
Durante os estudos secundários, frequentou os meios culturais marxistas. Perseguido pela polícia, teve que se exilar em 1931. Foi para Berlim, onde se inscreveu na Faculdade de Ciências Políticas e se aproximou de ambientes jornalísticos. Trabalhou na "Dephot", a maior agência de jornalismo da Alemanha naquela época.
A sua carreira de fotógrafo começou em 1932, aparecendo a fotografar Leon Trotsky, no meio de muitas dificuldades, durante um congresso em Copenhaga. O aparecimento do nazismo, e porque professava a religião judaica, fizeram com que deixasse Berlim em 1932, dirigindo-se a Paris. Decidiu então afrancesar o seu nome para evitar problemas locais: André Friedmann.
Em 1934 criou o personagem “Robert Capa, repórter mítico de nacionalidade americana”. O nome de Robert Capa ficou célebre sobretudo quando se descobriu tratar-se de um pseudónimo. Em 1936 partiu em reportagem para o meio da Guerra Civil Espanhola, ao serviço das revistas “Vu” e “Regard”. Em 1938, Capa foi à China para fotografar o conflito sino-japonês, voltando a Espanha em 1940, logo que a França caiu sob o jugo nazi. Retirou-se depois para Nova Iorque, onde começou a trabalhar para a revista Colliers. Posteriormente foi para Inglaterra e depois para a Argélia (1942).
Em Junho de 1944 participou no desembarque na Normandia, o “Dia D”, trabalhando para a revista Life. Durante seis horas, sob as bombas e as balas, ao lado dos soldados, tirou 119 fotografias. Infelizmente, com a ânsia de as revelar, um técnico dos laboratórios da Life estragou a maioria das fotos, salvando-se apenas onze ainda publicáveis mas sem grande nitidez. Depois da guerra, em 1947, juntamente com outros fotógrafos famosos, fundou a Agência Magnum. Em 1951 foi nomeado Presidente da agência, mas foi obrigado a deixar os Estados Unidos dois anos depois, na “época da caça às bruxas”, em virtude do seu passado comunista.
Em 1954, a revista Life precisou de um fotógrafo para cobrir a guerra da Indochina. Encontrando-se no Japão para uma exposição fotográfica da Magnum, Capa ofereceu-se como voluntário. Percorreu todo o Vietname ao lado das tropas francesas. Viria a morrer nesta Guerra, ao afastar-se do trilho seguido pelos militares e passando por cima de uma mina, perto de Tonkin. O seu corpo foi encontrado com as pernas dilaceradas. A máquina fotográfica permanecia entre as suas mãos. A título póstumo a França condecorou-o com a Cruz de Guerra.
Nas suas fotos, Robert Capa tentava fixar os instantes em que o homem enfrenta o perigo e por vezes à morte. Para isso, tinha de estar sempre o mais perto possível das zonas de risco.
Desde 1955, o Prémio Medalha de Ouro Robert Capa, entregue pelo Oversea Press Club of América, premeia cada ano a melhor grande reportagem fotográfica publicada, que tenha requerido uma coragem e logística excepcionais.
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