EFEMÉRIDE
– Francisco Ayala García-Duarte, escritor da “Geração de 27” , jurista, professor de literatura
e sociólogo espanhol, morreu em Madrid no dia 3 de Novembro de 2009.
Nascera em Granada, em 16 de Março de 1906.
Aos
dezasseis anos, mudou-se para Madrid, onde estudou Direito, Filosofia
e Letras. Nesta época, publicou as suas duas primeiras novelas, “Tragicomedia
de un hombre sin espíritu” (1925) e “Historia de un amanecer” (1926).
Colaborou
habitualmente na “Revista de Occidente” e na “Gaceta Literária”. Estudou
também em Berlim, entre 1929 e 1931. Doutorou-se em Direito na Universidade
Complutense de Madrid, vindo a ser professor na mesma universidade.
Foi
letrado das Cortes desde a proclamação da República. No começo da Guerra
Civil, estava a dar conferências na América do Sul e, durante a mesma, foi funcionário
do Ministério de Estado.
Depois
da tomada do poder por Franco, exilou-se em Buenos Aires , onde
passou dez anos a trabalhar e a colaborar na revista “Sur” e no diário “La Nación ”. Nesse tempo,
foi também co-fundador da revista “Realidad”.
Posteriormente,
ainda na década de 1950, residiu em Porto Rico , país no
qual deu cursos na Faculdade de Direito da Universidade de Porto Rico. Viajou
depois para os Estados Unidos da América, onde deu aulas de Literatura Espanhola
nas Universidades de Princeton, Rutgers, Nova Iorque e Chicago,
embora mantendo estreitas ligações intelectuais e culturais com Porto Rico,
onde igualmente viveram longos exílios Pau Casals e Juan Ramón Jiménez, entre
outros.
Em
1960, regressou pela primeira vez a Espanha e, pouco a pouco, reintegrou-se na
vida literária espanhola. Em 1976, instalou-se definitivamente em Madrid,
continuando o seu labor de escritor, conferencista e colaborador da imprensa.
Tem
também grande importância a sua obra ensaística, que abrange temas políticos e
sociais, reflexões sobre o presente e o passado de Espanha, o cinema e a
literatura. Escreveu umas interessantes memórias: “Recuerdos y olvidos”
(1982, 1983, 1988 e 2006). Faleceu com 103 anos de idade.
Em
1983, foi eleito membro da Real Academia Espanhola. Até muito avançada
idade continuou a escrever com plena lucidez. Em 1988, obteve o Prémio
Nacional das Letras Espanholas e, em 1990, foi nomeado Filho Predilecto
da Andaluzia. Em 1991, foi galardoado com o Prémio Miguel de Cervantes
e, em 1998, com o Prémio Príncipe das Astúrias de Letras.
Sem comentários:
Enviar um comentário