A FÁBULA DO ANO
Um comandante de um navio ordenava aos seus marinheiros que remassem, remassem porque na altura havia pouco vento e logo, logo, iriam parar a um bom porto. O vento estava quase a mudar e a rota seria rápida, acrescentava ele.
Os passageiros já desesperavam, sem água e com pouca comida, mas o comandante continuava a garantir que a terra já estava perto e que lá havia grandes riquezas para todos.
Alguns pescadores a bordo, que conheciam os ventos daquela altura do ano e naquela rota, desconfiavam que o rumo não estava a ser o mais correcto, que os ventos tardariam a aparecer e soprar para terra, mas o comandante acusava-os de tentarem desestabilizar a tripulação e passageiros e de tais acusações não passarem de manobras para lhe usurparem o posto de comandante do navio. E voltava a afirmar que estava seguro do que estava a fazer e que já sentia uma pequena brisa. E não se cansava de repetir que aqueles que tentassem agitar os passageiros seriam prejudiciais a todos os embarcados e, inclusive, punham mesmo o navio em risco.
Entretanto, os marinheiros mais fiéis tiveram aumento de ração e viviam tempos muito animados.
Então, uma bela manhã passa um iate luxuoso, movido a potente motor, e alguém de lá disse que havia um lugar vago para comandante do iate. O comandante do velho navio respondeu que ia pensar em arranjar alguém competente para mandar para o iate. Foi então ao seu camarote e fez as malas sem dizer nada a ninguém. No dia seguinte, de manhã muito cedo, quando os outros ainda estavam a dormir, saltou para o bote e remou para o iate que o esperava um pouco mais avante.
Depois de estar bem seguro a bordo no iate, gritou para o seu barco e disse:
- Olhem lá, eu, para bem de todos vós, vou embarcar neste iate. O vosso novo comandante passa a ser o meu imediato. Vai ser uma honra para todos vós eu ser o novo comandante deste lindo iate. Estou muito honrado e muito feliz por me terem aceite.
Alguns marinheiros, das relações próximas do comandante, ficaram furiosos, mas outros, com os olhinhos gulosos a brilhar, começaram logo a preparar-se para tomarem e distribuírem os lugares de comando entre eles.
E lá se despediu:
- Adeusinho e boa viagem para todos. Tenham muita sorte. Vemo-nos daqui a cinco anos.
E lá foi o grande comandante...
Autor desconhecido
"Escrita - Acto Solitário, mas que se deve Partilhar" - Gabriel de Sousa *** "Quanto mais envelhecemos, mais precisamos de ter que fazer" - Voltaire *** "Homens de poucas palavras são os melhores" - Shakespeare *** "Um Banco é como um tipo que nos empresta o chapéu-de-chuva quando está sol e que o pede assim que começa a chover" - Mark Twain
sábado, 21 de agosto de 2004
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