
Filho de um alfaiate judeu húngaro, teve uma infância bastante difícil no bairro do Bronx, Nova Iorque, onde a família morava nos fundos da alfaiataria. A mãe e um dos seus dois irmãos eram esquizofrénicos, o que fez com que ele e o outro irmão fossem internados num orfanato aos oito anos de idade, por impossibilidade do pai em tomar conta de todos.
Curtis serviu na Marinha durante a Segunda Guerra Mundial e foi um espectador privilegiado da rendição japonesa na baía de Tóquio em 1945. De volta aos Estados Unidos começou a estudar Arte Dramática e, em 1948, devido à boa aparência e aos olhos marcantes que o tornariam um ídolo do público feminino nos anos seguintes, foi contratado pelo estúdio Universal de Hollywood, que o fez seguir aulas de esgrima e de hipismo, trocando também o seu nome de baptismo para Tony Curtis.
Apesar de parecer apenas mais um “menino bonito” a chegar ao cinema, Tony provaria o seu talento em filmes como “Sweet Smell of Success” com Burt Lancaster; “The Defiant Ones” com Sidney Poitier - que lhe valeu uma nomeação para o Oscar; “Boston Strangler” em que interpretava o papel de um psicopata; e aquele que seria o seu mais duradouro trabalho na lembrança dos cinéfilos, o clássico de Billy Wilder, “Some Like It Hot” com Marilyn Monroe e Jack Lemmon.
Fez diversos trabalhos para televisão, o mais bem sucedido deles na série “The Persuaders” com Roger Moore, bastante popular no início dos anos 1970, que terminou porque Moore foi escolhido para fazer James Bond no cinema.
A partir dos anos 1980, dedicou-se à pintura e à fotografia, conseguindo grande sucesso, com alguns quadros vendidos por 50 000 dólares e um deles exposto no Metropolitan Museum of Art de Nova Iorque.
Curtis lamentava nunca ter ganho um Oscar nem um Globo de Ouro, considerando que o mundo do cinema nunca tinha reconhecido verdadeiramente o seu valor. Conquistou, no entanto, diversas honrarias e tem uma estrela na Calçada da Fama em Hollywood.
Foi casado seis vezes e teve seis filhos. A grande tragédia de sua vida, depois da dramática infância por que passou, foi a morte do seu filho Nicholas aos 23 anos, em 1994, por overdose de heroína.
Em homenagem às suas origens, húngara e judaica, participou financeiramente na restauração da Grande Sinagoga de Budapeste, a maior da Europa.
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