
Rommel ficou mundialmente famoso pela sua intervenção na África do Norte entre 1941 e 1943, comandando o Afrika Korps, um destacamento do exército alemão destinado a auxiliar as forças italianas que estavam a bater em retirada frente ao exército britânico. Em virtude da sua audácia e do domínio das tácticas de guerra com blindados, Rommel era conhecido por “A Raposa do Deserto”. Era temido, mas igualmente respeitado tanto pelos seus homens como pelos inimigos.
Devido à insistência do pai, ingressara no exército aos 18 anos, tendo conquistado o direito de entrar para a Escola de Guerra em Dantzig, responsável pela formação dos oficiais.
Em 1914, com o início da Primeira Guerra Mundial, o jovem Rommel foi destacado como comandante de um pelotão de infantaria na frente ocidental, com o posto de 2º Tenente. Ferido em combate, recebeu a Cruz de Ferro de 2ª Classe.
Em 1915 assumiu o comando de uma companhia de infantaria e, em resultado de uma acção audaciosa noutra frente de combate, foi agraciado com a Cruz de Ferro de 1ª Classe. Foi deslocado depois para a fronteira da Roménia, que declarara guerra à Alemanha. Em 1917 envolveu-se na Batalha de Caporetto no Norte da Itália, na qual os seus homens capturaram mais de 9.000 soldados e 81 canhões inimigos. Com esse feito, Rommel foi promovido a Capitão e agraciado com a medalha "Para o Mérito", a mais alta condecoração que um oficial germânico poderia receber e que normalmente era reservada a generais.
Terminada a Primeira Guerra Mundial, dedicou-se a reestruturar o exército alemão, derrotado na guerra e ao qual tinham sido impostas várias limitações pelo Tratado de Versalhes. Em 1921 assumiu o comando de um regimento de infantaria, sendo um dos 4 000 oficiais permitidos por aquele Tratado. Na segunda metade dos anos 1920 escreveu um livro intitulado "Ataques de Infantaria", do qual foram vendidos 400 000 exemplares na Alemanha antes e durante a Segunda Guerra Mundial.
Logo após o início da Guerra , Rommel recebeu o comando da 7ª Divisão Panzer, destacada para actuar na invasão da França em 1940. Sob o seu comando, ela ficou conhecida como "A Divisão Fantasma" devido à sua enorme mobilidade. Fez mais de 10 000 prisioneiros franceses e chegou a avançar 260 km num único dia, feito este que se tornou famoso e que jamais foi igualado por qualquer outra tropa durante a II Guerra Mundial.
Vitorioso, Rommel foi designado em Janeiro de 1941 para o comando da "Afrika Korps”. Com a sua brilhante intervenção, desequilibrou a situação a favor das forças do Eixo, mas acabou por ser derrotado por falta de apoio logístico.
Em 1943 foi escolhido para supervisionar a defesa das áreas costeiras ocupadas da Dinamarca, Países Baixos, Bélgica e França contra possíveis desembarques aliados. Em Janeiro de 1944 foi designado comandante do Grupo de Exércitos estacionado em França. É de salientar que Rommel, ao contrário de outros comandantes alemães, acreditava que os possíveis desembarques aliados iam ocorrer na região da Normandia, o que de facto aconteceu no famoso Dia D.
Quarenta e um dias após o início dos desembarques aliados, Rommel foi gravemente ferido por um caça canadiano que metralhou a viatura em que seguia e ficou hospitalizado durante vários dias. Nesse período, ocorreu um atentado contra Hitler, de que este escapou por pouco. Sem nunca ter feito parte do partido nazi, Rommel tornara-se cada vez mais crítico do governo do Führer e foi implicado naquela acto. Ainda em recuperação médica, recebeu em sua casa a visita de dois oficiais generais no dia 14 de Outubro de 1944.
Devido ao seu prestígio nacional, estes oficiais, leais a Hitler, traziam as exigências do Führer a Rommel: deveria ir a Berlim, passar por um julgamento popular e inevitavelmente ser condenado à morte, sendo a família confinada num campo de concentração, ou então - sozinho - acompanhar os dois oficiais e ingerir veneno para se suicidar, opção esta que garantiria a integridade dos seus familiares. Rommel, com o semblante petrificado, dirigiu-se à sua mulher e disse-lhe «Estarei morto dentro de quinze minutos». Despediu-se da família e acompanhou os dois oficiais numa viagem sem regresso.
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