sábado, 13 de maio de 2023

13 DE MAIO - JOÃO RENDEIRO

EFEMÉRIDE - João Manuel Oliveira Rendeiro, banqueiro português, morreu em Westville, África do Sul, no dia 13 de Maio de 2022. Nascera em Lisboa, em 22 de Maio de 1952.

Rendeiro foi fundador e administrador do Banco Privado Português. De Setembro a Dezembro de 2021, esteve foragido à justiça portuguesa, após ter sido condenado a várias penas de prisão por crimes económico-financeiros, tendo sido preso na África do Sul em 11 de Dezembro de 2021, no cumprimento de mandado de captura internacional.

No seguimento da falência do Banco Privado Português e no decurso do caso BPP, João Rendeiro foi investigado pela prática por diversos crimes.

Em 5 de Junho de 2015, num primeiro processo, os três arguidos João Rendeiro, Paulo Guichard e Salvador Fezas Vital, foram absolvidos do crime de burla qualificada.

Num segundo processo, foi condenado pelo Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa, em 15 de Outubro de 2018, a 5 anos de prisão com pena suspensa, mediante o pagamento de 400 000 €, pela prática de falsidade informática e falsificação de documentos. Pelos mesmos crimes, os seus colegas de administração do Banco Privado Português foram também condenados: Paulo Guichard a 4 anos e 3 meses de prisão suspensa, mediante o pagamento de 25 000 €, e Salvador Fezas Vital a 3 anos e 6 meses de prisão com pena suspensa, mediante o pagamento de 15 000 euros.

Após recurso do Ministério Público, a 10 de Julho de 2020 o Tribunal da Relação de Lisboa agravou a pena de João Rendeiro para 5 anos e 8 meses de prisão efectiva e a pena de Paulo Guichard para 4 anos e 8 meses de prisão efectiva. Depois de esgotados todos os recursos, as condenações transitaram em julgado a 17 de Setembro de 2021.

Noutro processo, no dia 14 de Maio de 2021, foi condenado pelo Tribunal da Comarca de Lisboa a 10 anos de prisão pelos crimes de fraude fiscal, abuso de confiança e branqueamento de capitais. Os antigos administradores Salvador Fezas Vital e Paulo Guichard foram ambos condenados a 9 anos e 6 meses de prisão pelos mesmos crimes.

Numa terceira condenação, a 28 de Setembro de 2021, foi condenado pelo Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa a 3 anos e 6 meses de prisão efectiva por burla qualificada. No mesmo processo, Paulo Guichard foi condenado a 3 anos de prisão efectiva e Salvador Fezas Vital a 2 anos e 6 meses de prisão efectiva pelo mesmo crime. No mesmo dia, foi noticiado que Rendeiro tinha fugido de Portugal e da Europa para se furtar ao cumprimento das penas de prisão a que foi condenado. No dia seguinte, foi emitido pelo Tribunal um mandado de captura internacional contra João Rendeiro, passando a integrar a lista de procurados da Europol e Interpol.

Em 3 de Novembro de 2021, Maria de Jesus Rendeiro, mulher de João Rendeiro, que ficou em Portugal após a fuga do marido, foi detida pela Polícia Judiciária por motivo de perigo de fuga. Foi constituída arguida por suspeita de branqueamento de capitais e descaminho. Após interrogatório judicial, ficou sujeita a prisão domiciliária com pulseira electrónica.

Rendeiro foi preso na África do Sul, perto de Durban, a maior cidade da província do Kwazulu-Natal, em cumprimento de mandado de captura internacional. O processo de extradição decorreu até à sua morte.

Em 23 de Fevereiro de 2022, o Tribunal da Relação de Lisboa confirmou a pena de prisão de 10 anos a que João Rendeiro foi condenado num dos processos do caso BPP, pelos crimes de fraude fiscal qualificada, abuso de confiança e branqueamento de capitais.

Em 13 de Maio de 2022, foi encontrado morto, vítima de enforcamento, na cela onde cumpria pena de prisão.

O ex-banqueiro já havia admitido o suicídio, mas apenas em caso de perder o processo de extradição para Portugal, o que não chegou a verificar-se. O suicídio ocorreu, porém, uma semana antes da sessão preparatória do julgamento, sendo que o julgamento em si, que decidiria a eventual extradição de Rendeiro para Portugal, estava marcado para Junho de 2022.

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