
Foi Ministro da Marinha em 1944. Em 1958, foi candidato à Presidência da República, escolhido pela União Nacional, partido único de então. Teve como adversário o General Humberto Delgado e os resultados eleitorais foram uma fraude, facto que foi comprovado após a Revolução dos Cravos. Na sequência da agitação social gerada pelo escrutínio, que era manifestamente contrário à vontade da maioria da população, as eleições presidenciais deixaram de ser directas, passando a ser da responsabilidade de um colégio eleitoral, constituído exclusivamente por membros da União Nacional. Desta forma, Salazar punha de parte a possibilidade de qualquer tipo de mudança democrática pelo voto popular, isto apesar do Presidente ser uma mera figura simbólica e decorativa. Américo Tomás era conhecido pelo “corta fitas”, alusão à sua ocupação principal: as inaugurações. Eram inúmeras as piadas que se contavam a seu respeito, algumas verídicas. Célebre aquela dedução "assaz inteligente", durante uma das suas inaugurações: «É a primeira vez que aqui estou, desde a última que cá estive» …
Uma só vez usou verdadeiramente os poderes presidenciais. Foi para demitir Salazar, quando este em 1968 caiu duma cadeira e sofreu um acidente vascular cerebral. Nomeou para lhe suceder Marcelo Caetano, passando a ser a figura central do núcleo duro do regime, que achava estarem algumas reformas a ir longe demais.
Américo Tomás foi reeleito segundo o novo método em 1965 e 1972. Quando se deu o 25 de Abril de 1974 encontrava-se a meio do terceiro mandato, que se deveria prolongar até 1979. Foi demitido do cargo e expulso compulsivamente da Marinha, tendo sido enviado para a ilha da Madeira, donde partiu para o exílio no Brasil. No fim da década de 1970 foi autorizado a regressar a Portugal, onde veio a falecer, aos 92 anos, após uma cirurgia.
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