POESIA:
« QUASE
Ainda pior que a convicção do não,
é a incerteza do talvez,
é a desilusão de um quase!
É o quase que me incomoda,
que me entristece,
que me mata trazendo tudo
que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga,
quem quase passou ainda estuda,
quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades
que escaparam pelos dedos,
nas chances que se perdem por medo,
nas ideias que nunca sairão do papel
por essa maldita mania de viver no Outono.
Pergunto-me, às vezes,
que nos leva a escolher uma vida morna.
A resposta eu sei de cor,
está estampada na distância
e na frieza dos sorrisos,
na frouxidão dos abraços,
na indiferença dos "bom dia",
quase que sussurrados.
Sobra covardia e falta coragem
até para ser feliz.
A paixão queima,
o amor enlouquece,
o desejo trai.
Talvez esses fossem bons motivos
para decidir entre a alegria e a dor.
Mas não são.
Se a virtude estivesse mesmo no meio-termo,
o mar não teria ondas,
os dias seriam nublados
e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina,
não inspira,
não aflige nem acalma,
apenas amplia o vazio
que cada um traz dentro de si.
Preferir a derrota prévia
à dúvida da vitória
é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Para os erros há perdão,
para os fracassos, chance,
para os amores impossíveis, tempo.
De nada adianta cercar um coração vazio
ou economizar alma.
Um romance cujo fim
é instantâneo ou indolor não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque,
que a rotina acomode,
que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você.
Gaste mais horas realizando que sonhando...
Fazendo que planeando...
Vivendo que esperando...
Porque,
embora quem quase morre esteja vivo,
quem quase vive já morreu. »
(autor desconhecido)
***************************************
gabrieldesousa@megamail.pt
"Escrita - Acto Solitário, mas que se deve Partilhar" - Gabriel de Sousa *** "Quanto mais envelhecemos, mais precisamos de ter que fazer" - Voltaire *** "Homens de poucas palavras são os melhores" - Shakespeare *** "Um Banco é como um tipo que nos empresta o chapéu-de-chuva quando está sol e que o pede assim que começa a chover" - Mark Twain
quinta-feira, 27 de novembro de 2003
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Arquivo do blogue
-
▼
2003
(96)
-
▼
novembro
(21)
- PARA SORRIR: Um cowboy deixa o saloon depoi...
- POESIA: « QUASE Ainda pior que a convicção do ...
- PARA SORRIR: Uma senhora ao telefone: - E...
- PENSAMENTOS: "É bem mais difícil julgarmo-nos a n...
- IDADE DA REFORMA: Estou de acordo que, legal...
- LEITURAS: « Uma caravana de camelos atravessa...
- LEITURAS: « Posso estar falando de vontade, posso...
- ENQUANTO SORRIS… NÃO PENSAS NOUTRAS COISAS… T...
- LEITURAS: « Milho de pipoca que não passa pelo f...
- MENINO DA RUA (quadras) Pobre menino da rua Folh...
- PARA SORRIR: Shopping Center de maridos E...
- LEITURAS AO ACASO: - Mestre, como faço para n...
- VAIDADE FEMININA: Uma mulher foi levada à pre...
- UM TRAUMA CHAMADO «LOBO ANTUNES»: Pois é, e...
- O P.R.E.C.... Um leitor chamou-me a atenção para...
- NÃO TRADUZO, PARA NÃO PERDER O SABOR (salvo seja)...
- PARA SORRIR (sem tabus): Um dia a madre sup...
- PARA SORRIR (que ninguém se sinta ofendido!) : ...
- DESEJO REPRIMIDO Afrodite, a deusa do amor, estav...
- PARA SORRIR (sobre Religião): Duas freiras ...
- VALEU A PENA? (autor desconhecido) « Um dia vais ...
-
▼
novembro
(21)
Links interessantes e (ou) úteis
Acerca de mim

- Gabriel de Sousa
- - Lisboa, Portugal
- Aposentado da Aviação Comercial, gosto de escrever nas horas livres que - agora - são muitas mais...
Sem comentários:
Enviar um comentário