EFEMÉRIDE
– James Graham Ballard (J. G. Ballard), escritor de ficção científica
e antecipação social inglês, morreu em Londres no dia 19 de Abril de 2009,
vítima de cancro. Nascera em Xangai, em 15 de Novembro de 1930.
O
pai era presidente da filial chinesa de uma grande empresa de têxteis de
Manchester. James Ballard passou uma infância feliz até à eclosão do conflito
sino-japonês. Com a invasão japonesa, a família foi feita prisioneira em 1942,
num campo de detenção onde ficou até ao fim da Segunda Guerra Mundial.
Em
1946, partiu para Inglaterra, prosseguindo os estudos na Leys School de
Cambridge. Foi-lhe difícil, porém, adaptar-se à vida ocidental. Estudou
Medicina no King's College e Literatura Inglesa na Universidade
de Londres, mas sem sucesso. Por essa época, começou a interessar-se pela
psicanálise e pelo surrealismo, que o fascinariam durante o resto da vida.
Para
sobreviver, aceitou pequenos ofícios, que foram desde redactor de uma agência
de publicidade até porteiro do Covent Garden, passando por vendedor de
enciclopédias. Alistou-se depois na aviação militar e esteve no Canadá.
Em
1956, começou a dedicar-se à escrita e foi publicado pela primeira vez no
magazine “New Worlds”. Casado em 1955 e com um filho, ganhava a vida com
dificuldade. Trabalhou numa biblioteca até obter o lugar de adjunto do chefe de
redacção da revista científica “Chemistry and Industry”. A família
aumentou e teve de ir morar nos arredores de Londres, em Shepperton.
Escreveu
o seu primeiro romance durante as duas semanas de férias anuais e obteve um
contrato com a editora Berkley Books. Publicou seguidamente vários
livros de ficção científica e muitas novelas.
Pouco
a pouco, foi-se tornando um dos romancistas de referência da Nova Vaga
Britânica, abordando novos temas e cuidando especialmente do estilo.
Com
o falecimento da esposa em 1964, tornou-se escritor profissional, o que lhe
possibilitava a presença em casa para se ocupar dos filhos. Interessou-se então
pelas técnicas de escrita experimentais de Williams Burroughs.
Em
1980, voltou ao passado e publicou “Empire of the Sun”, um livro meio
autobiográfico, onde relatou as suas experiências na Segunda Guerra Mundial.
Nele conta a história de um menino britânico, Jim Graham (o mesmo nome do
autor, James Graham), que vivia com os pais em Xangai. O livro foi
adaptado ao cinema em 1987, numa realização de Steven Spielberg.
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