Foi subsecretário de Estado do Orçamento
no VI Governo Provisório, em 1975, e logo de seguida ministro das Finanças
do I Governo Constitucional, de Julho de 1976 a Janeiro de 1978.
Era filho de António Barbosa Carreira, historiador, e
de sua mulher Carmen de Medina. Nasceu em Bissau, depois de os pais se terem
mudado de Cabo Verde para a Guiné.
Frequentou o Instituto dos Pupilos do Exército,
onde obteve um curso técnico (curso complementar) em máquinas, iniciando a sua
vida profissional no Barreiro como técnico fabril de fundição de aço, na CUF.
Posteriormente, realizou estudos liceais no Externato
Moderno do Barreiro e ingressou na Faculdade de Direito da Universidade
de Lisboa, vindo a licenciar-se em Direito, em 1962. Chegou também a
fazer estudos de Economia, no Instituto Superior de Ciências
Económicas e Financeiras da Universidade Técnica de Lisboa, que não
terminou.
Dedicou a sua carreira à advocacia, à consultoria em
empresas e à docência universitária, a última das quais exercida no Instituto
Superior de Gestão, no ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa
e no Instituto de Estudos Superiores Financeiros e Fiscais.
Desempenhou os cargos de membro do Conselho
Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais, membro do Conselho
Fiscal da Fundação Oriente, vice-presidente do Conselho Nacional
do Plano, vogal do Conselho de Administração da Expo’98,
presidente da Comissão de Reforma de Tributação do Património,
presidente da Direcção da Caixa de Previdência dos Advogados e
Solicitadores e vogal do Conselho Superior da Companhia de
Seguros Sagres.
Em 1975, o almirante José Pinheiro de Azevedo chamou-o
para o VI Governo Provisório, atribuindo-lhe o cargo de subsecretário de
Estado do Orçamento, função que deixou para assumir, logo de seguida, as
funções de ministro das Finanças do I Governo Constitucional.
Em 1978, abandonou o Partido Socialista, por
divergências quanto à política económica adoptada pelo partido no poder.
Em 2006, apoiou publicamente a candidatura de Aníbal
Cavaco Silva à Presidência da República.
Evidenciou-se como um grande crítico das finanças
públicas portuguesas relativamente ao peso do endividamento e da despesa
pública, bem como da carga fiscal portuguesa. Também criticou a situação da
educação, justiça e inexistência de políticas contra a corrupção. Referente à
dívida externa portuguesa, Medina Carreira referia que «nos últimos 10 anos,
a dívida portuguesa havia aumentado diariamente 48 milhões de euros». Relativamente
aos gastos excessivos em obras públicas, criticava também a falta de capacidade
dos sucessivos governos portugueses em evitar derrapagens nos custos das obras
públicas portuguesas, mais concretamente na Casa da Música, Ponte
Rainha Santa Isabel e Terreiro do Paço.
Foi o criador e participante no programa “Plano
Inclinado”, transmitido no canal de televisão por cabo SIC Notícias.
Participou no programa “Olhos nos Olhos”, da TVI24, apresentado
por Judite Sousa.
Publicou vasta obra, nomeadamente sobre fiscalidade,
tendo sido nessa matéria um reconhecido especialista.
Em Dezembro de 2012, o semanário “Sol” noticiou
que a investigação ao caso Monte Branco detectou o envolvimento de Henrique
Medina Carreira no maior esquema de sempre de fuga ao fisco e branqueamento de
capitais em Portugal. No entanto, após buscas no seu domicílio e escritório não
foram encontradas quaisquer irregularidades, colocando-se de parte qualquer
envolvimento seu neste processo.
Em 2015, Henrique Medina Carreira apoiou a candidatura
de Henrique Neto às eleições presidenciais de 2016.
Casou duas vezes e teve uma filha, Paula, do primeiro
casamento.
Faleceu em 2017, aos 86 anos de idade, vítima de
doença prolongada, num hospital de Lisboa, onde se encontrava internado há
cerca de um mês.
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