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segunda-feira, 30 de setembro de 2013
30 DE SETEMBRO - DEBORAH KERR
EFEMÉRIDE – Deborah
Jane Kerr-Trimmer, actriz britânica, nasceu em Helensburgh, na Escócia,
em 30 de Setembro de 1921. Morreu em Suffolk no dia 16 de Outubro de 2007,
vítima de complicações decorrentes da doença de Parkinson, de que padecia há
vários anos. Recebeu um Oscar Honorário pela sua carreira, em que sempre
se pautou pela perfeição, disciplina e elegância. Em 1998, foi agraciada pela rainha
do Reino Unido com a Ordem do Império Britânico.
Iniciou-se como dançarina de
ballet, tendo feito a sua primeira apresentação em palco em 1938. Mudou depois para
o cinema, onde a esperavam grandes êxitos. Começou por alguns filmes, que
passaram quase despercebidos, mas o seu papel como freira em “Narciso Negro”
(1947) chamou a atenção dos produtores de Hollywood que a fizeram atravessar o
Atlântico, transformando-a numa das maiores actrizes dos anos 1950,
sendo nomeada seis vezes para o Oscar de Melhor Actriz. Contratada pela MGM,
veio a actuar ao lado de Clark Gable, Spencer Tracy, Gary Cooper, Gregory Peck,
Frank Sinatra, Robert Mitchum, Cary Grant e Dean Martin, entre outros.
A sua maneira de ser e o seu sotaque
conduziram-na a uma série de papéis em que representou honradas, dignas,
refinadas e reservadas senhoras inglesas. Contudo, Kerr aproveitava – sempre que
surgiam – todas as oportunidades para descartar aquele seu ar exterior tão
reservado. No filme de aventuras “As Minas do Rei Salomão” de 1950,
filmado em África com Stewart Granger e Richard Carlson, Deborah impressionou o
público com a sua sensualidade e vulnerabilidade emocional, que trouxeram mesmo
uma nova dimensão a um filme de acção orientado para o público masculino.
Com “From Here to Eternity”,
em 1953, foi nomeada para o Oscar de Melhor Actriz. O American Film
Institute reconheceu o carácter icónico da cena do beijo entre ela e Burt
Lancaster numa praia do Havai, no meio das ondas, e colocou a película na lista
dos Cem Filmes Mais Românticos de todos os tempos.
Em 1957, recebeu o Globo de
Ouro de Melhor Actriz de Comédia Musical, com o filme “O Rei e Eu”,
em que contracenou com Yul Brynner. A década acabou com a sua participação nas
adaptações para o cinema de duas obras literárias: “Bom dia tristeza” e
“Mesas separadas”, ambas com David Niven.
A partir dos anos 1960,
assistiu-se à lenta retirada de Deborah, embora ainda protagonizasse vários
filmes. Nos anos 1980, apareceu fugazmente na televisão, na mini série sentimental
“O Espaço de uma vida”. Ainda voltou ao cinema com “The Assam Garden”
(1985), mas chegava ao fim uma brilhante carreira, em que entrou em cerca de 50
filmes.
domingo, 29 de setembro de 2013
29 DE SETEMBRO - CARSON MCCULLERS
EFEMÉRIDE – Carson McCullers, de seu verdadeiro nome Lula Carson Smith, romancista e novelista norte-americana, morreu em Nyack, Nova Iorque, no dia 29 de Setembro de 1967. Nascera em Colombus, Geórgia, em 19 de Fevereiro de 1917. Escreveu a sua primeira novela aos 16 anos (“Sucker”).
Depois dos estudos na Universidade de Columbia e, posteriormente, na Universidade de Nova Iorque, publicou – em 1936 – a novela “Wunderkind” e começou a trabalhar no seu primeiro romance “O coração é um caçador solitário” (intitulado inicialmente como “O Mudo”), que seria editado em 1940, tinha ela portanto 23 anos. Em 1937, casara-se com Reeves McCullers, indo morar para Charlotte, na Carolina do Norte.
Em 1941, publicou “Reflexos num olho de oiro”. Cinco anos depois, publicou o seu terceiro romance “The Member of the Wedding”, conheceu pessoalmente Tennessee Williams e partiu para uma viagem pela Europa juntamente com o marido.
Em 1947, em virtude de problemas de saúde, tentou suicidar-se, sendo hospitalizada em Nova Iorque. Em 1952, o casal instalou-se em França. No ano seguinte, Carson McCullers regressou aos Estados Unidos, após o suicídio do marido. O seu último romance, “O Relógio sem ponteiros”, foi publicado em 1961. Faleceu em 1967, vítima das sequelas de uma hemorragia cerebral.
sábado, 28 de setembro de 2013
28 DE SETEMBRO - SYLVIA KRISTEL
EFEMÉRIDE – Sylvia Kristel, modelo, actriz e realizadora holandesa, nasceu em Utrecht no dia 28 de Setembro de 1952. Morreu em Amesterdão, em 17 de Outubro de 2012.
Com um QI de 165, conseguiu “saltar” quatro anos na escola. Depois dos estudos secundários, trabalhou como secretária num escritório. Falava fluentemente holandês, francês, inglês e italiano.
Iniciou-se como modelo aos 17 anos, embora tivesse planeado vir a ser professora. Em 1973, ganhou o concurso Miss TV Europa. Iniciou-se depois no cinema, interpretando pequenos papéis em filmes holandeses. Tornou-se conhecida mundialmente, ao interpretar a personagem principal em quatro filmes eróticos da série “Emmanuelle” (anos 1970/80). O primeiro ficou em exibição nos cinemas dos Campos Elísios, em Paris, durante 13 anos.
Entretanto, entrou em filmes mais “clássicos” dirigidos por Claude Chabrol, Roger Vadim e outros realizadores de renome. No Brasil, foi ela que fez o ensaio fotográfico de lançamento da revista “Status”, em Agosto de 1974.
Apareceu na adaptação ao cinema de “O amante de Lady Chatterley” e obteve o papel principal numa biografia erótica da espiã Mata Hari. Fez seguidamente vários filmes, contracenando com – entre outros – Michel Piccoli e Alain Delon. Apesar de todos os sucessos e do apoio da crítica, Sylvia sentiu-se “amarrada” a papéis eróticos e a sua carreira de actriz terminou praticamente em 1981. Retomou ainda o papel de Emmanuelle em 1990.
Em 2004, estreou-se como realizadora com a curta-metragem “Topor et Moi”, que recebeu dois anos depois o Prémio de Melhor Curta-metragem – Menção Especial do Júri no Festival de Cinema de TriBeCa em Nova Iorque.
Com o título “Nua”, originalmente “Undressing Emmanuelle”, a sua autobiografia conta a história de alguém que lidou com a fama, o álcool, a cocaína, a exploração, os luxos, vários casamentos mal sucedidos e, para finalizar, um cancro. No final da vida, Sylvia Kristel dedicou-se ainda a pintar quadros, vivendo modestamente na cidade de Amesterdão.
Em Julho de 2012, foi vítima de um AVC, sendo internada em estado crítico. A actriz, que sofria há alguns anos de problemas de saúde, estava a fazer uma nova sessão de tratamento contra um cancro na garganta, diagnosticado dez anos antes e que se estendeu depois a um pulmão, Viria a falecer em Outubro de 2012, com sessenta anos de idade.
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
27 DE SETEMBRO - JORGE CHÁVEZ
EFEMÉRIDE – Jorge Antonio Chávez Dartnell, conhecido também por Géo Chavez, aviador peruano, morreu em Domodossola, Itália, no dia 27 de Setembro de 1910. Nascera em Paris, em 13 de Junho de 1887.
Filho de pais peruanos, alcançou fama mundial em Setembro de 1910 quando, a bordo de um monoplano Blériot XI de 50 cavalos, baptizado Gypaèt, se tornou o primeiro piloto a conseguir cruzar os Alpes, desde a Suíça até a Itália. Participava num raide Brigue-Milão, tendo descolado de Ried-Brigue. Depois de 42 minutos de voo, quando tentava aterrar, esmagou-se no solo, ao sul de Domodossola, quando uma rajada de vento rompeu as asas do seu frágil avião, precipitando-o em voo picado, quando estava a 20 metros de altura. Ficou gravemente ferido, tendo morrido quatro dias depois.
Estudara na École Violet, onde obteve o diploma de engenheiro em 1908. Recebeu o brevet de piloto em Fevereiro de 1910, depois de uma rápida formação, durante 10 dias, na École Maurice et Henry Farman, em Bouy. No dia 8 de Setembro de 1910, batera um recorde de altitude (2 650 m) em Issy-les-Moulineaux.
É considerado um herói da aviação peruana, tendo sido dado o seu nome ao principal aeroporto do Peru: Aeroporto Internacional Jorge Chávez, localizado em El Callao, perto de Lima. No Campo de Marte, em Lima, pode ser admirado um majestoso monumento, que também o homenageia.
Em Setembro de 1957, um avião militar francês repatriou os seus restos mortais de Paris para Lima, afim de serem depositados num mausoléu construído especialmente para o efeito, na Base Aérea de Las Palmas, na capital peruana. Três monumentos em sua homenagem foram erigidos em Brigue, Ried-Brigue e Domodossola. Desde 1915 que existe uma rua Géo Chavez em Paris, no 20º bairro.
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
26 DE SETEMBRO - GAL COSTA
EFEMÉRIDE – Gal Costa, de seu verdadeiro nome Maria da Graça Costa Penna Burgos, cantora brasileira, nasceu em Salvador no dia 26 de Setembro de 1945.
Gal estreou-se em Agosto de 1964 ao lado de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia e outros, no espectáculo “Nós, Por Exemplo...”, que inaugurou o Teatro Vila Velha, em Salvador. Nesse mesmo ano, participou em “Nova Bossa Velha, Velha Bossa Nova”, no mesmo local e com os mesmos parceiros. A sua primeira gravação ocorreu no disco de estreia de Maria Bethânia (1965).
Participou do I Festival Internacional da Canção, em 1966, interpretando “Minha senhora”. O seu primeiro LP (“Domingo”) foi lançado pela editora Philips em 1967, ao lado do também estreante Caetano Veloso. Participou depois no III Festival de Música Popular Brasileira, defendendo as canções “Bom dia” e “Dadá Maria”.
Em 1968, participou no disco “Tropicália”, com as canções “Mamãe coragem”, “Parque industrial” e “Enquanto seu lobo não vem”, além de “Baby”, o seu primeiro grande sucesso a solo. No mesmo ano, entrou no III Festival Internacional da Canção (TV Globo), cantando “Gabriela Mais Bela”. Em Novembro, concorreu ao IV Festival da Record, defendendo a canção “Divino maravilhoso”. Lançou em 1969, o primeiro disco a solo, “Gal Costa”. No mesmo ano, gravou o segundo disco, “Gal”, que viria a estar na origem de um show com o mesmo nome.
Em 1970, viajou até Londres para visitar Caetano Veloso e Gilberto Gil, exilados pela ditadura militar. Dessa viagem, trouxe algumas músicas que seriam incluídas no disco seguinte: “Legal”. Em 1971, gravou um compacto duplo, importantíssimo na sua carreira, onde se encontram alguns dos seus grandes sucessos. Nesse mesmo ano, realizou um dos shows mais importantes da música brasileira, “Fa-Tal”, que foi gravado e gerou o disco que até hoje é considerado por muitos críticos como o mais importante da sua vida artística, o “Fa-Tal / Gal a Todo Vapor”.
Em 1973, gravou o disco “Índia”, do qual nasceria outro show muito bem sucedido, com o mesmo título. Nesse mesmo ano, participou no festival Phono 73, que esteve na origem de três discos. Em 1974, gravou o disco “Cantar”, dirigido por Caetano Veloso.
Em 1975, fez imenso sucesso ao gravar, para a abertura da telenovela da Rede Globo “Gabriela”, a canção “Modinha para Gabriela” de Dorival Caymmi. O grande sucesso da canção motivou a gravação do disco “Gal Canta Caymmi”, lançado em 1976. Nesse mesmo ano, ao lado de Gilberto Gil, Caetano e Maria Bethânia, participou no show “Doces Bárbaros”, nome de um grupo baptizado e idealizado por Bethânia, um espectáculo que correu o Brasil. O disco com o mesmo título é considerado uma obra-prima, embora tenha sido duramente criticado na época do seu lançamento (1976). Doces Bárbaros era uma típica banda hippy da década de 1970 e, ao longo dos anos, foi tema de um filme, de um DVD e do enredo de uma escola de samba.
Em 1977, lançou o disco “Caras & Bocas”, de onde nasceu mais um show, “Com a Boca no Mundo”. No ano seguinte, foi lançado aquele que seria o primeiro disco de ouro de sua carreira, “Água Viva”. Desse disco surgiu o espectáculo “Gal Tropical”, onde ela deu uma reviravolta na sua carreira, mudando drasticamente de visual, passando da imagem de hippy para a de uma cantora muito mais madura.
Desde os anos 1980, quando surgiram os “especiais” do Festival de Música Popular Brasileira, até ao final da década, a televisão brasileira foi marcada pelo sucesso dos seus espectáculos, que registaram índices de audiências recordes. Gal Costa participou no especial “Mulher 80” (Rede Globo), um dos momentos mais marcantes da televisão. O programa exibiu uma série de entrevistas e musicais, cujo tema era a mulher e a discussão do papel feminino na sociedade de então, abordando esta temática no contexto da música nacional e da inegável preponderância das vozes femininas, com Maria Bethânia, Gal Costa, Elis Regina, Fafá de Belém, Simone, Rita Lee e a participação especial da actriz Regina Duarte.
Em 1980, Gal gravou o disco “Aquarela do Brasil”, focado na obra do compositor Ary Barroso. Sucederam-se discos e shows com imenso êxito. O espectáculo “O Grande Circo Místico” foi estreado em 1983. Com ele, Gal Costa integrou um grupo de artistas que viajou pelo país, apresentando o show para uma plateia de mais de 200 mil pessoas, em quase 200 espectáculos. Gal Costa interpretava a canção “A História de Lili Braun”, musicada pela dupla Chico Buarque e Edu Lobo. O espectáculo conta a história de amor entre um aristocrata e uma acrobata e a saga da família austríaca proprietária do Grande Circo Knie, que vagueou pelo mundo nas primeiras décadas do século passado.
Em 1984, Gal deixou a Philips e assinou contrato com a RCA, onde gravou o disco “Profana”. Em 1985, foi lançado o disco “Bem Bom”, em que cantou em dueto com Caetano Veloso e Tim Maia. Actuou no coro da versão brasileira de “We are the world”, o hit americano que juntou vozes de todo o mundo e granjeou fundos para ajudar África.
Em atitude que surpreendeu muitos dos fãs, Gal posou nua para a revista “Status”, poucos meses antes de completar quarenta anos. Em 1988, gravou com grande sucesso a canção “Brasil”, para a abertura da telenovela da Rede Globo “Vale Tudo”.
Gravou vários discos nos anos 1990/2000 e, em 2001, foi incluída no Hall of Fame do Carnegie Hall, após participar no show “40 anos de Bossa Nova”, uma homenagem a Tom Jobim. É a única cantora brasileira a ter tido esta honra.
Em 2006, realizou uma série de espectáculos na Blue Note, em Nova Iorque. Deste show foi gravado um CD, lançado sucessivamente nos Estados Unidos, no Japão e no Brasil, já em 2007.
Não participou em nenhum espectáculo durante algum tempo, para melhor se poder dedicar a um filho que entretanto adoptara. Fez depois uma tournée pelo Brasil em 2009. Em Dezembro de 2011, lançou o álbum “Recanto” que foi eleito o Melhor Disco de 2011. No ano seguinte, fez nova tournée pelo Brasil, a que se seguiu Portugal, Itália, França e Israel. Em 2012, foi considerada pela revista “Rolling Stone” como a 7ª melhor voz da música brasileira de todos os tempos.
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
25 DE SETEMBRO - MARIE UNDER
EFEMÉRIDE – Marie Under, poetisa estoniana, morreu em Estocolmo no dia 25 de Setembro de 1980. Nascera em Tallinn, em 27 de Março de 1883. É um dos escritores estonianos mais importantes da segunda metade do século XX.
Estudou, entre 1891 e 1900, numa escola particular alemã, onde aprendeu alemão, francês e russo. Começou a escrever poesia aos treze anos. Depois de se graduar, foi trabalhar como empregada de balcão numa livraria. Nas horas livres, escrevia poemas em alemão. Traduziu para estoniano obras de Goethe, Schiller, Pär Lagerkvist e Boris Pasternak.
Em 1901, trabalhou – por pouco tempo – no jornal “Teataja”, o que lhe permitiu todavia conviver com numerosos escritores, artistas e intelectuais.
Em 1902, casou-se com Carl Hacker, tendo vivido em aker,Hacker Moscovo de 1902 a 1906, regressando depois à Estónia. Em 1904, conheceu o artista Ants Laikmaa. Laikmaa, que a convenceu a traduzir os seus poemas para estoniano, enviando-os de seguida para a imprensa local. O primeiro poema foi publicado no jornal “Postimees”.
Em 1913, encontrou-se com Artur Adson, igualmente poeta, e tornou-se sua secretária. Foi incluída em várias antologias e, em 1917, publicou o seu primeiro livro, “Sonetos”, que teve grande sucesso e a encorajou a seguir a carreira literária. Publicou mais algumas recolhas de poesia e, paralelamente, traduziu para estoniano “Le Bateau ivre” de Arthur Rimbaud.
Animou um salão literário em sua casa, que se tornou um lugar de encontro para escritores. Fez parte do grupo Siuru, que lançou novos movimentos literários na Estónia, nomeadamente o espressionismo e o futurismo. O seu modo de vida, a contra-corrente dos usos da época, fizeram dela umas das primeiras figuras das letras estonianas. O erotismo de alguns dos seus poemas líricos provocou polémicas, mas não prejudicou a sua carreira.
Em 1924, divorciou-se de Carl Hacker e casou-se com Adson. Continuou a escrever livros de poemas, influenciados pelas suas impressões sobre a natureza, pelas suas leituras da “Bíblia” e pelo folclore estoniano. No meio da década de 1930, já era considerada uma das mais importantes personalidades da Estónia. Em 1937, foi eleita membro do PEN Clube Internacional e, em 1940, foram publicadas as suas obras completas.
O princípio da Segunda Guerra Mundial veio transtornar a vida de Under e a cultura estoniana. A Estónia foi ocupada pela Alemanha nazi. Publicou mesmo assim, já sob a ocupação, um novo livro de poesia, sombrio e triste, evocando a guerra.
No início de Setembro de 1944, a URSS ocupou por sua vez a Estónia. Under e a família foram para a Suécia, passando quase um ano num campo de refugiados. Em 1945, a família mudou-se para Mälarhöjden, um subúrbio de Estocolmo, onde Under morou até ao fim da vida.
Continuou sempre a escrever e a publicar. Em 1958, foi lançada na Suécia uma nova edição das suas obras completas. Quando morreu, deixou um espólio poético abundante, muita correspondência e algumas dezenas de páginas de um jornal íntimo. Em 1996, os seus arquivos pessoais foram repatriados para a Estónia, o que permitiu a realização da sua primeira biografia em 2008.
terça-feira, 24 de setembro de 2013
24 DE SETEMBRO - FRECHAUT
EFEMÉRIDE – Nuno Miguel Frechaut Barreto, futebolista português, nasceu em Setúbal no dia 24 de Setembro de 1977.
Foi 17 vezes internacional pela Selecção A de Portugal, entre 2001 e 2005, tendo participado nos Mundiais de 2002. Sendo um jogador polivalente, autoritário e com excelente leitura de jogo, pode ocupar diversas posições no terreno de jogo, mas joga habitualmente como defesa.
No início da época 2009/2010, foi anunciado o seu empréstimo ao FC Metz (França), onde jogou assiduamente, sendo todavia vítima de várias lesões. Em 2011, foi transferido – a seu pedido – para o Naval 1º de Maio, regressando assim o Portugal. Em 2013, voltou ao Boavista.
Alinhou ainda pelo Vitória de Setúbal (1996/2000), Boavista (2000/05) e Sporting de Braga (2005/09). Foi Campeão de Portugal em 2001, com a camisola do Boavista.
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
23 DE SETEMBRO - MICKEY ROONEY
EFEMÉRIDE – Mickey Rooney, de seu verdadeiro nome Joseph Yule Jr., actor, realizador, produtor, cenarista e apresentador norte-americano, que actuou no cinema, na televisão e no teatro, nasceu em Brooklin, Nova Iorque, no dia 23 de Setembro de 1920. Ganhou ao longo da sua carreira diversos prémios, entre eles um Oscar, um Globo de Ouro e um Emmy. Foi considerado, no Guinness World Records, como o actor mundial com a mais longa carreira. Vive actualmente em Westlake Village, na Califórnia.
Os pais separaram-se em 1924 e, no ano seguinte, a mãe mudou-se com ele para Hollywood, onde passou a dirigir uma agência de turismo. Foi então que Fontaine Fox colocou um anúncio num jornal, procurando uma criança de cabelos pretos para fazer o papel de “Mickey McGuire”, numa série de curtas-metragens. Sem dinheiro para mandar pintar os cabelos do filho, a mãe escureceu-os passando neles cortiça queimada e levou-o para a audição. O pequeno Joseph conquistou o papel e tornou-se “Mickey” nos 78 filmes cómicos, que foram apresentadas entre 1927 e 1936. Assinou depois um contrato com a MGM para fazer a série “A Family Affair”, que teve bastante sucesso e se prolongou por vários anos (1937/46).
Em 1937, contracenou com Judy Garland em “Thoroughbreds Don't Cry”. A sua estreia em papéis dramáticos deu-se em “Boys Town” (1938), filme que foi lançado pouco antes de seu décimo oitavo aniversário. Garland e Rooney tornaram-se um par de sucesso a cantar e a dançar, tendo actuado juntos em numerosos filmes.
Sendo inquestionavelmente um artista já reconhecido antes da década de 1940, Rooney foi uma das muitas celebridades retratadas no cartoon feito por Tex Avery, da Warner Bros., intitulado “Hollywood Steps Out” (1941). Desde Setembro de 2008, Rooney é o único artista ali representado que ainda continua vivo.
Em 1944, fez o serviço militar durante 21 meses, apanhando a Segunda Guerra Mundial, período durante o qual trabalhou na rádio American Forces Network. Após o regresso à vida civil, a sua carreira no cinema não parou de o celebrizar. Apareceu em vários filmes, incluindo “Words and Music”, em 1948, que foi a sua última aparição no cinema ao lado de Garland. Depois, o programa “The Mickey Rooney Show“ foi apresentado na NBC, em 39 episódios, entre 1954 e 1955.
Entretanto, em 1951, dirigiu a longa-metragem “My True Story”, para a Columbia Pictures. Rooney foi também o actor principal de um telefilme dramático de 90 minutos, “The Comedian”, exibido na noite de São Valentim em 1957.
Em 1960, dirigiu e protagonizou “The Private Lives of Adam and Eve”, uma comédia muito ambiciosa. Nos anos 1960, retomou a sua carreira teatral.
Em 1983, a Academy of Motion Picture Arts and Sciences concedeu-lhe o Academy Honorary Award pelo conjunto da sua obra. Laurence Olivier definiu-o como «o melhor actor de cinema que a América já produziu», sentimento partilhado pelo actor James Mason. Judy Garland disse que ele terá sido «o maior talento do mundo».
Semi-reformado, Rooney ainda apareceu em filmes publicitários da Garden State Life Insurance Company em 1999 e em alguns anúncios lançados em 2007. Trabalha ainda, juntamente com a esposa, numa produção multimédia chamada “Let's Put On a Show!”. Em Maio de 2007, foi nomeado Grand Marshal do Garden Grove Strawberry Festival.
Foi casado oito vezes. A sua primeira mulher foi Ava Gardner. Casou-se pela última vez em 1978, com Jan Chamberlin, casamento que dura até hoje, dia em que completa 93 anos.
domingo, 22 de setembro de 2013
22 DE SETEMBRO - PAULO COSTINHA
EFEMÉRIDE – Paulo Rebelo Costinha, ex-futebolista português que jogava como guarda-redes, nasceu em Braga no dia 22 de Setembro de 1973. Jogou em vários clubes portugueses e no CD Tenerife de Espanha. No final da época 2008/09, depois de ter representado o CF Belenenses durante três anos, retirou-se do futebol.
Formara-se no Boavista desde 1988, começando a jogar como profissional na época 1992/93. Jogou seguidamente no Sporting CP em 1993/97 e no FC Porto em 1997/99. Em 1999/2000, competiu no campeonato espanhol pelo Tenerife, regressando a Portugal no fim da época para representar o União de Leiria (2000/06). De 2006 a 2009, alinhou no Belenenses.
Foi dez vezes internacional pela Selecção de Portugal de Sub-21, entre 1993 e 1996. Conquistou os títulos de Campeão de Portugal em 1998 e 1999 pelo Porto, tendo ganho uma Taça de Portugal em representação do Sporting (1995).
sábado, 21 de setembro de 2013
MANIFESTO ANTICRISE
Realizou-se
hoje o lançamento do livro “MANIFESTO ANTICRISE – depois da revolução dos
cravos, a revelação dos cravas” (Edições Vieira da Silva). A
cerimónia teve lugar na Biblioteca-Museu República e Resistência” em Lisboa.
Sala completamente cheia e uma tarde muito bem passada. Tive a honra de ver um poema meu publicado nesta oportuna antologia.
Sala completamente cheia e uma tarde muito bem passada. Tive a honra de ver um poema meu publicado nesta oportuna antologia.
21 DE SETEMBRO - LEONARD COHEN
EFEMÉRIDE – Leonard Norman Cohen, escritor, compositor e cantor canadiano, nasceu em Montreal no dia 21 de Setembro de 1934. Embora seja mais conhecido pelas suas canções, que alcançaram notoriedade tanto na sua voz como nas de outros intérpretes, Cohen só começou a dedicar-se inteiramente à música depois dos 30 anos, já então era um autor consagrado de romances e de livros de poesia.
Cohen tem por origem uma família judaica de origem polaca. A sua infância foi marcada pela morte do pai, tinha ele apenas 9 anos, facto que seria determinante para o desenvolvimento de uma depressão que o acompanharia durante boa parte da vida.
Aos 17 anos, ingressou na Universidade McGill, onde formaria um trio de música country. Paralelamente, começou a escrever os primeiros poemas, inspirado por autores como García Lorca. Em 1956, publicou o seu primeiro livro de poesia, “Let Us Compare Mythologies”, seguido em 1961 por “The Spice Box of Earth”, que lhe trouxe fama internacional. Decidiu então viajar pela Europa e acabou por fixar residência na ilha grega de Hydra.
Em 1963, lançou “The Favorite Game”, o seu primeiro romance, e – em 1966 – o segundo, “Beautiful Losers”. Já consagrado como escritor, decidiu tornar-se compositor. Para isso, mudou-se para os Estados Unidos, onde conheceu a cantora Judy Collins, com quem gravou duas das suas composições (“Suzanne” e “Dress Rehearsal Rag”) no disco “In My Life” (1966). No ano seguinte, participou no Newport Folk Festival, onde chamou a atenção do produtor John Hammond, o mesmo que antes havia descoberto, entre outros, Bob Dylan. “Songs of Leonard Cohen” seria o seu primeiro disco, muito bem recebido pelo público e pela crítica.
Em Agosto de 1970, actuou no Festival da Ilha de Wight, cantando – às 4 horas da manhã – logo a seguir a Jimi Hendrix. Em 1971, lançou “Songs of Love and Hate”, um disco mais sombrio que os anteriores. No mesmo ano, o director Robert Altman, no seu filme “McCabe & Mrs. Miller”, utilizou três canções de Cohen: “Sisters of Mercy”, “Winter Lady” e “The Stranger Song”.
Publicou, em 1972, um novo livro de poemas, “The Energy of Slaves”, e – no ano seguinte – o disco ao vivo “Live Songs”. Também em 1973, por ocasião da Guerra do Yom Kipur, fez uma série de shows gratuitos para os soldados israelitas.
Em 1974, decidiu afastar-se do mundo da música, por uma confessada falta de inspiração, mas também pela sua insatisfação com as exigências do mercado. Só regressou às canções em 1977, com “Death of a Ladies' Man”. No ano seguinte, publicou um livro com o mesmo título.
Em 1979, reaproximou-se do estilo dos seus primeiros trabalhos com “Recent Songs”, cuja tournée de promoção ficou gravada no disco “Field Commander Cohen: Tour of 1979”, lançado só em 2001. Após esta tournée, seguiu-se um período de reclusão, no qual se dedicou à escrita e ao estudo do budismo. Só voltaria a lançar novos trabalhos em 1984, com o disco “Various Positions” e o livro de poemas “Book of Mercy”. Ainda em 1984, escreveu uma comédia musical (“Night Magic”) que foi adaptada ao cinema e apresentada no Festival de Cannes de 1985.
Em 1988, voltou com o álbum “I'm Your Man”, aclamado por todos. Parte dessa boa recepção deve ser creditada a “Famous Blue Raincoat – The Songs of Leonard Cohen”, um disco tributo lançado por Jennifer Warnes um ano antes, que apresentou as canções de Cohen a toda uma nova geração de fãs. Paralelamente, muitos dos jovens músicos ligados ao folk e ao indie-rock da época diziam-se influenciados pelo trabalho do cantor. Lançou depois “The Future” e, em 1994, “Cohen Live”, contendo gravações de shows realizados entre os anos 1988 e 1993.
Em 1994, consolidando a sua aproximação com o budismo, passou a viver no mosteiro de Mount Baldy Zen Center, próximo de Los Angeles. Em 1996, foi ordenado monge zen e adaptou o nome Dharma de Jikan (“O silencioso”). Entretanto, em 1995, foi publicado outro disco tributo, “Tower of Songs”, dessa vez com nomes mais conhecidos, como Elton John e Bono. No mesmo ano, foi publicado o livro “Dance Me to the End of Love”, onde as suas poesias são mescladas com pinturas de Henri Matisse.
A sua experiência no mosteiro durou até 1999, ano em que voltou a morar em Los Angeles. Apesar de tudo, Cohen ainda se considera judeu, sublinhando que «não procura uma nova religião». Em 2001, lançou “Ten New Songs”, o seu primeiro disco de canções inéditas em sete anos. Em 2004, seria a vez de “Dear Heather”.
Em 1985, actuou no Pavilhão Dramático de Cascais e, em 1988, em Lisboa, no Coliseu dos Recreios, num concerto memorável de mais de três horas. Actuou em 2008, no Passeio Marítimo de Algés e, nos dois anos seguintes, no Pavilhão Atlântico, onde voltaria em 2012, no âmbito de uma digressão internacional para lançar o álbum “Old Ideas”. Leonard Cohen reside curiosamente no “bairro português” do Plateau Mont-Royal, em Montreal. Em 2011, foi o vencedor do Prémio Príncipe das Astúrias das Letras.
sexta-feira, 20 de setembro de 2013
20 DE SETEMBRO - GEORGE R. R. MARTIN
EFEMÉRIDE – George Raymond Richard Martin, cenarista e escritor norte-americano de ficção científica, terror e fantasia, mais conhecido como George R. R. Martin ou simplesmente GRRM, nasceu em Bayonne, Nova Jersey, no dia 20 de Setembro de 1948. É autor da popular série de livros de fantasia épica “As Crónicas de Gelo e Fogo”.
Tornou-se desde muito jovem um leitor compulsivo de bandas desenhadas de super-heróis. Em 1970, completou o seu bacharelado em Jornalismo, na Universidade Northwestern, no Illinois. Fez, no ano seguinte, o mestrado na mesma universidade.
Objector de consciência, em vez de ter feito a guerra do Vietname, fez dois anos de voluntariado num programa de luta contra a pobreza (1972/74). De 1976 a 1978, foi professor de Jornalismo na Clarke University de Dubuque.
Começou a escrever contos de ficção científica no começo da década de 1970 e, apesar do início da sua carreira não ter sido fácil, nunca se desencorajou. Anos depois, venceria os seus primeiros Hugo Award e Nebula Award, premiando um dos seus contos.
Apesar de muitos dos seus livros serem de fantasia ou terror, alguns dos seus trabalhos encaixavam-se perfeitamente na ficção científica ou em histórias futuristas. Também escreveu, pelo menos, uma obra de cunho político-militar: “Night of the Vampires”.
Durante a década de 1980, começou a escrever igualmente para a televisão e trabalhou ainda como editor de livros. A sua novela “Nightflyers” foi adaptada ao cinema em 1987.
Em 1991, voltou aos livros, começando a escrever uma obra que se tornaria uma série de fantasia épica, “As Crónicas de Gelo e Fogo”, composta de sete volumes, que começaram a ser publicados em 1996. Em Novembro de 2005, “A Feast for Crows”, o quarto volume da série, tornou-se o livro mais vendido da lista do “The New York Times”, alcançando a mesma posição no top do “The Wall Street Journal”. A série foi aplaudida por autores, leitores e críticos do mundo inteiro.
Em 2007, a HBO comprou os direitos de adaptação para a televisão de toda a série “As Crónicas de Gelo e Fogo”, tendo os primeiros episódios sido estreados em 2011, com uma audiência superior a 4 milhões de telespectadores.
GRRM tem sido recompensado com numerosos prémios e, em 2011, foi considerado uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pelo magazine “Times”.
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
19 DE SETEMBRO - LYDIA CABRERA
EFEMÉRIDE – Lydia Cabrera, escritora, antropóloga e pesquisadora cubana, morreu em Miami no dia 19 de Setembro de 1991. Nascera em Havana, em 20 de Maio de 1899.
Lydia tinha uma doença que a impediu de frequentar a escola e o liceu, sendo educada em casa por tutores. Obteve também o bacharelato, estudando em casa, o mesmo acontecendo com um curso de pós-graduação. Mais tarde, pôde prosseguir normalmente os estudos, indo mesmo para Paris em 1927, tendo frequentado durante três anos a Escola do Louvre.
Começou as pesquisas para os seus contos em 1928, tendo publicado os primeiros trabalhos nas revistas francesas “Les Cahiers du Sud”, “la Revue de Paris” e “Les Nouvelles littéraires”. Os contos foram traduzidos para francês e publicados pela editora Gallimard em 1936, sob o título “Contos negros de Cuba”. Foram editados em espanhol em 1940.
Em 1930, numa visita que Federico García Lorca fez a Cuba, Lydia introduziu-o numa cerimónia secreta afro-cubana, que fascinou o poeta espanhol.
A partir de 1950, percorreu toda a ilha, compilando informações sobre mitos e rituais que eram guardados como um tesouro pelos anciãos negros e dos quais pouca gente tinha conhecimento. Lydia foi uma excelente porta-voz da cultura afro-cubana, convertendo-se numa divulgadora de todas as crenças e práticas religiosas presentes em Cuba. O seu livro “El Monte” é considerado por muitos com uma obra-mestra, uma espécie de bíblia das religiões afro-cubanas. Faleceu aos 92 anos de idade.
quarta-feira, 18 de setembro de 2013
18 DE SETEMBRO - SANTIAGO CARRILLO
EFEMÉRIDE – Santiago José Carrillo Solares, político espanhol, dirigente do Partido Comunista Espanhol (PCE) de 1960 a 1982, morreu em Madrid no dia 18 de Setembro de 2012. Nascera em Gijón, nas Astúrias, em 18 de Janeiro de 1915. Combateu na Guerra Civil Espanhola e foi figura relevante da oposição ao franquismo. Depois da morte de Franco em 1975, teve um papel importante no processo de transição democrática que levou à ratificação da Constituição de 1978.
Foi criado no seio de uma família de operários das Astúrias que se mudou para Madrid quando o pai, sindicalista dirigente do PSOE e da UGT, foi transferido para a capital para assumir responsabilidades nacionais.
Santiago frequentou o Liceu Cervantes, dependente da Institución Libre de Enseñanza, uma organização laica de ensino. A situação de penúria económica da família obrigaram-no porém a abandonar os estudos e a ir trabalhar como aprendiz numa tipografia. Aderiu depois à Juventude Socialista e à UGT, começando a escrever para o jornal “O Socialista”.
Depois da proclamação da Segunda República em 1931, Santiago Carrillo tomou a seu cargo a secção parlamentar daquele jornal, o que lhe proporcionou o contacto com personalidades políticas da época.
Em 1934, foi nomeado secretário da Juventude Socialista e participou nos acontecimentos da Revolução das Astúrias (Outubro de 1934), o que o levou à prisão, juntamente com o pai e outros dirigentes. Foi libertado com a chegada ao poder da Frente Popular (Abril de 1936).
O começo da guerra civil em Julho de 1936 surpreendeu Carrillo em Paris. Entrou em Espanha, juntou-se ao exército e combateu no País Basco e na Sierra a norte de Madrid. No começo do Outono, atingiu o posto de capitão e, em Novembro, aderiu ao PCE, tornando-se membro da Junta de Defesa de Madrid, dirigida pelo general Miaja. Partiu seguidamente para Valência, a fim de organizar a mobilização popular e as milícias para travar a primeira ofensiva franquista sobre a capital. Depois da estabilização da linha da frente, Carrillo dirigiu – de Janeiro de 1937 até ao fim da guerra – a organização da juventude comunista (Juventud Socialista Unificada) da qual 200 000 membros integraram o Exército Popular. No mesmo ano, ingressou no Comité Político do PCE.
Quando da capitulação dos republicanos, Santiago Carrillo partiu para o campo de Albartera. Conseguiu salvar a sua companheira e a filha que, no entanto, morreria de doenças contraídas durante a detenção.
Em 1944, Dolores Ibárruri (a Passionária) era a secretária-geral do PCE no exílio. Carrillo tomou a seu cargo a reorganização do partido em Espanha. Quando do VII congresso do PCE, foi nomeado secretário-geral, substituindo Dolores Ibárruri, que pedira a demissão e foi elevada á presidência do partido.
A partir de 1968, tirando consequências das suas críticas contra a invasão da Checoslováquia, distanciou-se da linha política da URSS e aproximou-se das posições defendidas pelos líderes comunistas de Itália e de França. Esta corrente foi designada de “euro-comunismo”.
Depois da morte de Franco, o PCE foi legalizado em Abril de 1977 pelo governo de Adolfo Suarez. Em Junho, Santiago Carrillo, Dolores Ibárruri e o poeta Rafael Alberti estiveram entre os primeiros deputados comunistas eleitos para as Cortes. Carrillo contribuiu para o processo de democratização espanhol, aceitando o regime de monarquia parlamentar incarnado pelo rei Juan Carlos e multiplicando os actos públicos de reconciliação com personalidades que tinham sido suas inimigas durante a guerra civil e sob o franquismo.
A perda de influência do PCE, cujo número de deputados não parou de decrescer nas eleições de 1979 e 1982, fez com que Carrillo apresentasse a sua demissão da direcção do partido.
A nova direcção decidiu excluí-lo do partido em Abril de 1985. Carrillo fundou então o Partido de los Trabajadores de España – Unidad Comunista que falhou nas eleições de 1986 (nenhum deputado eleito) e, depois, nas eleições para o Parlamento Europeu. Em 1991, o partido integrou-se no PSOE, com excepção de Carrillo que recusou fazê-lo em nome do seu passado comunista. Resolveu abandonar a vida política.
Passou a dar conferências e a participar em debates populares na rádio. Em Outubro de 2005, recebeu o doutoramento honoris causa da Universidade Autónoma de Madrid. Faleceu em 2012, aos 97 anos.
terça-feira, 17 de setembro de 2013
17 DE SETEMBRO - TITO VILANOVA
EFEMÉRIDE – Tito Vilanova, de seu verdadeiro nome Francesc Vilanova i Bayó, ex-futebolista espanhol e ex-treinador do FC Barcelona, nasceu em Bellcaire d'Empordà no dia 17 de Setembro de 1968. Actualmente, está afastado do futebol por razões de saúde.
Iniciou-se na prática do futebol aos quinze anos, no centro de formação do Barcelona. Jogou sempre em equipas médias e pequenas, como o Barcelona B, o Figueres, o Celta de Vigo, o Badajoz, o Mallorca e o Elche. Encerrou a sua carreira de jogador em 2002 no UDA Gramenet, clube da sua região natal.
Depois de trabalhar como director técnico do Terrassa FC, iniciou a carreira de treinador no Barcelona, dirigindo as camadas mais jovens. Treinou futuros talentos como Piqué, Fàbregas e Messi, entre outros. Em 2007, tornou-se adjunto de Pep Guardiola na equipa B do Barcelona. No ano seguinte, os dois ascenderam à equipa principal, para substituir Frank Rijkaard.
A primeira época de Vilanova e Guardiola no Barcelona foi a mais produtiva de toda a história do clube, que ganhou a Liga, a Taça do Rei e os títulos Europeus e Mundial. De 2008 a 2012, ganhou catorze troféus ao lado de Guardiola, entre os quais três Ligas Espanholas, duas Ligas dos Campeões Europeus e duas Taças do Mundo de Clubes. Numerosos observadores do futebol espanhol dão grande relevo à acção de Vilanova, assistente de Guardiola, por ele estar na origem de muitos dos esquemas tácticos e do conteúdo dos treinos do Barcelona.
Em 2011, Vilanova anunciou ter um tumor na glândula parótida, sendo operado com sucesso em Novembro. Com a saída de Pep Guardiola em Abril de 2012, o clube catalão anunciou oficialmente, em Junho de 2012, que Vilanova seria o próximo treinador do clube catalão. Tito assinou um contrato por duas épocas.
Treinou a equipa do Barcelona que venceu o Campeonato Espanhol de 2012/13 e, individualmente, recebeu o Trofeo Miguel Muñoz, na mesma época.
Em Dezembro de 2012, foi hospitalizado de urgência devido a uma recaída. Foi operado no dia seguinte, sendo substituído temporariamente pelo seu adjunto Jordi Roura. No dia 6 de Janeiro de 2013, voltou ao banco para dirigir a equipa. Na ocasião, declarou que estava no começo de um processo de cura e que o caminho ainda seria longo. No meio de Janeiro, partiu para Nova Iorque para receber tratamento de radioterapia e quimioterapia durante dois meses. O Barcelona sagrou-se campeão, com o maior número de pontos de sempre e com a maior diferença pontual em relação ao 2º classificado. Tito Vilanova afirmou em Maio de 2013 a sua vontade de continuar a treinar o clube na época seguinte. (2013/14). No entanto, em Julho, três dias depois do recomeço dos treinos, renunciou ao lugar em virtude de uma deterioração do seu estado de saúde. Foi substituído por Gerardo Martino.
Vilanova é casado e pai de duas crianças. O seu filho Adrià, nascido em 1997, já joga nos juniores do Barcelona.
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
16 DE SETEMBRO - FRANS EEMIL SILLAMPÄÄ
EFEMÉRIDE – Frans Eemil
Sillanpää, escritor finlandês, Prémio Nobel da Literatura em 1939,
nasceu em Hämeenkyrö no dia 16 de Setembro de 1888. Morreu em Helsínquia,
em 3 de Junho de 1964. Pertencia à tendência neo-realista psicológica. O
seu principal romance, “Santa Miséria” (1919), evoca a guerra civil
finlandesa.
Filho de camponeses do oeste da
Finlândia, depois de ter completado a escolaridade normal no Liceu de
Tempere, começou a estudar biologia na universidade da capital finlandesa
em 1908. Abandonou os estudos em 1913, para escrever artigos para o jornal “Uusi
suometar”, enveredando depois pela vida literária. Escreveu o seu primeiro
romance em 1916 (“A Vida e o Sol”).
Sillanpää foi autor de cerca de
vinte romances ou recolhas de novelas. Os personagens por ele criados pertencem
quase todos ao universo rural finlandês: serviçais, camponeses ou pequenos
proprietários. Eles seguem os seus destinos, muitas vezes decadentes, com uma
resignação passiva ou uma indiferença serena. A vida e a natureza são por ele
evocadas de um modo lírico, proporcionando-lhes alguns períodos de remissão e
de felicidade fugaz.
Um dos seus poemas, escrito em
1939, foi musicado no ano seguinte para constituir um canto patriótico (“Sillanpään
marssilaulu”). Sete das suas obras foram adaptadas ao cinema entre 1937 e
1988.
domingo, 15 de setembro de 2013
15 DE SETEMBRO - DESCOBERTA DA PENICILINA
EFEMÉRIDE – A penicilina G, antibiótico natural derivado de um fungo, o bolor penicillium chrysogenum (ou P. notatum), foi descoberta em 15 de Setembro de 1928 pelo médico e bacteriologista escocês Alexander Fleming. Está disponível como fármaco desde 1941, sendo o primeiro antibiótico a ser utilizado com sucesso.
Fleming, ao ir de férias, esqueceu-se de algumas placas com culturas de microrganismos no seu laboratório no Hospital St. Mary em Londres. Quando regressou, reparou que uma das culturas de staphylococcus tinha sido contaminada por um bolor e, em volta das colónias deste, não havia mais bactérias. Então Fleming e o seu colega Pryce descobriram um fungo do género penicillium e demonstraram que o fungo produzia uma substância responsável pelo efeito bactericida – a penicilina. Esta foi obtida em forma purificada por Howard Florey, Ernst Chain e Norman Heatley, da Universidade de Oxford, muitos anos depois, em 1940. Eles comprovaram as suas qualidades antibióticas em ratos infectados, assim como a sua não toxicidade. Em 1941, os seus efeitos foram demonstrados em humanos. O primeiro homem a ser tratado com penicilina foi um polícia que sofria de septicemia com abcessos disseminados, uma condição geralmente fatal nessa época. Ele melhorou bastante após a administração do fármaco, mas veio a falecer quando as reservas iniciais de penicilina se esgotaram. Em 1945, Fleming, Florey e Chain receberam o Prémio Nobel de Fisiologia ou Medicina por este trabalho. A penicilina salvou milhares de vidas de soldados na Segunda Guerra Mundial. Durante muito tempo, o capítulo que a penicilina abriu na história da medicina parecia prometer o fim das doenças infecciosas de origem bacteriana como causa de mortalidade.
Tem-se dito que muitas descobertas científicas são feitas por acaso. O acaso, no entanto, como dizia Pasteur, só favorece os espíritos preparados e não prescinde da observação. A descoberta da penicilina constitui um exemplo típico. Fleming vinha há algum tempo a pesquisar substâncias capazes de matar ou impedir o crescimento de bactérias nas feridas infectadas. Essa preocupação justificava-se pela experiência adquirida na Primeira Grande Guerra, na qual muitos combatentes morreram em consequência de infecções em ferimentos profundos. Em 1922, Fleming descobrira uma substância anti-bacteriana na lágrima e na saliva, à qual dera o nome de lisozima. Em 1928, estava a desenvolver pesquisas sobre estafilococos, quando descobriu a penicilina. As placas com culturas de estafilococos tinham ficado esquecidas sobre uma mesa, em lugar de as guardar no frigorífico ou inutilizar, como seria mais natural. Quando voltou ao trabalho, observou que algumas das placas estavam contaminadas com mofo, facto que é relativamente frequente. Colocou-as então, numa bandeja para limpeza e esterilização. Nesse exacto momento, entrou no laboratório o seu colega Pryce, que lhe perguntou como iam as suas pesquisas. Fleming apanhou novamente as placas para explicar ao colega alguns detalhes sobre as culturas de estafilococos que estava a realizar. Notou que havia, numa das placas, um halo transparente em torno do mofo contaminante, o que parecia indicar que aquele fungo produzia uma substância bactericida. O assunto foi discutido entre ambos e Fleming decidiu fazer algumas culturas do fungo para estudo posterior.
O fungo foi identificado como pertencente ao género penicillium, donde deriva o nome de penicilina dado à substância por ele produzida. Fleming passou a empregá-la no seu laboratório para seleccionar determinadas bactérias, eliminando das culturas as espécies sensíveis à sua acção.
A descoberta não despertou inicialmente grande interesse e não houve a preocupação em a utilizar para fins terapêuticos em casos de infecção humana. Isto até ao começo da Segunda Guerra Mundial, em 1939. No ano seguinte, Howard Florey e Ernst Chain, de Oxford, retomaram as pesquisas de Fleming e conseguiram produzir penicilina com fins terapêuticos em escala industrial, inaugurando uma nova era para a medicina – a era dos antibióticos.
O principal mecanismo de resistência de bactérias à penicilina baseia-se na produção de beta-lactamases, enzimas que degradam a penicilina, impedindo a sua acção. A penicilina não tem efeitos secundários significativos, mas pode raramente causar reacções alérgicas e até choque anafilático nos indivíduos susceptíveis. Os sintomas iniciais nesses casos podem incluir eritemas cutâneos disseminados, febre e edema da laringe, com risco de asfixia. A sua introdução por injecção no organismo também é conhecida por ser dolorosa. Além disso, o uso prolongado ou em altas doses pode causar depleção da flora normal no intestino e supra-infecção com espécie patogénica.
Existem actualmente muitos antibióticos derivados da penicilina por métodos químicos industriais, constituindo as penicilinas semi-sintéticas.
sábado, 14 de setembro de 2013
14 DE SETEMBRO - MAICON
EFEMÉRIDE – Maicon
Pereira Roque, futebolista brasileiro actualmente a jogar no FC do Porto,
nasceu em Barretos, São Paulo, no dia 14 de Setembro de 1988. Joga na
posição de defesa central.
Veio para Portugal na época
2008/2009, por empréstimo do Cruzeiro EC ao Nacional da Madeira. Na
época 2007/2008, tinha jogado – também por empréstimo – no AD Cabofriense
(Brasil).
Deu nas vistas pelas suas boas exibições
e passou a ser seguido de perto por vários clubes europeus, entre eles o Porto.
O acordo entre o Cruzeiro e o clube nortenho veio a ser assinado em
Junho de 2009, num contrato válido por 5 épocas.
Do seu palmarés faz parte o Campeonato
Mineiro de 2006 pelo Cruzeiro. Em representação do Porto,
venceu três Super Taças (2010, 2011 e 2012); duas Taças de Portugal
(2009/10 e 2010/11); três Campeonatos Nacionais (2010/11, 2011/12 e
2012/13); e uma Liga Europa (2010/11).
sexta-feira, 13 de setembro de 2013
13 DE SETEMBRO - YMA SUMAC
EFEMÉRIDE – Yma Sumac, de seu verdadeiro nome Zoila Augusta Emperatriz Chavarri del Castillo, cantora lírica peruana, nasceu em Cajamarca no dia 13 de Setembro de 1922. Morreu em Los Angeles, em 1 de Novembro de 2008. Nos anos 1950, foi uma das artistas mais famosas de música exótica e tornou-se um sucesso internacional em virtude do seu registo de voz extraordinário, com uma amplitude de 5 oitavas, o que fez dela uma das mais excepcionais vozes de todos os tempos.
Desde muito novinha, “Perita” (como lhe chamavam os amigos) exprimiu o desejo de ser cantora. Este projecto foi firmemente contrariado pelos pais, um arquitecto de origem basca-espanhola e uma professora de origem inca e europeia, para os quais «ser cantora não era uma carreira aconselhável para uma rapariga». Zoila, no entanto, treinava-se na montanha, entoando canções folclóricas e imitando o canto agudo dos pássaros.
A primeira apresentação de Yma Sumac teve lugar na rádio argentina em 1942. Dois anos depois, gravou na Argentina mais de 20 canções de música popular peruana. Estas gravações tiveram a participação da Companhia Peruana de Arte, composta por 46 dançarinos, cantores e músicos de origem indígena. Em 1946, Yma e o marido Moisés Vivanco foram para Nova Iorque, onde actuaram no âmbito do trio Inca Taky, em que Sumac cantava como soprano, sua prima Cholita como contralto e dançarina e Vivanco, seu marido, tocava violão. Fizeram uma tournée pela América do Sul, actuando nomeadamente na Argentina, Brasil, Chile e México.
A Companhia Peruana de Arte foi entretanto dissolvida e o trio partiu para os Estados Unidos a convite da actriz americana Grace Moore, que assistira a um dos recitais do grupo. Chegados a Nova Iorque em 1946, começaram a procurar locais para apresentar o seu espectáculo. Em Janeiro de 1947, Grace Moore desapareceu tragicamente num desastre de aviação em Copenhaga, sem ter chegado a encontrar-se com Yma Sumac. O trio deu espectáculos durante três anos, mas sem grande sucesso. Só em 1949, o seu nome começou a ser falado com interesse.
Em 1950, obtiveram um contrato com a Capital Records que pediu a Vivanco para rearranjar as canções do reportório para uma orquestra completa e não somente para um trio de base.
Gravou seis álbuns originais (1950/59), que não pararam de ser reeditados até aos anos 1980. Foram depois difíceis de encontrar durante uma dezena de anos, antes de voltarem a ser reeditados em CD a partir de 1995.
Entretanto, Yma actuou em vários filmes, o mais conhecido dos quais é “O Segredo dos Incas”, que consolidou a sua carreira e a veio confirmar como uma grande estrela de Hollywood. Este filme, rodado em parte nas ruínas de Machu Pichu, foi estreado em Maio de 1954.
Em 1955, naturalizou-se norte-americana. No ano seguinte, divorciou-se de Vivanco, mas o casal reconciliou-se e voltou a casar em 1959. Em Abril deste ano, foi editado o seu último disco para a Capitol Records (“Fuego del Ande”).
No fim dos anos 1950, partiu em tournée para a América do Norte, com a “Montreal and Toronto symphony orchestras”. No começo dos anos 1960, o casal teve problemas com o fisco americano e decidiu partir para uma tournée mundial que começou pela Europa. Depois de Zurique, teve uma actuação triunfal no Alhambra em Paris. Convidada por Nikita Khrouchtchev, foi à URSS em 1961. A estadia estava prevista para duas semanas, mas Yma foi de tal modo acolhida que se instalou na União Soviética durante seis meses. Na Roménia, gravou um disco ao vivo. Seguiu-se a Ásia e, de novo, a Europa e a América. Voltou a Los Angeles em 1964, mas o público tinha-a esquecido. Actuou somente na televisão americana.
Em 1965, divorciou-se pela segunda vez de Vivanco e voltou ao Peru em 1968, onde se instalou até ao meio dos anos 1980, vivendo junto dos pais. Voltou aos Estados Unidos em 1984, depois de uma longa semi-reforma. Relançou a carreira, acrescentando novas composições ao seu reportório. Actuou no Carnegie Hall e no Hollywood Bowl, retomando o trabalho, mas de um modo mais calmo. Actuou em Bruxelas, Berlim e Bourges.
Em 1997, cantou no Festival de Jazz de Montreal, reformando-se depois em Los Angeles. Em Maio de 2006, voltou ao Peru durante duas semanas para receber as felicitações do governo «pela sua ajuda na difusão da cultura peruana no mundo». Recebeu a Ordem do Sol, a mais alta distinção do Peru. No dia 15 de Maio, foram-lhe entregues as chaves da cidade de Lima. Faleceu aos 86 anos, vítima de cancro.
quinta-feira, 12 de setembro de 2013
12 DE SETEMBRO - ÁLVARES DE AZEVEDO
EFEMÉRIDE – Manuel António Álvares de Azevedo, contista, romancista, dramaturgo, poeta e ensaísta brasileiro, escritor da segunda geração romântica, nasceu em São Paulo no dia 12 de Setembro de 1831. Morreu no Rio de Janeiro em 25 de Abril de 1852.
Passou a infância no Rio de Janeiro, onde – em 1840 – iniciou os estudos no Colégio Stoll, em Botafogo. Voltou mais tarde a São Paulo, cidade na qual ingressaria na Faculdade de Direito em 1847. Desde logo, ganhou fama pelas brilhantes e precoces produções literárias. Destacou-se também pela facilidade com que aprendia línguas e pelo seu espírito jovial e sentimental.
Durante o curso de Direito, traduziu o 5º acto de “Otelo” de Shakespeare e “Parisina” de Lord Byron; fundou a revista da Sociedade Ensaio Filosófico Paulistano (1849) e fez parte da Sociedade Epicureia.
Não concluiu o curso, pois foi acometido de tuberculose pulmonar nas férias de 1851/52, a qual foi agravada por um tumor na fossa ilíaca, ocasionado por uma queda de cavalo. Morreu antes de completar 21 anos.
Da sua obra salientam-se: “Poesias diversas” e “Poema do Frade”; a peça de teatro “Macário” (1855); o romance “O Livro de Fra Gondicário”; os contos “Noite na Taverna” (1855); “Cartas”; e os ensaios “Literatura e civilização em Portugal”e “George Sand”. “Lira dos Vinte Anos” (1853) será a sua principal obra. Devido à sua morte tão prematura, todos os trabalhos foram publicados postumamente.
A sua obra recebeu muitas influências de Lord Byron, de Goethe, de François-René de Chateaubriand e, sobretudo, de Alfred de Musset. Álvares de Azevedo foi muito lido até às duas primeiras décadas do século XX, com constantes reedições dos seus livros. As últimas encenações da sua peça “Macário” tiveram lugar em 1994 e 2001. É o patrono da cadeira nº 2 da Academia Brasileira de Letras.
Foi enterrado num cemitério na praia vermelha, na zona sul do Rio de Janeiro, que mais tarde viria a ser destruído pelo mar. Foi o seu cão quem encontrou os restos mortais do dono, que repousam agora no Cemitério São João Batista no Rio de Janeiro.
quarta-feira, 11 de setembro de 2013
11 DE SETEMBRO - CARLOS PUEBLA
EFEMÉRIDE – Carlos Manuel Puebla, músico, compositor e cantor cubano, nasceu em Manzanillo no dia 11 de Setembro de 1917. Morreu em Havana, em 12 de Julho de 1989. Aprendeu a tocar guitarra ainda muito nova e de forma autodidacta. Teve vários ofícios antes de se dedicar unicamente à vida artística.
Em 1953, fundou o conjunto “Los Tradicionales” e, depois da Revolução de 1959, fez estudos musicais na Escuela de Superación Profesional de La Habana.
A sua voz inconfundível converteu-se, em 1962, num dos símbolos do famoso restaurante de Havana “La Bodeguita del Medio” Simultaneamente, Carlos Puebla cantava os feitos mais importantes da história do povo cubano, convertendo-se no cronista de tudo o que aconteceu desde 1959. Nas suas composições, utilizava uma linguagem séria e directa, matizada em alguns casos com o mais popular humor crioulo. “Hasta simpre comandante” (1965), canção dedicada a Che Guevara, trouxe-lhe fama internacional.
A sua obra não se limitou a reflectir os primeiros anos da Revolução, pois também abordou temas de amor e o labor quotidiano do povo. Compositor prolífico, autor de cerca de mil obras, recebeu como retribuição o reconhecimento e a admiração de todos os cubanos, a quem dedicava as suas canções. Muitos dos seus textos foram traduzidos em vários idiomas e as suas músicas foram utilizadas nas bandas sonoras de diversos filmes cubanos.
Com o seu grupo, entrou em programas de televisão e fez muitas tournées internacionais. Gravou vários discos LP e algumas das suas canções fizeram parte do reportório de outros intérpretes.
Falecido em Julho de 1989, depois de uma longa doença, a sua obra continua viva entre as novas gerações. As suas cinzas foram transferidas para Manzanillo, cinco anos depois da sua morte. Uma placa indica: «Eu sou o que sou, um simples trovador que canta».
terça-feira, 10 de setembro de 2013
10 DE SETEMBRO - LUIZ FRANCISCO REBELLO
EFEMÉRIDE – Luiz Francisco Rebello, advogado, dramaturgo, crítico teatral, historiador de teatro e ensaísta português, nasceu em Lisboa no dia 10 de Setembro de 1924. Morreu na mesma cidade em 8 de Dezembro de 2011.
Licenciado em Direito pela Faculdade de Direito de Lisboa, especializou-se na área de Direitos de Autor e foi presidente da Sociedade Portuguesa de Autores durante 30 anos (1973 a 2003). Foi também vice-presidente da Confederação Internacional das Sociedades de Autores e Compositores.
Fundou e dirigiu, em 1946, juntamente com Gino Saviotti, o Teatro-Estúdio do Salitre e, em 1971, foi nomeado director do Teatro São Luiz, cargo de que se viria a demitir no ano seguinte por não concordar com as ingerências da Comissão de Censura.
Juntamente com José Saramago, Armindo Magalhães, Manuel da Fonseca e Urbano Tavares Rodrigues, foi – em 1992 – um dos fundadores da Frente Nacional para a Defesa da Cultura.
Colaborou em vários jornais e revistas, entre eles a “Colóquio-Letras”, o “Jornal de Letras”, a “Seara Nova” e a “Vértice”. Dirigiu, desde 1971, um “Dicionário do Teatro Português” publicado em fascículos.
Entre as distinções que recebeu, salientam-se: a comenda da Ordem do Infante D. Henrique (1985); as insígnias de Cavaleiro da Ordem Nacional do Mérito (1991), atribuídas pelo ministro da Comunicação francês; e a Ordem de Mérito (1995), atribuída pelo presidente da República Dr. Mário Soares. Escreveu cerca de quarenta livros (peças de teatro, ensaios e história do teatro), tendo-se estreado como dramaturgo em 1947, com “Fábula em Um Acto”.
segunda-feira, 9 de setembro de 2013
9 DE SETEMBRO - ANTÓNIO SARDINHA
EFEMÉRIDE – António Maria de Sousa Sardinha, figura controversa, político, historiador e escritor português, nasceu em Monforte no dia 9 de Setembro de 1887. Morreu em Elvas, em 10 de Janeiro de 1925. Destacou-se como ensaísta e polemista, produzindo uma obra que se afirmou como a principal referência doutrinária do Integralismo Lusitano. A defesa que ele fazia de uma monarquia tradicional, orgânica e anti-parlamentar, serviu de inspiração a uma influente corrente do pensamento político português na primeira metade do século XX. Apesar de ter falecido prematuramente, conseguiu afirmar-se como referência incontornável para os monárquicos que recusaram condescender com o salazarismo.
António Sardinha foi um adversário da Monarquia da Carta (1834/1910), chegando – no tempo de estudante na Universidade de Coimbra – a defender a implantação de uma república em Portugal. Depois do 5 de Outubro de 1910, durante a Primeira República, ficou profundamente desiludido e acabou por se converter ao ideário realista da monarquia orgânica e tradicionalista, de que foi um dos mais destacados defensores.
Em 1911, já estava formado em Direito e, no final do ano seguinte, confessou a sua conversão à Monarquia e ao Catolicismo «as únicas limitações que o homem, sem perda de dignidade e orgulho, pode ainda aceitar». E abençoava «esta República que o vacinara a tempo…». Imediatamente se juntou a Hipólito Raposo, Alberto de Monsaraz, Luís de Almeida Braga e Pequito Rebelo, para fundar a revista “Nação Portuguesa”, publicação de filosofia política, a partir da qual foi lançado o referido movimento monárquico Integralismo Lusitano.
Os integralistas tinham no municipalismo e no sindicalismo duas das palavras-chave de um ideário político que não dispensava o rei, entendido como o procurador do povo e o melhor garante e defensor das liberdades.
António Sardinha era anti-maçónico e anti-iberista, tendo em 1915 alertado para o perigo de uma absorção de Portugal pela Espanha. Durante o breve consulado de Sidónio Pais como presidente da República, foi eleito deputado na lista da minoria monárquica. Após o assassinato de Sidónio em 1919, exilou-se em Espanha, depois ter participado na fracassada tentativa restauracionista de Monsanto e da “Monarquia do Norte”. Regressou a Portugal, em 1921, tornando-se director do diário “A Monarquia”.
Foi autor de uma vasta obra ensaística de cariz doutrinário, mentora dos seus ideais. O seu pensamento radicalmente anti-republicano e nacionalista viria a encontrar eco em alguns dos doutrinários do Estado Novo. A sua obra poética, inscrita na tradição e fundindo vectores do saudosismo com traços temáticos comuns à ideologia integralista lusitana, tem como melhores realizações: “A Epopeia da Planície”, “Chuva da Tarde” e “Era Uma Vez um Menino”. É também autor de “O Valor da Raça” e do poema sobre a mística expansionista “O Roubo da Europa”, a que se seguiu uma série de sonetos dedicados a figuras históricas e lendárias, a “Pequena Casa Lusitana”. Morreu aos 37 anos.
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