domingo, 6 de abril de 2025

6 DE ABRIL - ISABEL RUTH

EFEMÉRIDE - Isabel Ruth da Silva Roberto dos Santos, actriz portuguesa, nasceu em Tomar no dia 6 de Abril de 1940.

Veio para Lisboa aos 12 anos, onde começou a estudar ballet. Em 1958, partiu para Londres, onde - durante dois anos - frequentou a Royal Ballet School.

De regresso a Portugal, ingressou no Grupo Experimental de Ballet (que mais tarde se transformaria no Ballet Gulbenkian). Aí obteve vários sucessos como bailarina, sendo de destacar a sua criação em “Ritmo Violento” (1961), coreografado por Norman Dickson.

Ingressou no teatro por volta de 1970, depois de se estrear em “O Marinheiro”, de Fernando Pessoa, dirigida por Fernando Amado no Teatro da Casa da Comédia.

Trabalhou depois com Ribeirinho (1967 - “O Inspector Geral”, de Nikolai Gogol, no Teatro Villaret), José Wallenstein, Fernando Heitor, Diogo Dória e Jorge Listopad, entre outros.

No âmbito internacional, uma curta-metragem com Pascal Aubier em França foi o ponto de partida para trabalhar com vários realizadores europeus.

Instalou-se em Itália, em 1967, e aí frequentou os meios artísticos. Tornou-se amiga de Pier Paolo Pasolini e de Bernardo Bertolucci, participando em diversas curtas metragens. Foi dirigida por Pasolini em “Edipo Re” (1967), protagonizou duas longas-metragens (uma, “Il Retorno”, realizada por Leonello Massobrio, outra, “H2S” de Roberto Faenza). E também teatro - ao lado de Laura Betti, fez “Il Ricatto all Teatro”, de Dacia Maraini.

Depois de uma longa viagem ao Oriente, viveu em Espanha e, em 1973, regressou a Portugal. Só em 1979, reapareceu no teatro (em “Éden Cinema” de Marguerite Duras, encenado por Fernando Heitor) e no cinema encarnou a rainha D. Teresa no filme “O Bobo”, de José Álvaro Morais.

Considerada uma das maiores actrizes do cinema português, foi presença fetiche na cinematografia de Paulo Rocha, que a dirigiu em “Os Verdes Anos” (1963), “Mudar de Vida” (1966), “O Rio do Ouro” (1998), “A Raiz do Coração” (2000) e “Vanitas” (2004).

Trabalhou regularmente com Manoel de Oliveira, em “Vale Abraão” (1993), “A Caixa” (1994), “Viagem ao Princípio do Mundo” (1996), “Inquietude” (1998), “Vou para Casa” (2001), “O Princípio da Incerteza” (2002) e “Espelho Mágico” (2006).

Foi ainda dirigida por João Botelho (1980 - “Conversa Acabada”, 1988 - “Tempos Difíceis”), José Álvaro Morais, Jorge Silva Melo, Lauro António, Jorge Cramez, Eduardo e Ann Guedes, Manuel Mozos, Raúl Ruiz, Margarida Gil, Fernando Lopes, Teresa Villaverde, Pedro Costa, Raquel Freire, Cláudia Tomaz e Catarina Ruivo.

Voltou a filmar em Itália com Tonino de Bernardi, onde participou na XVII edição do festival “Segni Barocchi”, em Foligno.

Também escreve e compõe música. Publicou em 2006, o livro “Fotopoesia” pela editora Guerra & Paz, uma autobiografia poética, com prefácio de Urbano Tavares Rodrigues.

Em 1995, no Festival de Cinema em Moscovo Faces of Love”, foi eleita a Melhor Actriz pelo seu desempenho no filme “Pax”, do realizador Eduardo Guedes.

No final de 1999, a Cinemateca Portuguesa fez-lhe uma homenagem e João Bénard da Costa dedica-lhe o livro “A dupla vida de Isabel Ruth”.

Ganhou duas vezes um Globo de Ouro para Melhor Actriz, a primeira vez foi em 2007, pela sua interpretação em “Vanitas” do realizador Paulo Rocha; voltando a ganhar em 2019 pelo papel que interpretou no filme “Raiva” de Sérgio Tréfaut, pelo qual também ganhou o de Melhor Actriz nos Prémios Sophia do mesmo ano.

A Academia Portuguesa de Cinema, distinguiu-a com o Prémio Sophia Carreira em 2012.

Em 27 de Março de 2018, foi feita comendadora da Ordem do Infante D. Henrique, pelo presidente da República Portuguesa Marcelo Rebelo de Sousa.

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