EFEMÉRIDE - Ana Maria
Portinho Magalhães, actriz, guionista, realizadora e produtora de cinema
brasileira, nasceu no Rio de Janeiro em 21 de Janeiro de 1950. Foi casada
com o realizador Nelson Pereira dos Santos, com quem teve um filho, e com o realizador
Gustavo Dahl, com quem teve dois filhos.
Estudou teatro no Conservatório
Nacional de Teatro. Nos dois anos seguintes, trabalhou em vários filmes,
entre eles “Todas as mulheres do mundo” (1966), de Domingos de Oliveira,
e “Garota de Ipanema” (1967), de Leon Hirszman. Participou em workshops
e cursos livres de teatro.
Em 1967, estreou-se como actriz
de teatro profissionalmente, no Grupo Oficina, um dos mais importantes e
revolucionários grupos teatrais do país.
Ainda em 1967, aos dezassete anos,
protagonizou o filme “O diabo mora no sangue”, de Cecil Thiré. Depois,
vieram muitos outros, como: “Azyllo muito louco” (1969) e “Como era
gostoso o meu francês” (1971), ambos de Nelson Pereira dos Santos; “Quando
o carnaval chegar” (1972), de Carlos Diegues; “Uirá - Um índio à procura
de Deus” (1972), de Gustavo Dahl; “Paranóia” (1975), de Antonio
Calmon; “Lúcio Flávio, o passageiro da agonia” (1977), de Hector
Babenco; e “Os sete gatinhos” (1977), de Neville D’Almeida. Uma das suas
actuações mais marcantes foi quando contracenou com Tarcísio Meira, em “A
Idade da Terra” (1980), de Glauber Rocha.
Nos anos 2000, trabalhou
no filme “O Estranho Caso de Angélica” (2010), do aclamado realizador
português Manoel de Oliveira, seleccionado para a mostra Un Certain Regard,
no Festival de Cannes de 2010.
Protagonizou também telenovelas,
como “Gabriela” (1975) e “Saramandaia” (1976), da Rede Globo.
Foi uma das mais actuantes actrizes
do cinema brasileiro na década de 1970, tornando-se depois realizadora
de curtas e longas-metragens nos anos 1980.
Como realizadora, o seu primeiro
filme foi “Mulheres no Cinema” (1977), documentário em 16mm sobre as
mulheres cineastas do Brasil. No início dos anos 1980, dirigiu o
documentário sobre Leila Diniz, “Já que ninguém me tira para dançar”
(1982), que se tornou o primeiro vídeo com produção independente a ser exibido
pela televisão brasileira.
Dirigiu ainda curtas-metragens,
como “Assaltaram a gramática” (1984), “Spray Jet” (1985), “O
mergulhador” (1985), “O bebé” (1986) e a média-metragem “Mangueira
do amanhã” (1992).
A sua estreia como realizadora de
longas-metragens aconteceu com “Final Call”, para a produtora
internacional Erotique (1994).
Em 2002 lançou a longa-metragem “Lara”,
sobre a actriz Odete Lara. Em 2009, realizou “Reidy, a construção da utopia”,
premiado no Int’l Rio do Janeiro Film Festival, como Melhor
Documentário de Longa-Metragem, e - em Portugal - no Cine Eco Seia -
com o Prémio Pólis de 2010.
Realizou a série em cinco
episódios “O Brasil de Darcy Ribeiro” (2014), que recebeu o prémio de Melhor
Série Documental da TAL TV - Televisión de America Latina.
Ao longo da sua carreira, tem
recebido muitos prémios, começando pelo de Revelação e continuando com
vários de Melhor Actriz e de Melhor Realização.