
Depois de ter feito a instrução primária na Escola de Rojas, seguiu os estudos secundários no Colegio Nacional de La Plata. Em 1929 ingressou na Faculdade de Ciências Físico-Matemáticas da Universidade Nacional de La Plata.
Foi um militante activo do movimento de reforma universitária, fundando em 1933 o “Grupo Insurrexit”, de tendência comunista. Ainda em 1933, foi eleito secretário-geral da Juventude Comunista.
Em 1938 doutorou-se em Física na Universidade Nacional de La Plata, tendo-lhe sido concedida uma bolsa anual para realizar trabalhos de investigação sobre radiação atómica no Laboratório Curie em Paris. Em 1939 foi transferido para o Massachusetts Institute of Technology (MIT), deixando Paris antes do começo da Segunda Guerra Mundial.
Voltou a Argentina em 1940 para ser professor na Universidade de Buenos Aires. Em 1943, devido a uma crise existencial, decidiu afastar-se da área científica, para se dedicar quase exclusivamente à literatura e à pintura.
Em 1945 publicou o seu primeiro livro, “Nós e o universo”, uma série de artigos filosóficos nos quais criticava a aparente neutralidade moral da ciência e alertava sobre os processos de desumanização nas sociedades tecnológicas. Com o tempo, foi construindo uma postura libertária. Escreveu artigos literários para o jornal “La Nación”, que não agradaram ao regime de Perón e o obrigaram a abandonar completamente o ensino. Foi director durante um ano do semanário “Mundo Argentino” e foi colaborador de vários periódicos americanos e europeus.
O ano de 1948 marcou o início do seu prestígio como escritor, ao publicar o primeiro romance, “O túnel”. Enraizado no existencialismo, uma corrente filosófica de enorme difusão no pós-guerra, este livro recebeu críticas entusiastas de Graham Greene e de Albert Camus, que fez com que a obra fosse traduzida para francês.
Em 1961 publicou “Sobre heróis e tumbas”, que é a sua obra-prima e foi considerado o melhor romance argentino do século XX.
Em 1975 recebeu o Prémio de Consagração Nacional da Argentina. Dois anos depois recebeu em Itália o Prémio Medici.
A pedido do presidente Raúl Alfonsín, presidiu entre 1983 e 1984 a “Comissão Nacional sobre o Desaparecimento de Pessoas durante a Ditadura”, cuja investigação foi publicada no livro “Nunca Mais” (1985) e abriu as portas para o julgamento dos militares responsáveis.
Em 1984 recebeu o Prémio Cervantes. No ano de 1987 foi nomeado Cavaleiro da Legião de Honra Francesa. Dois anos mais tarde, em 1989, recebeu em Israel o Prémio Jerusalém. No mesmo ano recebeu o doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Múrcia, em Espanha, tendo recebido a mesma distinção das Universidades de Rosário (1991) e de Turim (1995). Ganhou ainda o Prémio Ismaïl Kadaré.
Vítima de uma grave doença nos olhos, deixou de escrever e consagrou-se à pintura, tendo feito uma exposição dos seus trabalhos no “Centro de Arte e de Cultura George Pompidou” em Paris. Faleceu com 99 anos.
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