EFEMÉRIDE -. António
Maria Lisboa Júnior, poeta português, nasceu em Lisboa no dia1 de Agosto
de 1928. Morreu na mesma cidade em 11 de Novembro de 1953.
Apesar da sua evidente
preferência pelas artes e letras, foi obrigado pelo pai a frequentar o Ensino
Técnico, que detestava.
A partir de 1947, formou - com
Pedro Oom e Risques Pereira - um pequeno grupo, à parte das actividades dos
surrealistas, adoptando uma postura inconformista diante da transformação do
surrealismo numa escola, no que acabaria por conduzir ao abjeccionismo,
termo em que convergem os princípios da estética surrealista e uma postura
poética de «insubmissão permanente ante os conceitos, regras e princípios
estabelecidos».
Em Março de 1949, partiu para
Paris, onde permaneceu dois meses. Datam provavelmente dessa curta estada os
seus primeiros contactos com o Hinduísmo, a Egiptologia e o Ocultismo
em geral.
Escreveu “Erro Próprio”
(1950), o principal manifesto do surrealismo português. Colaborou na revista “Pirâmide”,
publicada entre 1959 e 1960, e foi redactor de “Afixação Proibida”, em
colaboração com Mário Cesariny, amigo que o acompanhou até aos últimos dias de
vida. Atormentado por dificuldades existenciais, morreu de tuberculose, com
apenas vinte e cinco anos de idade. Está enterrado no cemitério do Alto de
São João.
Ainda que inserida no
surrealismo, a obra de António Maria Lisboa (em parte publicada postumamente
por Luiz Pacheco, na editora Contraponto) caracteriza-se por uma faceta
ocultista e esotérica que a torna muito particular. António Maria Lisboa preferia
intitular-se «metacientista», e não surrealista, porque - como argumentava
numa carta a Mário Cesariny - a «Surrealidade não é só do Surrealismo, o
Surreal é do Poeta de todos os tempos, de todos os grandes poetas».
Em 1977, foi publicado um volume
com a sua obra completa, organizado por Cesariny.
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