EFEMÉRIDE
– Canhoto da Paraíba, de seu nome Francisco Soares de Araújo, também
conhecido por Chico Soares, violonista e músico brasileiro, morreu em
Paulista no dia 24 de Abril de 2008. Nascera em Princesa Isabel ,
em 9 de Março de 1926.
Em
criança, por ser canhoto, tocava com o violão invertido, mas sem inverter as
cordas, pois tinha de compartilhar o instrumento com os irmãos, que eram
destros. Embora fosse filho de pai violonista, também não teve oportunidade de
aprender muito com ele, pela mesma razão. Assim, aprendeu a tocar sozinho.
Canhoto
compôs choros com um «agradável sabor nordestino». Conta a lenda
que, ao ver Canhoto tocar pela primeira vez, Radamés Gnattali ficou tão
impressionado que teria gritado um palavrão e atirado o seu copo de cerveja para
o tecto e que o dono da casa – Jacob do Bandolim – nunca teria reparado a mossa
para lembrar o momento.
Através
da editora Rozenblit, gravou o disco “Único amor” que,
posteriormente, foi relançado em
CD. Canhoto tinha a sensibilidade aguçada. Na ocasião, para o
acompanhar, escolheu Henrique Annes, violonista de formação erudita que, mais
tarde, viria a tornar-se um dos maiores violonistas brasileiros. O produtor
musical do disco foi Nelson Ferreira, grande maestro e arranjador de frevos.
Outros discos muito populares de Canhoto da Paraíba foram: “Com Mais de Mil”
(1997), produzido por Paulinho da Viola, e “Pisando em brasa” (1993),
que contou com as participações de Paulinho e do violonista Rafael Rabello.
Juntamente
com Paulinho da Viola, que produziu também o seu disco “O Violão Brasileiro
Tocado pelo Avesso”, percorreu o Brasil no Projecto Pixinguinha, que
tinha por finalidade divulgar o choro.
Foi
agraciado com o título de Património Vivo de Pernambuco. Em 1998, sofreu
um AVC que o deixou com o lado esquerdo do corpo paralisado e o impossibilitou
de prosseguir a carreira. Faleceu em 2008, após um enfarte. Tinha 82 anos.
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