
Depois dos estudos primários na escola missionária de Mbalmayo, ingressou em 1945 no Liceu Leclerc em Yaoundé. Tendo obtido o bacharelato em 1951, instalou-se em França para prosseguir os estudos superiores de Letras em Aix-en-Provence e, depois, na Sorbonne em Paris.
Começou a sua carreira literária com a novela “Sem ódio e sem amor”, publicada na revista “Présence Africaine” em 1953. Seguiu-se em 1954 o seu primeiro romance “Cidade Cruel”, utilizando o pseudónimo “Eza Boto”, publicado nas edições “Présence Africaine”.
Em 1956, a publicação do romance “Pobre Cristo de Bomba” fez escândalo pela descrição satírica feita do mundo missionário e colonial. Apareceu em seguida “Missão terminada” (Prémio Saint-Beuve - 1958) e “O Rei miraculado” um ano depois.
Trabalhou para a revista “Preuves”, para a qual efectuou uma reportagem em África, e foi professor auxiliar no Liceu de Rambouillet.
Em 1959 foi nomeado professor no Liceu Henri Avril em Lamballe, ensinando mais tarde no Liceu Corneille de Ruão (1966/1994).
Em 1972 voltou à escrita, publicando nas edições “François Maspéro” o seu livro “Mão baixa sobre os Camarões, autópsia de uma descolonização”, que foi censurado por decreto do Ministro do Interior Francês, a pedido do governo dos Camarões.
Publicou em 1974 “Perpétue et Remember Ruben”. Depois de longos procedimentos judiciais, Mongo Beti e o seu editor obtiveram em 1976 a anulação da ordem de interdição de “Mão baixa…”.
Em 1978 lançou, com a sua esposa Odile Tobner, a revista bimestral “Peuples noirs Peuples africains” que foi publicada até 1991. Esta revista descrevia e denunciava os males causados em África pelos regimes neo-coloniais. Publicou vários livros durante este período, mais precisamente entre 1979 e 1989.
Em 1991 Mongo Beti voltou aos Camarões depois de 32 anos de exílio. Publicou em 1993 “A França contra a África, regresso aos Camarões”, reformando-se de professor no ano seguinte.
Abriu então em Yaoundé a “Livraria dos Povos Negros” e organizou actividades agrícolas na sua vila natal. Criou também várias associações de defesa dos cidadãos. Paralelamente a estas actividades sociais continuou a publicar romances em França, nomeadamente uma trilogia que não chegou a acabar (L’histoire du fou - 1994, Trop de soleil tue l’amour - 1999 e Branle-bas en noir et blanc – 2000). Foi internado no hospital de Yaoundé no dia 1 de Outubro de 2001 em virtude de insuficiência hepática e renal aguda, que ficou sem tratamento por falta de equipamento para diálise. Transportado para o hospital de Douala, veio ali a falecer dias depois.
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