
Tinha por origem uma família culta e pouco religiosa. Ficou solteira toda a vida e afastou-se pouco da sua terra natal.
A sua vida, porém, não foi tão simples como se poderia imaginar: um amor de juventude decepcionante, assim como a espera de um grande amor que nunca surgiu; a morte do seu jovem irmão no dia seguinte a um Natal (daí o seu pseudónimo); as suas crises de fé… Tudo isto faz subentender uma poesia com ares de canção tradicional.
Marie Noël legou a sua obra à Sociedade das Ciências Históricas e Naturais de Yonne. Esta sociedade de sábios, fundada em 1847, gere e estuda a sua obra através de numerosas publicações.
Mulher apaixonada e atormentada, ela é conhecida frequentemente apenas pelas suas obras de “canção tradicional”, em detrimento dos seus escritos mais sombrios, cujo valor literário e alcance emotivo são, no entanto, bem mais fortes. Cite-se a título de exemplo o “Poema para uma criança morta”, verdadeiro grito blasfémico de uma mãe, dividida entre o seu sofrimento quase animal e a sua fé em Deus.
Marie Noël obteve em 1962 o Grande Prémio de Poesia da Academia Francesa.
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