terça-feira, 10 de setembro de 2024

10 DE SETEMBRO - MARIANA COELHO

EFEMÉRIDEMariana Teixeira Coelho, educadora, escritora, ensaísta, poetisa, jornalista e uma das pioneiras do feminismo no Brasil, nasceu no distrito de Vila Real, Portugal, em 10 de Setembro de 1857 ou 1872. Morreu em Curitiba no dia 29 de Novembro de 1954. Naturalizou-se brasileira em 1939.

Era filha do farmacêutico Manoel António Ribeiro Coelho e de Maria do Carmo Teixeira Coelho, irmã do literato professor Carlos Alberto Teixeira Coelho e do capitão Thomaz Alberto Teixeira Coelho.

Mariana Coelho tinha fortes relações com o distrito de Vila Real, tendo vivido parte da sua vida, na Quinta de Valcovo, na região de Vila Real.

Mariana Coelho, pela família do avô materno, era descendente do Fidalgo António Correia de Barros da Mesquita Pimentel, Senhor da Casa da Capela de Nossa Senhora da Conceição de Sabrosa, sendo este descendente de Afonso Botelho, 1º alcaide-mor de Vila Real.

Imigrou para o Brasil em 1892, fixando-se em Curitiba. Em 1902, fundou, em Curitiba, o Colégio Santos Dumont (1902/1917), onde leccionou e foi directora durante mais de quinze anos. A instituição foi premiada com Medalha de Ouro na Exposição Nacional Comemorativa do 1º Centenário da Abertura dos Portos do Brasil de 1908, no Rio de Janeiro, tendo sido visitada por Santos Dumont, em 1916, quando da sua passagem pelo Estado do Paraná.

Posteriormente, em Curitiba, foi directora da Escola Profissional República Argentina - actual Centro Estadual de Capacitação em Artes Guido Viaro.

Em 1902, participou na fundação da Loja Maçónica Filhas de Acácia nº 0767, em Curitiba, como oradora, ao lado da Baronesa do Serro Azul, viúva do Barão do Serro Azul. Na ocasião, pronunciou o seu consagrado Discurso.

Em 1908, publicou o “O Paraná Mental”, com proémio de Rocha Pombo, obra que recebeu Medalha de Prata na Exposição Nacional Comemorativa do 1º Centenário da Abertura dos Portos do Brasil, em 1908.

Em 1911, participou no 3º Congresso de Geografia do Estado do Paraná: era a única mulher a figurar entre os representantes do Paraná. Proferiu, no final, um discurso muito aplaudido.

A sua actuação como feminista já se revelava no século XIX, sendo a sua obra de maior destaque a “Evolução do Feminismo”: um «trabalho que tem de ficar na nossa história literária», na opinião de Rocha Pombo.

Integrou a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, participando nos congressos feministas de 1922, 1933 e 1936. Foi colaboradora do jornal feminista “O Corymbo”.

Foi associada e influenciou a criação do Centro Paranaense Feminino de Cultura, em 1933, com a publicação de sua obra “Evolução do Feminismo”, tendo proferido a palestra intitulada “Um Brado de Revolta contra a Morte Violenta”.

É patrona da cadeira nº 30 da Academia Paranaense de Poesia e da cadeira nº 28 da Academia Feminina de Letras do Paraná.

Foi membro do Instituto Neo-Pitagórico, fundado por Dario Persiano de Castro Vellozo.

Em estudo sobre o feminismo no Brasil, em especial no Paraná, Zahidé Muzart caracterizou Mariana Coelho como a «Beauvoir tupiniquim», referindo-se à francesa Simone de Beauvoir.

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