EFEMÉRIDE
– Jean-François Ducis, poeta e dramaturgo francês, membro da Academia
Francesa de Letras, morreu em Versalhes no dia 31 de Março de 1816.
Nascera na mesma localidade em 23 de Agosto de 1733.
Nascido
numa família modesta, recebeu uma cuidada educação religiosa e fez os seus
estudos num internato e num colégio de Versalhes. Aos dezoito anos, passou a
ser secretário de um mercador de Belle-Isle, que ele acompanhava nas suas
visitas de inspecção. Mais tarde, este seu protector autorizou-o a deixar o emprego,
mantendo-lhe o salário, para que ele se pudesse dedicar ao teatro. Um tio, que
era arquitecto do rei, também o ajudou durante vários anos.
Em
1768, apresentou na Comédie-Française a sua “Tragédia de Amélise”,
que foi pateada do princípio ate ao fim. Redimiu-se deste fracasso, fazendo
representar “Hamlet” de Shakespeare, numa adaptação alterada e por si
elaborada (1769). Dedicou-se depois a adaptar ao gosto francês diversas peças
do famoso dramaturgo. Ducis não compreendia a língua inglesa, mas trabalhava a
partir de traduções, algumas delas já de si pouco fiéis…
Sempre
com a finalidade de agradar ao público e aos costumes franceses, apresentou “Romeu
e Julieta” em 1772, amputando a peça de várias cenas e acrescentando
outras.
Em
1778, fez representar “Œdipe chez Admète”, uma colagem bizarra de “Alceste”
de Eurípides e de “Œdipe” de Sófocles. Foi um sucesso e Ducis foi
eleito nesse ano para a Academia de Letras. O seu discurso de recepção
foi muito aplaudido.
Em
1783, escreveu uma nova adaptação de Shakespeare, “O Rei Lear”, na qual
não se reconhece quase nada da peça original, mas que teve imenso sucesso.
Levado em triunfo, o autor foi trazido ao palco para receber os aplausos do
público.
Em
1784, foi a vez de “Macbeth”, mas teve menos sucesso. “João sem Terra”,
em 1791, foi um fracasso. No ano seguinte, “Otelo” mereceu de novo o
entusiasmo do público.
Deixando
as adaptações de Shakespeare, Ducis escreveu uma tragédia original – “Abufar”
– representada em Abril de 1795. Tendo
tido muito boa aceitação, seguiu-se “Phédor e Waldamir”.
Jean-François
Ducis renunciou então ao teatro, aposentou-se em Versalhes e dedicou o seu
tempo a ler a “Bíblia”, Horácio, Virgílio e La Fontaine. Napoleão
quis fazê-lo senador, mas ele recusou dizendo que «era católico, poeta,
republicano e solitário, o que não jogava bem com cargos oficiais». Recebeu
das mãos de Luís XVIII a Legião de Honra, que tinha recusado a Napoleão
I.
Até
à sua morte, em 1816, escreveu várias poesias que são o espelho da sua
simplicidade, da sua felicidade e do seu amor pela natureza.
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