EFEMÉRIDE
– Nair de Tefé von Hoonholtz, pintora, caricaturista, actriz e
pianista brasileira, nasceu em Petrópolis no dia 10 de Junho de 1886. Morreu no
Rio de Janeiro em 10 de Junho de 1981. É considerada como a primeira mulher
caricaturista do mundo e foi primeira-dama do Brasil de 1913 a 1914.
Filha
do barão de Tefé e neta do conde von Hoonholtz, Nair estudou em Paris e Nice, em
França, para onde a família se mudou quando ela tinha um ano de idade. Regressada
ao Brasil, iniciou a sua carreira por volta de 1906.
Publicou
o seu primeiro trabalho, “A Artista Rejane”, na revista “Fon-Fon”,
sob o pseudónimo de Rian. Também foram publicadas caricaturas suas nos
periódicos “O Binóculo”, “A Careta” e “O Ken”, bem assim como
nos jornais “Gazeta de Notícias” e “Gazeta de Petrópolis”. O seu traço
era ágil e transmitia muito bem o carácter das pessoas.
Deixou
de exercer a sua função de caricaturista em Dezembro de 1913, ao casar-se com o
presidente do Brasil, marechal Hermes da Fonseca, de quem estava noiva desde Janeiro
do mesmo ano. Hermes era viúvo de Orsina da Fonseca (falecida em 1912).
Nair
de Tefé foi uma mulher à frente de seu tempo. A primeira-dama promovia saraus
no Palácio do Catete – o palácio presidencial da época, que ficaram famosos por
ela ter introduzido o violão nos salões da alta sociedade. A sua paixão pela música
popular fazia reunir amigos para recitais de modinhas.
As
interpretações de Catulo da Paixão Cearense fizeram sucesso e, em 1914,
incentivaram Nair de Tefé a organizar um recital de lançamento do “Corta
Jaca”, um maxixe composto por Chiquinha Gonzaga, uma sua amiga.
Foram feitas críticas ao governo e acutilantes comentários sobre os “escândalos”
no palácio, em virtude da promoção e divulgação de músicas cujas origens
estavam nas danças lascivas e vulgares, segundo a concepção da elite social.
Levar para o palácio presidencial a música popular foi considerado, na época,
uma quebra de protocolo, causando polémica nas altas esferas da sociedade e
entre os políticos.
Logo
após o fim do mandato presidencial, Nair mudou-se de novo para a Europa. Voltou
ao Brasil por volta de 1921 e participou na Semana de Arte Moderna.
Resolveu voltar para Petrópolis, onde foi eleita, em 1928, presidente da Academia
de Ciências e Letras que extinguiu em 1929, fundando em seu lugar a Academia
Petropolitana de Letras, da qual foi presidente até 1932.
Em Abril
de 1929, Nair tomou posse na Academia Fluminense de Letras. Em 1932, regressou
ao Rio de Janeiro, onde fundou – em 28 de Novembro de 1932 – o Cinema Rian,
na Avenida Atlântica, em Copacabana.
Dezassete
anos depois, já viúva, Nair voltou a fazer caricaturas, inclusive de várias
personalidades. No fim dos anos 1970, participou nas comemorações do Dia
Internacional da Mulher. Morreu
no dia do seu 95º aniversário.
Sem comentários:
Enviar um comentário