EFEMÉRIDE
– Leila Roque Diniz, actriz brasileira, nasceu em Niterói no dia 25
de Março de 1945. Morreu em Nova
Deli , Índia, em 14 de Junho de 1972.
Depois
de finalizar os estudos, foi professora num jardim-de-infância nos arredores do
Rio de Janeiro. Aos dezassete anos, conheceu aquele que viria a ser o seu
primeiro marido, o cineasta Domingos de Oliveira. O relacionamento durou apenas
três anos.
Surgiu-lhe
a oportunidade de trabalhar como actriz. Primeiro, estreou-se no teatro e, depois,
passou a trabalhar na TV Globo, actuando em telenovelas. Mais
tarde, casou-se com o cineasta moçambicano Ruy Guerra, com quem teve uma filha –
Janaína. Participou, ao todo, em catorze filmes, doze telenovelas e várias
peças teatrais.
Leila
Diniz quebrou tabus numa época em que a repressão dominava o Brasil,
escandalizou ao exibir a sua gravidez de biquíni na praia e chocou o país
inteiro ao proferir a frase: “Faço amor de manhã, à tarde e à noite». Era
considerada uma mulher à frente de seu tempo, ousada e que detestava convencionalismos.
Foi invejada e criticada pela sociedade conservadora das décadas de 1960
e 1970 e pelas feministas.
Leila
falava da sua vida pessoal sem nenhum tipo de vergonha ou constrangimento.
Concedeu diversas entrevistas marcantes à imprensa, mas a que causou grande
furor no país foi a que deu ao jornal “O Pasquim” em 1969. Nessa
entrevista, ela – a cada trecho – dizia palavrões que na publicação foram substituídos
por asteriscos. Declarou então ao entrevistador «Você pode muito bem amar
uma pessoa e fazer sexo com outra. Já aconteceu comigo».
O
exemplar mais vendido do jornal foi justamente esse. E foi também, depois dessa
publicação, que foi instaurada a censura prévia na imprensa, mais conhecida
como “Decreto Leila Diniz”. Perseguida pela polícia política, Leila escondeu-se
na casa do seu colega de trabalho Flávio Cavalcanti, tornando-se mais tarde
jurada do programa deste apresentador, justamente no momento em que foi acusada
de ter ajudado militantes de esquerda. Alegando razões morais, a TV Globo
não lhe renovou o contrato.
Meses
depois, Leila reabilitou o teatro de revista e iniciou uma curta e bem sucedida
carreira de vedeta. Protagonizou a peça tropicalista “Tem banana na banda”,
improvisada a partir dos textos de Millôr Fernandes, Luiz Carlos Maciel, José
Wilker e Oduvaldo Viana Filho. Recebeu o título de Rainha das Vedetas.
No Carnaval de 1971, foi eleita Rainha da Banda de Ipanema.
Morreu
num acidente aéreo com um avião da Japan Airlines. Tinha 27 anos, estava
no auge da fama e regressava de uma viagem à Austrália. A actriz Marieta Severo
e o cantor Chico Buarque de Holanda, seus amigos, cuidaram da filha de Leila
Diniz e Ruy Guerra, durante muito tempo, até o pai ter condições para ficar com
ela.
Um
cunhado que era advogado foi a Nova Deli, local do desastre, para tratar dos seus
restos mortais. Encontrou um diário que continha diversas anotações e uma
última frase, que provavelmente se referia ao acidente: «Está acontecendo
alguma coisa muito es....».
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