabalho - uma sequência cómica em quatro vinhetas - no “Sempre Fixe” de 16 de Abril de 1936. Trabalhou em publicidade e como ilustrador e, em 1943, tornou-se um dos fiéis e mais marcantes colaboradores de “O Mosquito”, uma famosa revista infantil portuguesa.

Foi ali que, segundo Leonardo de Sá e António Dias de Deus (no “Dicionário dos Autores de Banda Desenhada e Cartoon em Portugal”), Coelho «alcançou a mestria total na ilustração de novelas com carácter histórico, moderno ou fantástico».

Foi em “O Mosquito” que, quase sempre a trabalhar com o argumentista Raul Correia, publicou algumas das suas obras mais conhecidas, tais como “Os Guerreiros do Lago Verde” (1945), “Os Náufragos do Barco sem Nome” (1946), “Falcão Negro” (1946/1949), “O Caminho do Oriente” (1946/1948), “Sigurd, o Herói” (1946), “A Lei da Selva” (1948), “Lobo Cinzento” (1948/1949), “A Torre de D. Ramires” (1950), “O Defunto” (1950), “O Suave Milagre” (1950), “Os Doze de Inglatera” (1950/1951) e “A Aia” (1952).

Com o fim de “O Mosquito”, em 1953, desempregado e descontente com as limitações que o regime do Estado Novo impunha ao seu trabalho, Eduardo decidiu emigrar em 1954.

Passou pela Espanha, onde colaborou na revista “Chicos”, e pela Inglaterra, tendo-se fixado em França, onde colaborou com as revistas “Vaillant”, “Pif gadget”, “Pipolin” e “Pirates”. Publicou sobretudo usando o pseudónimo “Martin Sièvre” e trabalhou com os argumentistas Jean Ollivier e Roger Lécureux, criando várias personagens localizadas no mundo viquingue.

Entre as séries mais conhecidas deste período (algumas publicadas posteriormente em Portugal no “Mundo de Aventuras”), encontram-se “Ragnar le Viking” (1955/1969), “Davy Crockett” (1957), “Wango” (1957), “Yves Le loup” (1960/1961), “Biorn le Viking” (1962/1968), “Cartouche” (1964/1966), “Robin des Bois” (1969/1975), “Le Furet” (1975/1976), “Érik, le Rouge” (1976/1977) e “Ayak, le Loup Blanc” (1979/1984).

O estilo de Eduardo Coelho, inicialmente límpido e fluente, evoluiu, dizem Leonardo de Sá e António Dias de Deus, gradualmente para uma forma mais estática e carregada de detalhes.

Radicou-se na Itália desde o início da década de 1970, tendo recebido em 1973, no Salão Internacional de Lucca, o prémio Yellow Kid, para o melhor desenhador estrangeiro.

Redescoberto em Portugal, com várias reedições e traduções, foi-lhe atribuído o Mosquito Especial em 1986 e ainda o Grande Troféu do Festival Internacional da Amadora em 1997.

Em 1998, de 23 de Outubro a 8 de Novembro, esteve patente uma grande exposição dos seus originais, na Galeria dos Paços do Concelho, na Amadora, com a sua presença.

Faleceu aos 86 anos de idade, em Florença, cidade onde então residia.

segunda-feira, 30 de maio de 2022

30 DE MAIO - CHARLOTTE BURTON

EFEMÉRIDE Charlotte Burton, actriz norte-americana da era do cinema mudo e que actuou em mais de 130 filmes entre 1912 e 1920, nasceu em São Francisco no dia 30 de Maio de 1881. Morreu em Los Angeles, em 28 de Março de 1942. 

Charlotte assinou contrato com a American Film Company em 1912 e trabalhou para esta companhia durante vários anos.

O seu primeiro filme foi a curta-metragem “The Would-Be Heir”. A partir de então, fez várias curtas-metragens para a companhia, entre elas duas séries, “The Diamond from the Sky” (1915) e “The Sequel to the Diamond From the Sky” (1916), ambas ao lado de William Russell.

Em 1918, fez dois filmes para a William Russell Productions Inc.; em 1919, um filme para a Lewis S. Stone Productions Inc.; e em 1920, fez o seu último filme, “Polly of the Storm Country”, para a Chaplin-Mayer Pictures Company

Burton assinara um contrato com os Essanay Studios, que ela processou em 1919 reclamando 25 000 dólares por quebra de contrato. Ela assinara acreditando que estrelaria principalmente filmes dramáticos. Porém, acabou por protagonizar comédias.  Charlotte ganhou o processo na justiça, em 1920, e pôs fim à sua carreira artística. 

Em 1917, Burton casara-se com William Russell, em Santa Ana, na Califórnia, mas divorciaram-se em 1921. Casou novamente, dessa vez com Darrell Stuart, tendo tido uma filha. 

Charlotte Burton Stuart faleceu no Good Samaritan Hospital, em Los Angeles, vítima de um infarto agudo do miocárdio, aos 60 anos de idade.

domingo, 29 de maio de 2022

29 DE MAIO - ANNETTE BENING

EFEMÉRIDE - Annette Carol Bening, actriz norte-americana conhecida sobretudo pelo seu trabalho em filmes como “Bugsy” (1991) e “American Beauty” (1999), nasceu em Topeka no dia 29 de Maio de 1958.

Nascida no Texas, mudou-se com a família para Wichita em 1959, onde ela e os três irmãos, Jane, Bradley e Byron, passaram o começo da infância.

Em 1965, o pai conseguiu um emprego numa companhia de seguros em San Diego na Califórnia, a família mudou-se de novo e Annette entrou para a escola secundária onde começou a actuar como actriz, fazendo o papel principal na peça “A Noviça Rebelde”.

Em San Diego, entre os seus estudos de dramaturgia, passou um ano a trabalhar num navio de cruzeiro como cozinheira, onde atirava restos de peixe no Oceano Pacífico e praticava mergulho para relaxar.

Formou-se em Artes Dramáticas na Universidade Estadual de San Francisco. Juntou-se à companhia de actores do American Conservatory Theater enquanto estudava teatro e, neste período, revelou-se uma actriz de grande talento dramático em papéis como o de Lady Macbeth.

Em 1985, ela e o seu primeiro marido, um coreógrafo, mudaram-se para Denver, no Colorado, onde Annette trabalhou no Festival de Shakespeare na cidade próxima de Boulder.

Divorciada no ano seguinte, foi para Nova Iorque em busca de novos horizontes profissionais e começou a actuar em peças off-Broadway e num filme para televisão até conseguir o papel que marcaria a sua entrada no cinema pela porta da frente, a Marquesa de Merteuil em “Valmont - Uma História de Seduções” (1989) do premiado realizador Milos Forman.

O seu trabalho seguinte, “Os Imorais”, com Anjelica Huston, John Cusack e dirigido por Stephen Frears, foi um grande sucesso na crítica e levaria Annette à fama e a uma nomeação para o Oscar de Melhor Actriz coadjuvante em 1990.

No ano seguinte, seria a actriz principal de “Bugsy”, contracenando com Warren Beatty, com quem teve um romance secreto durante as filmagens e acabaria por se casar no ano seguinte, numa relação que dura até hoje e lhes deu quatro filhos.

Nos anos 1990, grávida várias vezes, Annette não trabalhou muito e chegou a perder o papel de Mulher Gato em “Batman, o Retorno” para Michelle Pfeiffer por causa disso, mas em 1998 recebeu US$ 3 milhões para participar no filme de acção e terrorismo “Nova Iorque Sitiada” com Denzel Washington e Bruce Willis.

Em 1999, fez o seu filme mais popular, “Beleza Americana”, pelo qual concorreu ao Oscar.

Em 2004, o talento de Bening seria finalmente reconhecido com o Globo de Ouro de Melhor Actriz conquistado em “Adorável Julia”, filme baseado na peça de W. Somerset Maugham.

Em Maio de 2018, foi escalada para interpretar dois personagens, no filme “Capitã Marvel”. “Capitã Marvel” será o décimo primeiro filme do Universo Cinematográfico da Marvel e a sua estreia esteve marcada para 2019.

sábado, 28 de maio de 2022

28 DE MAIO - CARMEN JORDÁ

EFEMÉRIDE - Carmen Jordá Buades, piloto de automóveis espanhola, nasceu em Alcoi no dia 28 de Maio de 1988.

Em 2005, aos 17 anos, Carmen estreou-se na Master Junior Formula e foi sétima colocada na temporada.

No ano seguinte, em 2006, foi a nona. Nesse mesmo ano, Carmen estreou-se na Fórmula 3 Espanhola. Ela foi a primeira mulher a subir no pódio da competição. Em 2007, foi a quarta classificada no campeonato.

Em 2009, Jordá competiu na Fórmula 3 Europeia e teve a nona posição em Magny-Cours como seu melhor resultado. Mesmo tendo desempenho discreto, foi contratada para disputar a Indy Lights Series em 2010, pela equipa Andersen Racing. Ela disputou cinco corridas, marcou 84 pontos e completou a temporada na 16ª posição.

No início de 2015, a equipa de Fórmula 1 Lotus anunciou a contratação de Carmen Jordá para actuar como piloto de testes.

No final do ano, a Renault anunciou a compra da equipa e, no início de 2016, anunciou a permanência da espanhola, que continuará a exercer a mesma função.

sexta-feira, 27 de maio de 2022

27 DE MAIO - JOÃO CANCELO

EFEMÉRIDE - João Pedro Cavaco Cancelo, futebolista português que actua como lateral-direito e lateral-esquerdo, nasceu no Barreiro em 27 de Maio de 1994. Actualmente, joga pelo Manchester City FC.

Jogou no SL Benfica em 212/2014, tendo conquistado o Campeonato Nacional e a Tasca de Portugal em 2013/2014.

Aos 20 anos, assinou contrato até 2021 com o Valencia CF.

No dia 7 de Agosto de 2019, assinou com o Manchester City, que em troca cedeu o brasileiro Danilo para a Juventus FC, clube onde Cancelo ajudou a conquistar o Campeonato Itália 2018/2019 e a Supertaça 2019.

João Cancelo foi convocado para a Selecção Portuguesa, pela primeira vez, pelo técnico Fernando Santos, no dia 26 de Agosto de 2016. Estreou-se pela Selecção no dia 1 de Setembro, num amistoso contra Gibraltar, tendo marcado um dos golos da partida.

No mês seguinte, marcou mais 2 golos nas eliminatórias da Copa do Mundo de 2018. O primeiro contra Andorra, numa partida em que Portugal venceu por 6 a 0, e o segundo contra as Ilhas Faroé, onde novamente a Selecção Portuguesa goleou por 6 a 0. Fez parte da equipa que ganhou a Liga das Nações da UEFA 2018/2019.

Pelo Manchester City, já ganhou duas Copa da Liga Inglesa (2019/2020 e 2020/2021) e dois Campeonatos de Inglaterra (2020/2021 e 2021/2022).

quinta-feira, 26 de maio de 2022

26 DE MAIO - JOHN WAYNE

EFEMÉRIDE - John Wayne, actor e realizador norte-americano, nasceu em Winterset no dia 26 de Maio de 1907. Morreu em Los Angeles, em 11 de Junho de 1979.

Filho de um farmacêutico, o seu verdadeiro nome era Marion Michael Morrison. Ele detestava este nome e ao entrar para o cinema mudou-o para John Wayne - mais a ver com um rapaz de 1,92 m de altura e campeão de futebol, pela University of Southern California.

Surgiu com destaque no cinema em 1930, em “The Big Trail”, faroeste dirigido por Raoul Walsh. Durante vários anos protagonizou filmes “B” até se consagrar no papel de Ringo Kid em “Stagecoach”, clássico de 1939 de John Ford. A carreira de Wayne foi assim agraciada com esse divisor de águas, que o lançou no estrelato. Esse filme definiu todas as principais características do cinema faroeste norte-americano.

A parceria entre Wayne e Ford continuou; realizaram juntos uma série de grandes sucessos e filmes inesquecíveis (vinte e dois no total), como “Three Godfathers” (1948), “The Quiet Man” (1952), “The Searchers” (1956), “The Wings of Eagles” (1957), “The Horse Soldiers” (1959) e “The Man Who Shot Liberty Valance” (1962), além da chamada ‘trilogia sobre a Cavalaria’, composta por “Fort Apache” (1948), “She Wore a Yellow Ribbon” (1949) e “Rio Grande” (1950).

Outro director renomado com quem Wayne trabalhou foi Howard Hawks, um dos maiores realizadores do período clássico hollywoodiano. Juntos, realizaram vários dos maiores sucessos, não apenas das suas carreiras, mas de todo o género do faroeste, como: “Red River” (1948), “El Dorado” (1967) e, principalmente, aquele que é um dos mais irretocáveis exemplares do género, “Rio Bravo” (1959).

Além de John Ford e Howard Hawks, outros grandes directores da época dirigiram Wayne. É o caso de Henry Hathaway, com quem fez, entre outros, o filme que lhe deu o Oscar de Melhor Actor, “True Grit” (1969); Otto Preminger, que o dirigiu no óptimo drama de guerra “In Harm’s Way” (1965); Don Siegel, com quem fez o seu último trabalho, “The Shootist” (1976); Michael Curtiz, sob cujas ordens actuou três vezes, inclusive em “The Comancheros” (1961), um dos seus grandes sucessos de bilheteria; e John Huston, com quem fez “The Barbarian and the Geisha” (1958).

Além dos directores já mencionados podem citar-se: William A. Wellman, Mark Rydell e John Farrow. Também trabalhou ao lado de vários astros de sua época: Henry Fonda, Katharine Hepburn, James Stewart, Maureen O’Hara, Sophia Loren, Elsa Martinelli, Kirk Douglas, William Holden, Marlene Dietrich, Rock Hudson, Robert Mitchum, Lee Marvin, Richard Widmark, Dean Martin, Natalie Wood, Jeffrey Hunter e Montgomery Clift, entre outros, nos seus cinquenta anos de cinema.

Casou-se três vezes. A primeira, em 1932, com Josephine Saenz, que lhe deu quatro filhos. Em 1946, casou-se pela segunda vez, com a actriz mexicana Esperanza Baur, de quem se divorciou sete anos depois, para se casar com Pilar Palette, com quem teve mais dois filhos.

Dirigiu os filmes “The Alamo” (1960) e “The Green Berets” (1968). Este último causou-lhe grandes problemas. O guião, pró-Guerra do Vietname, alimentou a fúria dos opositores a essa intervenção militar norte-americana, que realizaram vários protestos contra a exibição do filme.

Em 1973, nos Oscars tentou atacar a activista, modelo e actriz nativa americana Sacheen Littleafether que, em nome de Marlon Brando, vencedor do Oscar com Godfather”, falava sobre a pouca representatividade de nativos americanos na indústria de cinema. Foi impossibilitado e levado para fora pelos seguranças do evento.

John Wayne foi homenageado pela cantora Lady Gaga no seu álbum de estúdio “Joanne” (2016) na 4ª faixa do disco que tem o nome do “John Wayne”.

Fumador inveterado desde a juventude, Wayne foi diagnosticado em 1964 com cancro de pulmão, tendo passado por uma cirurgia para remoção de todo o pulmão esquerdo, além de quatro costelas. Apesar dos esforços dos seus agentes para evitar que ele tornasse a doença pública, ele mesmo anunciou o seu estado à imprensa e apelou para que a população fizesse mais exames preventivos. Cinco anos depois, foi constatado que ele ficara livre da doença. Apesar da diminuição da capacidade pulmonar, pouco tempo depois Wayne voltou a mascar tabaco e a fumar.

No final da década de 1970, Wayne envolveu-se como voluntário nos estudos de uma vacina para a cura da doença que o assombrara anos antes. Contudo, faleceu em 1979, aos 72 anos de idade, na decorrência de um cancro de estômago. Está sepultado no Pacific View Memorial Park, Corona del Mar, Condado de Orange, Califórnia.

quarta-feira, 25 de maio de 2022

25 DE MAIO - JOSÉ MÁRIO BRANCO

EFEMÉRIDE - José Mário Monteiro Guedes Branco, cantor, músico e compositor português, nasceu no Porto em 25 de Maio de 1942. Morreu em Lisboa em 19 de Novembro de 2019. É descrito como «um dos nomes maiores da canção portuguesa».

Foi militante do Partido Comunista Português (PCP) e obrigado a exilar-se em 1963 pela ditadura do Estado Novo, até regressar de França em 1974 com a Revolução dos Cravos.

Filho de professores primários, cresceu entre o Porto e Leça da Palmeira, sendo marcado pelo ambiente luzidio e inspirador desta vila piscatória.

Iniciou o curso de História, primeiro na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, depois na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, não o tendo terminado os estudos.

Expoente da música de intervenção portuguesa, começou por ser activo na Igreja Católica. Depois, aderiu ao Partido Comunista Português e foi perseguido pela PIDE, até se exilar em França, em 1963. Em 1974, regressou a Portugal e fundou o Grupo de Acção Cultural - Vozes na Luta!.

Como interveniente em concertos ou álbuns editados, como cantautor e/ou como responsável pelos arranjos musicais, José Mário Branco é autor de uma obra singular no panorama musical português.

Entre música de intervenção, fado e outras, são obras famosas os discos “Ser solidário”, Margem de Certa Maneira”, A noite” e o emblemático “FMI”, obra síntese do movimento revolucionário português com seus sonhos e desencantos. Esta última foi proibida pelo próprio José Mário Branco de passar em qualquer rádio, TV ou outro tipo de exibição pública. Não obstante este facto, “FMI” será, provavelmente, a sua obra mais conhecida.

O seu último álbum de originais, intitulado “Resistir é Vencer”, foi lançado em 2004, em homenagem ao povo timorense, que resistiu durante décadas à ocupação pelas forças da Indonésia logo após o 25 de Abril. O ideário socialista está expresso em muitas das suas letras.

Trabalhou com diversos outros artistas de relevo da música de intervenção e outros géneros, nomeadamente José Afonso, Sérgio Godinho, Luís Represas, Fausto Bordalo Dias, Janita Salomé, Amélia Muge, Os Gaiteiros de Lisboa e, no âmbito do Fado, com Carlos do Carmo, Camané e Katia Guerreiro. Do mesmo modo, compôs e cantou para o teatro, o cinema e a televisão, tendo sido elemento da companhia de teatro A Comuna.

Em 2006, com 64 anos, José Mário Branco iniciou uma licenciatura em Linguística, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Terminou em 1º ano com média de 19,1 valores, sendo considerado o melhor aluno do seu curso. Desvalorizou a Bolsa de Estudo por Mérito que lhe foi atribuída, dizendo que é «algo normal numa carreira académica».

Em 2009, voltou às actuações públicas com dois concertos intitulados “Três Cantos”, juntando «referências não só musicais, mas também poéticas do que é cantar em português»: José Mário Branco, Sérgio Godinho e Fausto.

Faleceu aos 77 anos, de paragem cardio-respiratória, na madrugada do dia 19 de Novembro de 2019, em Lisboa.

terça-feira, 24 de maio de 2022

24 DE MAIO - RON PARISE

EFEMÉRIDE - Ronald “Ron” Anthony Parise, astronauta e cientista norte-americano, nasceu em Warren no dia 24 de Maio de 1951. Morreu em Silver Spring, em 9 de Maio de 2008. Fez duas missões no ónibus espacial.

Formado em Física, Matemática, Geologia e Astronomia, fez doutoramento na última cátedra, na Universidade da Flórida, em 1979.

Foi seleccionado pela NASA em 1984, como especialista de carga, para os voos do novo sistema de observatórios espaciais ASTRO e, durante os doze anos que dedicou a este trabalho, em terra e no espaço, esteve envolvido no planeamento de missões, desenvolvimento de simuladores e de procedimentos de voo, assim como na análise de dados científicos.

Após o complemento do programa ASTRO, Parise assumiu a direcção de um planeamento de engenharia de comunicações para diversos projectos de missões humanas no espaço, como a estação Mir, a Estação Espacial Internacional e o X-38.

Foi ao espaço pela primeira vez como especialista de carga na missão STS-35 Columbia, em 2 de Dezembro de 1990, uma missão de nove dias destinada a fazer observações com o Astro-1, observatório do Spacelab constituído por quatro telescópios. A sua segunda missão foi em Março de 1995, como especialista de carga da STS-67 Endeavour, que levou ao espaço o Astro-2.

Ron Parise faleceu em Maio de 2008, nas vésperas de completar 57 anos, após três anos de luta contra um cancro no cérebro.

segunda-feira, 23 de maio de 2022

JOSÉ MÁRIO BRANCO - "Do Que Um Homem É Capaz"

23 DE MAIO - JEWEL

EFEMÉRIDE - Jewel Kilcher, cantora, compositora, actriz e poetisa norte-americana, nasceu em Payson no dia 23 de Maio de 1974. Durante a sua carreira, Jewel já recebeu quatro nomeações para os Grammy Awards e vendeu 30 milhões de álbuns mundialmente, até 2015.

Jewel nasceu no estado de Utah e foi criada na localidade de Homer, no Alasca, onde cresceu cantando e fazendo iodelei em dupla com o seu pai, um músico local.

Aos quinze anos de idade, recebeu uma bolsa de estudos parcial para estudar na Interlochen Arts Academy no estado de Michigan, onde estudou canto clássico.

Após a sua graduação, Jewel passou a cantar e compor em cafés e clubes locais de San Diego, na Califórnia, onde começou a chamar a atenção do público e, posteriormente, foi convidada a assinar um contrato com a gravadora Atlantic Records, que lançou o seu álbum de estreia “Pieces of You” (1995). O álbum foi certificado com doze platinas nos Estados Unidos e tornou-se um dos álbuns de estreia mais vendidos de todos os tempos.

Os singles “You Were Meant for Me”, “Who Will Save Your Soul” e “Foolish Games” tiveram sucesso na Billboard Hot 100. Os eus álbuns seguintes “Spirit” (1998) e “This Way” (2001) alcançaram o top 10 na parada Billboard 200.

O seu quinto álbum de estúdio, “0304” (2003), apresenta uma sonoridade mais focada no pop, diferente dos seus álbuns anteriores que exploram o folk e folk rock. “0304” foi sucedido por “Goodbye Alice in Wonderland” (2006) e “Perfectly Clear” (2008), esse segundo apresentando uma sonoridade influenciada pela música country.

Sweet and Wild” (2010) foi o seu 2º álbum country. O seu 12º álbum de estúdio “Picking Up the Pieces” (2015) foi um retorno à sua sonoridade folk do passado. Ela também lançou álbuns dedicados ao público infantil, como “Lullaby” (2009) e “The Merry Goes Round” (2011), além dos álbuns natalícios, Joy: A Holiday Collection” (1999) e “Let It Snow” (2013).

Jewel é autora de diversos livros de poesia. A sua primeira publicação foi “A Night Without Armor” (1998). Além disso, também é actriz, tendo o seu papel mais elogiado em “Ride with the Devil” (1999).

domingo, 22 de maio de 2022

22 DE MAIO - ÁLVARO PERDIGÃO

EFEMÉRIDE - Álvaro Perdigão, artista plástico português, nasceu em Setúbal no dia 22 de Maio de 1910. Morreu em Lisboa, em 10 de Março de 1994.

A obra plástica de Álvaro Perdigão desenvolveu-se ao longo de grande parte do século passado, desde o final dos anos 1920 até ao início da década de 1990.

Em Setúbal, frequenta o Liceu Bocage. Começou a estudar pintura no atelier do pintor Lázaro Lozano em 1917, por volta dos dezassete anos, onde permaneceu até 1929.

Teve um percurso académico que passou pela Escola Superior de Belas Artes e posteriormente pelo Conservatório Nacional, no curso de Cenografia.

Enquanto estudava desempenhou várias funções, nomeadamente, desenhador da Comissão de Fiscalização dos Levantamentos topográficos Urbanos, entre 1939 e 1948. Mas é ao ensino que opta por dedicar a sua actividade profissional.

É nomeado professor do Ensino Técnico da Escola Industrial Marquês de Pombal de Lisboa, em 1948. Entra para o corpo docente da Casa Pia de Lisboa em 1950, a convite da direcção, para exercer o cargo de professor de Pintura, função que desempenhou até 1980. Tem como colegas os escultores Martins Correia, Raul Xavier e Helder Baptista, entre outros. Leccionou ainda nas aulas nocturnas da Sociedade Nacional de Belas Artes, sem remuneração, como era hábito.

Bem cedo iniciou a sua carreira artística. Ainda jovem, com dezanove anos, realiza a sua primeira exposição individual, em 1929, no Clube Naval de Setúbal. A partir daí, permaneceu em contacto com o público continuadamente.

Ao longo da sua carreira, realizou dezenas de exposições individuais, quer em Portugal quer no estrangeiro, e participando em inúmeras colectivas, realizando mais do que uma exposição anual.

Foi vice-presidente da Direcção da SNBA no mandato de 1951/1952, abrangendo o período difícil em que a SNBA foi encerrada por ordem do Governador Civil de Lisboa, em pleno Estado Novo, entre 8 de Abril e 31 de Outubro de 1952. Integrou o Grupo Paralelo em 1974, com António Carmo, João Hogan, Querubim Lapa, Gil Teixeira Lopes e outros.

Foi um cultor de várias técnicas. Deixou uma vasta obra na qual predomina o óleo como técnica preferencial, mas também o desenho, a aguarela, a cerâmica, o vitral, a gravura em diversos materiais e ainda a monotipia. Usou meios cromáticos muito variados: as cores da paleta - cinzentos, sempre muito trabalhados, azuis, verdes, ocre, brique, amarelos, castanhos, vermelhos - são espalhadas em manchas exigentemente estruturadas sobre a tela, de um linho de trama grossa que na aplicação da tinta permitia uma textura em relevo.

Podemos destacar as grandes linhas temáticas, vastas e diversificadas que explorou ao longo da sua obra: figura masculina e feminina, paisagem e natureza morta. Exprime a sua visão da vida do homem comum e das suas tarefas quotidianas.

Faleceu em Lisboa com 83 anos de idade.

sábado, 21 de maio de 2022

JEWEL- "You Were Meant For Me"

21 DE MAIO - TREVOR BOLDER

EFEMÉRIDE - Trevor Bolder, músico e produtor inglês, morreu em Londres no dia 21 de Maio de 2013. Nascera em Kingston upon Hull, em 9 de Junho de 1950.

Destacou-se desde o início dos anos 1970 no prolífico cenário britânico de rock. Fez parte de encarnações dos grupos Uriah Heep, Wishbone Ash e da banda do cantor David Bowie, em diferentes momentos. A sua primeira experiência numa banda foi com a Chicago Blues Style Band.

Em 1968, fundou a banda Rono com Mick Ronson (ex Rats). No mesmo ano, a Rono gravou o single “4th Hour Of My Sleep”/”Powers Of Darkness”, mas Bolder não participou nas gravações, embora o seu nome conste dos créditos (ele foi substituído por Tony Visconti). A banda Rono chegou a gravar um álbum inteiro que. entretanto, nunca foi lançado.

Em 1971, Bolder tocou baixo no disco “Hunky Dory”, de David Bowie. Alguns dos outros músicos eram: Mick Ronson (guitarra) e Rick Wakeman (piano). Em 1972, Bolder participou no clássico disco de Bowie, “The Rise and Fall of Ziggy Stardust And the Spiders From Mars”.

Em 1973, Bolder tocou no disco “Weren’t Born As A Man”, de Dana Gillespie, junto a Mick Ronson, Rick Wakeman, David Bowie, Chris Rea e Ray Cooper. Ainda nesse ano, Bolder juntou-se à Mick Ronson Band. Outros membros eram Mick Garson e Aynsley Dunbar. Um ano depois, “Slaughter On 10th Avenue” era lançado. Em Setembro de 1974, o grupo separou-se. Como um presente de despedida, “Play Don’t Worry” foi lançado em 1975.

Em 1975, a banda The Spiders From Mars foi formada. Com Bolder, Woody Woodmansey (bateria), Dave Black (guitarra), Pete McDonald (vocais) e Mike Garson (teclados), e um álbum homónimo foi lançado em 1976. As suas 10 músicas mostram um alto nível de composição, especialmente as músicas de Bolder, como “Prisoner” e “Rainbow”. “Red Eyes”, “I Don’t Wanna Do No Limbo”e “Stranger To My Door” foram escritas por Bolder e McDonald. Todavia, após o lançamento deste disco, a banda encerrou actividades no início de 1976.

Em Setembro de 1976, Bolder substituiu John Wetton no Uriah Heep. Ele permaneceu na banda até Março de 1981 e tocou baixo nos seguintes discos: “Firefly” (1977), “Innocent Victim” (1977), “Fallen Angel” (1978) e “Conquest” (1980). Bolder participou na composição também: de “Save It” (do “Fallen Angel”), “No Return”, “Fools”, “Won't Have to Wait Too Long” e “It Ain't Easy” (do “Conquest”). Embora o disco “Conquest” tenha sido muito criticado, para muitos fãs Bolder estava na sua melhor forma neste registro. Talvez o seu estilo funky no mesmo seja a resposta…

Quando, no fim de 1980, as coisas começaram a dar errado com o Uriah Heep (Ken Hensley saiu da banda), Bolder e o guitarrista Mick Box visitaram o vocalista original David Byron, tentando convencê-lo a retornar como frontman. Ficaram, porém, bastante frustrados com a resposta negativa de Byron, e parecia ser a última tentativa de manter a banda activa. Mais tarde, Bolder admitiu que a banda deveria ter provavelmente mudado de nome após a saída de Hensley.

Em 1981, Bolder tocou baixo em algumas músicas do disco a solo de Ken Hensley chamado “Free Spirit”.

Em Abril de 1981, Bolder trocou o Heep pelo Wishbone Ash, embora a seu coração continuasse no Uriah Heep. No Wishbone Ash estavam então Andy Powell (guitarra, vocais), Laurie Wisefield (guitarra) e Steve Upton (bateria). Mais uma vez, Bolder substituiu John Wetton, como acontecera 5 anos antes com o Uriah Heep. Dessa forma, o Wishbone Ash pôde continuar a sua tournée. Em Dezembro de 1981, o Wishbone Ash apresentou-se na Índia (umas das primeiras bandas do Ocidente a tocar lá). Bolder dividia também as partes vocais com Andy Powell. Em 1982, “Twin Barrels Burning” foi gravado no home studio de Jimmy Page. A banda começou a fazer tournées novamente. Houve um sucesso inesperado com o álbum, com o 22º lugar nas paradas de sucesso inglesas. Do Meio de 1982 até Fevereiro de 1983, o Wishbone Ash apresentou-se com Trevor na Índia, Inglaterra, Itália, Holanda, EUA e Suécia.

Em Abril de 1983, Bolder voltou ao Uriah Heep a tempo para a “Head First Tour”. Ele substituiu dessa vez Bob Daisley. A partir daí, Bolder nunca mais deixou o Uriah Heep. Ele transformou-se num grande factor de importância para a banda, pelas suas composições e por ter eventualmente assumido o papel de produtor.

Desde que voltou ao Heep, ele demonstrou as suas habilidades no baixo em 18 discos oficiai (1985/2011).  Após Mick Box e Lee Kerslake, ele é o membro mais antigo da banda.

Para “Sea of Light”, o disco de 1995 lançado pela Steamhammer, Bolder compôs “Sweet Sugar”, “Fear of Falling”, “Fires Of Hell” e “Dream On”. Esta última, uma balada acústica, foi lancada como single, mas devido à falta de empenho da gravadora em promovê-la, nunca teve chance de atingir realmente sucesso.

O disco de 1998, “Sonic Origami”, contém 3 músicas de Bolder: “I Hear Voices”, “Shelter from The Rain” e “Only the Young”. Ele também co-escreveu “Everything In Life”, na realidade uma antiga canção da banda que durante anos vinha sendo tocada ao vivo, mas que nunca havia sido gravada em estúdio.

Depois de lançar em 2009 a comemoração dos 40 anos da Uriah Heep, lançaram “Celebration - Forty Years of Rock”, onde regravam os sucessos de várias fases da banda, mostrando ao mundo quão criativa é a sua obra.

Depois de diversos shows, em Fevereiro de 2013 Bolder teve que se afastar devido a graves problemas de saúde. Faleceu em 2013, aos 62 anos, depois de enfrentar um cancro pancreático.

Assim, o mundo ficou sem um dos seus maiores expoentes na versão rock clássico.

sexta-feira, 20 de maio de 2022

20 DE MAIO - PAOLO SEGANTI

EFEMÉRIDE - Paolo Seganti, actor, ex-modelo e ex-pugilista italiano, nasceu em Milão no dia 20 de Maio de 1965.

Nasceu numa família grande, ao lado de outros 4 irmãos. Em 2001, casou com Carlotta Chang, e a primeira filha do casal, Stella, tinha nascido em 1999. Outros três filhos nasceram posteriormente.

Era pugilista, chegando a vencer o campeonato italiano na categoria júnior durante 3 anos seguidos, antes de ser descoberto por fotógrafos, que o transformariam num modelo profissional. Entre estes, estavam Jean-Paul Goude, Peter Lindberg, Jean-Baptiste Mondino e Bruce Weber, que faziam campanhas mundiais para Chanel, YSL, Lanvin e Calvin Klein.

No entanto, Seganti estava mais interessado em ser actor e mudou-se para Nova Iorque, onde foi bem-recebido pelos críticos, ao protagonizar Equus” e “Whose Life Is It Anyway?”. Aos 18 anos, mudou-se para Los Angeles para continuar a sua carreira.

Após chegar à costa oeste dos Estados Unidos, Seganti conseguiu fazer participações especiais em várias séries de televisão como “The Nanny”, “Nash Bridges”, “Babylon 5” e “Perversions of Science”, bem como papéis em filmes notórios como “L.A. Confidential”, ao lado de grandes estrelas como Kevin Spacey, Russell Crowe, Guy Pearce e Kim Basinger, e “Still Breathing”, acompanhado por Brendan Fraser.

No novo século, surgiram mais participações em séries de televisão. O actor passou a revezar-se entre os Estados Unidos e a Itália, onde também surgiram oportunidades de trabalho, como as mini-séries “Caraibi” e “The American”. Porém, foi “As the World Turns” o ponto alto da nova fase da carreira, visto que, o actor ficou no papel durante um ano, quando deveria participar apenas alguns episódios.

quinta-feira, 19 de maio de 2022

19 DE MAIO - CATARINA EUFÉMIA

EFEMÉRIDE - Catarina Efigénia Sabino Eufémia, trabalhadora agrícola portuguesa, morreu em   Monte do Olival, Baleizão, Beja, no dia 19 de Maio de 1954. Nascera em Baleizão, em 13 de Fevereiro de 1928.

Na sequência de uma greve de assalariadas rurais, foi assassinada com três tiros quase à queima-roupa, pelas costas, pelo tenente João Tomaz Carrajola da Guarda Nacional Republicana. Com vinte e seis anos, analfabeta, Catarina tinha três filhos, um dos quais de oito meses. Estaria novamente grávida. Ofereceu resistência ao regime salazarista, sendo ícone da resistência no Alentejo.

Sophia de Mello Breyner, Carlos Aboim Inglez, Eduardo Valente da Fonseca, Francisco Miguel Duarte, José Afonso, José Carlos Ary dos Santos, Maria Luísa Vilão Palma e António Vicente Campinas dedicaram-lhe poemas.

Era militante comunista, sendo presumivelmente membro do Comité Local de Quintos do Partido Comunista Português.

Era filha de trabalhadores agrícolas. Começou a trabalhar em casa desde muito nova, não tendo frequentado a escola primária devido à falta de tempo.

Principiou a laborar na agricultura durante a adolescência. Aos dezassete anos, casou-se com António Joaquim, que trabalhava como operário na Companhia União Fabril, tendo-se mudado para o Barreiro. Algum tempo depois, António Joaquim foi despedido da empresa, pelo que regressaram a Baleizão, onde Catarina Eufémia se voltou a empregar na agricultura, enquanto o marido se tornou cantoneiro.

Em 19 de Maio de 1954, ocorreu uma manifestação de trabalhadores agrícolas em Baleizão, por melhores salários e condições de trabalho, tendo Catarina Eufémia liderado um grupo de catorze ceifeiras, que exigiam um aumento de salário de dois escudos por jorna. Quando os trabalhadores procuraram encontrar-se com o proprietário, este alertou a Guarda Nacional Republicana, que depressa chegou ao local, tendo cercado o grupo das ceifeiras na Herdade do Olival. A partir desse momento, existem vários testemunhos contraditórios sobre o acidente, embora tenham sido encontradas provas de que Catarina Eufémia tenha caído após ter sido agredida por um agente; quando se levantou foram disparados três tiros, atingindo-a mortalmente. Prestes da Fonseca não descartou a hipótese de os disparos terem sido acidentais, algo que era muito comum com as armas utilizadas pelos agentes.

O autor dos disparos foi identificado como o tenente Carrajola, segundo responsável pelo corpo de intervenção de Beja da GNR.

O funeral de Catarina Eufémia teve a presença de muitos populares, que protestaram contra o seu homicídio, tendo sido violentamente dispersados por agentes da GNR. Nove camponeses acabaram por ser presos, tendo sido julgados e condenados a cerca de dois anos de prisão. De forma a evitar que fossem feitas romagens ao seu local de sepultura, os restos mortais não foram inicialmente depositados em Baleizão, mas na aldeia de Quintos. O corpo só foi transladado para Baleizão após a Revolução de 25 de Abril de 1974. Após o incidente, o viúvo e os três filhos voltaram a mudar-se para o Barreiro.

O tenente Carrajola foi levado a julgamento; foi absolvido, sendo a morte da camponesa justificada por um disparo acidental da arma. Foi transferido para Aljustrel, onde faleceu de causas naturais em 1964. Carrajola fora agraciado com a Ordem de Avis, grau cavaleiro em 27 de Setembro de 1958.

Após o seu falecimento, Catarina Eufémia tornou-se num ícone da resistência ao regime ditatorial. A sua simbologia foi principalmente formada pelo Partido Comunista. Porém, o autor Pedro Prostes da Fonseca questionou a ligação de Catarina Eufémia ao Partido Comunista no seu livro “O Assassino de Catarina Eufémia”, não existindo provas concretas que teria feito parte do partido, embora o seu marido tivesse ligações com militantes comunistas. Catarina Eufémia chegou a lutar contra o regime, ao fazer a distribuição de jornais clandestinos.

No local onde se deu o incidente, foi colocado um monumento em forma de foice, que pretendeu homenagear não só Catarina Eufémia, mas também os comunistas alentejanos que lutaram contra o regime. Todos os anos, o Partido Comunista faz uma romagem até ao monumento em 19 de Maio, para recordar a morte de Catarina Eufémia. Também foram organizadas romagens ao cemitério de Baleizão, em 19 de Maio de 2019 e 2020. Foi igualmente colocada uma estátua sua no largo central de Baleizão.

O nome de Catarina Eufémia foi colocado num parque no centro do Barreiro e em várias ruas e largos em território nacional, incluindo uma rua no Sobral da Adiça. Também foi homenageada pelo cantor José Afonso e por vários escritores.

Apesar do grande número de homenagens que lhe foram feitas, Prostes da Fonseca criticou o progressivo esquecimento de Catarina Eufémia, principalmente entre as camadas mais jovens, realçando a sua importância cultural, como um símbolo da resistência ao Estado Novo. 

quarta-feira, 18 de maio de 2022

18 DE MAIO - JOSÉ HENRIQUE

EFEMÉRIDE - José Henrique Rodrigues Marques, futebolista português, nasceu em Arrentela no dia 18 de Maio de 1943.

Jogava na posição de guarda-redes e ficou conhecido pelo seu sucesso no SL Benfica, sendo apelidado de Zé Gato.

Competiu em 299 jogos oficiais com o clube, ganhando 11 títulos principais.

José Henrique começou no Amora FC (onde jogou três temporadas), depois jogou no Seixal FC e no Atlético Clube de Portugal (uma temporada em cada), todos estes clubes da área de Lisboa.

Posteriormente, assinou com o Benfica, onde permaneceria nos 13 anos seguintes - jogou na equipa juvenil do clube durante dois anos.

José Henrique também foi fundamental para ajudar o Benfica a atingir o seu recorde defensivo: 60 jogos com apenas uma derrota e 29 golos sofridos.

Ele acabou por ter de compartilhar a titularidade com Manuel Bento, acabando por perder a sua posição definitivamente em 1976.

Ele jogou a final da Liga dos Campeões de 1967/1968 quando o Benfica perdeu por 1-4 com o Manchester United FC, no prolongamento.

De 1979 a 1982, José Henrique jogou na 2ª Divisão pelo CD Nacional (dois anos) e SC Covilhã, retirando-se aos 39 anos.

Ainda como jogador, ele tornou-se treinador do seu último clube, regressando posteriormente ao Benfica, onde trabalhou como treinador de guarda-redes.

José Henrique jogou 15 vezes na Selecção Portuguesa, a sua estreia tendo sido em 10 de Dezembro de 1969, numa derrota em amigável por 0-1 contra a Inglaterra. O seu último jogo ocorreu em 13 de Outubro de 1973 num empate de 2-2 contra a Bulgária, nas eliminatórias pra Copa do Mundo de 1974 - esse também foi o último jogo de Eusébio.

Durante a sua carreira, José Henrique sofreu uma forte concorrência de Vítor Damas do Sporting CP.

Do seu palmarés fazem parte, sempre em representação do Benfica: Primeira Liga - 1967/68, 1968/69, 1970/71, 1971/72, 1972/73, 1974/75, 1975/76 e 1976/-77; e as Taça de Portugal - 1968/69, 1969/70 e 1971/72.

terça-feira, 17 de maio de 2022

17 DE MAIO - DONNA SUMMER

EFEMÉRIDE -      Donna Summer, de seu nome original LaDonna Adrian Gaines, cantora, compositora e pianista norte-americana, morreu em Naples no dia 17 de Maio de 2012. Nascera em Boston, em 31 de Dezembro de 1948.

Conhecida por estar entre as melhores cantoras mundiais e por ter feito as suas gravações musicais em estilo disco nos anos 1970 e, posteriormente, dance music nos anos 1980, 1990 e 2000. Devido ao seu estrondoso sucesso, recebeu os títulos de ‘Rainha do Disco Music’ e ‘Rainha da Dance Music’.

Em toda a sua carreira, vendeu mais de 200 milhões de discos. Foi a primeira artista a ter três álbuns duplos consecutivos a atingir o 1º lugar nas paradas da Billboard nos Estados Unidos. Também teve quatro singles que atingiram o nº 1 nos Estados Unidos num período de 13 meses.

Summer foi um caso raro na cena disco, pois a sua carreira iniciou-se antes da explosão daquele estilo e continuou após aquela fase. Apesar de ela ser uma das mais conhecidas artistas da Era Disco, o seu repertório incluiu diversos géneros, incluindo R&B e rock, tendo ganho prémios Grammy nestas categorias. O seu trabalho ainda é aplaudido pela crítica e ela permanece como uma das poucas artistas da Era Disco ainda aceites pela crítica actual.

Nascida numa família cristã devota em Boston, Summer envolveu-se com a música cantando nos corais da igreja, envolvendo-se posteriormente com bandas influenciadas pela Motown Sound. Levada pela contracultura dos anos 1960, tornou-se a cantora de uma banda chamada Crow e mudou-se para New Iorque.

Depois, mudou-se para Munique, Alemanha, casando-se com Helmut Sommer (“Summer” é uma anglicização do nome Sommer) e trabalhou em vários musicais e teatros como na versão alemã do musical “Hair”.

Em 1971, lançou a música “Sally Go‘Round the Roses”, o seu primeiro trabalho a solo, sem sucesso. Após conhecer Giorgio Moroder e Pete Bellotte, lançou o seu primeiro LP, “Lady of the Night”, em 1975, com algum sucesso na Europa. A sua música “Love to Love You Baby” foi um grande hit no continente.

A gravadora Casablanca Records começou a distribuir o álbum nos Estados Unidos, tornando-a uma sensação por lá também. Em seguida, surgiu uma versão de 17 minutos de “Love to Love You Baby” aclamada pela crítica e que estabeleceu um padrão hoje conhecido por extended mix: versões extensas voltadas para pistas de dança.

Continuando a trabalhar com Moroder e Bellotte, surgiu o disco “A Love Trilogy” em 1976 e, no mesmo ano, o álbum conceitual “Seasons of Love”. O trabalho seguinte, “I Remember Yesterday” (de 1977) incluía o sucesso “I Feel Love”, a primeira música de sucesso com acompanhamento inteiramente feito por sintetizador. Esta música, de enorme sucesso, influenciou o desenvolvimento da disco’music e do techno, graças às inovações introduzidas por Moroder.

Once Upon a Time” foi lançada pouco depois de “I Remember Yesterday”; foi novamente uma produção conceitual, tendo como tema o conto de fadas “Cinderela”. Depois de actuar (e ganhar um Grammy pela banda sonora) na comédia “Thank God It’s Friday” (“Até que enfim é sexta-feira”), Summer lançou um álbum ao vivo, “Live and More” com outro enorme sucesso: “MacArthur Park”.

O seu talento como compositora apareceu em “Bad Girls” (1979), e também em “Hot Stuff”, vencedora de outro Grammy. A música “On the Radio”, também de 1979, chegou a nº 1 nas paradas americanas. Neste ano, gravou igualmente um dueto com Barbra Streisand na música “Enough is Enough (No More Tears)”.

Em 1978, Summer estrelou o filme discoThank God It’s Friday” e a música que interpretou nessa película, “Last Dance”, conquistou o Oscar e o Globo de Ouro de MJelhor Canção no ano seguinte.

Summer então decidiu deixar a gravadora Casablanca Records e assinar com a Geffen Records. O seu primeiro álbum pela Geffen foi “The Wanderer”, de 1980, que incluía influências do R&B e do rock. O álbum seguinte, “I’m a Rainbow”, só foi lançado em 1996 pois a Geffen não acreditava que fosse bom. Ao invés disso, a Geffen fez com que Donna Summer deixasse Moroder e Bellotte, seus compositores de longa data, e tivesse como produtor Quincy Jones, no álbum seguinte, “Donna Summer”, o qual teve os sucessos “Love is in Control (Finger on the Trigger)” e a balada “The Woman in Me”. Teve ainda a música de Vangelis chamada “State of Independence” com estilo New Age.

Em 1983, como parte do acordo judicial assinado com a Casablanca Records, Summer lançou o álbum “She Works Hard for the Money”, com produção de Michael Omartian. O que deveria ser apenas uma obrigação, transformou-se num enorme sucesso. Além da canção-título, outro grande hit foi “Unconditional Love”. De volta à Geffen, os seus trabalhados posteriores (“Cats Without Claws” e “All Systems Go”) não foram tão bem recebidos pelo público, apesar de aclamados pela crítica. Donna, nos anos 1980, também começou a dedicar-se mais à família e também chegou a pintar e expor alguns dos seus trabalhos.  

Em relativo ostracismo, Donna Summer voltaria ao posto de diva da dance music através do álbum “Another Place and Time”, sob produção dos hitmakers’ ingleses Stock, Aitken e Waterman, mentores de artistas como Rick Astley e Kylie Minogue. Faixas como “This Time I Know It’s For Real”, “Love’s About To Change My Heart” e “I Don't Wanna Get Hurt” ganharam as paradas de sucesso internacional. Curiosamente, no Brasil, a canção “Breakaway” teve grande êxito, talvez um dos maiores da cantora neste país, mas apenas 3 anos mais terde, em 1992, com a primeira visita da cantora para uma tournée e principalmente pelo facto da canção estar incluída na banda sonora internacional da telenovela “Despedida De Solteiro”, grande sucesso do canal Rede Globo.

Em 1991, foi lançado “Mistaken Identity”, fortemente influenciado pelo R&B e que obteve pouca repercussão. Apenas em 2008, Donna Summer lançaria um novo disco apenas de canções inéditas, intitulado “Crayons”. Nesse intervalo, a cantora permaneceu activa, lançando vários singles decorrentes de participações em bandas sonoras, colectâneas e projectos especiais (“Carry On”, “Melody Of Love”, “Whenever There Is Love”, “The Power Of One” e “I Will Go With You”). Além disso, em 1996, participou no álbum “Gently”, de Liza Minnelli, no dueto “Does He Love You”.

Faleceu em 2012, vítima de cancro de pulmão. Segundo relatos de jornais do dia seguinte, Donna Summer fora diagnosticada com cancro de pulmão havia apenas 2 meses e apenas o seu marido e as suas três filhas sabiam da doença. Ela foi posteriormente apelidada de «indiscutível rainha do boom Disco dos anos 1970 e uma das cantoras femininas mais influentes do mundo». O seu trabalho com Moroder na canção “I Feel Love” foi descrito como «o começo da música electrónica dance» pelo próprio Moroder.

Foi sepultada no Harpeth Hills Memory Gardens Cemetery, Nashville no Estados Unidos.

Em 2018, foi estreada um musical na Broadaway baseado na sua vida “Summer: The Donna Summer Musical”. 

segunda-feira, 16 de maio de 2022

16 DE MAIO - KRIST NOVOSELIC

EFEMÉRIDE - Krist Anthony Novoselic, músico e activista político norte-americano, nasceu em Compton no dia 16 de Maio de 1965.  

É mais conhecido como baixista e membro fundador da banda de rock Nirvana. O grupo alcançou enorme sucesso, ganhando vários discos de ouro e platina e fazendo tournées pelo mundo em shows esgotados.

Depois que os Nirvana se separaram após a morte de seu vocalista Kurt Cobain em 1994, Novoselic formou a Sweet 75 em 1995 e a Eyes Adrift em 2002, lançando um álbum com cada uma destas bandas.

De 2006 a 2009, tocou na banda de punk rock Flipper e, em 2011, contribuiu com baixo e acordeão para a música “I Should Have Known” no álbum “Wasting Light”, dos Foo Fighters.

Actualmente, toca baixo e acordeão na banda Giants in the Trees, desde Junho de 2017.

Além dos seus esforços musicais, Novoselic tem sido activo politicamente, incluindo a criação de um comité de acção política chamado JAMPAC (Comité de Acção Política de Artistas e Músicos Conjuntos).

De 2007 a 2010, escreveu uma coluna semanal sobre música e política para o site “Seattle Weekly”.

Foi presidente do conselho de organização de reforma eleitoral FairVote, que ele integrou entre 2005 e 2019, e em 2020 tornou-se conselheiro da Zócalo Public Square.

domingo, 15 de maio de 2022

DONNA SUMMER -- "Hot Stuff Video" HQ

15 DE MAIO - JOÃO PEDRO SILVA

EFEMÉRIDE - João Pedro Lopes da Silva, triatleta profissional português, nasceu em Benedita no dia 15 de Maio de 1989.

Foi Campeão Europeu sub-23 de triatlo em 2008, 2010 e 2011, Campeão Nacional júnior em 2006 e 2007 e Campeão Nacional sub-23 em 2008.

Nos Jogos Olímpicos de 2012, João Silva ficou em 9º lugar, a melhor classificação de um triatleta masculino português em Jogos Olímpicos até então.

Em 23 de Janeiro de 2013, João Silva juntou-se à equipa de triatlo do SL Benfica. João Silva ficou em 2º lugar (medalha de prata) na prova de triatlo dos Campeonatos Europeus de 2015, em Baku.

Paralelamente a esta sua actividade profissional, João Silva estuda Medicina na Universidade Nova de Lisboa.

sábado, 14 de maio de 2022

14 DE MAIO - IAN ASTBURY

EFEMÉRIDE - Ian Robert Astbury, cantor e compositor inglês, mais conhecido como membro fundador e vocalista da banda de rock The Cult, nasceu em Heswall, Cheshire, no dia 14 de Maio de 1962.

É filho de um oficial da marinha mercante britânica, de origem irlandesa, e de uma professora de origem escocesa. O seu primeiro instrumento foi o saxofone nas aulas da escola. Começou a seguir a banda punk Crass como roadie, onde aprendeu a tocar bateria e outros instrumentos musicais.

O seu primeiro ensaio musical foi cantando covers dos Sex Pistols para tentar ser vocalista da banda Send No Flowers, mas tornou-se vocalista da banda The Cult, que ele próprio formou.

Entre 1983/1995 e 1999 até ao presente, também faz parte da banda de tributo aos The Doors, Riders On The Storm, que conta com a presença dos membros originais dos The Doors, Ray Manzarek e Robbie Krieger.

O vocalista iniciou a sua carreira musical aos 20 anos na década de 1980 com a banda The Southern Death Cult. Mais tarde, a banda desintegrou-se e o cantor recrutou Jamie Stewart e Billy Duffy e formaram o Death Cult. Mais tarde, a banda passa a chamar-se The Cult.

Ian e a sua família mudaram-se para Hamilton, em Ontário, no Canadá, em 1973, quando ele tinha 11 anos de idade. Ele viveu lá cinco anos, antes de se mudar e volta para o Reino Unido.

O seu pai trabalhou na International Harvester e sua mãe era contabilidade. Neste curto período de tempo no país, ele desenvolveu um amor pelo Canadá e afirmou em entrevistas que iria seguir os playoffs da Stanley Cup, especialmente se a equipa canadiana estivesse a jogar.

Em 1979, enquanto ainda vivia em Glasgow, quando assistiu ao filme “Apocalypse Now”, ficou profundamente impressionado com a canção “The End” dos The Doors, e que mais tarde ele descreveu como «uma experiência religiosa».

Em 1980, ele estava em Liverpool, onde era activo na cena punk em torno do Eric’s Club. Mudou-se para Bradford no final de 1980, onde se tornou membro fundador da banda punk Southern Death Cult em 1981, até Março de 1983. Juntamente com o guitarrista Billy Duffy, o baixista Jamie Stewart e o baterista Raymond Taylor Smith, Astbury formou uma nova banda, Death Cult, lançando “The Death Cult” (EP), que posteriormente se chamaria simplesmente The Cult.

The Cult iniciou as suas actividades em 1983. O seu primeiro álbum, “Dreamtime”, foi lançado em 1984 e seguido por “Love”, em 1985. “Love” contou com o single “She Sells Sanctuary”, que os apresentou para o público internacional. No seu terceiro álbum, “Electric”, The Cult fez uma transformação de som hard rock com a ajuda de Rick Rubin. Após o lançamento do álbum “Sonic Temple” em 1989 e do single “Fire Woman”', Astbury mudou-se para Los Angeles.

Em 1994, o The Cult voltou com um álbum sem título e uma mudança de ritmo musical. O seu som hard rock desaparecera, substituído por um interesse crescente de Astbury em música alternativa, moda e letras introspectivas. O álbum auto-intitulado, não foi um sucesso comercial, devido principalmente à falta de apoio da rádio para os álbuns de dois singles (“Coming Down” e “Star”). Para apoiar o álbum, eles partiram em tournée, para o Brasil. No entanto, diferenças criativas de Astbury com o guitarrista Duffy atingiram o seu máximo.

Inspirado pela sua súbita mudança de direcção, Astbury logo depois montou um outro grupo e começou a escrever novas músicas. Ele chamou o grupo The Holy Barbarians e, em 1996, a banda lançou o álbum “Cream”. Embora não tenha sido um sucesso comercial, The Holy Barbarians foi bem recebido por muitos que tinham recuperado o respeito por Astbury como artista. Um aspecto notável da banda foi na pequena Forum Tunbridge Wells, que os viu sendo acompanhado no palco por Vic Reeves para uma versão de clássico “Wildflower” do The Cult.Em 1999, Astbury e Duffy reformaram os The Cult. Um novo contrato com a Atlantic Records foi assinado e, em 2001, veio o lançamento de “Beyond Good and Evil”. O sucesso na rádio no início foi garantido pelo single “Rise”, até que a banda teve uma briga com a Atlantic e terminou todas as promoções comerciais e de reprodução na rádio para o álbum. Astbury descreveu a briga com a gravadora como «destruidora da alma»; então, desiludido, ele trouxe The Cult para outro hiato em 2002.

Astbury, que se assemelhava com o vocalista do The Doors, Jim Morrison, tornou-se vocalista do The Doors do século XXI, em 2002. O grupo apresentava os membros originais dos The Doors, Robby Krieger e Ray Manzarek. Em 2003, Astbury também actuou com os membros sobreviventes dos MC5 no 100 Club, em Londres, antes de finalmente reformar The Cult com Duffy novamente em 2006, para uma série de shows ao vivo e rumores de reedições e outra maior compilação de sucessos.

Durante o início de 2007, The Cult entrou em estúdio para começar a produção de Born Into This”, o primeiro álbum do grupo em seis anos. Também previsto para lançamento foi um DVD da banda, de 13 Novembro de 2006, concerto no Irving Plaza, em Nova Iorque.

A formação actual do The Cult consiste em Astbury e Duffy, junto com o baixista Chris Wyse, o baterista John Tempesta e por vezes o guitarrista Mike Dimkitch. Em Outubro de 2007, The Cult, finalmente, lançaram “Nascido em This”. O primeiro single foi “Dirty Little Rockstar”, que contou com forte airplay da rádio.

Em 2009, o The Cult anunciou uma série de shows nos EUA, Canadá e Europa, apresentados como “'Love’ Live”, onde a banda tocou o seu clássico álbum, “Love”, na sua totalidade.

Em 29 de Maio de 2010, apresentaram “The End”, com Ian Astbury, no Festival Vivid em Sydney.

Em 26 de Maio de 2012, Astbury casou-se com Aimee Nash, vocalista e guitarrista da banda The Black Ryder, em Las Vegas.

sexta-feira, 13 de maio de 2022

13 DE MAIO - MARIA JOÃO ABREU

EFEMÉRIDE - Maria João Gonçalves Abreu Soares, actriz portuguesa, morreu em Almada no dia 13 de Maio de 2021. Nascera em Lisboa, em 14 de Abril de 1964.  

Filha de João António de Almeida de Abreu, que faleceu de cancro do pulmão e de COVID-19 em 23 de Novembro de 2020, e de sua mulher, Maria Cândida Enes Gonçalves.

Maria João Abreu era casada com o músico João Soares desde Setembro de 2012. Entre 1985 e 2008, foi casada com o actor José Raposo, com quem teve dois filhos, Miguel Raposo e Ricardo Raposo.

No dia 30 de Abril de 2021, foi hospitalizada de urgência no Hospital Garcia de Orta, em Almada, na sequência da ruptura de um aneurisma cerebral, tendo desmaiado durante as gravações da novela “A Serra”, depois de apresentar falhas no raciocínio e mal-estar. Veio a falecer em 13 de Maio, aos 57 anos de idade.

As cerimónias fúnebres realizaram-se dois dias depois, na Igreja de São João de Deus, em Lisboa, sendo cremada no Cemitério do Alto de São João.

Estreou-se como actriz profissional em 1983, no musical “Annie” de Thomas Meehan, dirigida por Armando Cortez, no Teatro Maria Matos.

Seguiram-se vários espectáculos de revista no Parque Mayer, até participar, na Casa da Comédia, em “O Último dos Marialvas”, de Neil Simon, peça que a reconheceu como actriz de comédia. Depois de várias revistas no Teatro Maria Matos, passou pelo Teatro Aberto, colaborando com João Lourenço (“As Presidentes”, de Werner Schawb) e José Carretas (“Coelho Coelho”, de Celine Serreau). Participou ainda em “Bolero”, um espectáculo de Manuel Cintra e José Carretas para o CCB.

Em 1998, funda, com José Raposo, a produtora Toca dos Raposos, que empresariou sucessos como as revistas “Ó Troilaré” e “Ó Troilará” ou o musical “Mulheres ao Poder”, uma adaptação de “Lisíastra”, de Aristófanes. Em 2004, co-protagonizou “A Rainha do Ferro Velho”, de Garson Kanin, encenado por Filipe La Féria, no Teatro Politeama.

Em 2012, protagonizou a peça “O Libertino”, encenada por José Fonseca e Costa, no Teatro da Trindade, em Lisboa, contracenando com José Raposo, Custódia Gallego e Filomena Cautela.

No programa “Quem É Que Tu Pensas Que És?”, emitido pela RTP1 em 5 de Fevereiro de 2013, ficou apurado que, pelo ramo da sua avó paterna, era descendente de D. Pedro I e de D. Inês de Castro, por via de um filho destes, o infante D. João.

No cinema, participou em filmes como “A Falha”, de João Mário Grilo (2001), “António, Um Rapaz de Lisboa”, de Jorge Silva Melo (1999), e “Telefona-me!”, de Frederico Corado (2000), sendo “Lá Fora”, de Fernando Lopes (2004), “Call Girl”, de António-Pedro Vasconcelos (2007) e “Florbela”, de Vicente Alves do Ó (2012), algumas das suas últimas participações.

quinta-feira, 12 de maio de 2022

12 DE MAIO - BRUNO LAGE

EFEMÉRIDE - Bruno Lage, de seu nome completo Bruno Miguel Silva do Nascimento, treinador de futebol português que treinou o SL Benfica de 3 de Janeiro de 2019 a 29 de Junho de 2020, nasceu em Setúbal no dia 12 de Maio de 1976. Actualmente, treina o clube inglês Wolverhampton W FC.

Nascido em Setúbal, Bruno Lage iniciou a carreira de treinador nos escalões jovens do Vitória FCF de Setúbal, em 1997.

Depois de ter treinado várias equipas jovens do Benfica de 2004 a 2012 e mais recentemente ter sido treinador adjunto no Sheffield Wednesday FC e no Swansea City AFC, Bruno Lage adquiriu o módulo de treinador nível 4 em apenas 6 meses e regressou ao Benfica como treinador da equipa B, em Julho de 2018.

Seis meses mais tarde, no dia 3 de Janeiro de 2019, assumiu a equipe principal do clube como técnico interino, substituindo Rui Vitória. Três dias depois, Bruno Lage fez a sua estreia na Primeira Liga com uma vitória por 4-2 sobre o Rio Ave FC. Em 18 de Maio de 2019, sagrou-se Campeão Nacional pela primeira vez na sua carreira de treinador, após vencer o CD Santa Clara por 4-1 no estádio da Luz na 34ª jornada, conquistando assim o 37º campeonato para o Benfica.

No dia 9 de Junho de 2021, Bruno foi oficializado como treinador do Wolverhampton.

Pelo Benfica, toinha conquistado também a International Champions Cup de 2019 e a Supertaça Cândido de Oliveira do mesmo ano.

quarta-feira, 11 de maio de 2022

11 DE MAIO - XIOMARA ALFARO

EFEMÉRIDE - Xiomara Alfaro, cantora cubana de música popular que residiu em Cabo Coral (Estados Unidos), nasceu em Havana no dias11 de Maio de 1930. Morreu em Cabo Coral, em 24 de Junho de 2018.

Xiomara Alfaro iniciou-se em revistas musicais nos anos 1950 e em espectáculos de cabaré. Actuou no clube Tropicana e realizou numerosos espectáculos em diversos países do mundo.

Lançou mais de 28 discos, alguns com a colaboração de Bebo Valdés e Ernesto Duarte Brito, entre outros. O bolero “Siboney” de Ernesto Lecuona foi muito popular com a sua voz e era a interpretação que o autor mais gostava.

Era casada com o pianista panamenho Rafael Benítez, que foi o seu arranjador e director de orquestra, colaborando na gravação dos seus discos.

Participou no filme italiano “Mambo” com Silvana Mangano e Vittorio Gassman, dirigida por Robert Rossen em 1954, bem como no filme mexicano “Yambaó” (1956), junto às também cubanas Ninón Sevilla e Olga Guillot, dirigida por Alfredo B. Crevenna.

Teve destacada participação musical num dos mais famosos filmes chilenos de todos os tempos, “O Grande Circo Chamorro” (1955).

Xiomara Alfaro marcou um estilo próprio na canção popular cubana, com o seu repertório de boleros na sua voz de soprano de coloratura de impressionantes agudos, sendo contemporânea de Olga Guillot, Celia Cruz, Omara Portuondo e Yma Súmac.

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