sexta-feira, 25 de março de 2016

25 DE MARÇO - LEILA DINIZ

EFEMÉRIDELeila Roque Diniz, actriz brasileira, nasceu em Niterói no dia 25 de Março de 1945. Morreu em Nova Deli, Índia, em 14 de Junho de 1972.
Depois de finalizar os estudos, foi professora num jardim-de-infância nos arredores do Rio de Janeiro. Aos dezassete anos, conheceu aquele que viria a ser o seu primeiro marido, o cineasta Domingos de Oliveira. O relacionamento durou apenas três anos.
Surgiu-lhe a oportunidade de trabalhar como actriz. Primeiro, estreou-se no teatro e, depois, passou a trabalhar na TV Globo, actuando em telenovelas. Mais tarde, casou-se com o cineasta moçambicano Ruy Guerra, com quem teve uma filha – Janaína. Participou, ao todo, em catorze filmes, doze telenovelas e várias peças teatrais.
Leila Diniz quebrou tabus numa época em que a repressão dominava o Brasil, escandalizou ao exibir a sua gravidez de biquíni na praia e chocou o país inteiro ao proferir a frase: “Faço amor de manhã, à tarde e à noite». Era considerada uma mulher à frente de seu tempo, ousada e que detestava convencionalismos. Foi invejada e criticada pela sociedade conservadora das décadas de 1960 e 1970 e pelas feministas.
Leila falava da sua vida pessoal sem nenhum tipo de vergonha ou constrangimento. Concedeu diversas entrevistas marcantes à imprensa, mas a que causou grande furor no país foi a que deu ao jornal “O Pasquim” em 1969. Nessa entrevista, ela – a cada trecho – dizia palavrões que na publicação foram substituídos por asteriscos. Declarou então ao entrevistador «Você pode muito bem amar uma pessoa e fazer sexo com outra. Já aconteceu comigo».
O exemplar mais vendido do jornal foi justamente esse. E foi também, depois dessa publicação, que foi instaurada a censura prévia na imprensa, mais conhecida como “Decreto Leila Diniz”. Perseguida pela polícia política, Leila escondeu-se na casa do seu colega de trabalho Flávio Cavalcanti, tornando-se mais tarde jurada do programa deste apresentador, justamente no momento em que foi acusada de ter ajudado militantes de esquerda. Alegando razões morais, a TV Globo não lhe renovou o contrato.
Meses depois, Leila reabilitou o teatro de revista e iniciou uma curta e bem sucedida carreira de vedeta. Protagonizou a peça tropicalista “Tem banana na banda”, improvisada a partir dos textos de Millôr Fernandes, Luiz Carlos Maciel, José Wilker e Oduvaldo Viana Filho. Recebeu o título de Rainha das Vedetas. No Carnaval de 1971, foi eleita Rainha da Banda de Ipanema.
Morreu num acidente aéreo com um avião da Japan Airlines. Tinha 27 anos, estava no auge da fama e regressava de uma viagem à Austrália. A actriz Marieta Severo e o cantor Chico Buarque de Holanda, seus amigos, cuidaram da filha de Leila Diniz e Ruy Guerra, durante muito tempo, até o pai ter condições para ficar com ela.
Um cunhado que era advogado foi a Nova Deli, local do desastre, para tratar dos seus restos mortais. Encontrou um diário que continha diversas anotações e uma última frase, que provavelmente se referia ao acidente: «Está acontecendo alguma coisa muito es....».

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