
Por volta de 1905, a sua já conhecida reputação de místico introduziu-o no círculo restrito da Corte imperial russa, onde teria curado Alexei Romanov, o filho do czar, doente hemofílico.
Perante este acontecimento, a czarina Alexandra Fedorovna dedicou-lhe uma atenção cega e uma confiança desmedida, considerando-o mesmo um “Mensageiro de Deus”. Com esta protecção, Rasputine influenciou ocultamente a Corte e principalmente a família imperial, colocando homens da sua confiança no topo da hierarquia da poderosa Igreja Nacional Russa.
Todavia, o seu comportamento dissoluto, licencioso e devasso (supostas orgias e envolvimento com mulheres da alta sociedade) justificaria denúncias por parte de políticos atentos, entre os quais se destacavam Stolypine e Kokovtsov. O czar Nicolau II afastou então Rasputine, mas a czarina Alexandra manteve confiança absoluta nele.
A Primeira Guerra Mundial traria novos contornos à vida de Rasputine, já odiado pelo povo, que o acusava de espionagem ao serviço da Alemanha. Escapou a várias tentativas de assassinato, mas acabou por ser vítima de uma trama de aristocratas da grande estirpe russa, entre os quais Yussupov.
Rasputine teve uma morte atribulada: primeiro foi envenenado num jantar, mas a sua úlcera crónica fez com que expelisse todo o veneno antes dele actuar; posteriormente terá sido atingido com três tiros, tendo no entanto sobrevivido; foi então castrado e continuou vivo; foi agredido e atirado ao rio Neva, morrendo finalmente, não pelos hematomas nem por afogamento, mas por hipotermia.
Depois da Revolução Russa de 1917, o governo revolucionário deu ordens para exumar o corpo de Rasputine, incinerá-lo e dispersar as suas cinzas pelas florestas circundantes. Segundo a lenda, porém, somente o caixão ardeu, o corpo ficando intacto, apesar das chamas que o lambiam.
Como ele tinha previsto, a família imperial não sobreviveu muito tempo ao seu assassinato. A revolução bolchevique obrigou o czar Nicolau II a abdicar e, depois, toda a família foi massacrada.
A sua imagem foi largamente utilizada pela propaganda bolchevique para simbolizar a decadência moral do antigo regime. Por curiosidade, diga-se que um pénis mumificado, com 30 cm, que seria o de Rasputine, está conservado e exposto no Museu do Erotismo de São Petersburgo. Stéphane Bern, porém, no seu livro “Segredos da História”, afirma ser pouco provável que ele seja de origem humana.
Com o decorrer dos anos, Rasputine tornou-se num mito (alguns pensam mesmo que ele era uma criatura meio humana e meio demoníaca), servindo de pretexto para ocultar traições e iniquidades cometidas na sua época por outras personalidades.
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