Berta era uma fadista de referência da “época de ouro” do fado, a cantora que “chegou, cantou e venceu”. Actuou pela primeira vez, em público, no Salão Artístico de Fados, acompanhada por Armandinho. O sucesso foi tal que foi de imediato convidada para integrar o elenco da casa, o que não vem a concretizar-se por ter apenas 16 anos.
Foi a Espanha gravar o seu primeiro disco e, em 1930, foi notícia de primeira página no jornal “Guitarra de Portugal” de 30 de Outubro. Ali se referia que Berta Cardoso era «um nome consagrado» e «uma vocação que se revelou espontânea e claramente desde a sua estreia».
Dotada de um estilo e de uma capacidade interpretativa singulares, Berta Cardoso tinha uma dicção irrepreensível e uma voz privilegiada, tendo ficado conhecida como “A voz de oiro do fado”. A sua ascensão artística foi meteórica, passando de imediato do anonimato a primeira figura da canção nacional. Durante as décadas de 1930, 40 e 50, teve uma notável carreira que dividiu entre os palcos das casas de fado e dos teatros de revista, a nível nacional e internacional. A partir da década de 1960, optou por actuações mais intimistas, confinando-se quase exclusivamente às casas típicas de fado.
Durante a sua longa vida artística, criou inúmeros êxitos, tendo gravado para várias editoras discográficas, entre elas a Valentim de Carvalho, a Odéon, a Columbia, a Capitol e a Imavox. Sempre com edições esgotadas, restam ainda alguns exemplares 78RPM e vinil, em poder de particulares/coleccionadores.
Entre os seus maiores êxitos é de destacar: “Fado Antigo”, “Fado Faia”, “Chinela”, “Meu Lar”, “Cinta Vermelha” e “Cruz de Guerra”, sendo as letras dos cinco primeiros fados, da autoria de João Linhares Barbosa e a letra do 6º fado, de Armando Neves.
Sem comentários:
Enviar um comentário