quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

JEFF HEALEY - "When the Night Comes Falling from the Sky"


28 DE FEVEREIRO - CHRIS BRASHER


EFEMÉRDE - Christopher “Chris” William Brasher, atleta britânico, campeão olímpico nos Jogos de Melbourne, jornalista desportivo e co-fundador da Maratona de Londres, morreu em Chaddleworth no dia 28 de Fevereiro de 2003. Nascera em Georgetown, em 21 de Agosto de 1928. 
 Nasceu na Guiana Inglesa, antiga colónia britânica no norte da América do Sul — hoje Guiana. Cursou o tradicional St. John's College da Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha.
Nos anos 1950, foi um atleta destacado no seu país e na Europa, como corredor de meio-fundo. Brasher foi seleccionado para os Jogos Olímpicos de 1956 e conquistou a medalha de ouro nos 3000 metros obstáculos.
Nas décadas posteriores, exerceu uma carreira de sucesso como jornalista desportivo, trabalhando como editor de desporto no jornal “The Observer” e como comentarista de televisão.
Em 1981, após acompanhar pessoalmente o sucesso popular das corridas de rua que se espalhavam pelo mundo e de assistir à Maratona de Nova Iorque, ajudou a fundar aquela que viria a ser a maior corrida de rua da Europa, a Maratona de Londres.
Foi condecorado em 1996 com a Ordem do Império Britânico, no grau de comandante. Faleceu aos 74 anos, após longos meses doente na sua casa no Condado de Berkshire.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

27 DE FEVEREIRO - KENZO TAKADA


EFEMÉRIDE - Kenzo Takada, estilista japonês, fundador da marca de perfumes, cosméticos e roupas Kenzo, nasceu em Himeji (Japão) no dia 27 de Fevereiro de 1939.
O amor de Kenzo pela moda foi desenvolvido numa idade precoce, sobretudo através da leitura de revistas das suas irmãs. Frequentou a Universidade de Kobe, onde se sentia entediado.  Finalmente desistiu, contra a vontade da família. Em 1958, entrou para uma escola de moda, o Bunka Fashion College de Tóquio.
Depois de conseguir o diploma, estabeleceu-se em Paris, em 1964, tentando conseguir um lugar no meio da moda. Assistia a desfiles, fazendo contactos com a imprensa e vendendo alguns esboços.
O sucesso de Kenzo começou em 1970 - Neste ano, apresentou a sua primeira exposição na Galeria Vivienne, abrindo depois Jungle Jap, a sua primeira boutique. Uma das suas modelos apareceu na capa da “ELLE”. A sua colecção foi depois apresentada em Nova Iorque e Tóquio, em 1971. No ano seguinte, ganhou o Editor Fashion Club, um prémio do Japão.
Kenzo mostrou o seu senso de aparência teatral quando, em 1978 e 1979, realizou uma mostra num circo, finalizando com as artistas vestidas com uniformes de amazonas, transparentes, e ele próprio montado um elefante.
A sua primeira colecção para homens foi lançada em 1983. Em 1988, a linha de perfumes para mulher começou com Kenzo de Kenzo, Parfum d'été, Le monde est beau e L'eau par Kenzo. Kenzo pour Homme foi o seu primeiro perfume para homens (1991). Flower by Kenzo, lançado em 2000, tornou-se uma fragrância emblemática para a marca Kenzo Parfums.
Desde 1993, a marca Kenzo é propriedade da empresa francesa de artigos de luxo LVMH. Kenzo Takada anunciou a sua aposentadoria em 1999, deixando os seus auxiliares no comando da sua griffe. Em 2005, reapareceu como designer, apresentando Gokan Kobo, uma marca de talheres, objectos de casa e mobiliário. Em 2011, Kenzo assinou uma colecção com mais de 40 peças de mesa exclusivas para a revista “Caras”.
Foi feito Cavaleiro da Legião de Honra em Dezembro de 2015.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

26 DE FEVEREIRO - JOSÉ MAURO DE VASCONCELOS


EFEMÉRIDE - José Mauro de Vasconcelos, actor e escritor brasileiro, nasceu no Rio de Janeiro em 26 de Fevereiro de 1920. Morreu em São Paulo no dia 24 de Julho de 1984.
José Mauro tinha por origem uma família nordestina, que migrara para São Paulo. Os pais (um português e uma índia) tinham tão poucos recursos que ele, ainda criança, teve de se mudar par o Nordeste, onde foi criado por uns tios, em Natal.
Matriculado na Faculdade de Medicina, abandonou o curso no 2º ano, regressando ao Rio de Janeiro. Trabalhou como carregador de bananas numa fazenda do litoral do estado e foi instrutor de boxe. Em São Paulo, foi garçon de boîte.
Obteve uma bolsa de estudos de uma universidade espanhola, mas não suportou a vida académica. Deixou os estudos, preferindo viajar pela Europa.
Quando se tornou adulto, lançou o seu primeiro livro, o romance “Banana Atrevida” (1942), onde reflectiu sobre o mundo dos homens do garimpo. Mas a obra não alcançou bons resultados na época, apesar de algumas críticas favoráveis.  Rosinha, Minha Canoa”, de 1962, foi o seu primeiro sucesso. No livro “Meu Pé de Laranja Lima”, de 1968, o seu maior êxito editorial, serviu-se da sua experiência pessoal para retratar o choque sofrido na infância com as bruscas mudanças de vida. Foi escrito em apenas 45 dias.
Aos nove anos de idade, aprendera a nadar e relembrava com prazer os   dias de contentamento, quando se atirava às águas do Potengi, quase na boca do mar, a fim de treinar para as provas de grande distância. Com frequência, ia mar adentro, protegido por uma canoa, porque a barra de Natal estava sempre infestada de tubarões. Ganhou vários campeonatos de natação e, como qualquer criança, gostava de futebol e de trepar às árvores.  
Mas o desporto não constituía a sua única preocupação. Depois da instrução primário, aos 10 anos de idade, passou para curso secundário. Nessa época, já gostava dos romances de Graciliano Ramos e de José Lins do Rego.
Chegou a exercer o “cargo” de professor primário num núcleo de pescadores. Dotado de prodigiosa capacidade inata de contar histórias, com uma fabulosa memória e cheio de imaginação e grande experiência humana, José Mauro não quis ser escritor, mas foi obrigado a sê-lo. Os seus romances, como lavas de um vulcão, foram lançados para fora, porque ele transbordava de emoções. Ele tinha de escrever e de contar coisas.
Autor de belos romances, tinha um método originalíssimo. De início, escolhia os cenários onde se movimentariam os personagens. Transportava-se então para o local, onde realizava estudos minuciosos. Para escrever “Arara vermelha”, percorreu cerca de 450 léguas no sertão.
Em seguida, dava asas à sua fantasia e construía todo o romance. Tinha uma memória prodigiosa que, durante longo tempo, lhe permitia lembrar-se dos mínimos detalhes do cenário estudado. Dizia ele: «Quando a história está inteiramente concebida na imaginação, é que começo a escrever. Só trabalho quando tenho a impressão de que o romance está saindo por todos os poros do corpo. Então vai tudo a jacto».
Escrevia os livros em poucos dias. Mas em compensação, passava anos a ruminar ideias. Escrevia tudo a máquina. Fazia um capítulo inteiro e só depois é que releio o que tinha escrito. Escrevia a qualquer hora, de dia ou de noite.
José Mauri trabalhou também em diversos filmes de cinema e de televisão. “Modelo 19”, valeu-lhe o Prémio Saci de Melhor Actor Coadjuvante. Escreveu o guião de “Canto do Mar”. Com “Na Garganta do Diabo”, obteve o Prémio Governador do Estado como Melhor Actor. Com “A Ilha”, ganhou o Prémio de Melhor Actor, outorgado pela Prefeitura. Culminou em beleza, com “Mulheres & Milhões”, sendo laureado com o Saci de Melhor Actor do Ano.
Dos seus livros, “Meu Pé de Laranja Lima”, “Vazante”, “Rua Descalça” e “Arara Vermelha” foram feitos filmes.
José Mauro morreu de broncopneumonia, aos 64 anos de idade.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

25 DE FEVEREIRO - JOSÉ MOTA


EFEMÉRIDE - José Albano Ferreira Mota, ex-futebolista e actual treinador de futebol, nasceu em Paredes no dia 25 de Fevereiro de 1964.
Depois de um começo modesto no Aliados FC de Lordelo, José Mota passou quase uma década no FC Paços de Ferreira, muitas vezes liderando a equipa como seu capitão.
Depois de se retirar como jogador, imediatamente integrou a equipa técnica como treinador adjunto, até ser promovido a treinador principal em 1999. Em 2004, treinou por um curto período o CD Santa Clara dos Açores, regressando ao Paços de Ferreira pouco depois.
Na temporada 2006/07, qualificou o Paços de Ferreira para a Taça UEFA pela primeira vez, depois de um sexto lugar no campeonato. O clube perderia na primeira eliminatória, contra os holandeses do AZ Alkmaar por 0-1.
Em Julho de 2008, deixou Paços para treinar o Leixões SC, então na Primeira Liga. Em 2008/09, o clube causou surpresa ao liderar a competição entre a 7ª e a 10ª jornada, vindo a terminar em 6º. Em Fevereiro de 2010, foi demitido do cargo, quando o clube estava classificado em penúltimo.
José Mota voltou ao activo em Novembro de 2010, sendo contratado pelo CF “os Belenenses”, que estava em dificuldades na Segunda Liga, conseguindo a sua manutenção.
De seguida, treinou o Vitória FC de Setúbal, entre 2012 e 2014. Em Setembro de 2014, assumiu o comando do Gil Vicente FC à 4ª jornada da Primeira Liga de 2014/15.
Em Maio de 2018, levou o G. Desportivo das Aves à vitória na final da Taça de Portugal.

domingo, 24 de fevereiro de 2019

24 DE FEVEREIRO - EDWARD JAMES OLMOS


EFEMÉRIDE - Edward James Olmos, actor, realizador, produtor e compositor norte-americano, nasceu em Los Angeles no dia 24 de Fevereiro de 1947.
De ascendência mexicana, interpretou o almirante William Adama, na série “Battlestar Galactica”. Nos anos 1980, interpretou o tenente Martin “Marty” Castillo, na série televisiva “Miami Vice” pela qual recebeu o Emmy Award de Actor Coadjuvante.
Na década seguinte, foi nomeado para o Oscar de Melhor Actor. Recebeu, em 2017, o Prémio Platino de Honra.
Resumo parcial da sua carreira: como actor - 30 filmes (1985/2018), 16 telefilmes (1978/2001) e 14 séries (1978/2018); como realizador - 3 filmes (1984/2002) e 2 séries televisivas (2004/2010); como produtor - 5 filmes (1982/2002); como compositor - 1 balada (1982); fez ainda um filme de animação em 2017.
O asteróide denominado “5698 Olmos”, descoberto em 1993, é assim chamado em sua homenagem.

sábado, 23 de fevereiro de 2019

23 DE FEVEREIRO - BRAD WHITFORD


EFEMÉRIDE - Bradley “Brad” Ernest Whitford, guitarrista norte-americano, nasceu em Winchester, Massachusetts, no dia 23 de Fevereiro de 1952.
Brad entrou no grupo Aerosmith aos 19 anos, substituindo Ray Tabano. Desde então, reveza-se com Joe Perry, nas bases e nos solos de guitarra desta banda.
Além da guitarra, Brad aprendeu a tocar trompete nas aulas que teve na escola, durante três anos. Depois, o pai deu-lhe um violão, mas acabaria por encontrar o seu instrumento ideal ao ganhar uma guitarra Winston Eletric vermelha e preta.
A primeira banda de Brad foi a Symbols of Resistance. Depois, formou a Earth Incorporated. Tocou ainda em bandas como Teapot Dome, Spring Rain e Morlocks, todas bandas locais. Estudou na Berklee College of Music, mas saiu porque a escola era voltada para o jazz e ele queria tocar rock.
Em 1971, Brad tocou com a banda Justin Tyme, em clubes de Sunapee. Aqui, foi visto por Joe Perry e Tom Hamilton, que estavam insatisfeitos com Ray Tabano no Aerosmith. Uns dias mais tarde, Joe convidou Brad para o Aerosmith. Brad aceitou e trocou de banda com Ray Tabano, que ingressou na Justin Tyme.
Em 1980, Brad deixou o Aerosmith para tocar com Derek St. Holmes, na banda Whitford/St. Holmes, que contava também com Dave Hewitt e Steve Peace.
Em 1984, Brad regressou definitivamente ao Aerosmith, onde continua até aos dias de hoje, numa bela e longa e carreira.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

22 DE FEVEREIRO - JOÃO DE SOUSA CARVALHO


EFEMÉRIDE - João de Sousa Carvalho, compositor musical e professor português, nasceu em Estremoz no dia 22 de Fevereiro de 1745. Morreu no Alentejo em 1798.
Filho de Paulo de Carvalho e de Ana Maria Angélica, entrou - com 8 anos - para o Colégio dos Santos Reis Magos em Vila Viçosa. Mandado para Nápoles pela Coroa, ingressou no Conservatório di Sant'Onofrio a Capuana, em Nápoles, em Janeiro de 1761. A sua primeira ópera, “La Nitteti”, com libreto de Pietro Metastasio, foi representada em Roma, no Teatro Delle Dame, no Carnaval de 1766. Também a oratória “Isacco figura del Redentore”, que data da mesma época, deve ter sido cantada em Itália.
Regressou a Portugal presumivelmente em 1767, dado que assinou o “Livro das Entradas” da Irmandade de Santa Cecília em Novembro daquele ano. Foi nomeado professor de contraponto pelo menos em 1769 e, mais tarde, talvez em 1773, foi primeiro mestre de capela do Seminário da Patriarcal.
Em 1778, João de Sousa Carvalho sucedeu a David Perez, como professor dos Infantes e compositor da Real Câmara, com o vencimento mensal de 40$000 réis e direito a usar carruagem, passando a controlar todo o aparelho de produção músico-teatral da Corte. Desde esse ano até 1789, com excepção de 1786 e 1788, cantaram-se novas obras suas (com inúmeras repetições) no Palácio da Ajuda, Palácio de Queluz e Palácio da Ribeira, sendo 10 serenatas - género afim da ópera, mas sem a componente cénica - e duas óperas (“Testoride argonauta”, 1780, e “Nettuno ed Egle”, 1785).
Sousa Carvalho é o compositor português mais importante da sua geração e um dos melhores da história de Portugal.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

"ENVELHECER" - Poema de Albert Camus - Por Ivan Lima


21 DE FEVEREIRO - COELHO NETTO


EFEMÉRIDE - Henrique Maximiano Coelho Netto, escritor (cronista, folclorista, romancista, crítico e teatrólogo), político e professor brasileiro, nasceu em Caxias no dia 21 de Fevereiro de 1864. Morreu no Rio de Janeiro em 28 de Novembro de 1934.
Foi considerado o Príncipe dos Prosadores Brasileiros, numa votação realizada em 1928 pela revista “O Malho”. Apesar disto, foi muito combatido pelos modernistas, sendo pouco lido desde então, vivendo num verdadeiro ostracismo intelectual e literário.
Era filho do português António da Fonseca Coelho e da índia Ana Silvestre Coelho, que se mudaram do Maranhão para o Rio de Janeiro, quando ele contava apenas seis anos de idade.
Estudou no Colégio Pedro II, onde fez os cursos preparatórios, ingressando depois na Faculdade de Medicina, que abandonou em seguida, matriculando-se em 1883 na Faculdade de Direito de São Paulo.
No curso jurídico, Coelho Netto expandiu as suas revoltas, logo se envolvendo num movimento de alunos contra um professor e, para evitar represálias, transferiu-se para a Faculdade do Recife, onde concluiu o 1º ano.
Voltou para São Paulo e - de imediato - participou em movimentos abolicionistas e republicanos, entrando em choque com os professores e não chegando a concluir o curso.
Sem se formar, voltou em 1885 para o Rio, onde - ao lado de escritores como Olavo Bilac, Luís Murat, Guimarães Passos e Paula Ney - formou um grupo cujas experiências viria a retratar no romance “A Conquista”, de 1899.
Activo na campanha pela extinção da escravatura, aliou-se a José do Patrocínio. Foi colaborador do jornal “Gazeta da Tarde” e, depois, secretário de “A Cidade do Rio”, numa época em que iniciou a publicação dos seus textos literários.
Casou-se, em 1890, com Maria Gabriela Brandão, com quem teve catorze filhos. Neste mesmo ano, foi nomeado secretário de Governo do Estado e, em 1891, ocupou a direcção de Negócios do Estado.
Em 1892, foi nomeado para o magistério de História da Arte, na Escola Nacional de Belas Artes. Depois, leccionou Literatura no Colégio Pedro II. Foi nomeado, em 1910, para as cátedras de História do Teatro e Literatura Dramática, na Escola de Arte Dramática do Rio, da qual foi mais tarde director.
Na política, tornou-se deputado federal pelo estado natal, em 1909, sendo reeleito em 1917. Ocupou ainda diversos cargos e integrou diversas instituições culturais.
Em 1923, converteu-se ao Espiritismo, proferindo um discurso no Salão da Guarda Velha, no Rio de Janeiro, sobre esta sua adesão. Acerca do assunto, o “Jornal do Brasil” publicou uma entrevista com o escritor (1923), anteriormente adversário do Espiritismo, e que a ele se converteu após ter participado, no seu escritório, numa conversa ao telefone entre a sua neta, falecida com tenra idade, e a mãe dela.
A sua vida divide-se, assim, em três fases distintas: a primeira, aquela em que procurou afirmar-se como escritor; a segunda, quando integrou o movimento pela Academia, participando na política e obtendo reconhecimento e consagração; e - finalmente - a terceira fase, na qual sofreu os ataques dos modernistas e afrontou o consequente esquecimento.
Coelho Netto esteve ao lado de Lúcio de Mendonça, idealizador da Academia Brasileira, nas primeiras reuniões que trataram da criação desta entidade literária, realizadas nos dois últimos meses de 1896. Foi eleito como seu presidente (o segundo) no ano de 1926.
Em 1928, Coelho Netto, que havia sido sempre hostilizado por Oswald de Andrade, emitiu um parecer em que conferia ao escritor uma Menção Honrosa no Concurso de Romance da ABL; Isto, apesar de ele participar no movimento modernista, que era publicamente anti academicista.
Durante muitos anos, Coelho Neto foi o autor mais lido do Brasil. Ele assinava os seus trabalhos com o seu próprio nome e também escrevia sob inúmeros pseudónimos. A sua fecunda produção valeu-lhe a crítica de ser um «fabricante de romances».
Actualmente, o autor não é muito conhecido pelo grande público. É sobretudo conhecido pelos estudiosos da área literária. O seu actual quase anonimato deve-se ao facto do seu nome, as suas obras e a sua história, estarem ausentes da maioria dos livros didácticos e das listas de livros exigidos ou aconselhados nas escolas brasileiras.
Em São Luís, ele é um dos bustos da Praça do Pantheon, onde são homenageados importantes escritores e intelectuais maranhenses.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

20 DE FEVEREIRO - CLAUDE MILLER


EFEMÉRIDE - Claude Miller, realizador de cinema francês, nasceu em Paris no dia 20 de Fevereiro de 1942. Morreu na mesma cidade em 4 de   Abril de 2012.
Estudou nos liceus Turgot e Voltaire. Licenciou-se no IDHEC (Institut des hautes études cinématographiques), onde fora admitido em 1961.
Começou a trabalhar, como assistente de realização, em três filmes (1965/1966 e 1967). Foi depois director de produção de François Truffaut e realizou as suas primeiras curtas-metragens.
Em 1976, realizou a primeira longa-metragem, “La Meilleure Façon de marcher”. Numa entrevista, o realizador explicou que este filme nascera da sua cólera contra a intolerância racista e sexual.
Realizou seguidamente “Dites-lui que je l'aime”, baseado no romance de Patricia Highsmith, “Este mal estranho”. Este filme mão teve o sucesso do anterior, pelo que Claude Miller teve de esperar algum tempo por nova oportunidade. Fez, entretanto, filmes publicitários.
A sua carreira foi relançada em 1980, graças ao produtor Georges Dancigers, que lhe propôs a adaptação de um, romance do escritor britânico John Wainwright, com diálogos de Michel Audiard.  Claude rodou “Garde à vue”, com os actores Michel Serrault e Lino Ventura. O filme obteve grande sucesso e teve várias nomeações para os Césars do Cinema. Realizou seguidamente “Mortelle Randonnée” protagonizado por Michel Serrault e Isabelle Adjani.
Proporcionou à actriz Charlotte Gainsbourg os seus primeiros papéis importantes (“Effrontée” em 1985 e “La Petite Voleuse” em 1988).
Miller recebeu o Prémio do Júri do Festival de Cannes pelo filme “La Classe de neige”, adaptação de um romance de Emmanuel Carrère. Em 2003, realizou “La Petite Lili”, adaptação de “La Mouette” de Tchekhov.
O seu último filme, “Thérèse Desqueyroux”, baseado no romance com o mesmo título, de François Mauriac, foi rodado em 2011 e apresentado no Festival de Cannes de 2012.  Claude Miller faleceu neste mesmo ano, vítima de cancro, sendo sepultado no cemitério do Père-Lachaise.
Era casado com a produtora Annie Miller, com quem teve um filho que também viria a ser realizador (Nathan Miller).

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

19 DE FEVEREIRO - JAAN KROSS


EFEMÉRIDE - Jaan Kross, escritor estoniano, nasceu em Tallinn no dia 19 de Fevereiro de 1920. Morreu na mesma cidade em 27 de Dezembro de 2007.
Estudou na Jakob Westholm Grammar School e frequentou a Universidade de Tartu, graduando-se na Faculdade de Direito. Foi conferencista na mesma faculdade até 1946 e, em 1998, foi professor de Artes Liberais.
Em 1940, quando Kross tinha 20 anos, a União Soviética anexou os três países bálticos: Estónia, Letónia e Lituânia. No ano seguinte, os nazis alemães invadiram o país.
Kross foi preso em 1944 pelos alemães, durante seis meses, por suspeita de “nacionalismo”, ou seja, por promover a independência da Estónia. Em seguida, quando a Estónia se tornou de novo parte da União Soviética, foi preso e, mais tarde, deportado para o Gulag de Vorkuta. Passou um total de seis anos a trabalhar nas minas em torno do Gulag e, em seguida, quase dois anos a fazer trabalhos mais fáceis, mas ainda na qualidade de deportado. Regressou à Estónia, em 1954, tornando-se escritor profissional.
Inicialmente, Kross escreveu poesia, aludindo a uma série de fenómenos contemporâneos, sob o pretexto de escrever sobre figuras históricas. Passou depois a escrever prosa, um género que viria a tornar-se o seu preferido.
Kross é, de longe, o escritor estoniano mais traduzido e internacionalmente mais conhecido. Ele foi indicado várias vezes para o Prémio Nobel de Literatura, foi nomeado Escritor do Povo pela Estónia em 1985 e recebeu o Prémio de Estado da República Socialista Soviética da Estónia (1977). Recebeu igualmente vários doutoramentos honoríficos e condecorações nacionais e internacionais, incluindo a mais alta ordem da Estónia e uma das maiores ordens alemãs. Em 1990, venceu o Prémio de Ouro concedido pela Amnistia Internacional.
As suas obras foram traduzidas em 23 idiomas, mas principalmente para finlandês, sueco, russo e alemão.
Os romances e novelas de Kross são quase todos históricos. A maioria das suas obras passa-se na Estónia. “The Czar’s Madman” (1978) é considerado o seu melhor romance, sendo também o mais traduzido.
Faleceu aos 87 anos, deixando viúva e quatro filhos. Foi sepultado no cemitério Rahumäe em Tallinn.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

18 DE FEVEREIRO - MILOŠ FORMAN


EFEMÉRIDE - Miloš Forman, de seu verdadeiro nome Jan Tomáš Forman, cenarista e realizador checo, nasceu em Čáslav no dia 18 de Fevereiro de 1932. Morreu em Danbury, em 14 de Abril de 2018.
Mudou-se para os Estados Unidos em 1968 e adquiriu a cidadania norte-americana em 1977. Dois dos seus filmes, “Voo por cima de um ninho de cucos” (1975) e “Amadeus” (1984) estão entre os mais célebres filmes da história do cinema e deram-lhe o Oscar de Melhor Realizador. Os dois filmes, ao todo, ganharam 13 Oscars.
Durante a ocupação nazi, o pai foi preso por distribuir livros proibidos e morreu em Buchenwald (1944). A mãe morreu em Auschwitz, em 1943.
Forman viveu com parentes durante a Segunda Guerra Mundial.  Tem um irmão, Pavel Forman, doze anos mais velho, um pintor checo que também emigrou, para a Austrália.
Estudou na Universida Pública e ingressou depois na escola de cinema de Praga.
A primeira realização de Forman foi o documentário “Audition”. Realizou várias comédias na Checoslováquia. No entanto, durante a Primavera de Praga e a consequente invasão de 1968, ele estava em Paris, a negociar a produção do seu primeiro filme americano.
O estúdio checo, com quem trabalhava, demitiu-o, alegando que ele estava fora do país ilegalmente. Mudou-se então para Nova Iorque, onde mais tarde se tornou professor de cinema na Columbia University e co-presidente do departamento da Columbia Pictures.
Em 1985, chefiou o Festival de Cannes. Presidiu a cerimónia de entrega dos Césars em 1988. Em 1997, recebeu o Globo de Cristal, prémio atribuído pela sua contribuição artística excepcional para o mundo de cinema, no Karlovy Vary International Film Festival.
Entre os muitos filmes que realizou, salientam-se: “Amores de uma Loira”, importante películas da história do cinema da Checoslováquia, premiado no Festival de Veneza e em vários outros festivais de cinema, sendo ainda nomeado para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1967; “O Baile dos Bombeiros”,  uma co-produção da Checoslováquia com a Itália, sendo o seu primeiro filme colorido, nomeado também para os Oscars;  Taking Off”, que venceu o Prémio Especial do Júri do Festival de Cannes de 1971; e  Hair”, baseado num musical de culto da Broadway.
Em Setembro de 2017, a Cinemateca Francesa consagrou-lhe uma retrospectiva dos seus filmes.
Miloš Forman era membro de honra do Clube de Budapeste. Em 2018, uma praça de Praga foi baptizada com o seu nome.
A primeira esposa de Forman foi uma checa, actriz de cinema, Jana Brejchová. Divorciaram em 1962. Forman teve filhos gémeos com a sua segunda esposa, a actriz checa Věra Křesadlová. Ambos os filhos, nascidos em 1964, são actores de teatro. Este casamento durou 35 anos. Forman casou-se uma terceira vez, com Martina Zbořilová, com quem teve igualmente dois filhos gémeos. Faleceu aos 86 anos de idade.

domingo, 17 de fevereiro de 2019

17 DE FEVREIRO - BARZAN IBRAHIM al-TIKRITI


EFEMÉRIDE -. Barzan Ibrahim al-Tikriti, de seu verdadeiro apelido Al-Hassan, director do Mukhabarat, os serviços secretos iraquiano, nasceu em Tikrit no dia 17 de Fevereiro de 1951. Morreu em Bagdad, em 15 de Janeiro de 2007. Era meio-irmão de Saddam Hussein e tinha sido embaixador do Iraque na ONU.
Até 1995, geriu a fortuna pessoal de Saddam. Esta tarefa era levada a cabo por uma rede de corretores estrangeiros, dado que Saddam decidira que não se podia confiar esta tarefa a ninguém no Iraque.
Os oficiais do exército norte-americano descreveram-no como membro da «Dúzia Suja de Saddam», sendo responsável por torturas e assassinatos no Iraque. Foi capturado pelas forças americanas em Abril de 2003. Era o “Cinco de Paus” no baralho iraquiano dos mais procurados, pelo que, em Novembro de 2006, foi condenado à forca por um tribunal especial, tal como Saddam Hussein e Awad Hamed al-Bandar, acusados de um massacre de cerca de 200 xiitas ocorrido em 1982.
Foi executado aos 55 anos de idade. A execução realizou-se no dia 15 de Janeiro de 2007 e, durante esta, foi decapitado pela corda que ia enforcá-lo, tendo-se separado a cabeça do corpo e caído a alguns metros deste. Ele tinha um cancro na coluna vertebral e um movimento mais brusco da cabeça teria sido suficiente para lhe fracturar a nuca. Segundo os médicos, de qualquer modo, ele não teria tido mais de seis meses de vida.

sábado, 16 de fevereiro de 2019

16 DE FEVEREIRO - IAIN MENZIES BANKS


EFEMÉRIDE - Iain Menzies Banks, escritor escocês, nasceu em Dunfermline no dia 16 de Fevereiro de 1954. Morreu em Kirkcaldy, em 9 de Junho de 2013. Assinava os seus romances como Iain Banks e os livros de ficção científica como Iain M. Banks.
O pai era oficial do Estado-Maior da Armada Britânica e a mãe foi patinadora profissional sobre gelo. Banks estudou Inglês, Filosofia e Psicologia na Universidade de Stirling.  Desde a infância que gostava de escrever.
O seu primeiro romance, “The Wasp Factory”, foi publicado em 1984. Em 1997, uma sondagem organizada pela livraria britânica Waterstones e pelo Canal 4 de televisão, junto de 25 000 pessoas, designou esta obra como um dos 100 melhores livros do século XX.
Em 2004, foi uma das personalidades mais activas num grupo que fez campanha para a demissão de Tony Blair, depois da invasão do Iraque. Em sinal de protesto, Banks cortou em dois o seu passaporte antes de o enviar pelo correio para o 10 Downing Street. Na obra “Raw Spirit”, ele relata as suas preocupações sobre a referida invasão.
Várias das suas obras foram adaptadas à rádio, ao cinema e à televisão. Em 2009, tornou-se membro da Royal Society of Literature.
Em Abril de 2013, anunciou - no seu website - que tinha um cancro na vesícula biliar e que seria improvável que vivesse mais de um ano. Acabaria por falecer dois meses depois.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

15 DE FEVEREIRO - WALDEMAR HENRIQUE


EFEMÉRIDE - Waldemar Henrique da Costa Pereira, pianista, compositor e maestro brasileiro, nasceu em Belém do Pará no dia 15 de Fevereiro de 1905. Morreu na mesma cidade, em 29 de Março de 1995. E um artista símbolo do Pará, tendo na cidade de Belém uma Praça e um Teatro com o seu nome.
Waldemar Henrique era filho de um descendente de portugueses. Tendo perdido a mãe quanto tinha apenas um ano de idade, foi criado por uma tia. Veio depois com o pai para Portugal, regressando ao Brasil em 1918. A partir de então, viajou pelo interior da Amazónia, tendo contactado com os elementos da cultura e do folclore amazónicos, que seriam mais tarde característicos da sua obra musical.
A sua infância foi vivida na cidade do Porto, em Portugal, país que lhe inspirou posteriormente a composição de três canções. Waldemar Henrique possuía sérios problemas de vista, que foram descobertos aos seis anos de idade, enquanto estudava numa escola em Portugal. Antes disso, achavam que ele era uma criança lenta e desajeitada, que deixava os copos cair e que esbarrava nas cadeiras. Levaram-no a um oftalmologista, por recomendação da professora, e foi prescrito que começasse a usar óculos, mas partia-os com frequência durante as suas brincadeiras. Por isso, proibiram-no de brincar, o que fez dele um menino extremamente observador e pensador.
A sua primeira música de sucesso foi “Minha Terra”, composta em 1923. Em 1929, estudou no Conservatório Carlos Gomes. A família era contra e o pai insistiu para que ele se desviasse da sua vocação, empregando-o mesmo num banco.
Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1933, onde estudou piano, composição, orquestração e regência. As suas obras têm principalmente como tema o folclore amazónico, indígena, nordestino e afro-brasileiro.
Ele admirava o seu próprio trabalho e vivia perseguindo a elaboração de uma obra-prima. Talvez ele tenha feito não uma, mas várias, já que escreveu mais de cento e cinquenta canções, além de peças para piano solo, coro e orquestra, e música para novelas, teatro e cinema.
Foi o autor da primeira versão musical (1958) de “Morte e Vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto, poema dramático premiado pelo “Jornal do Comércio”.
Rádios, teatros e casinos do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte foram os locais onde W. Henrique mais actuou. Fez também tournées por várias outras cidades do Brasil e no estrangeiro, como Argentina, Uruguai, França, Espanha e Portugal.
Durante mais de dez anos, dirigiu o Theatro da Paz em Belém do Pará, cidade onde, em Setembro de 1979, foi inaugurado um teatro para 220 pessoas, baptizado com o seu nome.
Tendo sofrido de problemas de visão durante toda a vida (glaucoma e catartas), e tendo-lhe sido diagnosticado um cancro, acabou por falecer «sem sofrimento» aos 90 anos de idade, segundo informação do seu secretário particular.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

14 DE FEVEREIRO - SIMPLÍCIO


EFEMÉRIDE - Simplício, de seu nome Francisco Flaviano de Almeida, humorista brasileiro, morreu em Itu no dia 14 de Fevereiro de 2004.   Nascera na mesma cidade em 5 de Outubro de 1916. Foi o responsável pela fama de Itu ser a cidade onde tudo é grande.
O seu interesse pela carreira artística surgiu quando assistiu ao espectáculo de um circo. Impressionou-se ao ponto de deixar a sua cidade e partir juntamente com os artistas do circo, tornando-se um deles. Com a companhia de circo, percorreu o interior do estado de São Paulo e grande parte do país, acabando por conhecer o actor Manuel de Nóbrega, que o convidou para trabalhar.
Já a morar em São Paulo, passou a actuar em programas humorísticos nas rádios Cultura (com o programa “O Clube dos Mentirosos”) e Piratininga (com o programa “Torre de Babel”). Fez parte do primeiro programa de humor da televisão brasileira, “A Praça da Alegria”, transmitido pela TV Tupi, a convite de Manuel de Nóbrega.
Simplício ainda passou pela Rede Record, Rede Bandeirantes, Rede Globo e SBT. Foi na Rede Globo, em 1967, que começou a fazer o personagem que divulgava Itu como «a cidade onde tudo é grande». O que começou como piada, acabou por ser a “marca” da cidade, tornando Simplício muito querido entre os seus conterrâneos.  O seu último trabalho na televisão foi no programa “A Praça É Nossa” do SBT.
Antes da carreira artística, Simplício trabalhou como vendedor num armazém e também numa fábrica de tecidos, além de ter sido pipoqueiro, engraxador, jornaleiro e vendedor de guloseimas nos comboios. Ele gostava também de música e tocava bateria. Chegou a ser secretário municipal da Cultura e Turismo em Itu.
Simplício casou-se em 1959, tendo tido dois filhos e vários netos. Numa das suas últimas entrevistas, Simplício contou que passara a ser chamado por esta alcunha na sua estreia no circo, na cidade de Amparo, quando alguém o lembrou que ele precisava de um nome artístico. «Eu sempre fui um cara muito simples, quase simplório, aí começaram a chamar-me Simplício» - confessou ele.
Simplício morreu aos 87 anos, num hospital em Itu, vitimado por uma hemorragia interna, decorrente da falência múltipla de órgãos. O então prefeito de Itu, Lázaro Piunti, decretou luto oficial por três dias. O comércio central trabalhou com as portas entreabertas, em sinal de luto.
Em 2001, o jornalista Salathiel de Souza iniciou pesquisas com o objectivo de escrever a primeira biografia oficial do humorista. Em 2003, o resultado foi apresentado como “Trabalho de Conclusão do Curso de Comunicação Social na Faculdade Prudente de Moraes de Itu». Resultou daqui o livro “Simplício: Um Contador de Histórias – Vida e Obra de Francisco Flaviano de Almeida”, lançado em 2016, na Academia Ituana de Letras, na comemoração do centenário do seu nascimento.

Arquivo do blogue

Acerca de mim

A minha foto
- Lisboa, Portugal
Aposentado da Aviação Comercial, gosto de escrever nas horas livres que - agora - são muitas mais...