Veio
para Lisboa aos 12 anos, onde começou a estudar ballet. Em 1958, partiu para
Londres, onde - durante dois anos - frequentou a Royal Ballet School.
De
regresso a Portugal, ingressou no Grupo Experimental de Ballet (que mais
tarde se transformaria no Ballet Gulbenkian). Aí obteve vários sucessos
como bailarina, sendo de destacar a sua criação em “Ritmo Violento”
(1961), coreografado por Norman Dickson.
Ingressou
no teatro por volta de 1970, depois de se estrear em “O Marinheiro”, de
Fernando Pessoa, dirigida por Fernando Amado no Teatro da Casa da Comédia.
Trabalhou
depois com Ribeirinho (1967 - “O Inspector Geral”, de Nikolai Gogol, no Teatro
Villaret), José Wallenstein, Fernando Heitor, Diogo Dória e Jorge Listopad,
entre outros.
No
âmbito internacional, uma curta-metragem com Pascal Aubier em França foi o
ponto de partida para trabalhar com vários realizadores europeus.
Instalou-se
em Itália, em 1967, e aí frequentou os meios artísticos. Tornou-se amiga de
Pier Paolo Pasolini e de Bernardo Bertolucci, participando em diversas curtas
metragens. Foi dirigida por Pasolini em “Edipo Re” (1967), protagonizou
duas longas-metragens (uma, “Il Retorno”, realizada por Leonello
Massobrio, outra, “H2S” de Roberto Faenza). E também teatro - ao lado de
Laura Betti, fez “Il Ricatto all Teatro”, de Dacia Maraini.
Depois
de uma longa viagem ao Oriente, viveu em Espanha e, em 1973, regressou a
Portugal. Só em 1979, reapareceu no teatro (em “Éden Cinema” de
Marguerite Duras, encenado por Fernando Heitor) e no cinema encarnou a rainha
D. Teresa no filme “O Bobo”, de José Álvaro Morais.
Considerada
uma das maiores actrizes do cinema português, foi presença fetiche na
cinematografia de Paulo Rocha, que a dirigiu em “Os Verdes Anos” (1963),
“Mudar de Vida” (1966), “O Rio do Ouro” (1998), “A Raiz do
Coração” (2000) e “Vanitas” (2004).
Trabalhou
regularmente com Manoel de Oliveira, em “Vale Abraão” (1993), “A
Caixa” (1994), “Viagem ao Princípio do Mundo” (1996), “Inquietude”
(1998), “Vou para Casa” (2001), “O Princípio da Incerteza” (2002)
e “Espelho Mágico” (2006).
Foi
ainda dirigida por João Botelho (1980 - “Conversa Acabada”, 1988 - “Tempos
Difíceis”), José Álvaro Morais, Jorge Silva Melo, Lauro António, Jorge
Cramez, Eduardo e Ann Guedes, Manuel Mozos, Raúl Ruiz, Margarida Gil, Fernando
Lopes, Teresa Villaverde, Pedro Costa, Raquel Freire, Cláudia Tomaz e Catarina
Ruivo.
Voltou
a filmar em Itália com Tonino de Bernardi, onde participou na XVII edição do
festival “Segni Barocchi”, em Foligno.
Também
escreve e compõe música. Publicou em 2006, o livro “Fotopoesia” pela
editora Guerra & Paz, uma autobiografia poética, com prefácio de
Urbano Tavares Rodrigues.
Em
1995, no Festival de Cinema em Moscovo “Faces of Love”, foi
eleita a Melhor Actriz pelo seu desempenho no filme “Pax”, do
realizador Eduardo Guedes.
No
final de 1999, a Cinemateca Portuguesa fez-lhe uma homenagem e João
Bénard da Costa dedica-lhe o livro “A dupla vida de Isabel Ruth”.
Ganhou
duas vezes um Globo de Ouro para Melhor Actriz, a primeira vez
foi em 2007, pela sua interpretação em “Vanitas” do realizador Paulo
Rocha; voltando a ganhar em 2019 pelo papel que interpretou no filme “Raiva”
de Sérgio Tréfaut, pelo qual também ganhou o de Melhor Actriz nos Prémios
Sophia do mesmo ano.
A
Academia Portuguesa de Cinema, distinguiu-a com o Prémio Sophia
Carreira em 2012.
Em
27 de Março de 2018, foi feita comendadora da Ordem do Infante D. Henrique,
pelo presidente da República Portuguesa Marcelo Rebelo de Sousa.
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